Capítulo 09:
Liz:
Cheguei em casa às 07:30 e ainda não conseguia racionalizar tudo o que havia acontecido na madrugada de hoje.
- Eu me excedi! - Falei alto ainda no lado de fora.
Como eu vou olhar para ele amanhã? Não vou ter cara para isso. E meu emprego? Ai, Deus!
Entrei em casa e senti o cheirinho do café de minha mãe.
- Filha! - Exclamou ela ao me ver.
Dei um beijo nela.
- Tudo bem? - Questionou.
Apenas assenti.
- Senta filha e me conta tudo.
Então, de forma bem resumida contei tudo, com exceção do ocorrido na madrugada. Por fim, mostrei as fotos que foram postadas.
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Saí do banheiro secando meu cabelo e não conseguia tirar do pensamento o que havia acontecido entre mim e João. Como eu pude fazer aquilo? Será que ia rolar algo a mais? Gesticulei a cabeça em negativo.
Eu sempre fui segura, nunca me permiti passar dos limites, mas ontem foi diferente: João e eu estávamos apenas com roupas de dormir, ele me apertou tão forte com seus braços e aquele toque...
- Para! - Exclamei batendo a mão em meu rosto na intenção de dispensar qualquer pensamento impróprio.
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- Já que você não quer me contar sobre os bastidores da noite de ontem, então vamos ao clube. - Reclamou Júlia.
- Acho melhor não. - Rebati a proposta.
- Vamos! Lá vai está cheio de gatinhos. - Insistiu.
Seria bom saí e tentar esquecer da madrugada maluca e quente.
- Está certa, você venceu. - Resolvi ir.
Chegamos ao clube às 09:00 horas, estava bem cheio e o motivo era o fato de ser domingo.
- Olha quanto homem bonito, Liz! - Minha amiga falou baixinho.
Não pude deixar de rir. No entanto, parei ao ver de longe João e sua irmã, ambos sentados próximos a uma das diversas piscinas que há ali.
- Droga! - Sussurrei.
- Olha quem está ali. - Júlia se virou para mim e intensifiquei meu olhar para onde estava João e sua irmã. - Aí não, do outro lado.
Óbvio, Júlia não conhece ele.
Então, direcionei meu olhar para o outro lado e avistei Marcos, meu ex-namorado. Grande dia!
Caminhamos para uma das barraquinhas ali e ficamos lá. O sol estava bastante quente. Jéssica acenou para mim: ela e o irmão iam passando e vieram até nós. Socorro!
Eu não estava preparada para encontrar com o João.
- Que bom te ver, Liz. - Jéssica me abraçou.
Enquanto ela cumprimentava minha amiga, percebi que João não olhava para mim e muito menos falou comigo. No entanto, eu não parava de olhar para ele, o cara ali na minha frente estava perfeitamente sexy. João usava uma camiseta amarela com detalhes azul e de sunga. Era impossível não notar sua beleza extrema.
- Vocês deveriam ficar conosco. - Jéssica fez eu saí dos meus devaneios.
- Melhor não! - A voz grossa de João soou. - Quero dizer, nós estamos quase de saída. - Ele não queria a minha presença por perto.
Ficou um clima um pouco estranho e então nos despedimos.
- Que cara grosso! - Júlia reclamou. - Se acha só pelo fato de ter dinheiro.
- Eu vou ao banheiro. - Ignorei seu comentário.
- Te espero aqui! - Júlia falou.
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P
or sorte (muita sorte mesmo) o banheiro não estava tão cheio. Com isso, saí rápido dali.
- Pelo visto a fila andou rápido! - Marcos ficou a minha frente.
- Dar licença, por favor! - Tentei saí de sua presença.
- Mal terminou comigo e ontem a noite já estava com aquele cara. - Me fitou. - O que é? Ele tem mais dinheiro que eu? Resolveu dar pra ele?
Marcos só podia estar louco. Ignorei seus comentários e caminhei, mas ele me pegou pelo braço me fazendo girar e ficar contra a parede. Senti o choque da parede contra minhas costas. Doeu!
- Você está me machucando. - Falei rangendo os dentes. - Me larga!
- Fique sabendo...
- Não ouviu ela mandar você a soltá-la. - Eu conhecia aquela voz. - Solta ela!
João estava ali.
Marcos me soltou e ficou encarando João.
- Pelo visto a noite foi boa, ele até está te defendendo. - Marcos encarou João. - Ela geme muito? Que nem uma putinha?
- Vaza daqui- João ignorou seu insulto.
- Essa vadia foi minha namorada. - Marcos continuava suas ofensas. - E ontem ela estava contigo.
- Sinto muito se você não fez direito. - João rebateu entrando em seu jogo. - Agora vaza!
O quê? Como assim?
- Vocês ainda ouvirão falar de mim. - Marcos falou nos fitando.
- Notícias ruins aparecem toda hora, você não é exceção, meu caro. - O clima não estava bom.
Marcos esboçou reação, mas se conteve. Então virou-se e nos deixou.
- Obrigado, João...
- Só... para de estar se exibindo para os homens. - Disse de forma grosseira.
Por sorte as pessoas que estavam naquele lugar foram com o propósito de se entreter e não nos deram tanta importância.
- Eu não ando me exibin...
- Ah, não? - Ele sorriu, mas tinha pura ironia no sorriso. - E aquilo na minha casa foi o quê?
Essa frase dele me desconcertou e dei um passo atrás.
- A gente...
- Não existe a gente, garota. Você é minha funcionária e ponto.
