Capítulo 14:
João:
Um pouco sobre mim, nunca fui de saí para festas ou movimentos que envolvessem pessoas jovens. Aos 15 anos tentei perder minha virgindade com Isabel que também era sua primeira vez. Na época, a gente tinha uma pequena paixonite de juventude. No entanto, não consegui concretizar, acho que medo e incerteza. Um ano depois, Isabel transou com um cara do ensino médio e eu meio que não me permiti mais em cogitar a idéia, não por aquele tempo.
Aos 20 anos, me apaixonei por uma garota da faculdade, ela cursava engenharia civil, mas para o meu azar (ou sorte, não sei), entre nós não rolou e eu continuei só com a mão (quem é homem vai me entender).
Tenho 25 anos e ainda não tive minha primeira relação sexual, óbvio que opções apareceram neste intervalo, o problema é que sempre tive medo de quererem estar comigo por conta da minha condição financeira e por ser filho de um grande advogado. Insegurança me define.
Minha opinião sobre casamento é de ser algo sério, que merece respeito e o amor e a fidelidade deve ser mútua. A infidelidade não deve reinar, somente o respeito entre ambas as partes. É por isso que tenho como meta me casar apenas com a mulher que eu realmente ame.
Liz?
Liz aparenta ser uma opção para mim, ela é doce, gentil e é a mulher mais linda que eu já vi e tive a honra de beijar. Posso até arriscar que a amo mais que a minha própria vida e que ela é sim a mulher da minha vida.
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— Cara, é sério que tu tá namorando com ela e não contou sobre tua tramoia?
Meu amigo Adão era assim, curto, grosso e direto. Para ser bem sincero, era isso o que eu mais admirava nele, sua sinceridade. Particularmente, torcia bastante para ele e minha irmã se resolverem logo.
— Acha que eu devia falar para ela? — Queria sua opinião.
A gente estava em meu quarto. Era ótimo desabafar com meu melhor amigo.
— Honestidade acima de tudo.
— Não sei cara, ela não vai me perdoar. — Me levantei da cadeira.
— Talvez sim e talvez não.
Adão presta. Ao invés de me assegurar, me põe mais dúvidas.
— Tu és um péssimo amigo. — Exclamei jogando uma almofada nele.
— Agora mudando de assunto. —
Adão se recompôs. — Tua irmã e eu não
estamos bem.
— Qual o motivo? — Me sentei perto
dele.
— Sei lá, a gente é muito diferente e ele faz questão de pregar isso.
Eu sabia do que ele falava, Adão não tinha a mesma condição social que minha irmã e eu. Ele sempre trabalhou, é órfão de mãe e o pai tem problemas com a bebida.
— Deixa dessa paranoia. — Coloquei minha mão em volta do seu pescoço. — Você sabe que minha irmã e eu te adoramos.
— Eu sei. — Ele sorriu cabisbaixo. — Mas é difícil competir contra tanto cara que gosta dela.
Sacolejei seu corpo e me levantei.
— Você sabe que o ciúme destrói qualquer relação, não sabe?
Adão levantou-se, deu um tapinha em sua calça e me encarou.
— Eu sei, eu...— Escuta. — Coloquei minha mão direita em seu ombro esquerdo. — Se eu pudesse escolher um cara para ser o esposo da minha irmã, sem dúvidas nenhuma você seria eleito.
— Eu fico grato pela força e por confiar em mim.
Sorri e meu amigo correspondeu.
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— É domingo, algum plano? — Perguntei a minha irmã.
A gente estava almoçando.
— Nenhuma. — Ela bebeu seu suco. — Alguma sugestão?
— Podíamos ir ao clube, você, Adão, Liz e eu.
Percebi sua expressão mudar e tenho certeza que foi pelo fato de ter mencionado Adão. Ele havia saído agora a pouco.
— Você e o Adão não estão bem mesmo? — Me intrometi.
Jéssica deixou a faca e o garfo sobre o prato, ergueu os braços sobre a mesa, de modo que sustentava seu queixo e formou um triângulo.
— Ele é muito ciumento. — Me encarou.
— Eu falei disso com ele. — Confessei.
— O Adão sempre te conta tudo. — Isso era um fato. — Eu admiro a amizade de vocês.
— Amizade verdadeira é uma coisa rara. — Comentei.
Minha irmã assentiu e continuamos nosso almoço. Eu tinha que tomar uma decisão, não podia mais continuar com esse plano absurdo de vingança, aquilo estava cansativo e quero muito a Liz. Eu a amo.
Mas como vou contar a ela? Será que ela vai me entender? Claro que não! Que mulher em sã consciência perdoaria e ficaria com um cara que desejou arruinar sua família e montou todo um esquema para se aproximar dela. Que tipo de pessoa sou eu?
Estava decidido, eu não falaria com Liz, não agora. Quero conquistá-la de verdade, do meu modo e de como eu sou verdadeiramente.
