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10. É Assim Que Acaba - Parte IV

POV ANA CARLA

Enquanto o médico falava, detalhando o quanto eu precisava de repouso, minha mente estava em outra direção. Não podia voltar para casa. Aquilo estava fora de questão. Mas... Para onde eu iria?

A ansiedade crescia no meu peito como uma sombra sufocante, até que o som da porta se abrindo me tirou dos meus pensamentos. Quando olhei, vi Robert entrar com um pequeno buquê de flores brancas. O sorriso dele era suave, mas o jeito como seus olhos pousaram em mim fez meu rosto queimar.

Ele se aproximou, parando ao lado da minha cama.

— Trouxe isso para você. — Ele estendeu o buquê, e eu aceitei com as mãos trêmulas.

— Obrigada... — murmurei, sentindo meu rosto esquentar ainda mais.

Robert voltou a atenção para o médico, que explicou novamente os cuidados que eu precisava.

— Nada de esforços físicos, repouso absoluto, e atenção às dores. Qualquer sinal de piora, volte ao hospital imediatamente.

— Pode deixar, doutor. Eu vou cuidar para que ela siga tudo à risca. — Robert respondeu com firmeza.

Eu o encarei, confusa. Cuidar para que eu seguisse tudo? Como?

Assim que o médico saiu, deixando-nos a sós, Robert virou-se para mim, com aquele mesmo sorriso tranquilo, mas seus olhos tinham um brilho de determinação.

— Já está decidido. Você vai para minha casa.

Fiquei boquiaberta, sem saber como responder.

— O quê? Não! — Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia. — Eu não posso fazer isso!

— E por que não? — Ele arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.

— Porque... Porque você tem sua vida, Robert. Eu não posso atrapalhar. Além disso... — minha voz fraquejou. — A Suki pode não gostar disso.

Ele franziu o cenho, como se não entendesse. Então, ele se inclinou, apoiando as mãos na lateral da cama, seus olhos fixos nos meus, como se tentassem desvendar algo.

— Por que, exatamente, a Suki teria que gostar ou não de algo na minha vida?

Senti meu coração acelerar. Ele estava muito perto, e eu mal conseguia pensar direito.

— Porque... — Gaguejei, desviando o olhar. — Porque ela é sua namorada, não é?

Ele piscou, surpreso, e depois deu uma risada baixa, quase incrédula.

— Não. Eu não tenho namorada, Ana.

Suas palavras me deixaram ainda mais nervosa. Por algum motivo, aquele detalhe me atingiu como um raio. Ele estava tão próximo, os olhos azuis brilhando com intensidade.

— Mesmo assim... Eu não posso.

Ele balançou a cabeça, como se não aceitasse minhas objeções.

— Você não vai voltar para casa. Não vou deixar isso acontecer. E, neste momento, o que você precisa é de um lugar seguro. Minha casa é esse lugar.

Fiquei em silêncio, sentindo um turbilhão dentro de mim. Não sabia como argumentar. Ele parecia tão... certo. E, no fundo, uma parte de mim queria acreditar que poderia confiar nele.

Quando Robert me ajudou a sair do carro, suas mãos seguraram minha cintura com firmeza, mas ao mesmo tempo com cuidado. Eu estava tensa, mas de um jeito estranho, quase... reconfortante.

— Devagar... — ele murmurou, guiando-me com delicadeza enquanto fechava a porta do carro.

Olhei para sua casa enquanto ele me levava para dentro. Era uma construção de arquitetura espanhola, com paredes brancas e telhas de barro. Simples, mas tão elegante que parecia saída de um filme.

— Bem-vinda. — ele disse, empurrando a porta principal.

Por dentro, era ainda mais impressionante. O ambiente tinha um estilo bo-ho luxuoso, com tapetes macios, móveis de madeira clara e detalhes que pareciam escolhidos a dedo. Ele me conduziu pelos cômodos, mostrando a sala de estar com estantes de livros, uma cozinha impecavelmente organizada, e um terraço com plantas trepadeiras.

— E este... — ele abriu uma porta e acendeu a luz — será seu quarto.

Parei na entrada, sem saber o que dizer. O quarto era deslumbrante. Tons neutros preenchiam o espaço, com uma cama grande coberta por um edredom de linho e almofadas decorativas. Um closet ficava ao fundo, com portas de vidro que revelavam prateleiras organizadas.

— Eu... Eu não posso aceitar isso, Robert. — murmurei, olhando ao redor com o coração pesado.

Ele fechou a porta atrás de nós e se aproximou. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele ergueu a mão e colocou dois dedos nos meus lábios, interrompendo-me.

— Pode sim. E vai.

Olhei para ele, meus olhos arregalados, minha respiração curta. A proximidade dele fazia meu coração bater tão rápido que eu achava que ele podia ouvir.

— Mas... — comecei a protestar, a voz falhando.

