Never Give Up! (Marvel)
Capítulo Único.
Leitora/Steve Rogers.
***
Era madrugada quando sons vindos do andar de baixo de minha casa fez com que eu acordasse em estado de alerta. Fazia pouco mais de seis meses que havia me mudado para o subúrbio de Londres, na esperança de ter uma vida tranquila, longe de todos os traumas e problemas do passado.
Aparentemente não estou conseguindo.
Lentamente levantei da cama e sai do quarto, sem acender qualquer luz, desço as escadas até a sala me deparando com uma silhueta próximo a porta de entrada.
— Eu não sei quem você é, mas vá embora agora.
Mandei, lentamente erguendo minhas mãos brilhantes na direção do intruso.
— Tem certeza que quer que eu vá?
Essa voz... essa voz!
— Steve!
Ele deu um passo em minha direção e a luz dos postes que entrava pela janela iluminaram o rosto dele. Os pequenos passos que nos se paravam tornaram-se quilômetros e o momento em que eu o alcancei e finalmente me vi novamente nos braços do homem que eu amava... minha vida recuperou o sentido.
Steve envolveu meu corpo e me puxou para mais perto, ele afundou o rosto nos meus cabelos e inspirou forte.
— Eu pensei que tinha te perdido – Falei, sentindo toda a culpa e arrependimento que estiveram presos em minha garganta todo esse tempo.– Achei que você nunca mais iria querer me ver.
Steve beijou minha cabeça antes de me afastar e me encarar firme.
— Isso nunca aconteceria, S/n, independente do que aconteceu lá atrás... é passado, e você ainda é a mulher da minha vida.
Ele secou as lágrimas que caíam livremente pelo meu rosto, e mesmo com tais palavras eu ainda não havia me livrado da culpa.
— Me perdoe, Steve? – Peço, me encolhendo mais a ele.
— Não a o que perdoar...
— Eu preciso que me perdoe! – Falo em voz alta. Steve suspirou.
— Eu perdôo você, S/n – Disse.– Agora esqueça o que passou. Eu demorei tanto para encontrar você, cheguei a pensar que...– Ele apertou os olhos com uma expressão dolorida.– Deixe para lá, eu estou com você agora. Eu preciso saber, S/n, você está disposta a vir comigo?
— É claro!
Minha resposta vem tão rápida que Steve se surpreende. Eu nao cometeria o mesmo erro duas vezes.
— Você sera uma fugitiva, sabe disso, não sabe?
Fiquei na ponta dos pés e o beijei vorazmente, ansiando por sentir outra vez seus lábios tão macios nos meus.
— Eu aceito qualquer coisa por você, Capitão.
Afirmei depois que o beijo encerrou-se. Steve sorriu e tomou a iniciativa de me beijar.
***
Havia um quinjet nos esperando a vários quilômetros de onde eu estava morando. Durante o caminho, Steve dirigia em silêncio, pois parecia preocupo com outras coisas.
Eu tive tempo para pensar enquanto isso, e recordar coisas que havia jurado nunca mais mexer.
Quando houve todo o desentendimento devido ao tratado de Sokovia, eu assinei o maldito papel e lutei ao lado de Tony. Se me arrependi depois? Amargamente.
Eu conhecia Tony Stark desde sempre, nós crescemos juntos, ele sempre foi meu melhor amigo. Tentei convencer Steve a assinar o tratado e falhei, em seguida tentei convence-lo a entregar Bucky e também fracassei. Apenas mais tarde, ao como tudo havia acabado, percebi que tudo aquilo era um grande erro, que a guerra que travamos em defesa de outras pessoas só havia destruído a nós mesmos. Tony ainda era meu grande amigo, mas ambos tomamos caminhos diferentes após o confronto. Eu vim para Londres onde me isolei de tudo e Stark continou no centro do mundo como o louvável Homem de Ferro. Ainda conversamos as vezes.
— Pensativa?
Ouço a voz distante de Steve perguntar. Retorno a minha realidade e fito o rosto curioso e atento dele.
— Um pouco – Respondo. O carro estava parado em um farol e a mão de Steve envolvia a minha, dou um leve aperto e ele retribui. – Pensando no que não devia.
