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ᴀ ʙᴇɪʀᴀ ᴅᴀ ᴍᴏʀᴛᴇ

     Depois que me apresentei, Anastácia me deixou entrar.

— Humana? — insistiu desconfiada enquanto pegava água para mim, eu ainda estava um pouco trêmula pela viagem nada convencional.

— Sim, mas fiz um trato com o capeta. — brinco, mas ela paralisa no meio do caminho — Estou brincado. — aviso rápido e somente assim ela volta a se aproximar. — E além do mais se eu fosse uma vampira não teria passado da porta sem ser convidada. — digo e ela me observa.

— A casa é de um vampiro. — observa em discordância.

— Ah é, é verdade. — murmuro me lembrando desse detalhe primordial.

     A lei de ser convidado pra entrar existia, eu ainda não havia compreendido bem o porquê, já que Cristian e Daio entraram sem serem convidados na minha casa.
     Enfim, pelo menos para os sanguíneos isso funcionava, mas fora de Lórion.
     Ela era realmente uma humana consciente, já eu, não sei o que aconteceu.
     A garota continuava a me encarar como se quisesse uma explicação ou algo do tipo, eu suspiro bebendo um gole do líquido transparente.

— Olha, eu estou aqui com uma missão. — digo e a garota me olha com atenção — A pouco tempo descobri que minha mãe, que eu nunca pude conhecer, pode estar viva. — ela assente — Mas quem tem conhecimento do paradeiro dela é um vampiro sanguinário que, aparentemente, a manteve em cativeiro. — ela ergue as sobrancelhas em surpresa — Conhecerei esse homem na festa de coroação de Michel, descobrirei o paradeiro dela e a vingarei — digo bebendo o resto enquanto ela me encarava sem nenhuma expressão.

     Falando assim parece ser bem fácil o plano.

—  Vai matar um vampiro? — questiona pegando o copo que estendi a ela.

— Estou recendo treinamento pra isso. — agradeço pela água. — E também tenho isso. —  mostro as minhas unhas compridas e vermelhas feitas por uma bruxa e enfeitiçadas para perfurar a carne quando eu recitasse o feitiço. — ela segura minha mão para olhar as unhas de perto e solta um suspiro admirado ao se afastar. 

— Você é corajosa. — eu sorrio, ouvi muitas coisas desde que cheguei, menos que eu sou corajosa.

— Não, eu sou suicida. — repito o que ouço com constância de Sara, Fred e Heron — Era pra eu estar como você, apavorada, mas falta alguns parafusos na minha cabeça. — digo e Ane assente com um singelo sorriso.

     Talvez isso seja genético, a única coisa que herdei dos Valentes além do sobrenome.

— O que você acha que ele irá fazer Hope? — seus olhos estavam no chão, suas mãos remoiam-se em um aperto.

     Pisquei algumas vezes sem entender, mas então a  imagem de Fred voando em fúria se repetiu em minha mente.

— O Fred? — a vejo assentir e apoio meus cotovelos sobre o balcão — Matar quem mordeu você. — respondo despreocupada e mais uma vez Ane arregala os olhos.

     Fred tem um bom coração, mas ainda assim é uma fera, ainda é um sanguinário e convenhamos, não podemos julgá-lo. Ele faria isso para protegê-la, não que ele não fosse sujar suas mãos e ter que se explicar por isso.

— Não se preocupe — afago sua mão —Fred é muito bem treinado e já deve estar acostumado, com certeza acabará com o cretino em dois tempos. — tento não soar violenta.

     Ela abre a boca para dizer algo quando a porta se abre com um estrondo, não era Sara e muitos menos Fred.
     Eu me assusto e ao meu lado Ane solta um grito apavorado tapando em seguida a boca com as duas mãos, muito Bella Swan¹, credo.
     Me ponho em pé não reconhecendo a figura que nos encara da porta com um sorriso maligno, no entanto eu sei que estamos com problemas.
     Meu coração bate descompassadamente dentro do meu peito e eu não vou mentir, estou com medo.
     Eu treino pra lutar e matar, mas nessa situação, aonde tem a merda de um vampiro do mal me analisando dos pés a cabeça com um sorriso perverso nos lábios e só eu e uma humana mais frágil que outra humana na casa, eu não me sinto preparada.
     Cadê a Sara?

— Sobe Anastácia. — digo com as mãos nas costas, pronta para pegar a arma.

     Tentava buscar na mente as instruções sobre encontrar na postura, ações e reações do vampiro uma brecha pra eu pará-lo, foi isso que Heron me ensinou a fazer em primeiro plano, mas meu coração batia desesperado e meus pensamentos estavam a beira do colapso.
     Foca Hope, foca.
     Analisar seu inimigo, de preferência rápido.

— Evangeline... — chama ele devagar, parecia degustar meu nome, que nojo — Você ficar sozinha é tão difícil quanto chover sangue. — compara calmo caminhando para dentro da casa e então olha para a garota — Você tem companhia, duas humanas num cômodo só, isso é mais que sorte, é um banquete. — sorri maquiavélico.