— A Liz o quê? — Estava ao telefone. — Saiu ontem de madrugada? Com quem?
Como já falei, pago alguém para monitorar Liz, essa pessoa mora perto dela e sabe todos os seus passos. Eu sei que já desisti do meu plano sórdido, mas ainda quero ter informações sobre ela, apenas estou me precavendo.
— Como assim não sabe? — Me levantei da cadeira. — Eu te pago para quê, sua inútil! — Vociferei.
A pessoa na outra linha não soube explicar, não deu tempo segui-la pois ela pegou um táxi. Estranho?
— O que você anda fazendo, Liz! — Esbravejei desligando o celular.
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— Oi, amor! — Liz me deu um beijo ao me ver. — O que houve? — Ela questionou ao notar que eu estava sério.
— Vou direto ao ponto, o que você anda fazendo de madrugada que precisa sair de casa? — Questionei.
Liz esboçou uma expressão de estarrecimento.
— Você anda me espionando, é isso?
— A questão não é essa, e sim com quem anda saindo de madrugada? — Refutei.
Estávamos no lado de fora de sua casa, era noite e estava belíssima. A lua bastante brilhante no céu, encantava qualquer um.
— Não estou te reconhecendo, João!
Caminhei até ficar mais perto dela.
— Vai contar ou não? — Perguntei olhando bem em seus olhos.
— Se você deixar, eu posso contar. — Tornou ela. — Não fiz nada que possa me envergonhar.
— Tem certeza? — A fitei.
— Pelo visto, a fofoca que você ouviu não foi completa.
— Fofoca? — Ironizei com minhas mãos na cintura. — Você entra em um carro, sabe lá Deus com quem, de madrugada e tem o despautério de me dizer que é fofoca.
— Eu fui fazer uma boa ação...
— Eu até imagino que tipo de boa ação. — Fiz aspas com os dedos.
Ela fez esforço para falar, mas fomos interrompidos.
— Elisabete. — Um homem a chamou. — Quero muito agradecer pelo o que você fez ontem.
Se antes estava ruim, agora havia ficado pior. Desviei meu olhar rápido para Liz, mas logo voltei para o homem ali.
— E o que ela fez ontem? — Questionei irônico e impaciente.
— Minha mulher sentiu as contrações para dá a luz ao nosso bebê, mas aí eu trabalho de madrugada e não pude ajudá-la. — O homem ali explicava. — A Elizabete chamou um táxi e a acompanhou.
Então era isso? Meu Deus, como fui injusto com Liz.
— Liz...
— Como está sua esposa e a bebê? — Liz me ignorou.
— Elas estão bem e graças a você. — O vizinho de Liz respondeu. —Mais uma vez obrigado e boa noite.
O homem saiu nos deixando a sós.Não sabia o que falar, eu estava com vergonha. Julguei mal minha namorada.
— Liz...
—Você confia em mim?
— Eu confio! — Falei rápido.
— Não é o que parece. — Disparou. — Você fica me vigiando e ainda vem até aqui me acusar de coisa levianas.
Liz tinha razão, eu sou um infame.
— Me perdoa, eu... eu fiquei com ciúmes.
— Ciúmes é sério isso? —Liz me encarou. — É melhor você ir. — Ela rebateu, me virando as costas.
Segurei pelo seu braço e ela girou ficando novamente de frente para mim.
— Me perdoa! — Pedi. — Eu vacilei, eu pensei mal de você... Liz...
Era perceptível a sua dor e decepção. Eu havia lhe ferido.
— Amanhã a gente conversa. — Falou cansada.
— Não! — Quase gritei. —Quero conversar hoje, eu sei que errei, que fui estúpido, mas eu te amo.
Ela esboçou um meio sorriso.
— João, não tenho que te perdoar. — Ela pôs sua mão em meu rosto. — Eu só estou cansada pelo fato de ter me levantado de madrugada.
Eu a puxei para mim e a abracei. Liz se encaixou perfeitamente no meu peito e depositei um beijo em seu cabelo.
— Vamos dormir lá na minha casa. — Sussurrei enquanto passava a mão por seu cabelo loiro.
— Não sei...
Puxei seu rosto para mim e ficamos a nos olhar.
— Quero cuidar de você. — Falei.
— Não sei o que você está fazendo comigo, tem poder sobre mim. — Ela confessou.
— Vem? — Olhei sedutor.
Ai Deus, com o eu amo essa mulher!
— Vou entrar e pegar uma roupa. —Ela me deu um beijo e entrou em sua casa.
Fiquei que nem um bobo esperando minha namorada, parecia um adolescente de quinze anos que havia conquistado o seu primeiro amor de juventude. Liz era isso, a consumação de uma grande meta: ser feliz.
Boa leitura e bom fim de semana.❤
Atualizo o próximo capítulo na segunda-feira.
AVISO: CENAS FORTES ESTÃO CHEGANDO!
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