Steve leva nossas mãos unidas até os lábios e beija o dorso da minha.
— Não quero que continue se torturando com sua escolhas do passado. Isso já acabou, meu amor.
Me encosto no banco e encaro as ruas que passavam agora que o carro se encontrava outra vez em movimento.
— É difícil não me sentir uma vaca traidora...
— Olha a língua, S/n!
Steve me censurou.
— Desculpe – Digo, não conseguindo não rir.– É só que... na época me pareceu tao certo apoiar Tony, tão normal quanto respirar, mas deu tudo tão errado!
— Você apoiou seu amigo, não foi muito diferente do que eu fiz com Bucky. Quero que entenda, você não me decepcionou, S/n, só me mostrou o quanto é incrivelmente fiel. Eu tenho orgulho de você.
Olhei para ele e sorri, sorri de verdade, de uma maneira que não acontecia a muitos meses.
— Você é incrível, Steve Rogers – Falei, apertando novamente sua mão. – E eu amo você.
— Eu também amo você, S/n.
Disse sorrindo assim como eu.
***
Chegamos no local onde Steve deixou o quinjet. O jato nos aguardava e assim que embarcamos me deparei com mina melhor amiga nos aguardando:
— Nat!! – Exclamo, correndo para abraça-la. Ela me abraçou de volta.
— Deus, S/n! Nunca mais suma desse jeito. Sabe como foi difícil acha-la? – Ela falou me olhando severa.
— Vou ficar bem pertinho de você a partir de agora – Falei, rindo. Ela sorriu também.
— Senti sua falta.
— Eu também, Nat.
— E de mim? Ninguém sentiu saudades?
Olhei em direção a cabine de controle e encontrei Sam Wilson sorrindo com os braços abertos.
— Oh, Sam! – Falo. Me afasto de Natasha e vou de encontro a ele.– É claro que senti.
Ele riu e mexeu no meu cabelo deixando-o bagunçado.
— Que bom que decidiu se juntar a nós pequena. Eu não aguentava mais Steve reclamando.
— E eu vim para ficar – Afirmei.
Steve que havia saido para algum lugar reapareceu trazendo uma mala prateada.
— Acho que sentiu falta disso também – Steve falou e em seguida abriu a mala.
Um enorme sorriso tomou meu rosto.
— Ste, como conseguiu de volta? – Perguntei. Apanho o traje cuidadosamente dobrado dentro da mala, passando as mãos pelo material resistente. Quando a guerra acabou e eu me isolei, o governo americano exigiu que eu devolvesse o traje.
Ele desviou o olhar e corou levemente.
— Eu roubei.
Arregalei os olhos e o fitei chocada.
— Steve Rogers roubou? O Capitão Certinho? – Falei em voz alta para assimilar. Sam e Nat riram e Steve ficou ainda mais sem graça.
Fui até ele e envolvi seu pescoço com os braços, puxando para beija-lo na ponta do nariz.
— Obrigado, meu garoto rebelde – Agradeço fazendo-o sorrir.
— Tudo por você.
— Eu vou vomitar – Ouvi Natasha falar ao fundo.
— Eu achei fofo – Sam comenta.
Mesmo com o falatório atrás nenhum de nós se importava em parar com as carícias, tínhamos muito tempo para recuperar.
***
Acordo antes mesmo que o sol nasça. Tem sido difícil dormir nos últimos dias, já que não conseguimos firmar em lugar algum.
Vários meses se passaram, agora como fugitivos declarados nós rodavamos o mundo em missões clandestinas. Hoje estávamos na costa de Portugal, escondidos.
Steve dormia ao meu lado, parecia uma pedra de tão imóvel. Passo levemente a mão por seus cabelos que estão enormes e pela barba igualmente grande. Apesar de adorar seu corte antigo, não reclamei do novo visual de meu namorado.
Ele oscilou levemente e abriu os olhos sonolentos, me fitando igual a uma criança cansada.
— Durma, meu amor. Você está exausto – Falo em tom doce, beijando seus cabelos macios.