     Agora mais perto eu o reconheço, nunca falei com ele em pessoa, mas perdi as contas de quantas vezes o vi me observar de longe, eu sabia que coisa boa não viria dele.

— Anastácia, sobe! — ordeno novamente vendo o sorriso do crápula aumentar.

     Eu pego a arma e miro nele que solta uma longa e alta gargalhada.
     Anastásia corre para a escadaria, e minutos depois sinto o cheiro de verbena, não sabia dizer se era da minha munição ou de algum cômodo da casa.

— Não me ofenda, o que você pensa que pode fazer, me matar? — pergunta com escárnio.

— E o que você acha que pode fazer? — pergunto pra ele enquanto destravado a arma.

— Me alimentar assim como seu marcador, mas diferente dele eu não deixarei sobrar uma gota sequer. — lambe os lábios.

     Eu rio da sua cara e isso lhe irrita, tanto que o bicho corre na minha direção, estava aprendendo lidar com isso, mas não consegui desviar a tempo e fui lançada na parede, bati contra uma cristaleira que foi ao chão quebrando as muitas taças em mim.
     Minha cabeça latejou e senti uma profunda falta de ar por ter batido forte minhas costas, afastei-me do móvel em pedaços e cai em seguida no chão e fingi desmaio, eu não sabia o quão perto ele estava até sentir seu nariz na minha bochecha.

— Xiuuuu — ouvi ele inspirar fundo sentindo meu cheiro.

     Nojento de merda.

— Seu cheiro é inebriante humaninha. — contenho minha raiva e permaneço imóvel.

      Contei até cinco enquanto segurava firme a arma, com agilidade girei e mirei em algum lugar de seu corpo atirando em seguida.
     Ouvi seu grito enquato me arrastei para longe me esquivando dele, a bala tinha entrado em seu pescoço.

SUA ********, EU VOU DRENA-LA, DEPOIS DEGOLA-LA E DAREI SEUS RESTOS AOS CÃES DE OLHOS AMARELOS. - grita.

     Se Heron tivesse me deixado com as munições de ultravioleta esse vampiro desgraçado já estaria morto, outro que morre se eu morrer.
     Eu tinha o alertado sobre isso, e sobre esse maluco e ele não quis me ouvir, ninguém me ouviu.
     A bala era de madeira com o núcleo de verbena, e quando o projétil entra no organismo de um vampiro, bem, ela vai queimando tudo ao redor, enquanto o organismo do vampiro se concentra em expeli-la o deixando sem reação por alguns minutos ou segundos, depende de onde perfurou.
     Ele se curvara para trás, seu grito foi maravilhoso de ouvir, muito mais que o som da minha arma enquanto eu disparava de novo e de novo.
     O homem caiu pra frente, acertei todas próximas ao seu coração, mas por conta do nervoso não acertei o músculo e eu tinha só mais uma bala.
     Me aproximo devagar com o coração batendo rápido, com as mãos trêmulas e a respiração ofegante. O desgraçado era pesado, então tive que deixar a arma para virá-lo de barriga pra cima.
    Assim que fiz isso seus olhos se abriram e ele pulou cima de mim.

— Aaah, merda!! — gritei quando, novamente, minha cabeça bateu no chão me fazendo ver tudo desfocado, sem contar a dor que senti e então com o braço ele começou a me enforcar.

     Sabia que me encarava, eu via suas presas expostas, o sorriso transbordante de malícia, tentei não me desesperar, mas quando senti meus pulmãos queimarem foi inevitável.

— Você poderia ter tido uma morte menos dolorosa humaninha, mas teve que ser tão estupidamente burra. — voltou a puxar o ar sobre mim — Pensou o que, que eu deixaria passar? — ele gargalha alto enquanto eu começava a me debater e isso parecia lhe satisfazer ainda mais.— Isso é melhor que... — foi interrompido ao ser lançado pra longe de mim.

— Ruuun... — respirei fundo sentindo o ar explodir dentro de mim.

     Me arrastei para trás do sofá onde escostei minha cabeça tentando recuperar minha respiração e a visão.
     Meu pulmão queimava.
     Em primeira instância não quis saber quem me salvou, eu queria desesperadamente poder respirar.
     Ouvia o tremendo barulho que os dois estavam fazendo, algumas coisas estavam sendo quebradas e a cada novo som eu me encolhia mais.
     Maldição!
     Quando consegui respirar melhor engatinhei até a beirada do sofá para ver com quem o louco lutava, sorri quando vi Sara socar a cara do idiota e então varri o local com os olhos em busca da minha arma.
     A encontrei a alguns metros de mim, aonde no chão havia sangue, o meu sangue.
     Enquanto os dois se batiam engatinhei até ela, ainda um pouco desequilibrada, sentia minha cabeça doer e as coisas girarem, mas assim que a peguei eu me sentei respirando fundo.
     Me apoiei na parede pra ficar em pé e com dificuldade eu consegui, Sara olhou pra mim perdendo o foco e isso deu tempo suficiente para o louco a pegar pelo pescoço e forçá-lo para trás, ele ia o arrancar.
    Com a visão turva mirei no centro das costas do cara, ouvia os gritos da vampira, tentava a todo custo me concentrar e parar de tremer e então atirei ouvindo um grito horrivelmente alto.
     O vampiro soltou Sara que tinha sangue no colo, a vampira recuou alguns passos enquanto ele se virou para mim e caiu de joelhos com a mão no peito, a camisa manchava conforme mais sangue saia.

