Shadow
Parte. 2 - O show acabou?
Leitora/Batman
***
No passado, esse Club era comandado por ninguém menos que o Palhaço do Crime, Joker. No entanto quando ele foi capturado, o lugar passou para algum outro chefe de Mafia.
Continuo observando a fachada iluminada da boate, carros e mais carros de luxo estacionam em frente ao lugar toda hora, menos o que eu procuro. Estreito os olhos procurando entre os carror que são levados para o patio de estacionamento, e finalmente o encontro, mas ele está saindo da boate. O manobrista estaciona na porta e desce, mantem a porta aberta à espera de alguém.
Aguardo, na expectativa para descobrir que vai entrar naquele carro. Meu queixo cai levemente quando o vejo sair pelas portas da boate. O cabelo verde brilhando, as roupas chamativas, uma camisa cor de vinho aberta. Joker se encaminha em direção ao carro, sendo seguido por uma garota, ela tem os cabelos coloridos e usa um vestido brilhante.
O bizarro casal embarca no carro que logo esta voando para longe. Inconscientemente começo a segui-los, eu sei, é loucura, mas não consigo evitar. Batman mandou que eu ficasse longe de Joker, mas... se eu o pegar, e eu posso pega-lo, vou trancafia-lo outra vez no Arkham, talvez assim Batman finalmente pare de me ver como uma criança.
***
O caminho da lamborghini acaba em um grande parque de diversões abandonado. Bem, eu deveria esperar algo do tipo.
Joker e a garota descem do carro e entram no parque, que não está em tao mal estado como imaginava. Vou logo atrás, invocando as sombras para me ocultarem.
A casa de espelhos, grande e cheia de aparatos estranhos, é lá que eles entram, eu os sigo. O lado de dentro e bem diferente do que eu imaginava, não é uma casa de espelhos comum, pelo contrário. O lugar é um armazém enorme, porem com muito luxo e coisas preciosas, admito que o palhaço tem bom gosto.
— Finalmente... em casa – Ouço a voz rouca de Joker comemorar, enquanto atravessa o lugar. A garota que está com ele solta uma gargalhada estridente.
— Você quis dizer, finalmente a sós. Não foi, Pudding? – Ela corrige. Joker a olha de cima por alguns segundos, seu olhar suaviza por um breve momento.
— Isso também – Concorda. A garota salta sobre ele e o beija de forma apaixonada. Faço uma careta.
Deslizo pela parede, sem fazer qualquer ruido, tentando ficar em uma posição melhor.
— Agora...– Dou um leve salto. Quando volto minha atenção mais uma vez para o casal, Joker cruza a sala com uma das mãos no queixo. Ele fez menção de que iria continuar a falar, mas parou de repente.
Travei a respiração. Não tem como ele saber que estou aqui. É impossível.
Sou surpreendida outra vez e minha respiração acelera quando a voz esganiçada da garota se sobressai de algum ponto no armazém:
— Hey, Pudding, esta coisa está piscando sem parar.
Joker se vira para onde se encontrava um enorme monitor de computador. Uma imagem de um pequeno morcego pisca repentinas vezes na tela, como um GPS.
— Ele saiu da caverna – Joker sorri ao murmurar. Ele faz uma expressão de puro prazer ao observar o pequeno morcego mover-se de um lado a outro no mapa.
Batman está vindo para cá, isso é mais do que óbvio, mas como ele descobriu esse lugar? Bem, não vou questionar.
O que sera que ele pensaria ao chegar aqui e encontrar o palhaço prontinho para viagem? Dependendo do Morcegão, só posso esperar a reação mais inesperada de todas.
Se quero impressiona-lo, devo agir rápido, não sou a única que o está esperando. Conforme o pequeno morcego se aproximar do ponto em vermelho na tela, mais a expressão do Joker se altera com expectativa.
Me fundindo com a parede, e depois descendo de um portal bem acima do casal, em uma coluna, me preparo para um provável confronto.