Ele inclinou a cabeça ligeiramente, seus olhos fixos nos meus.

— Ana, escuta. — Sua voz era firme, mas gentil. — Eu sei que isso é muito para você agora. Eu sei que não é fácil aceitar ajuda. Mas você não precisa carregar tudo sozinha. Não mais.

Minhas mãos estavam apertadas contra o tecido da minha camisola, tentando manter algum controle sobre o que eu sentia.

— Robert, eu não quero ser um peso para ninguém...

Ele riu, um som baixo e cheio de incredulidade.

— Peso? Você acha que eu vejo você como um peso? — Ele balançou a cabeça, se aproximando mais um passo. — Ana, tudo o que eu quero é cuidar de você. Então, pare de lutar contra isso.

— Eu... não sei como... — admiti, minha voz quase um sussurro.

Ele ergueu a mão e segurou meu queixo delicadamente, fazendo-me olhar para ele.

— Então, confie em mim. Porque eu vou cuidar de você. E você merece isso.

Havia algo na intensidade de suas palavras, na forma como seus olhos me encaravam, que quebrou minhas barreiras. Eu não sabia o que dizer, mas também não conseguia desviar o olhar dele. Meu coração estava tão acelerado que eu mal podia respirar.

— Certo... — murmurei finalmente, quase sem som.

Robert sorriu, um sorriso que parecia trazer um pouco de luz à escuridão que eu sentia. Ele recuou, mas não antes de deixar sua mão roçar levemente a minha.

— Agora descanse. — Ele apontou para a cama. — E se precisar de qualquer coisa, sabe onde me encontrar.

Eu assenti, observando enquanto ele saía do quarto, fechando a porta suavemente. Quando fiquei sozinha, deixei escapar um suspiro longo, minha mente ainda tentando processar tudo. Mas, pela primeira vez em muito tempo, senti algo parecido com segurança.

Eu estava no closet, admirando a quantidade absurda de roupas ali. Vestidos de vários estilos, calças de tecidos tão macios que parecia que podiam dissolver ao toque, e blusas com etiquetas que eu só tinha visto em revistas.

Era demais, e eu me sentia deslocada.

Enquanto passava a mão por um vestido de flores que já estava usando, ouvi uma batida na porta.

— Pode entrar — falei, tentando esconder o constrangimento.

Uma mulher mais velha, com cabelos grisalhos presos em um coque e um sorriso amável, entrou com uma bandeja.

— Boa tarde, querida. Eu sou Julia. Vim trazer seus remédios.

— Ah... Obrigada. — Peguei a bandeja com um pouco de hesitação e tomei os comprimidos com um gole d’água.

Julia me observava como se estivesse analisando algo.

— Precisa de mais alguma coisa?

— Não, obrigada... Julia, Robert está em casa?

— Está, sim. Está na sala. — Ela sorriu e saiu.

Respirei fundo.

Algo me impulsionava a vê-lo, mesmo com o nervosismo que sentia.

Saí do quarto, alisando o vestido, e fui na direção da sala.

Mas, antes de chegar, ouvi vozes alteradas.

Parei, hesitando.

— Você está louco, Robert! — uma voz masculina dizia, irritada. — Isso vai virar um inferno se a mídia descobrir. Você sabe como são os tabloides!

— E daí? — Robert respondeu, sua voz carregada de determinação. — Quero que descubram! Quero que esse Rafael pague por tudo o que ele fez.

Meu coração acelerou.

Eles estavam falando de mim.

— Você está expondo sua carreira, sua vida. Por ela? — o homem rebateu. — Você nem a conhece direito.

— Não conheço? — Robert riu, mas era um riso sem humor. — Você não sabe de nada. Eu faria isso mil vezes.

Minha agonia cresceu.

Eles estavam discutindo por minha causa, e eu não suportava isso.

Apareci na sala, minha voz saindo antes que eu pudesse me conter:

— Eu não quero prejudicar ninguém. Não quero causar problemas, nem para você, nem para ninguém. Eu... eu vou embora.

Robert e o homem se viraram para mim.

Robert parecia furioso, mas não comigo.

— Ana, espera! — Ele veio na minha direção enquanto eu me virava para sair.

Antes que eu pudesse dar mais um passo, senti suas mãos em minha cintura, puxando-me de volta.

Ele me encostou contra a parede, e um gemido de dor escapou de meus lábios.

— Droga, desculpa! — ele disse, visivelmente atrapalhado, mas não soltou sua mão. — Eu não deveria ter feito isso.

— Me deixa ir, Robert. Eu... eu não quero causar confusão.

— Você não vai a lugar nenhum. — Sua voz era firme, mas havia algo mais.

Algo... vulnerável.

Ergui os olhos para ele, e nossos olhares se encontraram. Havia algo nos olhos azuis dele que me deixou sem palavras. Ele estava tão perto, tão intenso.

— Por que você está fazendo isso? — perguntei, minha voz quase um sussurro.

