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Capítulo 31:



PENÚLTIMO CAPÍTULO:

João:


É um desejo quase comum em todos os homens é o de serem pais. Comigo não é diferente, sempre me imaginei como pai e chefe de uma família. É um desejo maravilhoso de cuidar, amar e proteger.

Sempre projetaram em mim muitas características que eram do meu pai, mas algo em mim quer ser diferente, ser um pai bem melhor em relação a ele.

Liz está grávida de um filho meu, não consigo descrever a sensação que senti. Obviamente que era para ser pura alegria, mas ficou dividido entre esta e a decepção.

Por que Liz não me falou que estava grávida?

Será que sou tão ruim assim que nem um bom pai posso ser?

Não posso julgá-la, chegamos até aqui por culpa minha, mas um filho deve ser isentado dessas coisas. Ele não pode crescer sem um pai.

— João, espera! — Ela falou puxando meu braço.

Puxei meu braço do seu aperto e saí da casa.

— Aonde você vai, João? Deixa eu explicar.

Liz vinha desesperada atrás de mim. Estava ainda de toalha e seus cabelos ainda molhados.

Entrei no carro, mas ela se pôs a frente.

— Sai da frente! — Exclamei saindo de dentro do veículo.

— Vamos conversar. — Ela veio ao meu encontro. — Eu vou te explicar.

Ignorei ela e entrei no carro novamente, dessa vez Liz não se pôs a frente e eu dei partida saindo dali.


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— João, o futuro papai. — Adão me entregou um copo com uísque.

— Ainda estou estarrecido.

— Mas não era um sonho seu?

— Era! — Me levantei do sofá. — Ou melhor, é.

— Então qual o problema? — Adão levantou-se e veio até mim.

— A Liz soube disso a dias e não me contou.

— E daí?

— Como e daí, Adão? Estou te falando que eu sou o pai do filho dela e ela me escondeu isso. — Saí de sua frente.

— Ouviu os motivos dela?

— Não! Mas também, não há motivo nenhum que justifique isso, esconder um filho de um pai.

— Não é só isso, amigo. — Adão se pôs diante mim. — A relação entre vocês nunca foi consolidada, talvez seja esse o motivo dela omitir isso.

Refletir um pouco sobre isso, Adão tinha um pouco de razão.

— Mas se eu não tivesse encontrado aquele exame, quando ela me falaria?

— Aí só quem pode te responder é ela. — Adão colocou sua mão direita sobre meu ombro direito.

— Eu vou ser pai. — Sussurrei.

— E eu estou feliz por você, finalmente meu amigo João terá a família que tanto desejou.

Abri um pequeno sorriso com esse comentário.

— Vou para casa. — Saí de sua presença e coloquei o copo sobre a mesa de centro.

— Vá lá.

Abracei meu amigo fortemente.

— Obrigado, Adão!

Ao deixar o carro na garagem, criei forças e entrei em casa. Liz estava sentada ao sofá, seus braços estavam em volta de seus joelhos.

— João! — Ela levantou-se e veio até mim. — Por favor, deixa eu explicar... eu... eu ia te contar... eu... — Liz estava nervosa e atropelando as palavras.

— Você acha que vai ser o quê? — Coloquei minha mão sobre sua barriga. — Menino ou menina?

Liz desviou seu olhar para sua barriga, mas logo os voltou para mim. Uma lágrima escorreu por seu rosto e eu a sequei.

— Você me perdoa?

A puxei para um abraço.

— Eu te amo tanto, Liz! — Sussurei.

— João...

Me abaixei e beijei sua barriga.

— O papai e a mamãe te ama muito bebê, você será bem vindo e muito querido por nós.

— Ai, João. — Liz chorava muito.

— Amor! — A beijei. — Vamos dormir?

— Deixa eu te explicar João...

Coloquei um dedo em seus lábios em sinal de silêncio.

— Vamos esquecer isso.

Liz assentiu e subimos.

—Durma bem. — Beijei sua testa e acariciei sua barriga.

Caminhei até a porta do meu quarto e toquei a maçaneta.

— João! — Liz veio até mim e estendeu sua mão.

Segui ela até seu quarto e a mesma fechou a porta após entrarmos.

— Quero que durma comigo.

Sorri e a beijei por alguns segundos.

— Vou pôr minha roupa de dormir e já volto.

Liz assentiu e eu saí. Lá no meu quarto, vesti meu samba-canção do Bob Esponja e uma camiseta branca. Voltei para o quarto de Liz e ela já estava deitada, então deitei próximo e a puxei para mim, de modo que ficasse sobre o meu peito. Fiz carinho em seus cabelos até ela dormir.

Eu estava feliz, minha família vai aumentar, a mulher que eu amo me quer mais e tudo vai se encaixando perfeitamente.


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Liz:


Duas semanas se passaram depois da última discussão entre João e eu. No momento a gente está muito bem e diga se passagem que a felicidade fez morada aqui.

Ontem João e eu fomos ao pré-natal do bebê e está tudo bem com ele. Estou grávida de 12 semanas.

Depois que saímos do médico, fomos para a casa de minha mãe, ela assim como Jéssica estão felizes pelo nosso bebê.

