"Visão dela"

***

Desliguei a TV e soltei um suspiro manhoso. Kal levantou a cabeça do meu colo e me olhou curioso, esfreguei o alto de sua cabeça:

— Será que papai já terminou de trabalhar?
Pergunto ao cão. Kal continua me encarando, como se estivesse dizendo "não tenho idéia", e eu suspirei outra vez. Henry está o dia inteiro trancado em seu escritório trabalhando, lendo os scripts, memorizando e trabalhando na construção de seu Geralt de Rivia para a nova produção da Netflix cujo ele é protagonista, The Witcher.
Meu namorado é extremamente perfeccionista e dedicado quando o assunto é seu trabalho, e esse em específico que é particularmente especial para ele, considerando que Henry é um fã fiel dos livros e jogos da série.

Me levantei e decidi ir atrás dele, ele precisa de um tempo, tantas horas lendo e fazendo anotações e memorizando falas deixa qualquer um doido. Bati na porta e ouvi sua voz sinalizando para que eu entrasse. Henry estava em uma poltrona, em frente a sua escrivaninha com o notebook e vários papéis. Ele usava o pijama, já que o único momento em que ele saiu foi para tomar banho já quase uma hora.
— Ei – Sorri, parando na entrada.
— Oi – Ele também sorriu, mas parecia sobrecarregado.
Caminhei em sua direção e parei atrás dele, apoiei minhas mãos em seus ombros largos e musculosos e comecei a massagea-lo.
— Você está aqui o dia todo, querido. Precisa descansar.
Ele relaxou um pouco sob meus dedos.
— Eu estava preparando algo.
Falou meio ansioso e meio empolgado.
— E eu posso saber o que?
— Sente-se aqui.
Ele bateu em sua coxa. Eu me sentei em seu colo. Henry apanhou seu script e me olhou ansioso.
— Eu vim trabalhando em um... tom para Geralt. Quero que ele tenha uma marca, que ele seja marcante, então desenvolvi uma voz para ele.
— Uhn... e você vai me mostrar?
Ele deixa o texto de lado e me olha, de repente foi como se meu Henry não estivesse mais alí. Até seus olhos tinham um brilho diferenciado, quando voltou a falar seu tom era baixo e profundo, uma voz tão firme e rouca que me fez tremer dos pés a cabeça.

— "Mas uma promessa feita deve ser honrado. É certo para um comum tanto quanto para uma rainha..."– Citou com algumas pausas na hora certa e um último olhar marcante.
— Henry...– Ofeguei, olhando-o.– Porra!
— Gostou?
Ele perguntou apreensivo.
— Se eu gostei? – Pergunto, me mexendo levemente em seu colo, já que sentia a umidade entre minhas pernas.– Eu deixaria que você me fodesse no dia em que nos conhecemos se você tivesse se apresentado com essa voz.
Ele jogou a cabeça para trás e riu.
— Estou falando sério, S/n.
— Eu também estou – Confirmei.– Isso foi incrível, Henry, todos vão amar.
Ele sorriu orgulhoso e acariciou minhas coxas expostas e apertou.
— Ótimo, isso vem me tirado do sério.
Eu deslizei minhas mãos pelo peito dele.

— Sabe... essa voz realmente me deixou excitada – Digo.– Pode me mostrar um pouco mais?
— Claro, só deixei eu encontrar outra fala...
— Espera – Digo, sorrindo maliciosa.– Eu tive uma idéia.
— Idéia?
Ele ergueu uma sobrancelha. Eu me levantei do colo dele e parei de frente para ele, depois tirei minha calcinha e fiquei somente com a camiseta dele com o símbolo do Superman que eu costumo surrupiar as vezes. Henry me olhou curioso o tempo todo, mas não abriu a boca, ele costuma curtir minhas idéias malucas. Puxei as calças dele para baixo o suficiente para tirar seu pênis para fora.
Lentamente eu fui introduzindo ele dentro de mim, me sentei novamente em seu colo e soltei o ar pesadamente. Henry também gemeu e segurou minha cintura com força.
Eu segurei nos ombros dele e o olhei.
— Pode começar, querido.
Henry me encarou de volta.
— S/n... você acha que não posso?
Eu mexi meu quadril devagar
— Não.
Ele me olhou arrogante.
— Você não é a única que pode brincar.
Henry mudou novamente sua expressão e incorporou Geralt de Rivia.

“Mal é mal, Stregobor..." Ele me olhou com firmeza, nem parecia que estava sentindo alguma coisa comigo encima dele de tão focado.
Eu mordi meu lábio, subi e desci devagarinho em seu colo, Henry travou seu maxilar, mas continuou:
"... Menor, maior ou médio. É a mesma coisa."
Subi e desci outra vez.
"Não estou julgando, também não fiz só o bem... porra, S/n, eu preciso foder você!"
Ele ofegou agarrando minha bunda e apertando, me puxando mais para si. Eu tremi e abracei o pescoço dele.
— Então pode começar.
Gemi. Segurando em minha bunda ele começou a guiar meus movimentos de cavalgada, me fazendo subir e descer em seu membro. Uni nossos lábios e comecei a beija-lo faminta, sugando seus lábios enquanto rebolava com mais força acompanhando o movimento das mãos dele em meu quadril. Afundei meus dedos nos cabelos dele e afundei minha lingua na boca dele, Henry gemeu e chupou meus lábios em resposta.
Naquele ritmo eu senti meu interior se contrair, comecei a ofegar na boca dele e me mexi mais rápido. Quando meu orgasmo veio eu o abracei com minhas pernas e gritei o nome dele.
Henry gozou comigo, acariciando minhas coxas e apertando levemente.

Eu me afastei para ver seu rosto. Henry acariciou meu rosto, tirando meus cabelos do rosto.
— Eu precisava disso – Falou.– Eu estou tão tenso ultimamente e... só você pode me fazer relaxar desse jeito, com os seus jogos.
Eu sorri e dei um selinho nele.
— É um prazer prestar esse serviço, aliás, estou aqui para isso.
— Sabe, acho que já terminei aqui e também está meio tarde. Vamos jantar e depois...
—  Depois eu vou fazer uma massagem em você – Murmurei, acariciando os cachos dele.– E você vai recitar mais algumas falas do Geralt para mim.
Ele abraçou minha cintura e me beijou.
— Com prazer.