— Humana de merd... — não terminou de falar pois seu corpo tombou para frente tornando-se seco como uma flor velha.

     Pareceu que os minutos congelam e a única coisa que eu consiguia ver era o corpo dele no chão, minha mão ainda estava no ar quando Sara corre até mim me amparando antes que caísse.

— Você está bem, Eve? — ela pergunta me fazendo sentar no sofá.

— Merda. — desabando ao chão — Ele consegue ficar ainda mais apavorante morto. — digo e ela ri.

— Isso não responde minha pergunta, posso sentir o sangue saindo da sua cabeça. — diz alerta e eu assinto.

— Tá doendo pra caralho, era pra estar cicatrizado mais rápido, não tomei o sangue do Michel hoje, mas acho o que tem no meu organismo vai ajudar. — digo e ela me ajuda a ir para o sofá.

— Isso está feio. — observou ela após pedir pra ver a ferida. — Mas ainda bem que está viva. — diz e viro-me pra ela.

      Num instante Sara sorri e no outro me abraça, esse ato me pega desprevenida, ela normalmente era mais bruta que os antigos homens das cavernas e mais dura que pedra, mas retribuo o carinho, estava com saudade disso, de abraços, apesar do dela ser gelado pra cacete.
     Aqui em Lórion não existe humanidade pra se abraçar e abraço não se dá solo.

— Graças a Deus que você chegou, se não eu e Ane estaríamos mortas agora. — desabafo verdadeira quando nos afastamos.

     Junto minhas mãos no colo e percebo que tremia mais que todas as varas verdes no mundo juntas.

— Não precisa me agradecer, era minha obrigação não ter deixado isso acontecer, você é minha responsabilidade e eu falhei. — seguro suas mãos.

— Não diga isso, você salvou a minha vida, eu estou bem graças a você então não se culpe. — seguro sua mão.

— Você está sangrando droga, e muito. — murmura.

— Eu estou bem, vai cicatrizar. — tento conter seus ânimos, mas ela nega. — Sara, vai cicatrizar, devagar mais vai. — insisto e ela se levanta rápido após assentir.

— Onde está Ane? — pergunta parecendo urgente — Preciso dar meu sangue a ela.

— Como...? — pergunto surpresa.

— Eu e Fred somos conectados, conseguimos nos comunicar a distância. — diz me fazendo erguer as sobrancelhas em surpresa.

— Telepatia? — pergunto com um sorriso.

— Algo nesse sentido, não era pra você saber disso, mas também não era nem pra estar aqui, então acho não faz mal. : vejo o sorriso em seu rosto quando ela se coloca em pé. — Juramos lealdade até a morte, e eu sei o quanto Anastácia é importante para ele, ela está fraca por conta do ataque então me ofereci por ele não poder ajudá-la de imediato. — diz e eu assinto.

— Obrigada por me contar. — digo sincera me recostando sobre o sofá. — Ela subiu. — digo e ela assente e então vira-se pra mim.

— Posso dar meu sangue a você. — volta a se sentar.

— Não. — nego de imediato e ela franze o cenho se afastando rapidamente. — Não é que eu não queira, mas vai ajudar Ane, ela está fraca e com certeza assustada demais.

— Tem certeza Eve? — pergunta claramente hesitante.

— Vai logo, eu ficarei bem. — minto e ela permanece me encarando por alguns minutos. — Sara, anda logo. — digo e ela se levanta após assentir.

     Olho pro morto e me perco naquela visão feia.

— Fique calma, ele tentou matar você, temos ordens diretas de Michel pra matar tudo e todos que a colocarem em risco. — diz e a olho.

     Eu já tinha ouvido falar que matar um vampiro é um crime grave, matar um vampiro por uma humana é gravíssimo, agora uma humana matar um vampiro, puf.
     Nossos olhos se voltam pras escadas quando ouvimos o suspiro de choque de Anastácia que permanecia no último degrau com olhos arregalados.

— V-você matou ele, Hope? — pergunta ela e franzo o cenho, a vampira olha pra mim instantaneamente com sobrancelhas altas.

— Hope? — repete confusa.

— Eu também preciso te contar algo, mas por agora, sim, eu o matei. — respondi Ane a olhando, me levantei me equilibrando no braço do sofá quando sinto tontura, e então fui em direção a moça. — Olha, agora está tudo bem. — tentei transparecer segurança, mas os olhos dela desce de meu rosto pro meu corpo.

