Just A Man [ DC ]
Capitulo Único.
Leitora/ Clark Kent.
***
Okay, hoje é segunda, ou como carinhosamente chamo: O dia mais maldito da semana.
Eu me levanto da cama, pragejando por precisar trabalhar e vou direto para o banheiro com a esperança de que uma ducha termine de me acordar.
Eu trabalho no "Planeta Diário", e minha especialidades são as matérias ligadas a tecnologia, ciência, e os avanços nessas áreas. Claro que eu adoro tudo isso, mas acabo ficando tempo demais em meio a cientistas loucos, e acho que estou começando a ficar igual.
Peguei o elevador e apertei para irmos ao meu andar. Antes que fechasse, alguem o impediu, colocando a mão nas portas.
- Bom dia - Clark Kent, o novo estagiário, me cumprimenta ao entrar. Ele é lindo, um verdadeiro gato, com seus ombros largos e olhos azuios acompanhados de um sorriso maravilhoso...
- Bom dia, Kent - Sorrio para ele. Apesar do meu mal-humor matinal eu não consigo ser grossa com as outras pessoas. E Clark sempre é doce e amável.
Assim que deixamos o elevador e eu fui para minha sala, meu dia mudou radicalmente.
Resumindo: Assim que sentei-me em minha mesa e abri minha caixa de emails, vi que havia chegado a resposta da comitiva científica de Genebra à respeito de um novo teste de um reator nuclear extremamente moderno e com uma nova tecnologia... ainda é segredo de estado, mas não tenho dúvidas de que se referem a tecnologia alienígena. No email, o Dr.Cooperman me convida para fazer parte dos primeiros testes e assim escrever um artigo científico a respeito. E claro... eu precisaria de um assistente durante a viagem. Um unico nome cruzou minha mente.
Apanhei o telefone em minha mesa e apertei a ligação direta com Emma, minha secretária:
- Emma, chame o Sr.Kent por favor. É urgente.
- Está bem.
Não precisei esperar muito para ouvir as tímidas batidas em minha porta.
- Entre, por favor.
Observo enquanto Clark entra e fecha a porta, sua postura curvada e os óculos grandes demais para o rosto. Desde a primeira vez que o vi, imagino como ele ficaria sem os óculos, como seria poder ver seu rosto inteiro.
- Mandou que me chamasse?
- Ah, claro - Sorrio empolgada, não apenas ela esperança de ter algum tempo a sós com ele, mas porque a viagem em sí e algo extremamente estimulante para mim.- Sr.Kent, tenho uma proposta, atrevo-me a dizer que irrecusável para fazer ao senhor. Recebi à pouco o email da comitiva de cientistas de Genebra, onde me convidam para observar os testes de uma nova tecnologia que estão desenvolvendo. À viagem será amanhã, e passarei uma semana lá... sendo assim precisarei de um assistente, gostaria de saber se o senhor aceita ir comigo.
Por algum motivo estou apreensiva. Talvez pela possibilidade de que ele não aceite o convite, eu acabaria sentindo como se ele estivesse rejeitando a mim.
Clark ficou alguns segundos em silencio, o que apenas piorou meu estado. Cheguei a cogitar retirar a proposta, mas antes que eu abra a boca ele decidiu responder.
- Uau... é uma ótima oportunidade - Falou, e imediatamente senti-me radiante, apenas para que tudo fosse destruído.- Mas sinto muito, eu não posso aceitar.
- O que? Por que?
Pergunto. Como assim ele não aceita?! Ele é maluco??
Ele hesitou para responder, estava demorando demais. Rapidamente um motivo perpassou por minha mente: Louis Lane.
Solto a respiração de forma ruidosa afundo em minha cadeira, provavelmente pelo peso do constrangimento.
- Você não precisa explicar nada, só... saía, está tudo bem.
Clark ainda pareceu querer falar algo mas me obedeceu e assim que ele fechou a porta quis me atirar da janela. Como pude ser tão burra?
