Capítulo 18:
Jéssica:
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Quando perdi meus pais, o João ficou sendo minha única família, ele foi meu porto. Mesmo sendo adolescente, me vi carente, precisando de carinho e ele estava lá. Foi meu alento, meu suporte e a minha maior força. Não vou tirar o mérito de Olivia, ela também foi de grande importância para mim e a tenho como uma segunda mãe. Sempre estava para mim e por mim. Devo muito a essa mulher.
Minha mãe é a minha maior referência, é por causa dela que optei por pediatria, além de admirar essa área, tenho gosto pela mesma. O curso de medicina dura seis anos e a residência medica dura pelo menos dois anos. Amo a área que escolhi e vou ser uma grande profissional.
Sempre fui muito reservada, acredito que por conviver com João, tomei o mesmo caminho que ele. Nunca fui de sai para festas ou ambientes que envolvesse bebidas alcoólicas. Também nunca fui de namorar muito, só paquerei aos 15 anos com um carinha do ensino médio, mas foi algo que não durou muito, ele queria ir além e eu não estava preparada para tal passo.
João e Adão sempre foram amigos, este último sempre andou por aqui e não vou negar, sempre o achei bonito e quando nos beijamos pela primeira vez, foi algo intenso e senti ser amor. No entanto, Adão é muito complexo, o histórico familiar dele o complica mais. Ele é órfão de mãe desde os cinco anos de idade e o pai com o passar do tempo, caiu no vicio de bebidas alcoólicas. Então sobrou para ele o sustento da casa, estudar e se responsabilizar por sua faculdade. Eu admiro muito ele.
Em meio a tantas idas e vindas nossas, ontem à noite a gente transou. Sim, me entreguei a ele, mesmo correndo o risco de me arrepender depois (a julgar pelo seu histórico de complexidade), mas foi bom e foi algo que eu desejei. Pensei em contar a João, mas temi sua reação, então não, vou guardar esse fato para depois.
Sobre meu irmão João, ele está perto de casar-se e estou muito feliz por ele, pois será com a garota que este gosta e isso é muito bom. Meu irmão passou por muita coisa (como vocês já sabem) e ele sempre teve em mente se vingar da mulher que foi amante de nosso pai. Embora sempre tentei tirar essa ideia fixa da cabeça dele, mas nunca consegui. No entanto, parece que ele de fato esqueceu e que quer a todo custo ser feliz.
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— Cadê o João? — Questionei a Olivia sentando-me a mesa.
— Ele saiu cedinho. — Olivia despejou o café em minha xicara. — Ele está eufórico com o casamento.
— E eu estou ficando louca com a organização de tudo. — Comentei de boca cheia. — É buffet, é a decoração e escolhendo o meu vestido.
— Com seu dedo no meio, tudo vai ficar perfeito. — Ela comentou.
— Senta aí, Olivia. — A convidei para sentar.
Sem delongas, Olivia sentou-se e tomamos o café da manhã juntas.
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Olivia:
Imagem ilustrativa:
Desde cedo que Jéssica e eu batemos pernas na rua atrás resolver os últimos detalhes que faltam para o casamento do meu menino, o João. A gente está a horas experimentando o que vai ser servido no buffet e Jessica com sua exigência, quer tudo do bom e do melhor. Ela ama tanto o irmão, que está se dedicando por inteira ao pedido do mesmo.
— Eu não aguento mais experimentar nada, Jessica. — Falei em tom de arrego.
A garota começou a sorri.
— Você sabe o quanto sou exigente, Olivia e fiz questão de provar tudo.
— E eu não sei disso. — Concordei rindo com ela.
Trabalho na casa de Jessica de João desde quando eles eram pequenos, na verdade fui contratada como babá do menino e depois cuidei da menina. Meu carinho por eles é indescritível.
Quando a dona Marta se foi, jurei antes de sua partida que cuidaria de seus filhos e assim fiz, cuidei e ainda estou ao lado deles. Sinto que minha missão ainda não terminou, especificamente no que diz respeito ao João. Esse menino precisa muito de mim, ele cresceu rancoroso pelo fato que fez sua mãe morrer e pelo o envolvimento do seu pai com a Elisa.
Elisa era a melhor amiga de Marta e também de João na época do colegial, é dessa base que o triângulo amoroso surgiu anos depois. Na época que tudo veio à tona, foi algo difícil de lhe dá. Eu tive que sustentar todos os lados da casa, o doutor Alberto saiu de casa, a dona Marta passou a ficar mais tempo dentro, o João sempre fazendo perguntas e a Jessica era bem criança. Sustentei essa família à medida que podia: com conselhos, carinho e muito amor.
Infelizmente não pude fazer muito, Marta faleceu e senti muito sua partida, a tinha como uma filha e perdê-la foi muito difícil. O mais difícil foi consolar as crianças e explicar para elas que a mamãe havia ido para o seu e que de lá ela ia olhar por eles. O doutor Alberto também perdeu o chão com tudo o que aconteceu, ele esteve ao lado dos filhos, bem, da filha, pois o João não quis ter contato com pai.
João cresceu com raiva do pai, segundo ele, o pai é responsável pela morte de sua mão, não diretamente, mas por conta de suas atitudes. Quando o Alberto faleceu, também foi muito difícil, no entanto pelo fato de já serem mais velhos, superaram com mais tranquilidade. Lembro que dois dias depois que o pai foi sepultado, João chorou muito no colo, ele falou que seu pai havia ido e que seu peito doía muito.
Por fim, meus dois meninos cresceram e João tornou-se um belíssimo homem e Jessica uma mulher bela e inteligente. Tenho muito orgulho deles. Agora meu menino vai se casar e vai construir sua própria família (ou tentar). João tem ideia fixa de se vingar de Elisa e por ventura, é a mãe de sua noiva. Em meio a tudo isso, só eu percebi, Liz é muito parecida com a mãe quando criança, e assim que a vi pela primeira vez, associei a semelhança.
Quando Liz entrou aqui pela primeira, tentei ser rude com ela, pois Elisa entrou naquela casa com mansidão e posteriormente causou um estrago tremendo. Diante disso, temi pelo meu menino, mas logo mudei minha atitude, a garota não tem culpa de nada e sei que ela realmente gosta do meu menino. No entanto, meu medo é ele, pois acredito que João tem a ver com sua chegada repentina aqui.
Para vocês verem como o destino ou Deus (decidam aí) é, a gente planeja algo e acredita que ocorrerá como queremos, mas aí vem o balde água fria, e desmancha tudo. Em casos, é positivo isso, claro! Em outros, nem tantos. O fato é que a vida é como um rio, e como o tal, tem que seguir seu percurso. Àsvezes um galho de um planta cai, mas não influência no seu trajeto, apenas segue rio abaixo.
Agora analisem a história do meu menino, ele tentou se esquivar do seu passado, da pessoa que (segundo ele) lhe causou danos, mas acabam encontrando a filha dela. O pior de tudo, é o amor que ele sente por ela é é recíproco. Sinceramente, não sei e como isso vai terminar. Mas vai causar muita dor em ambos.
Toda vida, toda perspectiva e todos os planos sempre há uma dificuldade, um impasse. A gente esmorece, fica triste e acha que não vai vencer. Mas a vida é isso, é um constante desafio, volta e meia você se depara com situações adversas e que requerem serem dribladas. Cabe a você tomar coragem, não desisti, persisti e seguir firme. Nada de impasse, só avanço.
Até o próximo capítulo, leitores.
Capítulo pequeno.
Boa leitura.
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