— Olha os seus ombros Hope, olha quanto sangue. — murmura em desespero. — Seus cabelos. — coloca as mãos na frente da boca e olhou pra Sara. — O que ele fez com vocês, meu Deus? — começa a chorar.

     Olho pra Sara que se aproximava, seu colo também estava sujo de sangue, graças aquele vampiro estúpido, mas diferente da minha sua ferida já havia cicatrizado.

— Vamos ficar bem, acredite em mim, tudo vai ficar bem. — diz ela olhando nos olhos da menina.

— Não faz isso! — digo rápida.

— Por que? — ela quebra a hipnose ao me olhar.

— Isso só vai piorar as coisas. — afirmo e olho pra Ane — Olha, eu estou sangrando um pouco, mas já estou me curando, não precisa se preocupar, Sara vai subir com você pra te dar o sangue dela. — digo a garota que mantinha os olhos em mim. — Fred já está vindo pra casa, vai ficar tudo bem. — afirmo e ela assente hesitante.

— Tem certeza? — pergunta e eu dou meu melhor sorriso afirmativo.

— Vamos? — pergunta Sara após se aproximar colocando as mãos nas costas da menina.

     Vejo as duas subirem e então viro-me novamente em direção a sala, caminho me sentindo mal até o sofá aonde me deito e recosto minha cabeça de lado que parecia pesada demais.
     Com olhos fixos no corpo no chão penso em todo processo que ocorrerá com Ane, ela desmaiaria assim que se separasse de Sara.
     O motivo para isso é que o sangue de um vampiro tem o poder de regenerar as células, e os glóbulos do sitema humano, sanar a deficiência sanguínea ou de qualquer ferida, mas para isso o cérebro precisa desligar.
     É tipo o suspender do notebook.
     Foi isso que Cristian quis dizer com os "três dias apagado" quando fizemos a transfusão nele, o que aconteceu é que o sangue do vampiro mutou o sangue do doador para torná-lo compatível com o do seu organismo, isso demoraria alguns dias.
     Mas deixando claro que vampiro não costuma receber transfusão, o estado dele é que estava mesmo grave.
     Eu permaneci ali deitada no sofá que, assim como várias coisas, estava fora do lugar por causa da luta, me esforçava pra manter meus olhos abertos, mas estava difícil.
     Comecei a me arrepender de ter dispensado a ajuda de Sara, eu parecia a realmente beira da morte.
     Entretanto eu matei meu primeiro vampiro hoje, não me senti uma assassina como achei que me sentiria, mas aliviada, era eu, Ane, Sara ou ele.
     Me questionava como um ser morto poderia morrer, mesmo que Michel insistisse que estavam vivos, pra mim não estavam não.
     Meus olhos abriam com dificuldade e fechavam fácil demais, me encolhi no sofá sentindo frio e então me permiti fechar os olhos.
     Porém, nos segundos seguintes na minha percepção, ouvi o som das poderosas asas de Frederik, mas não consegui me levantar, muito menos chamar por ele.

— Maldição! — atravessou a sala e foi diretamente até o corpo, eu o olhava em silêncio e vi quando seu rosto virou-se pra mim devagar, suas presas estavam a mostra e ele respirava estranhamente ofegante. — Meu Deus. — seu rosto se contorceu em uma careta e as presas sumiram rapidamente, ele veio feito jato na minha direção. — Meu Deus. — repetiu tocando em meu rosto se ajoelhando ao meu lado. — Hope, você está morrendo, meu Deus. — murmura e eu sorrio.

— Não, eu estou bem. — sorrio e ele me encara. — Sara está lá em cima com a Ane, vá lá. — digo fechando os olhos novamente.

— Está louca? — quase grita me fazendo olhá-lo de novo, aos meus olhos ele se mexia devagar e sua imagem estava borrada, era como olhar para a tela de uma câmera travando — P*** merda Hope, eu saio por algumas horas e quando volto te encontro quase morta? — pergunta arrancando a jaqueta e mordendo o pulso em seguida. — Toma! — ordena e eu nego.

— Já está cicatrizando. — nego.

— Não está não droga, você está morrendo isso sim. — dispara alto e eu o olho.

    Talvez não fosse tão ruim assim, não é?

— Uuugr — grunhe pressionando seu pulso contra meus lábios. — Toma logo, Hope.

     Eu abro minha boca, mas estava totalmente sem força para sugar, ele grunhi mais uma vez falando uma série d palavrão, com a outra mão aperta o pulso fazendo o sangue jorrar.
     Eu engulo com dificuldade, até isso estava difícil, não lembro quando, mas perdi a consciência.

— Uuun. —  murmuro me espreguiçando, embaixo de mim senti um delicioso colchão.
     Colchão?
     Me levanto rápido fazendo tudo o que estava em volta girar e volto a me sentar na beirada da cama.

— Que merda. — grunhi segurando minha cabeça sentindo fortes pontadas.

