52. Noite Fria
Eu fiz uma pergunta no perfil, como ninguém respondeu, segue sem aviso de gatilho e conteúdo, Bjs.
Dizem que o primeiro amor a gente nunca esquece. Aquele cabeludinho fofo e tímido da escola, o atleta popular, o quase astro do rock que toca violão antes da aula.
Bem, eu sou prova de que isso é verdade. Mas no meu caso, o primeiro amor não foi embora na formatura do colégio para nunca mais ser visto.
Meu primeiro amor permaneceu na casa do dos meus pais por anos depois de eu me convencer de que não era certo e jamais poderia acontecer. Até eu decidir que precisava partir para curar essa paixão platônica avassaladora pelo meu próprio irmão
Bem, eu sou adulta agora. Mais que isso. Sou uma empresária com um lindo e popular boticário no Beco Diagonal, não posso mais ser atormentada por uma bobagem infantil.
Mas as coisas não andam bem em casa depois da guerra, ainda que eu tenha me afastado ao máximo de minha família, a ponto de ninguém se lembrar daminha origem, eu ainda os amo.
Por isso aceitei o pedido que minha mãe mandou em uma carta alguns dias atrás.
Agora meu irmão tem um emprego em minha loja e isso quase está me deixando louca.
Eu observo enquanto ele repõem os produtos em uma prateleira, como seu corpo fica bem desenhado no avental pardo que ele amarra na cintura, os movimentos calculados para alinhar tudo perfeitamente.
Nós já fechamos a essa hora, mas Draco permanece aqui, adiantando o serviço de amanhã, é impossível sair com a chuva que está lá fora e ele está proibido de aparatar até que a investigação pelos crimes da nossa família esteja encerrada.
— Eu terminei tudo por aqui, quer que eu faça... sei lá. O inventário?
Ele caminha até perto do balcão onde estou, tirando o avental enquanto fala e o embola antes de colocar sobre o tampo de madeira.
— Fizemos isso na semana passada.
— Posso verificar o estoque.
— Não, Draco — levo a mão á testa, uma pontada aguda me faz fechar os olhos — eu estou cansada e ainda não comi. Acho que você vai ter que se molhar um pouco.
— Não ligo de me molhar, mas está fazendo uns cinco graus lá fora. Não quero acabar tendo hipotermia.
Eu penso por alguns segundos. aqui dentro está quente, mas basta olhar para os vidros embaçados para perceber como o tempo é cruel do lado de fora.
— Não parece que vai parar.
— Você não tem um quarto extra aqui? Prometo não cobrar como hora extra.
Eu suspiro.
— Acho que pode ficar no sofá.
Ele encurva os lábios, mas não diz uma palavra e eu ignoro a insatisfação dele. Apago as luzes, depois ele me segue até a porta do apartamento no andar de cima.
Enquanto destranco, já posso sentir o ar gélido que vem por baixo e acerta minha canela.
— Acho que esqueceu de lugar o aquecedor.
— Não faz sentido manter o aquecimento aqui quando ninguém está usando.
Eu abro a porta, o frio intenso me faz tremer e arrepiar. Para piorar tudo, eu esqueci a janela da sala aberta. Me apresso para fechar, mas o vento já carregou a chuva para dentro durante a tarde toda, há poças pelo chão e o sofá está visivelmente encharcado.
— Deve ter um feitiço para isso — Draco levanta uma almofada e essa pinga como uma torneira mal fechada — mas duvido que seja mesmo eficaz.
— Eu não tenho outra cama, sinto muito.
Seus olhos encontram os meus, meu peito se expande tanto que acho que vai explodir. Eu me derretia por esse olhar, por essa testa franzida como se sempre tivesse algo que ele não estava entendendo.
— É uma cama de solteiro? — sua pergunta tem um julgamento implícito.
— Não, mas... não quero ter que dividir.
— Pode dormir no sofá, então — ele levanta o queixo de forma esnobe.
Eu respiro fundo. Passei tanto tempo fugindo da presença de Draco, ignorando os pedidos dos meus pais para o Natal e aniversários e agora eu estava prestes a dividir a cama com ele.
— Tudo bem, mas não encosta em mim.
Eu vou para o quarto sem olhar na sua direção, pego um pijama quente de plush e sigo para o banheiro.
