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quarenta | c l i c h ê

O funeral de Nora foi, de longe, o mais triste ao qual já fui. É claro que o de vovó Minerva foi terrivelmente doloroso, mas ao menos haviam dezenas de pessoas que a amavam a homenageando, nos dando apoio e dizendo o último adeus. No de Nora, nós éramos os únicos. Apenas os três filhos, David, Dan, Theo e eu. Ninguém mais.

Não houve homenagem, nem discurso, nem nada.

Silêncio.

Apenas silêncio e lágrimas. Foi assim que Nora foi sepultada.

Eu não me atrevi a perguntar a Tyler como ele se sentia. Ele não derramou uma só lágrima durante todo o cortejo, mas a dor era imensurável em seus olhos.

No fim das contas, o que menos demonstrou, foi o que mais sentiu.

Bom dia, Eleanor!

Ela sorri por cima do ombro, enquanto sova uma massa.

— Bom dia. Atrasada ou é impressão minha?

— Totalmente impressão sua.

Eleanor ri abafado.

— Lave as mãos e venha botá-las na massa, literalmente. O café da manhã hoje será especial.

— Especial? Aniversário de alguém?

— Na verdade, não. É que, com tudo o que aconteceu nos últimos dias, achei que uma comida diferente poderia ajudar.

— Barriga cheia, coração contente. — Cito. — Provérbio preferido da vovó.

— Sua avó era uma mulher muito sábia. Já disse isso, não?

Sorrio, concordando.

Depois, já de mãos lavadas, ajudo Eleanor a dar forma aos croissants, enquanto o café escorre pelo bico da cafeteira direto para a xícara.

Baguettes, geléias de variados sabores, manteiga, suco de laranja, café e croissant. Um digno café da manhã francês.

— Apetitoso, não? — Eleanor analisa a mesa posta, com as mãos na cintura.

— Franceses sabem o que fazem.

— Sim. E nós também.

Sorrio.

— Bem, hora de chamar os moradores dessa casa.

— Não será necessário, Eleanor. — David desce as escadas, seguido por seus filhos. — Viemos seguindo o aroma delicioso destes croissants.

Ela consente com um pequeno sorriso e aceno de cabeça.

— Bom dia, Elisa.

— Bom dia, senhor Abrams.

— Bom dia. — Cody e Isabelle cumprimentam em uníssono, antes de se sentar.

— Bom dia. — Sorrimos em resposta.

— Ei, — Tyler caminha em minha direção e me beija — bom dia. Você está linda. Bom dia, Eleanor.

— Bom dia, Tyler.

Sinto todo o sangue de meu corpo se concentrar em meu pescoço e bochechas. Eleanor me dá uma pequena cutucada com o cotovelo, segurando o sorriso malicioso que tenta lhe preencher os lábios.

— Hum, — David pigarreia, — café da manhã francês. Espetacular, Eleanor. E Elisa. Espetacular!

Apenas sorrio rápido, incapaz ainda de me mover.

— Obrigada, David. Bem, bom apetite a todos.

Eleanor faz um sinal para sairmos, mas assim que damos o primeiro passo, a voz de Tyler nos chama de volta.

— Ei, juntem-se a nós.

Giramos nos calcanhares e o encaramos, assim como todos no cômodo.

— Sempre achei essa mesa grande demais para nós quatro. — Ele dá de ombros.

Troco um breve olhar com Eleanor, que se encontra em choque.

— Vocês não farão uma desfeita dessas, farão?

Mais uma troca de olhares.

— Sentem logo! — Isabelle ordena, com um sorriso.

Encolho os ombros e me sento de frente para Tyler. Eleanor ainda hesita por alguns segundos, mas depois se senta ao meu lado.

— Onde está Victoria? — Tyler pergunta.

— Resolvendo um problema familiar. Deve voltar amanhã. — David responde, de prontidão.

Ele consente.

— Bem, — Cody pega os talheres — bon appétit!