Ele hesitou, passando a língua pelos lábios antes de responder:

— Porque eu não vou deixar você sofrer mais. Não enquanto eu estiver aqui... Não enquanto estiver comigo...

Eu não sabia o que dizer.

Não sabia o que sentir.

Mas naquele momento, algo mudou.

O silêncio entre nós ficou carregado de algo que eu não sabia explicar, mas que me fazia querer ficar.

Eu o encarei, sentindo meu coração disparar no peito.

As palavras dele ecoavam na minha mente, mas ao mesmo tempo, era difícil acreditar.

Alguém realmente queria me proteger?

Queria cuidar de mim, sem pedir nada em troca?

— Isso não faz sentido... — murmurei, tentando desviar o olhar, mas ele segurou meu rosto com cuidado, sua mão deslizando até meu queixo.

— Faz todo o sentido, Ana. Você só não consegue enxergar.

— Por que... por que você se importa tanto? — Minha voz saiu mais fraca do que eu esperava.

Eu não estava preparada para a intensidade daquele momento.

Os olhos dele buscaram os meus, como se estivessem procurando algo dentro de mim, algo que eu mesma não sabia que existia.

— Porque você merece mais. Mais do que essa vida que te machucou tanto. E eu... — Ele hesitou, sua voz ficando mais baixa, mas ainda firme. — Eu não consigo ficar de braços cruzados enquanto você sofre.

Minhas pernas pareciam fracas, e a proximidade dele fazia meu coração bater tão rápido que eu mal conseguia pensar.

— Robert, eu... — Minha voz falhou, as lágrimas ameaçando cair outra vez. — Eu não sei como confiar em ninguém.

Ele se aproximou mais um pouco, sem nunca tirar os olhos de mim.

— Então, comece comigo.

Eu senti minha respiração falhar.

Suas palavras carregavam uma sinceridade que me desarmava completamente.

— E se eu não conseguir? — perguntei, minha voz quase um sussurro.

— Você consegue. — Ele acariciou minha bochecha, como se tivesse todo o cuidado do mundo. — E eu vou estar aqui para te ajudar.

As lágrimas que eu vinha segurando escorreram pelos meus olhos, e Robert enxugou uma delas com o polegar.

Aquele gesto simples, mas tão cheio de gentileza, me desmoronou por dentro.

— Eu não quero ser um peso pra você. — Minha voz tremia, mas eu precisava dizer aquilo. — Você tem sua vida, sua carreira...

— Minha vida, minha carreira... nada disso importa agora. O que importa é que você está aqui. E eu vou fazer o que for preciso para que você nunca mais tenha que passar por nada disso.

Ele me olhava com uma intensidade que me fazia acreditar, pela primeira vez em muito tempo, que talvez, só talvez, eu não estivesse sozinha.

— Ninguém é tão bom ao ponto de ajudar da forma que você está fazendo sem pedir nada em troca...— eu murmurei, ainda estática.

Robert me lançou um meio sorriso, não aquele que estampava sua face nos filmes e comerciais que passavam nos leds da produtora, era um diferente, um que,curiosamente, ele sempre lançava para mim quando me dava bom dia...

— Na verdade eu quero uma coisa em troca...— ele disse seus olhos vacilando para meus lábios.

Uma tensão esquisita percorreu minhas pernas e talvez tenha transparecido em meus olhos, pois Robert continuou:

— Eu preciso que você seja minha dubladora da Moana.

Eu congelei por um instante, a mente correndo para entender o que ele tinha acabado de dizer. Ser dubladora? Eu?

— Robert, você... você só pode estar brincando. — Minhas palavras saíram com uma risada nervosa, mas ele continuava me olhando de maneira séria, sem nenhum traço de ironia.

— Não estou brincando, Ana. Eu vi você cantando. Ouvi sua voz. — Ele cruzou os braços, um toque de teimosia na postura. — E você é perfeita para isso.

— Eu? — soltei, apontando para mim mesma, incrédula. — Robert, eu não sou atriz. Nem artista. Eu nem sei o que fazer em um estúdio profissional!

Ele balançou a cabeça, dando um passo para mais perto. A proximidade dele estava começando a me deixar tensa, mas não de um jeito ruim.

— Você não precisa ser atriz para isso. Você tem talento, Ana. Eu vi com meus próprios olhos, ouvi com meus próprios ouvidos. — Ele fez uma pausa, o olhar intenso. — Aquilo que você acha que "não foi nada", foi mais do que suficiente para me convencer.

Eu desviei o olhar, meu rosto quente de vergonha.

— Não foi nada, Robert. Eu estava sozinha, limpando. Cantar me ajuda a esquecer um pouco... as coisas. — Minha voz falhou no final.

— E é exatamente isso. — Ele tocou levemente meu braço, evitando a área machucada, como se quisesse garantir que eu o ouvisse. — Você tem algo que muitas pessoas treinadas não têm. Emoção verdadeira.