     Levei minha mão até a traseira e me certifiquei de que tinha cicatrizado, meu Deus, que loucura aconteceu hoje.
     Encaro o chão por alguns min
utos enquanto pensava no fato de que eu quase morri.
     Com um suspiro eu escondo meu rosto nas mãos relembrando das cenas de mais cedo, quando recobro o controle da mente por completo olho pro quarto, o sol lá fora se punha.
     Me levanto e arrumo a cama, respiro fundo após me olhar no espelho e me certificar de que estava tudo bem comigo, eu nem parecia que tinha sangrado quase até a morte.
     Caminho até a porta e a abro, estava tudo muito silencioso, o corredor iluminado apenas pela pouca luz natural que entrava, caminhei por ele com uma troca de roupa que imaginava ser de Ane.
     Estanquei em frente a uma janela quando vi o corpo esguio de Sara encarando o horizonte onde o sol se punha, ela estava em baixo de uma árvore no quintal gigante.

— Veja só quem acordou. — ouço Fred ao meu lado.

     Olho pra ele e sorrio quando o vejo fazer o mesmo pra mim.

— Oi. — me viro pra ele. — Eu nem sei por onde começar. — digo sincera e ele se aproxima. — Mas obrigada por salvar minha vida. — ele estende a mão para mim me puxando pra um abraço.

— Não me agradeça. — pediu me apertando em seus braços e depositando um beijo em meu cabelo.

     Ficamos alguns minutos abraçados, olhando Sara pela janela, meu ouvido no peito de Michel me permitiu ouvir seu coração que batia vagarosamente.

— Desculpa pela porta, pela bagunça e pelo sangue que espalhei.
— falo finalmente me afastando um pouco para olhá-lo.

— Não se preocupe com isso, nem se desculpe, não foi sua culpa. —garante me puxando novamente para si — E nós já cuidamos de tudo. — fala e o olho ainda abraçada a ele.

— Obrigada Fred, de verdade. — ele sorri negando.

— Não poderia deixá-la morrer, você é um dos únicos seres que ilumina a minha alma, não poderia jamais perder você. —  eu sorrio o abraçando novamente.

     Ali abraçada nele conseguia me sentir bem, me sentir segura, Ane tinha sorte em tê-lo.
     Ouvi seu riso e sorri, sabia que viria algum comentário.

— Quando eu vi você naquele sofá, jurei que estava morta, fiquei tão aliviado quando ouvi seus batimentos. — eu suspiro.

— Eu lembro da hora em que você virou para mim, estava apavorante Fred, só não gritei porque eu não conseguia nem respirar direito. — brinco e ele ri.

— Desculpa, foi inevitável, quase que eu ressussito o filho da **** pra matar ele de novo. — eu rio fraco — Sara me disse que não quis aceitar o sangue dela, você poderia ter morrido Hope, por que fez isso?

— Anastácia precisava mais que eu, ela estava assustada, viu o corpo, viu eu e Sara ensanguentadas... — me calo — Eu só... - paro sentindo minha voz embargar.

— Tudo bem, tudo bem. —  beija meus cabelos e aperto mais o abraço.

     Só agora a ficha de tudo começava a cair, eu estive de frente com a morte, ela quase me levou, quase...

—  Como ela está? — pergunto e ouço o suspiro de Fred.

— Está bem, já acordou também. — fala simples — Estava preocupada com você, ficou no seu quarto por algumas horas e saiu um pouco antes de você acordar. — conta e respiro fundo.

— Eu matei um de vocês. —  murmuro.

— Você se sente mal com isso? — pergunta e o olho.

     Me sinto mal?

— Não. — afirmo voltando a olhar pra fora da janela — Ele ia matar a Sara e eu sabia que seríamos as próximas, não poderia deixar isso acontecer.

— Obrigado por ter sito tão forte e corajosa, Hope. — ele se afasta de mim e diz isso segurando em meu rosto e olhando em meus olhos.

— Seria um pecado deixá-las morrer nas mãos daquele monstro, não me agradeça. — digo calma e o vejo assentir. — O que vocês fizeram com o corpo? — pergunto olhando pela janela mais uma vez, Sara não estava mais ali e o sol já havia se posto de vez.

— O queimamos.

— Eu o vi murchar como um flor seca, não consegui sentir pena Fred, e eu me sinto ansiosa pra que aquele idiota que matou minha mãe sinta a mesma coisa. — digo nos braços dele e o sinto alisar meus cabelos.

— Eles merecem seus destinos afinal. —  fala com a voz densa — É isso que eles são, monstros. — murmura —  Entretanto, eu não posso dizer nada por que também sobrevivo assim. — diz com nítida tristeza na voz.

— Sua alma é de ouro, Fred. — o olho — Por que não vai para Órion? — pergunto e ele sorri escondendo seu rosto em cima da minha cabeça.

— Eu gostaria, mas não é tão fácil assim, não é só atravessar o portal. — explica calmo — Eu sou fruto da escuridão, de uma família das trevas e nós todos sabemos que as trevas não se misturam com a luz. — eu me afasto para olhá-lo, mas ele não devolve o olhar, seus olhos caem no chão.