Todos se servem em silêncio.

— Eu não sei o que você está fazendo e nem quero saber, — Eleanor sussurra em meu ouvido — mas, continue. Está dando certo.

Mordo o lábio para evitar um sorriso e dou um generoso gole no café, consentindo em silêncio.


— Oi.

Dou um pulo de susto e pouso a mão sobre o peito.

— Você ainda vai me matar!

Tyler sorri torto e se aproxima.

— Só se for de prazer, amor. — Sussurra em meu ouvido.

Um arrepio percorre todo meu corpo. Fecho os olhos por um instante e quando os abro, ele está parado na minha frente, com um sorriso de tirar o fôlego.

— O que você quer?

— Você.

Reviro os olhos e solto uma risada baixa.

— Clichê.

— Nós somos o casal mais clichê da atualidade. O filho do patrão e a empregada. Garanto que há pelo menos cinco filmes sobre isso na Netflix.

Demoro um instante para processar o restante das palavras de Tyler. Meu cérebro parou no "nós somos o casal mais clichê da atualidade".

Casal.

Ok. Você pode lidar com isso, Lisa. Aja com naturalidade.

— Talvez. Mas nenhum deve ter uma protagonista tão gata quanto eu.

Tyler ri, abaixando um pouco a cabeça.

— Não. Definitivamente, não. Você é única, Elisa Hattaway.

Ele dizima o pequeno espaço entre nós, envolvendo seu braço em minha cintura.

— E linda. Incrivelmente linda.

Encaro seus olhos azuis e sorrio.

— Certo. O que você está querendo?

Ele ri pelo nariz.

— Você sabe exatamente como estragar um momento.

Cerro os dentes.

— É um maldito dom. Desculpe.

— Está tudo bem. Na verdade, eu adoro isso em você.

— Minha falta de tato?

— Sua espontaneidade. E a falta de trava na língua.

Acabo rindo.

— Theo vai dar uma festa sábado. Quero que você vá comigo.

— Uma festa?

— Sim.

— Theo vai dar uma festa.

— Foi o que eu disse.

Consinto.

— Nada de mau vai te acontecer. Eu juro.

Faço bico.

— Confia em mim. — Ele me beija com carinho.

— Tudo bem. — Cedo, após alguns segundos de uma imensa luta interna. — Mas você sabe, meu histórico com festas em Manhattan é péssimo.

— Mudaremos isso sábado.

— Boa sorte para nós.


Ao final do expediente, deixo a mansão dos Abrams e vou para casa. No meio do caminho, porém, percebo que esqueci o livro de receitas que Eleanor me emprestou para estudar.

Dou meia volta e caminho pelo gramado verde e bem cortado, levemente molhado pela fina garoa que começa a cair, anunciando o início do inverno.

Entro na cozinha e me deparo com Dan tomando um copo de água, distraidamente. Penso em voltar antes de ser notada, mas não o faço.

"Infantil demais!"

— Oi.

Ele se vira e me olha por alguns segundos.

— Oi, Elisa.

— Eu estava indo embora, mas aí me lembrei do livro que a Eleanor me emprestou e eu esqueci aqui e... — Paro de tagarelar quando vejo o sorriso nos lábios de Dan. — E óbvio que você não quer saber nada sobre isso. Desculpe.

— Tudo bem. Eu gosto de ver você falar. E falar. E falar mais um pouco.

Dou uma pequena risada.

— Uma forma sutil de dizer que falo demais.

Ele sorri.

— Como você tem passado? Não tivemos oportunidade de conversar no funeral.

— Pois é. Triste, né? Por falar nisso. Mas, no geral, eu tenho passado bem. E você?

Ele dá de ombros.

— Você e Tyler... — Pigarreia. — Finalmente se assumiram.

Engulo em seco.

— Eu te devo desculpas, Dan. Acho que nunca fui totalmente sincera com você. Alias, não estava sendo sincera nem comigo mesma.

