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Lovely [Marvel]

Leitora/Loki

***

Ele é um prisoneiro. Como qualquer outro prisioneiro de Asgard ele não deveria ter qualquer atenção especial ou regalias, afinal, seus crimes não foram nem de perto os mais brandos.
Ainda assim eu estou aqui a mando da Rainha Frigga, sua mãe, que não poderia abandonar seu filho querido em um calabouço sem nenhum cuidado.

— Já disse que não quero receber visitas.
A voz de Loki soou seca e inflexível.
— Sua mãe, a Rainha Frigga, ordenou que eu lhe...
— Não quero receber visitas!
Praticamente rosnou. Eu parei, ainda não tinha entrado na cela, ela estava selada e eu aguardava do lado de fora com algumas coisas como seus livros favoritos e lençóis de seda.
Eu me calei, não rebati, o que poderia lhe dizer? Loki é profundamente turrão.
Conheço o príncipe há muito tempo, eu cresci no palácio, minha mãe era serva da realeza também. Por mais que durante a infância eu fosse "amiga" dos príncipes, com o passar do tempo acabamos nos... afastando por certas razões.
A rainha ainda me trata muito docemente, não é como se eu os service, na verdade sou praticamente sua dama de companhia. É por isso que ela confiou a mim a missão de vir até aqui, longe dos olhos de todos no palácio.
Suspirei baixo.
— Como queira.
Digo, meu tom tão frio quanto o dele. Era apenas sua primeira semana aqui, ele verá a falta que bons lençóis e livros irão fazer com o passar dos dias. Loki sempre adorou conforto, quanto aos livros... passava horas lendo enquanto seu irmão era mais adepto as grandes demonstrações de lutas e músculos em praça pública.
Sendo honesta, sempre preferi observar Loki lendo, ou praticando sua magia.

Dei as costas para ele e ainda com os braços cheios me afastei até desaparecer de seu campo de visão.

***

A rainha mandou que eu retornasse alguns dias depois. Conhecendo bem o filho que tem, sabia que agora ele aceitaria sem qualquer hesitação o que lhe fosse oferecido. Bem... talvez com um pouco de charme. Qualquer um que conheça Loki saberia que ele nunca demonstraria que está precisando de algo, ou que alguém está lhe fazendo algum favor. Para o Deus da Trapaça, é muito mais fácil reverter o jogo e fazer parecer que ele está fazendo um favor a você aceitando aquilo que você o ofereceu.

Quando cheguei em sua cela, ele não estava muito melhor do que na semana anterior. Parece meio abatido.

— Sua mãe mandou que eu voltasse aqui – Digo, lentamente. – Ela acredita que os livros e algumas outras coisas possam lhe fazer bem.
— Me fazer bem?
Repetiu, sem erguer os olhos para mim. Ele estava sentado do lado oposto da cela. Seu tom era de ironia com algum toque de raiva no fundo.
— Ela se importa muito com você...
— Não, eu acho que não...
Respondeu-me friamente. Ele se levantou e deu alguns passos em minha direção, as paredes transparentes e resistentes da cela nos dividindo.
— ...do contrário eu não estaria aqui.
— Querer o seu bem não significa anular seus crimes, Loki.
Digo seriamente. Todos paramos de trata-lo como majestade após os ocorridos. Eu gostava de chamá-lo de príncipe... ele sempre foi tão bonito, de fato como um belo príncipe dos contos. A maioria sempre idealizou Thor como o belo príncipe que todas sonham em se casar, mas eu não era como elas. Sempre achei Loki adorável, olhos azuis profundos, sorriso enigmático...

Balanço a cabeça, desviando meus pensamentos. Era tudo mentira. Tudo armado por ele, uma grande ilusão. Loki é manipulador, um mentiroso.

— Oh... claro, eu sou o malvado, não é? É isso o que todos estão dizendo lá encima?
— Não apenas o que fez em Midgard, mas todo o resto, isso chegou ao conhecimento do povo... não pode querer que seja aceito.
— Não preciso ser aceito por nenhum de vocês.
Ele rosnou, ainda perto demais da barreira, seus olhos poderiam queimar as paredes devido a intensidade de seu olhar. Eu não desviei meus olhos dos dele nem por um minuto.
— Claro que não precisa – Digo, havia decepção em minha voz.– Nunca precisou de nenhum de nós. Foi tudo apenas mais uma de suas ilusões, grande deus da mentira.
Ele manteve seu olhar no meu, mas percebi que vacilou por alguns instantes.
— Devo dizer a sua mãe que rejeitou mais uma vez suas gentilezas?
Pergunto. De repente sinto a necessidade de me afastar, de ir para o mais longa possível dele.
— Deixe-os aqui. Se estou condenado a este maldito lugar, que ao menos tenha algo que o torne menos infernal.

Assenti levemente com a cabeça e passei os objetos através do local onde Loki recebe seu alimento. Em seguida me retirei rapidamente.

***

Mais tarde eu retornei até o calabouço para observa-lo á distância. Não foi à mando da Rainha, e também não estava levando nada para ele, eu apenas queria... observá-lo enquanto ele lia concentrado e silenciosamente como no passado.
Enquanto a maioria das moças no palácio ou de lugares distantes de Asgard vinham até os jardins apenas para verem Thor treinando, eu me esgueirava pelos salões de pedra para assistir Loki em seus momentos de distração. Era aquilo que me atraia, não a demonstração de força bruta.