Eu balancei a cabeça, incapaz de encará-lo diretamente.

— Robert, eu não consigo. Não sei fazer isso.

— Ana, por favor. — Ele deu um passo para trás, como se estivesse tentando se conter. — Escuta, esse contrato é importante. Se não entregarmos a dublagem, tudo pode desmoronar. E, sinceramente, eu não confio em ninguém mais para isso.

Eu o encarei, chocada.

— Você confia mais em mim, que não sei nada sobre isso, do que em... — pausei, tentando lembrar o nome da atriz famosa que eu sabia que ele tinha mencionado em algum momento.

— Sim, confio. — Ele interrompeu, com um sorriso quase desafiador. — Porque eu sei do que você é capaz.

— Robert... — comecei, mas ele me interrompeu de novo, a urgência clara em sua voz.

— Eu preciso que você tente, Ana. Só tente. — Ele respirou fundo, e sua expressão suavizou. — Se não der certo, tudo bem. Mas se der... você vai ser bem paga. E, se preferir, podemos fazer toda a dublagem aqui mesmo. Não precisa sair de casa.

Minha cabeça girava. A proposta parecia surreal, absurda. Mas havia algo nos olhos dele... algo que me fazia sentir que, talvez, ele realmente acreditasse em mim.

— Isso é loucura, Robert.

Ele sorriu de novo, mas dessa vez era um sorriso leve, quase encantador.

— Eu sei. Mas é uma loucura que pode mudar sua vida.

Aquelas palavras ficaram presas na minha mente, ecoando enquanto eu lutava contra meus próprios medos e inseguranças. A ideia de tentar algo novo me aterrorizava... mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim queria confiar nele. Por mais insano que fosse.

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POV Robert Pattinson


Eu estava no meio de um daqueles raros momentos de tranquilidade com Ana.

Ela estava sentada no meu sofá, seus cabelos caindo suavemente sobre os ombros, o rosto ainda com alguns hematomas, mas visivelmente melhor.

Seu braço estava imobilizado na tipoia, e mesmo assim, ela parecia menos abatida do que antes.

Eu sentia algo próximo de alívio ao vê-la assim, como se o peso que ela carregava tivesse diminuído, ainda que apenas um pouco.

Então a porta se abriu, e a voz alta de Bobby cortou o silêncio:

— Você tem uma ótima desculpa pra ter sumido por dois dias, né? Porque se não tiver...

Ele parou de falar abruptamente, seus olhos caindo sobre Ana no sofá.

Ela olhou para ele, a expressão oscilando entre desconforto e vergonha.

Bobby, sendo Bobby, não perdeu a oportunidade de soltar algo infeliz:

— Vai dizer que ela tá toda quebrada porque você pegou ela de jeito?

Antes que Ana pudesse reagir, eu bati na parte de trás da cabeça dele, talvez com mais força do que o necessário.

— Cala a boca, Bobby.

Eu estava preocupado que Ana se sentisse ainda mais desconfortável com a brincadeira idiota dele.

Mas, para minha surpresa, o que ouvi foi uma risada.

Não era uma risada alta, mas era doce, melodiosa, como sinos tocando suavemente. Fiquei paralisado, ignorando completamente Bobby, fascinado pela maneira como aquele som preenchia a sala. Era a primeira vez que eu a via rir de verdade desde que ela chegou aqui.

Bobby olhou para mim, confuso, enquanto Marcus finalmente fechava a porta atrás dele e dizia:

— Tá, o que tá acontecendo aqui?

Eu respirei fundo, tentando me recompor.

— Essa é a Ana. — Olhei para ela, que agora tentava esconder o sorriso. — E ela vai ser a nova dubladora do projeto.

Os dois me encararam como se eu tivesse perdido o juízo.

— Espera aí... — Bobby apontou para ela e depois para mim. — Ela?

— Sim, ela. — Ignorei o tom de dúvida dele.

— Tá, mas... — Marcus franziu a testa. — Cara... explica isso direito.

Eu passei uma mão pelo rosto, sentindo a tensão voltar.

— Vem comigo.

Levei os dois para o estúdio que tinha em casa, esperei Ana entrar na sala acústica e expliquei tudo rapidamente.

Desde o momento em que recebi a ligação dela na produtora até o instante em que decidi que ela tinha que ficar comigo.

Não entrei em muitos detalhes, mas o suficiente para que ambos entendessem a gravidade da situação.

— Caramba... — Marcus parecia chocado. — E você tá mesmo disposto a fazer isso?

Eu o encarei, sério.

— Claro que estou, vocês sabem o quanto eu sou louco por ela...

Bobby cruzou os braços, me olhando com uma sobrancelha levantada.

— Você tem noção do que tá se metendo, né? Isso pode dar uma merda monumental.

— Não me importa. — Minha voz saiu firme. — Não vou deixar ela sozinha nessa.