— Soube que o circo chegou na cidade – Falo, cruzando os braços. A garota me fita surpresa, já Joker parece impassível. – Particularmente, nunca gostei de circos.
— No entanto mora no grande picadeiro que é Gotham City – Ele retruca, os dentes metálicos reluzem em um sorriso.
— Ta mais para um Show de Aberrações – Digo, olhando da garota para o palhaço. Ele percebe o movimento de meus olhos.
— Ah, não. Não somos nós as aberrações – Joker sibila. Ele parece muito a vontade com toda a situação.
Ergo as sobrancelhas. Odeio quando os vilões começam a usar metáforas.
Deslizo para o chão, descendo da coluna. Joker não se move, também não demonstra incomodo com minha aproximação. Fixo os olhos diretamente no palhaço.
— Isso pode ser do jeito fácil ou do meu jeito – Mudo meu tom para soar ameaçadora.
— Que tal do meu jeito, queridinha?
— Que...?– Ao me virar na direção da voz estridente, sou acertada por algo muito pesado que me faz desmaiar na hora.
***
A dor chega antes mesmo dos meus olhos estarem abertos, minha cabeça esta pulsando. Com o que sera que aquela louca me acertou?
Levanto a cabeça, fazendo uma careta devido a dor. O estranho casal ainda estava lá. A garota totalmente alheia a mim, se pendurava no ombro do palhaço, enquanto ele assistia pacientemente o morceguinho monitor se aproximando cada vez mais.
Eu tentei me mexer, mas percebi que estou amarrada a uma cadeira. Tento forçar as cordas, porem elas são muito fortes. Meus poderes não funcionam, ou estou fraca demais, ou a confusão mental estava atrapalhando. Contínuo em silêncio, prestando atenção nos dois.
— O que vai fazer quando ele chegar, Pudding?
— Tenho planos... para os dois.
— Quero matar a mascarada – A garota ri.– Por favor, deixe-me mata-la.
— Depois, Arlequina – Joker faz um aceno displicente com as mãos.– Ele esta aqui.
Oh, não. Ele esta aqui. Meus olhos procuram o morcego no monitor e ali esta ele, pairando sobre o ponto vermelho. Joker deve te-lo feito rodar toda a cidade até encontra-lo.
Arlequina, pega algo próximo a parede, parece um martelo, não sei, só sei que é enorme. Ela caminha ate mim, ostentando um grande sorriso enquanto estoura uma bola de chiclete.
— Esta bem acordada? O show começara em poucos minutos – Debocha enquanto para atrás de mim.
O armazém cai no silêncio, mas ele não aparece. Sera que foi embora? Não. O morcego na tela ainda está no ponto vermelho.
Joker aperta um botão e a tela muda para diversas câmeras de segurança. Pode-se ver todo o parque.
Procuro com atenção, qualquer vulto, capa ou o que seja. Nada.
De repente ouço uma explosão do outro lado do armazém, a saída dos fundos, tento jogar a cadeira para tras a fim de derrubar a garota. Arlequina fica alarmada e ergue o martelo mais uma vez sobre minha cabeça, antes que ela desça algo surge da escuridão e a acerta. Olho para trás e a vejo caida tentando se desvencilhar de cabos finos de metal a prendendo no chão.
Joker, ainda mantendo a calma, não vai atrás de salvar sua namorada. Ele se volta para mim, vem em minha direção e sorri com seus dentes metálicos enquanto puxa algo de dentro da roupa.
— Batman. Pensei que não viria mais, ou que não me encontraria – Fala, alto.– Sua amiga foi mais rápida.
— Solte-a – A voz de Batman ressoa pelo lugar, mesmo sem saber onde ele está, sei que esta furioso.– Você sabe como isso acaba, Joker.
— E você também sabe – O sorriso dele se torna ainda mais cruel. Sua gargalhada é fria.– Creio que se lembre de como ocorreu nosso último encontro... pobre rapaz...
— Eu não vou mandar outra vez – Nunca vi a voz de Batman tao grossa e baixa, mesmo ressoando por todo o lugar.– Solte-a.