— Nunca esteve tão enganado. — toco seu rosto — Sua alma é limpa, nobre, não é podre como a de outros. — ele sorri triste ainda sem olha pra mim e sem nada falar.

— Eu já disse isso a ele. ; ouvimos Sara e Fred vira seu rosto pra janela, eu o vi engolir em seco. — Ele poderia viver com Anastácia em Órion, mas ele insiste em dizer que essa não é uma opção pra um filho das Trevas.

      Eu olho pra ela que mantém a atenção nas unhas, as analisava.

— Você pode salvá-lo. — fala simples e então me encara, Fred ao meu lado grunhiu em desagrado.

— Larga de falar baboseiras — retruca sério — Eu vou arranjar uma aspirina pra você e você, vê se para de querer colocar essas coisas na cabeça dela, Eve tem que se salvar. — Fred diz olhando pros olhos da vampira, após isso olha pra mim e então desce as escadas nos deixando sozinhas.

     Olho pra Sara que se aproxima com os braços cruzados.

— Uun. — murmura se encostando na parede da janela e olhando para mim. — Hope, né? — pergunta e eu assinto soltando um longo suspiro.

— É uma longa história, tem tempo? — com eu sorriso e ela assente.

— A eternidade, se quiser.

— Certo. — assinto e respiro fundo. — Podemos nos sentar?

— Claro, o que for melhor pra você.

     Descemos as escadas juntas e em silêncio, encontrei Ane na sala e ela não demorou muito pra vir na minha direção e me enlaçar em um abraço apertado.

— Que bom que você está bem, meu Deus, eu achei que morreria. — olhando em meu rosto, meus ombros e depois pros meus olhos.

— Relaxa, eu estou bem. — digo calma — Eu disse pra você que ficaria. —  abraço ela novamente.

— Eu fico aliviada, muito. —  diz séria e eu sorrio.

     Senti falta da intensidade dos humanos, Ane nos acompanhou até a sala e se sentou conosco, Fred não demorou pra chegar com meu analgésico, ele era mesmo muito sensitivo e com certeza isso tinha a ver com o sangue dele que tomei.
     Com todos na sala, e devendo uma explicação para Sara, eu contei sobre minha relação com minha madrasta durante meu crescimento e como eu descobri que ela não era minha mãe aos nove anos, como foi viver com aquilo em silêncio, crescer sem minha mãe e como eu me sentia vendo minhas amigas e suas mães e eu sem nenhuma figura materna para me confortar.
     Contei como as coisas mudaram quando ele se casou novamente, como Flora se tornou a luz dos meus dias, como me preencheu de amor no restantes dos anos até hoje, de como foi sentir algo que se aproximou do amor de mãe que, até então, eu nunca tinha tido.
     Contei sobre o jantar com meu pai, sobre a descoberta do que aconteceu com minha mãe e o pedido de minha tia, sobre como me envolvi em tudo isso, sobre como me encontrei com Michel pela primeira vez, só não contei sobre Daio e sobre o nosso relacionamento.
     Contei que sabia ser uma Valente por causa do meu nome, mas não tinha conhecimento de que esse nome pertencia a uma familia poderosa, quando tirei de dentro da blusa o pingente que ganhei do meu pai e olhos de Sara brilharam, os de Ane com admiração e os de Fred com reconhecimento.
     Ele já havia ouvido essa história e me contou que viveu com minha mãe até os dezoito anos dela e que foi ela que o motivou a ser tão humano.

— Ele é um vampiro odiável, vive na França, mas sempre que quer vem para Lórion pra aproveitar das humanas que ele manda o secretário sequestrar. — fala sobre Leopoldo e eu assinto, eu soube dessa história o que fez que e meu ódio por ele aumentar ainda mais — Eu não posso o maldizer por que esse é meu cardápio também, mas o que ele faz é terrível até para mim. — murmura séria, Sara descansava os braços nos braços da poltrona enquanto Ane estava sentada ao lado de Fred que estava desleixado sobre o sofá, as pernas cruzadas formando um quase quatro e abraçava os ombros finos da garota que tinha os pés em cima do sofá, um dos braços no peito dele assim como seu rosto.

— Qual a pior morte para um vampiro? — estou sentada em uma poltrona grande, com uma almofada entre os braços e minha cabeça sobre ela, enquanto minha pernas repousava sobre o estofado.

     Na sala estava faltando um sofá, o que foi tingido por meu sangue, ele foi queimado junto ao corpo do vampiro.

— Tem várias, as lentas são as piores, deixá-los sem se alimentar por exemplo, mas arrancar o coração também pode ser uma boa tortura. — Sara dá de ombros.

— Se for arrancar, eu aconselho deixar as unhas crescerem, vai precisar delas. — diz Fred e Ane o olha instantaneamente, ele sorri para ela pedindo desculpa e então a garota se vira para mim me fazendo dar um sorriso divertido o que a faz franzir o cenho porque ela me pega mostrando as cumpridas unhas feitas exclusivamente para mim.

— Ou pode enfiar uma estaca de madeira. — Sara olha pra dentro de meus olhos sorrindo e sinto seu companheirismo.