Eles ainda estavam processando tudo quando a voz dela veio da sala de som.

Ana havia começado a cantar.

Os dois se viraram instantaneamente, suas expressões mudando de ceticismo para surpresa. A voz dela era crua, mas cheia de emoção, carregando algo que nenhuma técnica poderia imitar. Eu sabia que ela era boa, mas ver a reação de Marcus e Bobby confirmou que ela era muito mais do que isso.

— Caralho... — Bobby murmurou, ainda olhando para o vidro que separava a sala de som do estúdio principal. — Ela é incrível.

— É mais do que incrível. — Marcus balançou a cabeça, impressionado. — Você tem certeza de que ela nunca fez isso antes?

— Nunca. — Sorri, cruzando os braços enquanto observava Ana. — Eu sempre disse que ela era perfeita.

Enquanto eles continuavam surpresos, eu senti algo crescendo dentro de mim.

Não era só orgulho.

Era algo mais profundo, algo que eu ainda não está pronto para expor para ela, mas não conseguia evitar.

Ana terminou a música, e quando olhou para nós através do vidro, havia nervosismo em suas orbes castanhas mas também havia outro sentimento quando nossos olhos se encontraram.

Ponto de vista de Robert

Bobby foi o primeiro a quebrar o silêncio assim que Ana saiu da sala de som.

— Robert, você sabe que ela vai ter que gravar na produtora, certo? Lá temos os melhores equipamentos, e, além disso, ela precisa assinar o contrato com os representantes da Disney. Eles não vão aceitar nada menos que o padrão.

Olhei para ele e depois para Marcus, já esperando que algum dos dois me desse mais razões para me preocupar.

— Quando ela estiver pronta, levaremos, é claro. — Respondi, tentando manter o tom calmo. — Mas vou deixar que ela decida.

Me virei para Ana, que estava ao meu lado, ainda com uma expressão desconfiada no rosto.

— Ana, quando você gostaria de fazer isso?

Ela hesitou, como se estivesse tentando entender o que eu realmente queria dizer.

— Quando vocês quiserem. — Respondeu, com uma voz neutra.

Foi quando Marcus entrou na conversa, sua voz mais direta do que deveria ser:

— Não, você precisa melhorar. Desculpa, mas não tem como você ir para uma reunião executiva parecendo uma colcha de retalhos.

Eu mal tive tempo de processar as palavras dele antes de ouvir uma risada baixa e fria sair dos lábios de Ana. Era um som que me surpreendeu, não pela frieza, mas pela dor evidente que ela escondia.

— Trabalhei dois anos desse jeito e ninguém nunca percebeu. — Ela disse, olhando diretamente para Marcus com uma expressão firme. — Ou você acha que meu marido começou a me espancar há dois dias?

— Me descul... — Marcus tentou se corrigir, mas ela o interrompeu, ainda com o tom cortante.

— Tudo bem, eu entendo seu ponto de vista, senhor Marcus. — Ela manteve os olhos nele, duros como pedra, enquanto minha vontade de estrangulá-lo só aumentava. — Você vai me dizer que antes ninguém me via porque eu era uma simples faxineira, né?

Ela deu uma risada amarga, olhando para o chão antes de continuar:

— Tudo bem. Quando meus machucados melhorarem, eu mando avisar.

A sala ficou em um silêncio constrangedor. Marcus, pela primeira vez, parecia desconcertado, e Bobby me lançou um olhar que dizia: "Você precisa resolver isso."

— Ana... — comecei, tentando acalmar a tensão.

Ela me olhou rapidamente e deu um sorriso que não chegava aos olhos.

— Está tudo bem, senhor Pattinson. Eu sei que o mundo funciona assim. — Ela deu de ombros, fingindo indiferença, mas eu podia ver a mágoa em seu olhar.

— Não, não está tudo bem. — Dei um passo em sua direção, tentando capturar sua atenção novamente. — E você não precisa lidar com isso sozinha.

Ana abriu a boca para dizer algo, mas eu a interrompi antes que pudesse se afastar ainda mais.

— Você está aqui porque é boa no que faz, não porque eu quero "dar uma chance" a alguém. — Minha voz saiu mais firme do que eu pretendia. — Se for necessário, vamos esperar o tempo que você precisar para melhorar. E, Marcus... — Lancei um olhar gelado para ele. — Escolha melhor suas palavras da próxima vez.

Marcus levantou as mãos em um gesto de rendição, ainda parecendo envergonhado.

— Tá, eu fui um idiota. Desculpa, Ana.

Ela apenas assentiu, mas não parecia pronta para perdoá-lo completamente.

— Vamos resolver isso no seu ritmo, Ana. — Acrescentei, suavizando meu tom. — Você é quem manda agora.

Eu podia ver que ela ainda estava relutante, mas nos deu as costas cruzando seu braço bom com o braço na tipoia contra seu corpo, indo para o seu quarto.