Minha tia regressou para o bairro onde mora minha mãe, o dinheiro que o João deu a ela acabou e a mesma não tem como arcar com despesas alta de um quarto de aluguel.


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Segunda-feira:


Não fui a faculdade hoje, não houve aula e os trabalhos eu já havia concluídos.

Depois que do café, João foi para o trabalho e ele me deixou na casa de minha mãe.

— Volto para casa cedo e faço um bom almoço para nós.

— Está certo, amor. — João me beijou.

— Bom dia, minha irmã querida! — Minha tia entrou. — Olá, Elizabete.

— O que essa mulherzinha faz aqui? — Direcionei a pergunta a minha mãe.

— Querida, vim tomar um cafezinho com minha irmazinha. — Sentou-se a mesa.

— Levanta daí! — Ordenei jogando minha bolsa no chão.

— Elisa, querida irmã...

— Para de falar essa palavra "querida" e cai fora daqui.

— Liz...

— Mãe, essa mulher é uma ordinária que não vale nada.

— Liz, minha querida...

—Levanta ou eu te tiro daí a força! — Gritei.

— Elisa, você vai deixar sua filha falar assim comigo?

— Lúcia, levanta e vai embora. — Ordenou minha mãe.

Lúcia olhou fixamente para mim e eu retribui o lugar.

— Eu já fui expulsa de lugares bem melhores.

— Voltar para a tua sagerta. — Esbravejei indo abri a porta. — Vaza!

Finalmente Lúcia saiu.

— Não quero mais essa mulher aqui.

— Apesar de tudo, ela é minha irmã, filha.

— Mas ela não pensou no lado fraternal quando foi atrás de dinheiro para me prejudicar.

— Você está certa, filha.

Fomos para a sala.

— E o João como está?

— Está bem, mãe. — Nos sentamos ao sofá. — Ele me deixou aqui e foi para o trabalho.

— Você já foi lá no escritório?

— Ainda não, mãe.

— Então porque você não vai até lá e faz uma visita a ele.

— Será que ele vai gostar?

— Claro que vai, filha.

Sorri um pouco e me decidi, vou ao trabalho do meu amor.



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— Doutor João, tem uma moça aqui e ele deseja falar com o senhor. — Débora minha secretária me informou.

— Peça a ela que entre.

Isabela entrou.

— João. — Veio até mim e me cumprimentou. — Estava com muitas saudades de você.

— Como vai?

Estávamos de frente um para o outro.

— Estava ansiosa para te falar algo.

Sorri.

— Diga então. — Apontei para uma cadeira. — Sente-se.

— Na verdade eu não vim falar, mas sim fazer.

Olhei interrogativo para ela.

— Fazer?

— Sim, fazer algo que eu não fiz quando viajamos juntos.

— Então...

Não tive tempo de completar, Isabela me beijou fortemente. Tentei não corresponder, mas ela parecia ensandecida e me beijava fortemente.

— João!

Alguém me chamou e Isabela cessou o beijo. Liz estava nos olhando.

— Liz, não faça julgamento precipitado. — Pedi indo em sua direção.

— Me desculpem... eu... eu... eu vou embora. — Isabela falou.

— Liz eu...

Isabela havia saído e eu fechei a porta.

— Você odiou tanto o seu pai por traí sua mãe, por destruí sua família e então resolve fazer a mesma coisa.

— Eu não te traí, Liz...

— Você é um falso, João! Que burra sou, imaginei que finalmente íamos construí algo, que nos daríamos bem, mas não.

— Liz. — Fui até ela.

— Não se aproxime. — Liz afastou -se.

— Era por isso que eu não queria te contar sobre a gravidez, sempre soube que você destruiria isso: esse laço familiar.

— Não fala isso. — Uma lágrima escorreu por meu rosto. — Eu amo você, nosso bebê, a nossa família.

— Ama nada, você só ama o seu dinheiro.

— Liz. — A segurei quando ela ia saí.

— Não sai assim, deixa eu explicar.

—Me solta, João! — Ela soltou-se do meu aperto. — Dane -se você, que morra.

Liz saiu e eu fiquei desolado.

Passei o dia todo no escritório, não voltei para casa na hora do almoço, não comi nada e a melancolia tomou conta de mim.

No fim do expediente, pedi a Elias  para revisar uns casos. Esse papel sempre era dele, mas pedi para ocupar minha mente e não voltar para casa tão cedo.

Elias sempre era o último a saí do escritório, mas hoje será eu. Revisarei alguns casos até tarde.

— Boa noite e boa sorte aí, João.

Agradeci e desejei boa noite a ele.

— Qualquer coisa, chame o segurança lá fora.

Assenti e continuei focado.

___________________⏳___________________


Já se passava das 20:30 e eu já havia revisado tudo. Não queria ir embora, mas como já havia concluído, era hora de ir embora e encarar a realidade.

Comecei a organizar alguns papéis e separeis alguns para pôr na pasta. Senti um cheiro forte de gasolina e vi um pouco de fumaça invadir a por baixo do pequeno espaço que havia.

Abri a porta e tinha chamas em toda parte ali. Alguém havia incendiado o escritório.







Nosso João não tem sorte😂😂

Reta final.

Boa leitura e um feliz Natal a todos!🎅🌲

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