— Esta se divertindo?
Tomei um leve susto. A imagem dele sentado no centro da cela com o livro em mãos se dissolveu, no lugar agora tinha um Loki meio desgrenhado e jogado na cama, encarando o teto.
— O quê...?
Comecei, mas ele me cortou.
— Muitos curiosos sorrateiros descem até aqui. Querem ver o príncipe em sua derrocada, é por isso que mantenho essa imagem.
Me aproximei da cela, compreendendo o que ele dizia. Claro que ele não iria querer que vissem seu estado real como prisioneiro.
— Não está tão ruim assim.
Digo. Ele riu sem um pingo de humor no tom de voz.
— Realmente, os serviçais sempre mentem para agradar.
Minha expressão se fechou imediatamente. O que me deu na cabeça para vir até aqui? Ele não merece a menor migalha de pena.
— Antes serviçal do que prisoneira...– Rebati.– E assassina.
Praticamente cuspi contra ele.
— Não espero que alguém como você compreenda meus motivos – Falou.
— Motivos? – Repeti.– Eu não creio que você realmente pense que existam motivos que justifiquem as atrocidades que você cometeu, Loki!

— Então o que está fazendo aqui em baixo? Não deveria estar aqui. Não deveria estar sequer conversando com um ser tão desprezível como eu, não é mesmo?
Loki disse enquanto de levantava da cama e caminhava em direção as paredes da cela. Aparentemente ele ainda não havia acabado de falar. Loki bateu com os punhos no vidro e isso me fez recuar um passo.
— Deixe-me ver... o que está acontecendo lá encima, uhn? Uma festa? Um banquete? Thor está lá se exibindo para todos, não? Imagino que logo ele estranhará a sua ausência. Ele sempre gostou tanto de exibir-se para você, e é claro, você sempre adorou.
— Isso não é verdade, Loki.
Foi tudo o que consegui dizer. Ele parece tão cheio de mágoa e raiva.
— E eu sou o Deus da Mentira? – Ele pergunta com escárnio. – Não tente enganar um enganador, S/n. Todos nesse maldito lugar sabem, todos viram. A esposa perfeita, o Rei perfeito. Nos banquetes de exibição e todos presentes que ele lhe dava.

— Eu os aceitava por respeito – Falei. – Por educação... eu nunca cedi as investidas de Thor, porque...
E

u parei de falar. Era como se uma trava tivesse sido instalada em minha garganta, as palavras não saiam. Eu não conseguiria falar, nunca pensei que fosse ser desse jeito o momento em que eu fosse finalmente confrontada sobre como me sinto com relação a Loki.
— Por que?
Ele instigou, seus olhos brilhavam por alguma razão. Eu me aproximei do vidro.
— Porque eu esperei por você durante todo esse tempo – Finalmente consegui falar. Eu parei e respirei profundamente, reorganizando as palavras em minha cabeça. – Eu sempre amei você, Loki. Desde crianças, eu sabia que era você... sempre foi você.
Percebi, pela primeira vez, todo o cinismo e ironia desaparecerem do rosto de Loki. Ele estava me fitando em silêncio, os olhos azuis como o oceano pareciam brilhar ainda mais agora, mas não daquela maneira cruel como eu via nos últimos tempos. Eles brilhavam como antigamente, como quando Loki aprendia algo novo e corria até mim para me mostrar.


— Diga isso outra vez.
Foi o que ele disse após o longo silêncio. Sua voz soou baixa e rouca, tão baixa que eu precisei me aproximar ainda mais do vidro.
— Diga... isso outra vez – Ele repetiu. Eu  hesitei, não sabendo exatamente o que ele pretendia com aquilo, mas repeti:
— Eu sempre o amei, Loki. Sempre foi você.
Suas mãos estavam em formato de punho contra o vidro, mas elas se abriram e ele acabou deixando elas espalmadas. Loki fechou os olhos por alguns instantes e inclinou a cabeça para frente.
— Achei que fosse a Thor que você amava – Ele disse, em seguida abriu os olhos e me encarou. – No começo, tudo o que eu queria era que você me pertencesse, mas todos os seus sorrisos sempre foram para ele. Todos os consideravam o casal perfeito, todos queriam que se casassem...
— Nunca foi o que eu quis – Falei. Coloquei minhas mãos no vidro, na altura das dele. Eu queria tanto sentir seu toque. – Thor sempre me cortejou, mas eu esperava por você.
— Então essa é a sensação... – Ele fez uma pausa e encostou a testa contra o vidro, eu o imitei. – ... de ser amado.

Eu via agora quem Loki é de verdade. Ele é aquele garoto. Aquele garoto que esteve sempre atrás do irmão, o garoto que eu encontrava no jardim chorando sozinho e que quando me via, fazia um truque de mágica para me distrair e não me permitir fazer perguntas.
Ele é o jovem que era ridicularizado pelos amigos do irmão, guerreiros de força bruta, que o achavam mais fraco por não carregar uma arma grande e estúpida, mas sim um livro. E ele fez escolhas erradas, mas isso não significa que ele seja um monstro.

— Acho que essa é primeira vez em que você realmente se permitiu ter essa sensação, Loki – Falei, fechando os olhos. O vidro frio não é o que eu queria estar sentido. Eu queria abraçá-lo como não faço há anos e sentir seu corpo quente contra o meu.
Eu abri os olhos novamente e os ergui para olhá-lo, ele estava me observando atentamente.
— Eu também sempre a amei – Ele disse, soando como se estivesse me contando um de seus segredos mais profundos.
Eu sempre quis escutá-lo dizer isso. Sinto meu coração transbordar ao ouvi-lo. Reconheci que seus sentimentos eram sinceros, não me lembro da última vez em que vi Loki ser tão honesto quanto agora.
Ele volta a fechar os olhos e eu também o faço, encosto novamente minha testa no vidro e sei que ele fez a mesma coisa.
Não podemos nos tocar, não podemos nos beijar, mas eu consigo senti-lo mesmo assim.

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