Estou morrendo de frio, mas também estou suando. Tiro o suéter e me sento na borda da banheira, tentando me acalmar.
Nada está acontecendo, não estou mais apaixonada pelo meu irmão há anos, foi uma fase da puberdade onde tudo me excitava.
Bocas, cabelo, dedos. Tudo.
Exceto que não era tudo, eram a boca, cabelo e dedos de Draco.
Tudo bem, eu só tenho que me trocar, deitar o mais longe possível dele e esperar amanhecer, porque duvido que vou dormir.
Quando saio do banheiro, Draco está prestes a se deitar e não veste nada além de uma cueca tipo samba canção e uma regata branca que devia estar sob sua camisa.
— O que está fazendo?
— Você não tem cobertores o suficiente e o aquecimento aqui em cima é quase inexistente.
— É suficiente se você ficar vestido.
Draco levanta as cobertas de uma vez e se enfia dentro.
— Não consigo dormir vestido.
Ele se aconchega para o outro lado.
Eu ainda não posso acreditar Que está acontecendo. Apago a luz e me aproximo com cuidado, me deito com a lentidão de quem desarma uma bomba.
Não estou tocando nele, na verdade, estou na extremidade da cama, mais um centímetro e eu cairia no chão gelado e não vou me cobrir, ele pegou todos os cobertores, prefiro me contentar com meu pijama.
Mas isso não impede que eu o sinta, a energia caótica desse sentimento me atraindo para ele.
É um longo tempo de esforço, meus dedos gelados formigam de frio e eu não consigo parar de tremer, não consigo parar de pensar.
— Sn? — ele murmura.
— O que foi?
— Eu estou com frio.
Suas palavras são como pequenas agulhas perfurando a minha pele.
— Desculpa, mas não posso ajudar.
Draco se move na cama e se vira para mim.
— Porque você abandonou a gente, Sn?
A pergunta tão repentina me choca, eu nunca abandonei ninguém, eu apenas... não podia continuar.
— Draco... eu tinha que viver a minha vida.
— Mas nunca parou para pensar que eu gostava de ter a minha irmã mais velha?
— Nossa diferença é de apenas um ano, não fale como se eu tivesse largado uma criança.
Ele fica quieto, um sentimento de impotência assume conta do meu peito.
— Ainda está com frio?
— Congelando — Draco estende a mão e encosta no meu rosto a diferença é mínima — Você está gelada, também. Está descoberta?
Ele estende o cobertor apesar dos meus protestos, mas eu cedo, está quente e acolhedor, perfeito para mim.
— Você não devia ter tirado a roupa.
— Ia ficar desconfortável — Draco segura minhas mãos com as suas, mas chega muito mais perto do que eu considero seguro — acho que vou me esquentar no seu pijama também.
— Draco... não — eu peço, embora suas mãos agora estejam na minha barriga por baixo da blusa, eu as afasto — o que está fazendo?
— Me esquentando e esquentando você.
— Não, Dray...
Ele coloca suas mãos de volta na minha barriga, mas ao invés de ficar parado, começa a acariciar. Seu rosto está tão perto do meu que sinto sua respiração quente em minha bochecha. Eu suspiro e ele encosta os lábios no meu pescoço.
Levo um segundo para notar que é um beijo que fica mais molhado quando ele abre mais a boca.
— Draco, isso não é certo. Eu sou sua chefe.
— Antes disso, você é minha irmã. O que nunca te impediu de me querer — ele desliza a língua pelo meu pescoço até a orelha — também nunca me impediu de querer você.
Vejo toda a tensão do meu corpo indo embora com suas palavras doces e proibidas, Draco segura o lóbulo da minha orelha e chupa, a sensação encharca minha calcinha e não controlo meu quadril, quando percebo, estou pressionando a pélvis contra ele.
— Não podemos fazer isso — eu murmuro, tentando me convencer.
— Fica mais fácil se a gente não conversar sobre isso. Eu sei o que fazer, só relaxa e confia em mim.
E eu confio, sucumbindo em seus braços, suas mãos ladeiam minha cintura, subindo e descendo, seu beijo chega a minha boca.
Toda a expectativa de uma vida sendo superada pelo seu beijo doce.
Me arrisco a tocar nele, primeiro sua barriga lisa e definida, as curvas que posso sentir através do tecido fino da camiseta, depois o peito e os mamilos pequenos, estufados e duros com o frio. Ele treme pela sensibilidade, me fazendo sorrir.