Ele se apoiou no cotovelo e se ergueu um pouco na cama.
— Tem sido cada vez mais difícil dormir, S/n.
— Vamos conseguir ajeitar as coisas, Ste, é uma questão de tempo.
Falo. Steve suspira e eu percebo que tem algo errado.
— O que foi?
Pergunto em tom sério. Ele balança a cabeça negativamente.
— Eu conheço você, Steve. O que tem de errado?
Ele suspirou.
— Eu não sei, S/n. Só sinto uma sensação ruim. Todas as noites quando tento dormir é como se uma nuvem de tempestade carregada flutuasse acima das nossas cabeças o tempo todo. Eu sinto que algo ruim está para acontecer.
— Não pense assim, querido – Falo, puxando sua cabeça para meu peito e passando a acariciar seus cabelos. – Tudo isso vai passar e todos vamos ficar bem.
— Eu confio em você.
— E nunca desista – Completo. Ele ergue a cabeça e me beija, eu retribuo com empolgação e logo Steve está por cima de mim, acariciando minha barriga por baixo da camisa.
— Você me da forças, sabia? – Ele pergunta quando está face a face comigo. Seus olhos azuis intensos e fixos nos meus, me fazem acreditar que eu não preciso de mais nada para viver.
— Você é forte, Capitão. Você é o homem mais forte que já conheci.
Voltamos a nos beijar e Steve levanta minha camisa, retirando-a de meu corpo enquanto eu me ocupo com a tarefa de embaraçar cada vez mais os cabelos loiros dele.
***
Uma semana mais tarde...
Isso era diferente de tudo o que eu já havia presenciado, e garanto que não foi pouca coisa.
Wakanda era perfeita em todo os ângulos, e tornava a experiência de simplesmente estar aqui uma das melhores do mundo todo.
Eu observava a área externa do palácio com atenção, até notar pela visão periférica que Wanda havia se aproximado da janela. Me aproximo da garota e apoio uma das mãos em seus ombros.
— Tudo bem com você, querida?
Ela virou-se para mim, os olhos inchados.
— Eu não quero fazer isso, S/n – Ela falou sufocada.– Eu o amo demais para fazer.
Wanda desabou em meu ombro enquanto chorava. Eu a abracei.
— Escute, Wanda, você não vai feri-lo, esta bem? Shuri vai fazer o trabalho dela bem feito e tudo isso vai acabar bem, confie em mim.
— E se não acabar? S/n, eu não sei o que pensar.
Levantei a cabeça dela para encara-la.
— Você é forte, e corajosa, eu confio em você, Wanda. O Visão também confia. Nos deixe orgulhosos de você.
A jovem balançou a cabeça concordando e engoliu o choro.
Enquanto tentava acalma-la um pouco mais, ouvi uma conversa sobre as defesas estarem sendo atacadas. Me aproximo de T'Challa.
— Eu posso reforçar a redoma – Afirmo.– Só preciso de um lugar alto.
— Tem certeza, S/n? – O Rei pergunto.
— Absoluta, amigo.
Ele sorriu e pois a mão em meu ombro.
— O palácio é o prédio mais alto. Boa sorte!
— Digo o mesmo.
Passei por Steve e ele segurou meu braço.
— Tome cuidado, S/n.
Acionei os braceletes de meu traje que brilharam com as reservas de energia.
— Digo o mesmo, Capitão.
Me despedi dele com um selinho e disparei pelos corredores em direção ao topo do prédio.
O prédio era mesmo muito alto. O palácio era o lugar mais imponente de Wakanda, e dali eu era capaz de ter uma visão perfeita de todo o campo de batalha e principalmente do exterior da redoma protetora onde coisas semelhantes a brocas gigantes caiam na Terra.
Os exércitos das tribos se reuniam abaixo, e graças a minha visão privilegiada pelos poderes conseguia distinguir cada um. Steve, Natasha, Sam e Rhodes estavam na linha de frente junto com T'Challa.
Ótimo, é a minha deixa.
Ergo ambos os braços para o alto e me concentro, minha energia roxa se estende como linhas finas e sobem em direção a redoma, envolvendo-a como teias de aranha e reforçando seu potencial de proteção.