Passei pela porta automática da produtora, o pensamento ainda fixo em Ana. Ela parecia tão diferente comigo desde o comentário idiota do Marcus. Era como se tivesse erguido um muro, mantendo distância. Não a culpava; o que Marcus disse havia sido insensível. Mas eu precisava achar uma maneira de reconquistar sua confiança.

Enquanto ponderava sobre isso, uma voz na recepção chamou minha atenção.

— Ana Carla. — O tom firme do homem fez meu corpo enrijecer instantaneamente.

Virei minha cabeça na direção da recepção e vi um homem alto, de cabelos curtos e feições duras, falando com a recepcionista. Ele exalava uma energia agressiva que imediatamente fez meus sentidos dispararem.

— Eu sou o marido dela, Rafael. Sei que ela está aqui. Quero falar com ela.

Senti uma onda de repulsa me invadir. Antes que a recepcionista pudesse responder que Ana havia sido desligada da produtora, me aproximei, colocando minha mão no ombro dele com uma falsa cordialidade.

— Rafael, não é? — Me apresentei com um sorriso que não alcançava meus olhos. — Sou Robert Pattinson. Trabalho aqui.

Ele virou-se para mim, estreitando os olhos, tentando avaliar se me reconhecia.

— Sim. E você sabe onde está a minha esposa?

— Claro. — Falei calmamente, ignorando a repulsa que crescia em mim. — Ana está no turno da noite. Se você vier por volta das 21h, tenho certeza de que vai encontrá-la aqui.

A recepcionista me lançou um olhar confuso, mas eu a ignorei, mantendo meu sorriso educado enquanto via Rafael assentir lentamente.

— Certo. Eu volto à noite. — Ele disse, parecendo satisfeito.

Esperei até que ele se afastasse e saísse pela porta antes de seguir para minha sala. Minhas mãos estavam cerradas em punhos quando a porta se fechou atrás de mim.

— Desgraçado... — Murmurei entre dentes, tentando me acalmar.

Peguei o telefone e pedi que mandassem Rebeca até minha sala.

Minutos depois, ela entrou, parecendo preocupada.

— Senhor Pattinson,  aconteceu alguma coisa?

Assenti, respirando fundo antes de começar:

— Rebeca, tudo bem?— Ela assentiu, um pouco constrangida.— Eu queria que você fosse visitar Ana na minha casa.

Os olhos dela se arregalaram de surpresa.

— Na sua casa?

— Sim. — Respondi, direto. — Ela precisou sair de casa por... questões pessoais. — Não me atrevi a mencionar Rafael, mas vi que ela entendeu. — Ela está segura lá, mas acho que ela precisa de uma amiga.

Rebeca assentiu, ainda processando a informação.

— Claro, eu vou... Ele.. ele bateu nela, não é?

Não respondi, mas ela sabia a resposta.

— Filho da Puta... Desculpa, senhor.

Anotei minha mão como quem não se importa.

— Tire o dia de folga. Meu motorista está te esperando para te levar.

Ela hesitou por um momento, mas logo deu um sorriso de compreensão.

— Tudo bem, eu vou. Obrigada por cuidar dela, Senhor Pattinson...

— Só estou fazendo o que qualquer um deveria fazer.

Rebeca saiu, e eu me recostei na cadeira, minha mente já planejando o que faria para manter Rafael longe de Ana.

Eu não ia permitir que aquele homem chegasse perto dela novamente.

Minha cabeça estava mergulhada em projetos e documentos acumulados nos últimos dias.

Estava tentando colocar em ordem tudo o que havia deixado de lado desde que Ana entrou, de fato, em minha vida, quando a porta da minha sala se abriu e Bobby colocou a cabeça para dentro.

— Tá tarde, irmão. Não vai embora? — ele perguntou, se despedindo com um aceno.

— Vou demorar um pouco mais. Ainda tem muita coisa pra resolver.

— Certo... Boa noite...

Ele se foi, deixando-me sozinho na produtora.

O silêncio do lugar era quase reconfortante, mas minha mente já estava em alerta para o encontro que se aproximava.

Quando o relógio marcou 21h, desci até a recepção.

Rafael estava parado do lado de fora, a expressão desconfiada e irritada.

Respirei fundo antes de me aproximar.

— Rafael. — Cumprimentei-o com uma cordialidade forçada. — Entre, Ana está limpando o último andar.

Ele me lançou um olhar desconfiado, mas seguiu meus passos enquanto eu o guiava até minha sala.

Assim que entramos, fechei a porta atrás de nós.

Rafael parou no meio da sala, olhando ao redor como se procurasse Ana.

— Onde está minha esposa? — Ele exigiu, me encarando com uma expressão endurecida.

Dei um meio sorriso, cruzando os braços.

— Segura. Ana está em um lugar onde você nunca mais vai colocar as mãos nela.

A tensão no ar era palpável.

Rafael deu um passo à frente, o tom de voz subindo.