— Meu Deus... — ouço o suspiro de Ane e rio juntos com os dois vampiros.

     Ela realmente era a mocinha indefesa que fazia o vampiro se encantar por ela, levando a proteger ela de todos os perigos e zelando por sua vida e então com o decorrer do tempo ambos se apaixonavam perdidamente e blá, blá, blá, crepúsculo.

     Foi agradável passar o resto da noite com eles apesar de tudo, Sara era engraçada e Fred era sempre o atrevido, expecularam um monte sobre o pedido de casamento e a possível resposta, eu tentava fugir das perguntas, mas eles sempre voltavam a fazê-las, até Ane entrou na brincadeira e insultos apesar dela ser bem tímida e ainda não se sentir confiante pra sair da sombra de Fred.

     Bom, pelo que percebi eles se gostavam e formavam um belo casal mesmo que alegassem que não era nada um do outro a não ser amigos.
 

   Conta-me outra.
     Jantamos juntos, quase juntos, Sara até tentou provar, mas com apenas um minuto de mastigação ela correu para o lixo vomitar, mas Fred mastigou, engoliu e ainda pediu mais.
     Você pode salvá-lo, essa frase não saia da minha cabeça desde que Sara a falara mais cedo, vire e mexe elas sempre retornavam sem permissão.
     Por volta das nove horas da noite um carro chegou para me levar de volta ao clã, Sara veio comigo, mas Fred ficou com Ane.
     Me despedi dela com um abraço, a garota preferiu ficar dentro da casa, não queria correr o risco de se expor, Fred foi conosco até lá fora, me abraçou também e então encostou a testa com a de Sara, ambos tocando um o coração do outro de olhos fechados.
     Foi rápido, mas claramente significativo pra eles.

— Cuida dela. — ele pediu olhando pra mim e ela assentiu. — Fica bem. — me pediu e eu sorri. — Nos vemos amanhã. — beija minha cabeça e então entro no carro.

     A vampira veio logo atrás e voltamos em completo silêncio, demorou mais de uma hora pra chegarmos, lembro-me que com Fred chegamos em minutos, por isso Sara demorou, mesmo com sua velocidade sobrenatural ainda era longe.
     Eu estava imersa em pensamentos, estava tendo o que chamamos de retrospectiva, eu quase morri, eu quase morri...
     Senti algo me cutucar e só então olhei para Sara percebendo o carro parado.

— O que foi?

— Vamos noiva do chefinho, chegamos. — chamou com um riso e eu revirei os olhos.

     Eu não gostava de lembrar desse detalhe.
     Assim que sai entendi o motivo da brincadeira, Michel me esperava com as mãos nos bolsos, olhei pra Sara e ela sorriu.
     Caminhamos até ele.

— Senhor. — se curvou minimamemte — Senhorita. — me cumprimenta com igual respeito.

     Na presença de Michel costumávamos todos sermos muito formais sempre.

— Oi. — me aproximo dele.

— Gostou da folga? —  segura meus ombros e dá um passo a frente. — Não foi premeditado, mas espero que tenha aproveitado.

— Sim, eu aproveitei, pra valer. — falei um pouco irônica.

     Ele desmanchou o sorriso e olhou nos meus olhos.

— O que aconteceu? — analisa e alisa meu rosto com a mão e dedos tatuados.

— Podemos entrar? — ele assente, segura minha mão e me conduz para meu quarto em silêncio, de vez em quando olhava pra mim.

— E então? — caminho até perto da cama, me sento e suspiro.

— Fui atacada hoje. — como raio ele se coloca a minha frente, seus olhos ficam vermelhos e eu afasto meu tronco.

— Por quem? —  pergunta segurando meu rosto e olhando em meus olhos.

— Não sei, não deu pra perguntar o nome dele enquanto me enforcava. — respondo enquanto ele continuava a me encarar. — Mas era aquele vampiro que eu falei pra vocês, ele me seguiu e esperou... — me calo percebendo que poderia colocar Fred em situação difícil. — Esperou até que estivéssemos de guarda baixa.

— Maldito, irei arrancar seu coração. — fala enquanto se afasta com uma a mão na cintura, rosto raivoso e outra passou pelo rosto.

— Não precisa. — digo tirando a arma da cintura e a colocando em cima do móvel, ele observa meu movimento com cuidado e então volta a olhar pro meu rosto com olhos semicerrados — Eu já o matei.

— Você o matou? — volta a se aproximar

     Notei a furia em seu rosto, e ri em descrença.

— Preferia o que? Que eu tivesse morrido no lugar dele? — questiono agora com raiva.

     Ele avançou sobre mim nada feliz, mas não movi um músculo sequer.

— Eu permiti que você matasse Leopoldo, não os meus aliados. — ele está assustador.

— Você ouviu o que eu disse? — não é possível que ele esteja bravo comigo agora. — Ele quase me matou Michel. - repito.

— Como eu vou explicar pro conselho que uma humana, a minha humana matou um dos membros do conselho? — ele era do conselho?

