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Capítulo 10:

Liz:

— Deita aqui. — Ele sussurrou me levando até sua cama.

— Eu vi... tudo girar...

Minha cabeça ainda dava giros. Senti um pouco de tontura, acredito que pela falta de alimento o dia todo e também por quase não ter tomado água hoje.

— Calma. — Falou ele. — Olívia! — João gritou.

João começou a soprar próximo a mim, ele parecia desesperado.

— O que foi, João! — Olívia entrou e de cara se assustou ao me ver ali.

— Traga uma água para ela. — João ordenou olhando para a Olívia.

Eu observava tudo, mesmo estando com um pouco de fraqueza, podia ouvir e ver tudo.

— Menina, você se alimentou hoje? — Parecia que Olívia adivinhava.

João irritado com o descumprimento de sua ordem, querendo fuzilar Olivia.

— Olívia, traga algo para ela comer, rápido! — Ordenou às pressas e a empregada o obedeceu.

A mão de João estava em meu pulso e seus olhos sobre os meus.

— Talvez você tenha sofrido uma queda de pressão, não sei! — Ele tentava procurar um motivo.

Mas seria mais fácil ele caí em si e assumir que foi um ignorante, que desde a hora que cheguei aqui em sua casa foi extremamente rude e me ignorou de todas as formas.

— Eu estou bem! — Soltei minha mão de seu toque e virei meu rosto para o sentido oposto.

Após alguns minutos, Olívia voltou com uma bandeja. Nesta havia um sanduíche, um copo de suco, salada de frutas e uma fatia de bolo. Olívia saiu depois de me entregar a bandeja e João se mantinha sentado na cadeira perto da mesinha onde estava seu notebook.

— Eu acho que fui rude com você. — Ele rompeu o silêncio.

— Acha? — Fui irônica.

João levantou-se e sentou na borda da cama. Provei daquele sanduíche que estava muito convidativo.

— Me desculpe. — Pediu.

Não podia falar, minha boca estava ocupada, agora com a deliciosa salada. Queria satisfazer meu estômago.

— Espera! — João falou se inclinado para mim.

Seu dedo passou por meus lábios na intenção de limpá-los. Estavam sujos. Meu corpo se arrepiou com seu toque, mas me afastei do mesmo e tomei um gole do suco.

— Sabe. — Começou ele, estava de cabeça baixa. — Me preocupei ao te ver quase desmaiar.

Sério isso?

— Não esquenta, é só estresse mesmo. — Falei mordendo o sanduíche.

— E posso saber o motivo?

— Alguns problemas lá em casa. — Falei com a boca cheia. — Nossas reservas estão acabando e há muitas despesas, acho até que vou trancar minha faculdade. — Completei entregando a bandeja.

Ele suspirou alto.

— Pode contar comigo. — Disse ele.

— Sério?

— Sim!

— Não é o que parece.

Ele esboçou alguma coisa para rebater, seus lábios se abriram, mas não proferiu nada.

— Posso perguntar algo? — Perguntei.

Ele assentiu.

— Qual o motivo de você ter agido comigo daquele jeito ontem lá no clube? — Perguntei.

João estava bem próximo de mim, podia senti seu cheiro e seu hálito quente.

— Não sei, eu só não gostei daquele cara...

— Não estou falando disso. — O cortei. — Da forma grosseira como me tratou depois.

João esboçou um sorriso fraco.

— Acho que te devo outro pedido de desculpas. — Falou sorrindo.

— Vou pensar se desculpo. — Rebati sorrindo.

— Pensar demora muito. — Ele refutou pegando minha mão.

Foi instinto, meus olhos colidiram com os seus, mais uma vez.

— Não gostei da forma como aquele cara te tratou.

— E eu da forma como você me tratou depois. — O encarei. — Sabe, a forma como você me defendeu foi tão louvável, heróica. No entanto, as uas palavras na sequência fez com que o encanto acabasse.

— Tenho que te pedir desculpas mais uma vez. — Dessa vez ele não riu.

Nossos olhos estavam presos um no outro. João com sua mão acariciou meu rosto.

— Eu estou com uma vontade tremenda de te beijar. — Ele sussurrou ao meu ouvido e eu quase reviro os olhos.

— Você falou...

— Eu sei o que falei e você não sabe o quanto me arrependo. — Ele cheirava meus cabelos.

— Sua cota de pedidos de desculpas estão encerradas. — Falei tensa com seu toque em minha perna.

— Me pede para te beijar? — Pediu ele sussurrando.

Eu queria, ai Deus como eu queria.

— Me beija! — Sussurrei ofegante.

Sua mão foi ao meu rosto mais uma vez e ele me olhou fixo.

— Seu pedido é uma ordem.

Coloquei a bandeja de lado e então ele me beijou. Eu me entreguei aquele momento. Seu toque era forte e sua língua explorava cada centímetro da minha boca. Era um beijo desesperado e insaciável. João deitou sobre mim e suas mãos apertava minha cintura. O clima estava quente, mas eu tinha que parar, tudo isso era loucura.

— João! — Falei o afastando com minha mão sobre seu peito.

Ele me olhou rápido e compreendeu.

— Eu... é... desculpe-me. — Falou por fim.

Sorri.

— O que foi? — Perguntou.

— Tantos pedidos de desculpa no mesmo dia.

Ele sorriu e se levantou.

— Bom, eu terminei os processos e... bom, vou lá para baixo. — João estava enrolado com as palavras. — Você almoça comigo?

— Acho melhor não. — Respondi me levantando. — Tenho que passar no banco ainda.

João não insistiu e agradeci a Deus por isso. Sem mais delongas e já me sentindo melhor, me despedi de João, de Olívia e saí.  

__________________⏳___________________


À noite fiquei pensando no João, no seu beijo e tudo o que vem acontecendo com a gente. Eu tenho que controlar minhas emoções e meus desejos. Quando estava com o Marcos, eu não me permitia a tantos toques, já com o João eu fraquejo e desarmo minhas defesas. Tenho que ir com calma, me controlar e não me permitir muito. Posso me dar mal.

João e eu quando estamos próximos, ficamos a um passo de uma explosão de desejos. Ele é como uma faísca esperando uma oportunidade para virar um grande incêndio. Eu sou essa oportunidade.




Mais um capítulo.

Não revisado.

Espero que gostem.❤

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