— Eu quero saber onde ela está, agora! Ela é minha mulher.

Revirei os olhos, rindo com desprezo enquanto puxava as mangas da minha camisa social para cima dos cotovelos.

— Você gosta de bater em mulheres, não é? — Dei alguns passos na direção dele. — Então vem bater em mim, seu merda.

Ele não hesitou.

Avançou em minha direção, e nossos corpos colidiram.

Rafael acertou um soco na lateral do meu rosto, mas isso só me fez reagir com mais força.

— Você é um covarde! — Rosnei, socando-o no estômago. — Um homem que bate em mulheres não passa de lixo.

— E você é o quê? — Ele gritou, tentando me acertar de novo. — Um chefe aproveitador? Ana é uma vagabunda! Tá traindo o marido com o chefe!

Essa frase foi suficiente para apagar qualquer resquício de controle que eu ainda tinha.

— Retira o que disse! — Gritei, empurrando-o contra minha mesa com tanta força que alguns objetos caíram no chão.

Derrubei-o sobre a mesa e desferi um soco em seu rosto, seguido de outro. Rafael tentou se defender, mas a raiva que me consumia era maior.

— Robert! — A voz de Bobby ecoou pela sala enquanto ele e Marcus entravam correndo e me puxavam para longe de Rafael.

Rafael, ainda no chão, limpou o sangue que escorria de seu nariz e se levantou com dificuldade.

— Quem é esse? — Bobby perguntou, olhando para o homem com nojo.

— O ex-marido da Ana. — Respondi, minha voz cheia de ódio.

Sem hesitar, Bobby avançou em direção a Rafael, mas Marcus o segurou.

— Some daqui. — Bobby rosnou. — E se eu ou qualquer um aqui te virmos de novo, você vai se arrepender.

Rafael riu com desdém, ajeitando a camisa amarrotada.

— Vocês estão todos fodidos. Isso não vai ficar assim. — Ele cuspiu as palavras antes de sair da sala, batendo a porta com força.

Fiquei parado por um momento, tentando controlar minha respiração,não acreditando na audácia daquele escroto.

— Se ele abrir a boca isso vai dar um problema tão grande que Michael vai se rasgar no meio.— Marcus disse.

Limpei o sangue que escorria da minha boca e passei a mão no cabelo.

Michael era meu assessor, já tinha dado um Piti em minha casa, Ana até tinha presenciado.

— Eu não tô nem aí.— falei pegando meu terno.

Bobby puxou o ar com força.

— Vamos embora.

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POV ANA CARLA

Andava de um lado para o outro na sala, incapaz de me sentar.

Algo dentro de mim gritava que algo estava errado, um pressentimento sufocante.

Tinha passado o dia com Rebeca, conversamos muito, e acabei contando tudo sobre Rafael.

Ela se emocionou, me abraçou como uma irmã e, no final, disse algo que ficou martelando em minha cabeça.

"Robert deve gostar muito de você para estar ajudando dessa forma."

Desde então, minha mente estava em um turbilhão.

Não conseguia ignorar o que ouvi na sala de som, quando ele achou que eu não estava prestando atenção.

Ele disse que era louco por mim.

Mas como?

Por que ele faria tudo isso?

Era difícil confiar, impossível até, depois de tudo o que vivi.

Será que ele era diferente?

Meus pensamentos foram interrompidos pelo som da porta abrindo.

Girei na direção da entrada e vi Robert entrando, sua expressão fechada, o corpo um pouco curvado.

Meus olhos imediatamente caíram na camisa manchada de sangue e no corte em seu lábio, junto com um pequeno hematoma ao lado do olho.

— Meu Deus, Robert! — Corri até ele, o coração disparado. — O que aconteceu com você?

Ele ergueu a mão, tentando minimizar minha preocupação.

— Não foi nada, Ana.

— Nada? — Repeti incrédula enquanto ele se sentava no sofá com um gemido de dor. — Não me venha com isso. Quero saber o que houve.

Ele permaneceu em silêncio, evitando meu olhar.

Bufei e fui até o banheiro, pegando o kit de primeiros socorros.

Quando voltei, ele estava com a cabeça jogada para trás, os olhos fechados.

— Vamos lá, senhor Pattinson, você não está em um filme agora. Me deixe ver isso. — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, talvez como uma forma de mascarar o nervosismo.

Me ajoelhei na frente dele e comecei a limpar o corte em seu lábio.

Era difícil ignorar o olhar intenso que ele lançou em minha direção.

Ele parecia tão calmo e confiante, mesmo machucado, enquanto eu tentava controlar o tremor das minhas mãos.

— Rafael nunca mais vai machucar você.

Suas palavras me fizeram congelar.

Meus olhos se arregalaram enquanto o algodão com antisséptico pairava no ar.

— O que você fez? — Perguntei, o pânico subindo em minha voz. — Você... você matou ele?