     Percebo como ele está nervoso com isso, pois dá círculos ao seu próprio arredor.

— Sabia que é pra isso que Sara existe, pra te proteger. — grita — Aonde ela estava?

— Quase sendo degolada enquanto eu sangrava como um javali ferido por uma flecha. — digo alto e ele grunhe.

— Não fale assim comigo. — diz entre dentes e então sinto meu rosto virar com violência, sinto o ardor e de forma automática então cobri minha bochecha com minha mão.

     Pisco em choque tentando processar a informação que ele me bateu, ele me bateu.
     Sinto minha respiração acelerar, sinto uma fúria gigantesca e então olhei pra ele que ainda mantinha os olhos vermelhos.

— Está louco? — minha voz está baixa —ESTÁ LOUCO P****? — grito e ele não parece se abalar.

— Se não falar comigo direito bato de novo. — ameaça e então ergo as sobrancelhas deitando a cabeça no ar. 

— Eu digo pra você que quase fui morta por um escroto qualquer e você me agride?

— Você não tem o direito de matar o meu povo.

— Seu povo? — rio — Seus demônios de estimação você quis dizer. — retruco o irritando mais — Eu não saio matando seu idiota, eu apenas me defendi para salvar minha vida e a de Sara. — digo e ele ri.

— Você acha que eu vou acreditar que Sara, uma das minhas vampiras mais antigas, quase teve o pescoço arrancado? — se aproxima e sinto minhas mãos formigarem.

     Eu não estava sabendo lidar com aquilo que sentia, eu nem sabia o que era aquilo.

— Você está me chamando de mentirosa? — pergunto e ele sorri - Vai se ferrar — digo furiosa e o sorriso dele some.

     Michel mais uma vez usa sua velocidade pra me atacar só que dessa vez minha percepção estava ativa, eu me desvio e ele não me acerta.
     Olho ao redor quando percebo ter atravessado o quarto, estava do outro lado em menos de cinco segundos.
     Michel vira seu rosto na minha direção nem um pouco contente, mas tudo que eu não conseguia sentir era medo.
     Encaro seus olhos sentindo, agora, não apenas minhas mãos formigando, mas meu corpo inteiro.
    Ele vem na minha direção, mas antes que faça algo contra mim o vampiro estagna a centímetros antes, seu cenho se franze e aos poucos seus olhos vão retomando a cor normal.
     Eu não tinha mais controle sobre mim, minha respiração estava pesada, ofegante, senti minhas pernas irem até ele devagar, mas não foi eu que as movi, parecia que havia alguém em meu corpo.
      Me movia como um leopardo cauteloso, pronto pra atacar a presa.
     Os olhos dele não saiam dos meus e então eu senti, eu me senti entrar dentro da mente dele e não sei como aconteceu, parei a centímetros de seu rosto e sem tocar nele minhas memórias se tornaram dele, era como se ele visse um filme.

    Quando minha última memória daquele momento foi vista por ele eu senti uma enorme dor na cabeça e meu estômago se revirou.

   Cai sobre meus joelhos colocando pra fora o que tinha dentro de mim e então cai de lado, lembro-me de ver Michel paralisado olhando pra mim com o que parecia ser medo e surpresa e então apaguei.

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¹ ᴘᴇʀꜱᴏɴᴀɢᴇᴍ ᴘʀɪɴᴄɪᴘᴀʟ ᴅᴀ ꜱᴀɢᴀ ᴀᴍᴇʀɪᴄᴀɴᴀ ᴄʀᴇᴘúꜱᴄᴜʟᴏ.

ᴏ ǫᴜᴇ ғᴏɪ ɪssᴏ ᴍᴇᴜ ᴘᴏᴠᴏ?
ᴍɪᴄʜᴇʟ ᴍᴏsᴛʀᴀɴᴅᴏ sᴜᴀ ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇɪʀᴀ ғᴀᴄᴇ, ʜᴏᴘᴇ ᴄᴏᴍ sᴜᴘᴇʀ ᴘᴏᴅᴇʀᴇs?
ɢʀᴀɴᴅᴇs ᴀᴠᴀɴçᴏs, ᴍᴀɪs ʀᴇᴠᴇʟᴀçõᴇs ᴇ ɴᴏᴠᴀs ғᴀᴄᴇs.

ᴠᴏᴛᴇᴍ ᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴇᴍ ᴍᴇᴜ ʟɪɴᴅᴏs.
ᴠᴀʟᴇᴜ ʜᴜᴍᴀɴᴏs.

ᴍúsɪᴄᴀ ᴅᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ: ᴇʟᴇᴄᴛʀɪᴄ ʟᴏᴠᴇ - ʙᴏʀɴs

ᴅɪsᴘᴏɴíᴠᴇʟ ɴᴀ ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ ᴅᴏ ʟɪᴠʀᴏ ɴᴏ sᴘᴏᴛɪғʏ, ʟɪɴᴋ ɴᴏ ᴘʀɪᴍᴇɪʀᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ.

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