— Como quiser.
E ele corta as cordas. Não me levanto. Não confio nele, tem algo muito errado para ele ter me libertado.
Olho para baixo, uma coisa que não havia percebido até agora esta diante de meus olhos. Em meu tornozelo esta preso um pequeno dispositivo, piscando.
— Eu vou te dar a chance de chegar até seu parceiro – Joker sussurra para mim. Seu tom me da arrepios.– Pode ir.
Ele me empurra e eu fico de pé. Assim que dou o primeiro passo, o dispositivo apita, olho para baixo e vejo que tem alguns números. Não entendo, porém ignoro.
Dou outro passo e ele apita mais uma vez. O número esta reduzindo. 10...9... agora 8. Esta contando meus passos.
— Se esperar muito, seu tempo acaba – Joker adverte. Onde esta Batman? Ele sumiu. Arlequina já esta solta e parece furiosa, carregando seu martelo no ombro.
Dou outro passo... 7. O que faço? Tento usar meus poderes, começo a afundar no concreto. Joker não contava com essa, pela primeira vez o vejo surpreso. O portal me leva ate o outro lado do armazém no alto de uma viga, não consigo ir mais longe que isso.
— Aparentemente, terei que mudar as regras desse jogo – Ouço a voz de Joker. O dispositivo apita, olho para baixo, a contagem mudou foi para 1 minuto, e esta diminuindo, nao mais ligada a meus movimentos.
Tento arrancar aquela droga da minha perna, rolo de um lado a outro encima da viga, entrando em desespero. Isso não sai.
Batman surge a minha frente, vindo de algum lugar, seus olhos estão em chamas.
— Você precisa sair daqui, agora – Ordena.
— Isso não sai! – Aponto para o dispositivo, sua contagem no 46.
As luzes do fundo do armazém se ascendem, nos deixando expostos. Inferno, o que eu fiz!
Fico de pé, olhando em volta, Joker esta bem abaixo de nós segurando uma pistola. Arlequina não esta a vista.
Ele atira e nós desviamos. Batman segura meu braço e me puxa para outra viga, a tornozeleira dificulta minha corrida. Batman salta mais uma vez e me leva junto, porem algo segura minha outra perna e me puxa para baixo. Caio pesadamente no chão.
— Aonde pensa que vai?– Arlequina salta sobre mim com o martelo em uma das mãos e um chicote na outra. Foi com isso que ela me derrubou.
O contador esta em 34. Arlequina me acerta com o martelo na região das costelas, tento escapar mas logo outro golpe no rosto me paralisa. Consigo acerta-la no estômago com um chute, conseguindo um tempo para escapar.
Levanto tropeçando, a visão um pouco obstruída pelo sangue, acho que aquela desgraçada quebrou meu nariz. Dessa vez Joker sumiu, não consigo ver batman em lugar nenhum...
Os acontecimentos seguintes foram rápidos demais para que eu acompanhasse todos direito. Primeiro, Arlequina se recuperou e me atacou pelas costas, provavelmente quebrando mais uma de minhas costelas. Então vi do outro lado Batman e Joker frente a frente. Batman saltou sobre o palhaço e o acertou repentinamente em varias partes do corpo, arrancando-lhe a arma.
Arlequina viu o que acontecia e correu para ajudar Joker, me deixando deitada no chão e arfando. O contador estava no 15, eu não conseguiria arrumar algo para tira-lo a tempo, não tinha forças o suficiente para sair dali.
Sem contar a dor em vários pontos de meu rosto e corpo, aquela maluca me bateu para valer, não estava conseguindo respirar direito e acho que vou desmaiar. Uma sombra enorme paira sobre mim, de início não sei o que é, apenas identifico quando seu rosto esta a centímetros do meu.
— Batman...
— Vou tira-la daqui – Ele me corta. Solto uma lufada de ar, minhas costelas doem e meu rosto inteiro se retesa, causando mais uma onda de dor. Não consigo me manter consciente por mais tempo.
Continua...
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