— Sua sádica — ele encera com dois selinhos rápidos — quer ver como é bom?
Draco sobe as mãos e agarra meus seios, sei que é um troco, mas ele está errado. Isso é bom, é um sonho.
A forma como seus dedos me exploram tem mais que apenas desejo, cada canto é tocado, mapeando as curvas e linhas sutis das minhas imperfeições.
Seu beijo volta mais voraz, sua coxa entra entre as minhas.
De repente, tudo o que eu quero é deixar todo esse tesão vazar, mergulho minha mão dentro de sua roupa, Draco geme, eu o aperto. A única parte quente em seu corpo, macio e ao mesmo tempo firme.
Exploro com a mesma calma, decorando onde estão suas veias e dobras, sinto a parte macia mais abaixo e encho minha mão com ela.
Draco está movendo suas pernas, se esfregando e fazendo minha calça descer, eu o ajudo e quando estou livre ele sobe em mim.
Sua boca agora, explora meu pescoço, clavícula, peito, demorando mais tempo sobre cada mamilo tenso, então ele percorre o resto do caminho com sua língua, sobre o estômago, umbigo e mais baixo em meu ventre.
Seu dedo passa por baixo do tecido e ele afasta a calcinha, a próxima coisa que sinto é sua boca quente contra a minha pele úmida.
Draco solta um gemido longo e balança a cabeça, meus dedos somem no meio do seu cabelo quando o agarro pedindo por mais.
Não importa o quanto eu tenha lutado contra, agora nada parece errado, não com a sua língua mergulhando em mim dessa maneira.
Meu corpo vibra com o contato dele e eu simplesmente não aguento mais.
— Dray, por favor. Não posso esperar.
Minha pele se arrepia por inteiro quando ele começa a fazer o caminho contrário até a minha boca, meu gosto está impregnado em sua língua, o que me faz beijá-lo com mais fome.
Draco se encaixa entre minhas pernas, eu me movo, buscando por ele.
— Sabe que partir daqui, não tem volta?
— Nunca senti que tivesse.
Ele assente antes de enfiar o rosto na curva do meu pescoço e abaixar o corpo. Nossos corpos de encaixam perfeitamente, apertado, sob medida.
Puxo sua camiseta para cima e a tiro, ele se move apenas uma vez para dentro de mim, antes de fazer o mesmo com a minha, então não há nada entre nós dois.
Marco suas costas com minhas unhas, tentando me segurar nele com a intensidade de seus movimentos. Mesmo quando nossas coxas batem com força, eu peço por mais.
Draco segura minhas coxas e entra o mais fundo que pode, seu corpo está quente, sua respiração no meu pescoço, cortada apenas pelos chupões que ele me deixa.
— Eu estou quase — ele sussurra — por favor, não me deixe acabar primeiro.
Mas é ele quem toma uma atitude, passando sua mão entre nossos corpos e encontrando com seus dedos, o ponto mais sensível em meu corpo. Ele apenas pressiona, deixando que seus movimentos para dentro de mim fazem o suficiente para aumentar o estímulo.
Por um segundo, acho que vou desmanchar embaixo dele. Todo o prazer se concentrando na parte mais baixa em meu ventre e abraçando-o com pulsos apertados.
Draco perde a respiração, beijo sua boca aberta, me entregando ao meu próprio orgasmo, seu leite escorre pela minha coxa, causando um formigamento que me faz rir.
Gozamos juntos, coordenados, ligados.
Eu o beijo mais uma vez enquanto ele escorrega para o meu lado, depois me abraça por trás. Ainda sinto toques de sua boca no meu ombro.
Sei que ele está acordado, mas não ouso falar. Não sinto culpa, nem medo. É apenas eu, ele e um amor que não pode ser esquecido ou superado.
— Você é melhor do que eu sonhava — suas palavras suaves me chocam.
— Você também, Dray.
Sua respiração pesa tanto quanto seu braço sobre mim. De manhã, não haverá conversa, vou levantar primeiro e me vestir, preparar o café e descer para abrir o boticário.
Então, cada dia, será de espera e esperança de que venha outra tempestade.
Gente, eu acho que eu estava inspirada quando escrevi esse incesto que ficou até poético.
Se esse capítulo chegar em votos, amanhã tem mais <3
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