Os ataque começara e a cada investida na redoma mais força minha era exigida. Estava quase chegando o meu potencial máximo quando T'Challa exigiu que eu parasse.
"— Desça, precisamos de você aquele embaixo.", mandou através do comunicador.
Corri pelo parapeito e saltei, pousando tranquilamente no chão e iniciando uma corrida feroz até a batalha que se desenrolava a frente.
Eu não sabia que coisas eram aquelas, mas eram muitas e eram fortes. Saltei na direção do primeiro e o atravessei com meu punho em chamas.
Eu havia perdido a noção do tempo que estávamos lutando quando uma coluna de luz caiu do céu e revelou Thor com um enorme machado nos ombros. Nesse momento me permiti ter uma centelha de esperança brilhar em meu peito. Iriamos conseguir deter Thanos.
Visão foi separado de nós e eu segui a sua procura, uma oscilação muito forte a nossa volta me fez perder completamente o equilíbrio. Corro cambaleando até o interior da floresta e descubro o motivo:
Através de um portal, aquele que tenho certeza ser Thanos surgiu. Ele avançou como se nada a sua volta importasse, nem mesmo a enorme e terrível batalha.
Foi apenas quando vi Steve o desafiando, aparando um soco que poderia tê-lo matado, que percebi o real perigo de tudo.
Ele arremessou Steve para longe e continuou avançando enquanto Wanda trabalhava para destruir a joia do Infinito presa a Visão. Faltava pouco para que ela conseguisse, eu podia ganhar esta tempo para ela.
— Daqui você não vai passar.
Falei, pousando em frente ao Titã.
— Vocês são insistentes demais – Thanos falou, a voz causando uma sensação horrível em mim.
Criei uma parede de energia, separando-o do resto de nós.
Thanos então investiu com um soco, a barreira foi atingida mas eu não cedi. Wanda ainda precisava de tempo.
Thanos acertou pelo menos mais cinco socos e não consegui mais, a barreira cedeu assim como minhas pernas fracas devido ao esforço. Thanos veio até mim e agarrou meu pescoço erguendo-me do chão.
— Quantos de vocês terão que morrer para que o restante aceite o inevitável? Vocês não estão lutando contra mim, estão lutando contra o destino.
Seu punho fechou-se em torno do meu pescoço e imediatamente senti sufocar, era como se meus ossos estivessem sendo reduzidos a pó quando fui solta abruptamente.
Thanos foi arremessado para alguns metros atrás por um raio Wanda.
Me arrastei para longe, sabendo que morreria se ficasse alí.
— S/n! – Steve surgiu de algum lugar, sujo de terra e com folhas no cabelo. Ele me pegou no colo e me tirou da área de risco.
Ele me colocou no chão e apoiou minha cabeça em seu colo.
— A batalha...
Murmuro, sem conseguir falar.
— Você é mais importante.
— Não... diga isso – Falo.
Algo aconteceu... una explosão? Durou pouco tempo pois logo a poeira baixou e tudo ficou em um silêncio mortal.
Bucky entrou correndo em meu campo de visão.
— Steve, S/n! O que foi que...
Ele parou de falar, de repente a arma caiu de suas mãos e lentamente ele começou a se desfazer em poeira.
— Bucky!
Steve gritou, indo até o local aonde o amigo estava e constatando que estava realmente vazio.
Um frio invadiu meu estômago, de algum jeito eu sabia que meu destino estava chegando ao fim. As palavras de Thanos ecoaram em minha mente... o inevitável estava acontecendo.
— S/n, não! Você não, não, não...
Steve ajoelhou-se do meu lado. Senti que estava indo, pois minha consciência se distanciava cada vez mais. Eu poderia chorar, mas isso apenas machucaria Steve
— Ei, eu amo você – Falei segurando sua mão.– Não se preocupe comigo, querido, eu estou bem.
— Não me deixe sozinho outra vez – Ele pediu.– Voce prometeu que não deixaria.
Pensei em responde-lo, mas o tempo havia acabado, meu destino havia chegado e eu desisti de brigar contra ele.
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