— No fundo, eu sempre soube. A implicância, a tensão nos olhares... — Ele solta um riso baixo e sem humor. — Mas mesmo assim, eu arrisquei. E não me arrependo nem por um segundo. Como eu sempre disse, você é uma mulher incrível, Elisa.

Sorrio fraco e desvio meus olhos.

— Eu te perdi para mim mesmo. Tenho que carregar essa culpa.

— Não há razões para se culpar.

— Certo. — Ele sorri. — Cuide bem do meu amigo, Elisa. Ele é uma pessoa muito melhor do seu lado.

Consinto.

O silêncio se propaga entre nós.

— Bem, já vou indo. Até logo, Elisa. Foi muito bom te ver.

— Bom te ver, também.

Ele dá um pequeno sorriso, antes de deixar a cozinha.

Solto a respiração, que notei estar prendendo, e procuro com os olhos o livro de Eleanor. Acho-o com facilidade e, já com ele em mãos, deixo a mansão o mais rápido que meus pés conseguem caminhar.

— O que houve? Viu uma assombração?

Mike me encara com uma tigela de cereal nas mãos, logo que entro em casa.

— Antes fosse. Cara, você não para de comer nunca?

Ele dá de ombros.

— Temos uma festa para ir. Sábado.

— Festa?

— Sim.

— Sábado?

— Foi o que eu disse. E não. Eu não serei dopada, nem levarei um sopapo no meio da cara dessa vez.

Mike me fita por um segundo. Depois, dá de ombros.

— Tudo bem, então. Nós iremos.

— Legal. Você vai comigo, comprar roupas novas.

— Kim ou Isabelle não seriam companhias melhores para isso?

Meneio a cabeça.

— Se nenhuma das duas puderem então, você vai comigo.

— Fico até emocionado com o modo como você me usa.

— Você deveria se sentir honrado. — Deixo o livro sobre o sofá e vou para o banheiro.

— Engraçadinha.

Dou uma risada e tiro meu uniforme.

Tomo um banho quente e, enquanto me visto, um delicioso cheiro de steak grelhado chega até mim.

— O que você está aprontando aí?

— Tentando seguir uma receita desse livro.

— Não brinca!

Visto o suéter com rapidez e corro para a cozinha, com medo que Mike coloque fogo na casa.

— Vou fingir que não vi seu desespero. — Ele vira o steak na grelha. — Eu sou quase um cheff, minha cara. — Com a pinça para churrasco na mão, aponta e completa: — Cuidado com seu emprego.

Apoio meus braços em seus ombros e observo a aparência do steak. Está realmente apetitoso.

— Por que você nunca fez isso antes?

— Porque eu nunca tive um livro de receitas.

— Era só procurar na internet. — Franzo o cenho.

— Eu tenho coisas mais importantes para procurar na internet.

— Abusado.

Ele ri.

— Vou postar a mesa. Seu jantar merece.

Merci.

Faço uma reverência, rindo.

Logo que o steak fica pronto, Mike nos serve.

— Que saudades eu estava de uma belezinha dessas.

Sorrio.

— Ei, espera aí.

— O quê? — Paro com o garfo no ar, a caminho de minha boca.

— Você não janta na mansão?

— Sim. Mas seu prato parece tão apetitoso que não resisti.

— E depois quem leva a fama sou eu.

— Shh. — Coloco o indicador sobre a boca, após comer um pedaço da carne. — É falta de educação falar de boca cheia.

Mike ri, em negação.


Após o jantar mais surpreendente da minha vida, visto meu pijama e me deito.

Estou quase pegando no sono, quando uma mensagem chega.

— Droga, Kim. Isso é hora? — Resmungo, tateando à sua procura.

Agora é aquela hora que eu mando uma mensagem fofa e você sorri. Boa noite.

— Tyler.

Deito o celular no peito e sorrio. Total e ridiculamente clichê.

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