Senti um nó se forma em minha garganta. Isso doeu.
- Amanhã lembre-se: você é a funcionária e eu o patrão. Nada de intimidades. - Ele falou tão duro.
Eu não conseguia falar, só fiquei parada vendo ele virar as costas e sumir entre as pessoas dali.
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- O que houve? - Minha amiga ficou na minha frente. - Você está estranha.
Tentei dispensar os pensamentos, mas era inevitável.
- Eu vou te contar. - Eu precisava desabafar, aquilo tudo estava me sufocando.
- Não dá para definir qual dos dois foi mais babaca! - Júlia exclamou com raiva após ouvir tudo o que falei. - Sinceramente, que ridículos.
Eu concordei com ela: o João me convidou para o jantar, mas me ignorou à noite toda. Depois me beijou e hoje foi rude. Que ódio!
- Amiga, ignora eles. - Nós havíamos chegado na minha casa.
- É o melhor a se fazer. - Tentei me convencer. - Quer entrar?
- Tenho que ir para casa, vou ao shopping agora à tarde com minha mãe.
Apenas sorri e nos despedimos.
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- Nossas economias estão no fim, não é mãe? - Eu estava deitada no sofá, com a cabeça nas pernas dela.
- Não esquenta a cabeça com isso, filha.
Refleti um pouco.
- São tantas coisas: - Murmurei alto. - é a água, a luz, seus remédios e consultas. Tem também os nossos gastos de casa e a minha faculdade...
Minha mãe passava sua mão por meu cabelo.
- Eu acho que vou trancar a faculdade. - Falei de uma vez.
Minha mãe me puxou.
- Não faça isso, filha. - Me olhou fixamente. - Seus estudos em primeiro lugar.
- Eu sei, mãe, - Me levantei. - mas o dinheiro do carro já está no fim e o trabalho que arranjei não vou ganhar muito. Então temos que cortar gastos.
- Então corte os remédios ou as consultas. - Agora era ela quem se levantava.
- Eu vou ficar bem.
- Não, mãe! - Exclamei. - Isso está fora de cogitação.
- Filha!
- Mãe, eu vou resolver isso. - A abracei.
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Saí de casa muito cedo (não deu tempo tomar café). Fiquei no ponto esperando a condução, mas estava demorando demais. Então, fui caminhando. Depois de minutos a pé, foi que finalmente consegui pegar um ônibus. Às 08:30 adentrei na casa do João. Era hora de começar minha jornada de trabalho.
- Onde está o João? - Perguntei a Olívia ao abrir a porta para mim.
- Seu João. - Me corrigiu ela. - Ele está no escritório.
Sorri fraco e a acompanhei. Bati na porta e depois da permissão dele, eu entrei.
- Não acha que está bastante atrasada para um primeiro dia? - Seu olhar me fuzilou.
Fechei a porta atrás de mim e caminhei até ficar mais próxima. As lembranças da noite de sábado me vieram a mente.
- Que isso não se repita! - Ele cortou meus pensamentos, me trazendo de volta.
- João... quero dizer, seu João, eu...
- Não quero ouvir explicações. Apenas faça o que vou lhe pedir para fazer. - Me cortou friamente mais uma vez.
- Mas é que...
- Qual a parte de que eu não quero ouvir explicações que você não entendeu? - João se levantou e bateu as mãos na mesa.
Dei um passo para trás assustada.
- Desculpe... eu... - Não conseguia formar uma frase. - Tenho que fazer o quê?
Só Deus sabe como segurei o choro, aquilo estava doendo. João ajeitou sua roupa e me fitou.
- Para começar, aqui tem uns processos. - Ele falou apontando para uma pequena pilha de papéis. - Quero que coloque em ordem alfabética e depois leve ao meu quarto e lá coloque dentro de umas pastas que já estão separadas.
Ainda em pé, apenas gesticulei minha cabeça sem sinal de entendimento.
- Hoje não fui ao escritório. - João se sentou. - E minha irmã vai passar o dia na faculdade.
Novamente gesticulei a cabeça em compreensão.
- Posso começar? - Perguntei.
- Deve! - Ele me fitou.
Deixei minha bolsa em um dos sofás que tinham ali, me aproximei da mesa e comecei a ler as primeiras folhas. Senti meu estômago roncar baixinho, mas ignorei, queria mostrar resultado.
Enquanto organizava os processos, eu me questionava: o que havia acontecido com João? Lá no hospital ele parecia tão gentil, compreensível e bom, mas agora é frio e rude. Aparenta não se importar com as pessoas. Eu tenho que ser forte, pela minha família. Limpei uma lágrima que rolou por minha face.
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Quando deu às 10:30 eu havia finalizado a ordem dos processos.
- João, quero dizer, seu João. - Me corrigi rápido. - Terminei essa primeira parte.
Ele me olhou.
- Pode me chamar só de João. - Começou. - Coloque cada processo em pastas separadas de acordo com a ordem. Você pode subir ao meu quarto, já irei lá.
Apenas assenti e subi ao seu quarto.
Já estava quase concluindo tudo, mas meu estômago não parava de roncar. Eu não havia comido nada toda essa manhã e estava em pé desde cedo; não havia parado um segundo. Tudo isso contribuiu para eu senti as coisas em volta girar e então me desequilibrei. No entanto, não cai no chão, senti ser aparada e lutando muito, consegui manter os sentidos e ver que era João que me segurava.
Capítulo não corrigido.
O que estão achando da história?
Boa leitura!❤
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