Ele soltou um suspiro pesado, balançando a cabeça.

— Não, Ana. Mas garanto que ele nunca mais vai chegar perto de você.

Meu coração batia tão rápido que eu mal conseguia pensar direito.

— Por que você está fazendo isso? — Minha voz saiu baixa, quase um sussurro.

Ele ficou em silêncio por um momento, me observando como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado.

— Você acredita em amor à primeira vista, Ana?

Fiquei surpresa com a pergunta, mas respondi sem hesitar:

— Não.

Um sorriso suave curvou seus lábios, e ele balançou a cabeça.

— Eu também não. — Ele se inclinou ligeiramente para frente, seus olhos fixos nos meus. Sua mão tocou meu rosto com uma delicadeza que me deixou tensa, como se cada célula do meu corpo estivesse em alerta. — É por isso que eu estou há dois anos te olhando... tentando entender que sentimento é esse que me faz sorrir só por te ver.

Meu coração disparou.

As palavras dele eram como um trovão, abalando todas as paredes que eu havia construído para me proteger.

— Robert, eu...

Ele ergueu um dedo, tocando suavemente meus lábios para me silenciar.

— Você não precisa dizer nada agora. Só quero que saiba que estou aqui. Sempre estive. E sempre estarei.

Eu queria falar, mas as palavras pareciam presas na garganta. Ele se afastou apenas o suficiente para me dar espaço, mas seu olhar permaneceu.

Terminei de limpar o último corte no rosto de Robert, tentando ignorar o fato de que minhas mãos ainda tremiam levemente.

Ele observava cada movimento meu com uma intensidade que fazia o ar parecer mais pesado ao nosso redor.

Eu só queria terminar logo, mas também não queria que aquele momento acabasse.

Eu estava enlouquecendo...

— Pronto. — Falei, tentando soar casual. — Acho que um banho vai fazer você se sentir melhor.

Robert inclinou a cabeça, um pequeno sorriso curvando seus lábios.

— Preciso de ajuda, sabe? — Ele disse, sua voz carregada de algo entre brincadeira e charme.

Ele estava claramente fazendo um pouco de manha, e, apesar de tudo, aquilo o tornava quase... adorável.

Eu não era boa com sentimentos bons, não estava acostumada com aquele tipo de dinâmica, mas tentei ser leve.

— Tudo bem, senhor estrela de cinema. Vamos. — Respondi, tentando manter meu tom prático.

Levantei-me e o acompanhei até o quarto dele, sendo imediatamente envolvida pelo perfume amadeirado e inconfundível que parecia ser uma extensão dele.

O espaço era tão dele quanto seu sorriso — elegante, com toques de simplicidade e conforto.

As cores neutras, os detalhes minimalistas, mas com personalidade.

Robert parou em frente a mim, um pouco desconfortável, e tentou abrir os botões da camisa.

Ele fez uma expressão de dor que imediatamente despertou minha atenção.

— Está doendo? — Perguntei, preocupada.

— Um pouco. — Ele admitiu, parecendo mais vulnerável do que o habitual.

Suspirei e dei um passo à frente, minha mão livre  automaticamente indo para os botões de sua camisa.

Meu coração disparou quando comecei a desabotoá-los, os dedos quase trêmulos ao tocar o tecido.

Quando a camisa deslizou por seus ombros, me vi diante de sua pele quente e dos músculos bem definidos de seu peitoral liso.

"Foco, Ana", pensei, tentando controlar a onda de nervosismo que tomava conta de mim.

— Obrigado. — Ele disse baixinho, sua voz rouca.

Ergui o olhar e encontrei seus olhos azuis fixos em mim.

A tensão no ar era quase palpável.

Pela primeira vez, notei todos os detalhes de seu rosto.

A linha definida de sua mandíbula, as sobrancelhas grossas que davam um ar levemente rude, os lábios finos e o cabelo desgrenhado que parecia gritar charme.

Eu estava completamente hipnotizada, como se não houvesse nada além de nós naquele momento.

Molhei os lábios, tentando encontrar as palavras certas para quebrar o silêncio esmagador.

Mas nada saiu.

Dei um passo para trás, meu coração batendo tão alto que parecia ecoar e saí do quarto sem dizer nada.

Assim que fechei a porta do meu quarto, encostei-me contra ela, tentando recuperar o fôlego.

O que estava acontecendo comigo?

"Isso é loucura", pensei.

Robert era gentil, sim.

Atencioso.

Mas isso não significava nada.

Contos de fadas não existiam, e homens como ele não se apaixonavam por mulheres como eu.

Ele só estava me ajudando por pena.

Repeti isso para mim mesma, como um mantra.

Fingindo que não ouvi ele admitir que era louco por mim a dois anos e que achava ter sentido amor à primeira vista por mim...

Mas, no fundo, algo dentro de mim desejava desesperadamente que fosse verdade.

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Nos vemos no capítulo final...


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