***
Lá estava eu, em frente ao portão de embarque, sozinha, aguardando a permissão de embarque. Não quis que mais ninguém me acompanhasse na viagem, afinal eu sou perfeitamente apta a fazer tudo sozinha, e depois da recusa de Kent, não me imaginei fazendo essa viagem na companhia de mais ninguém.
Já impaciente pela demora da saída do vôo que já estava atrasado, me sentei em um dos bancos e observei o céu cinza através das paredes de vidro do saguão. Imaginei como seria se Clark tivesse aceitado minha proposta. Não haveria nenhum garantia de que ele se apaixonasse por mim durante a viagem, mas eu teria a chance de conhece-lo melhor. Nunca fui do tipo que curte relacionamentos sérios, afinal sempre fui uma garota urbana, cresci em Manhattan, e mesmo sendo muito inteligente nunca levei o título de "nerd" no colégio. Também nunca me imaginei apaixonada, até aquele maldito par de olhos azuis tímidos atravessar as portas do jornal.
Afastei Clark de meus pensamentos, decidindo que não permitiria me abalar por isso. Assim que me foi permitido eu embarquei no avião e logo tratei de me preparar para dormir a viagem inteiram. Nunca gostei de aviões e nunca me senti confortável neles, mas devido ao meu trabalho preciso estar sempre viajando e por isso desenvolvi a mania de sempre dormir do inicio ao fim.
Acordei sentindo tudo tremer. Meu coração gelou totalmente ao constatar gritos a minha volta. A voz do piloto relatava uma serie de turbulências e que todos deveríamos apertar os cintos. Havia uma forte tempestade do lado de fora, os raios podiam ser vistos de dentro do avião.
- Apertem seus cintos, por favor!
Uma aeromoça exclamava acima do ruido do vento e das pessoas desesperadas. Eu apenas cumpri a ordem e apertei meus olhos fechados, desejando nunca ter vindo nessa viagem estúpida. De repente o avião inclinou e todas as luzes piscaram, o piloto diziam algo a ver com "pouso forçado", mas eu estava perdida demais para prestar atenção em sua voz.
Definitivamente o avião estava caindo, logo sentiriamos o impacto com o chão.
Todas as vozes cessaram. Eu estava morta?
Não, o avião estava estável novamente, suavemente ele pousou e a porta de emergência foi aperta. Todos encaravam a porta estagnados e de olhos arregalados até se darem conta do ocorrido e explodirem em palmas e gritos de alegria!
Solto o cinto de segurança e fico de pé para vê-lo melhor. O homem parado na porta, sorrindo para as pessoas que o saudavam não me era estranho, mas não por seu nome famoso e sim por outro fator o qual não consigo identificar.
- Superman...
Murmuro, e imediatamente os olhos dele focaram-se em mim e sua expressão demonstrou surpresa. Tentei abrir caminho pelas pessoas que desesperadamente queriam toca-lo, mas era quase impossível atravessar a massa de corpos, chamei outra vez mas ele recuou.
- Espera!
Não adiantou. Logo o homem de aço desapareceu no céu escuro e chuvoso.
***
Eu agurdava um novo vôo. O avião fez um pouso forçado no aeroporto de Illinois, e eu deveria esperar uma escala, o que demoraria horrores devido ao mal tempo. Mesmo assim eu não ligava, a única coisa que não saía da minha cabeça era o homem que salvou minha vida naquele desastre.
O Superman é famoso, todos o conhecem. Mas eu mesma nunca havia tido a oportunidade de vê-lo de perto. Havia alguma coisa muito familiar nele que eu simplesmente não podia ignorar e nem esquecer.
Meu celular tocou e eu despertei de meu estado catatônico para atende-lo:
- Alo?
- S/n?! Ah, Deus! Você está bem? Eu vi a reportagem pela TV.
Emma estava desesperada no telefone. É claro que ela havia visto na TV, eu já posso ver as manchetes pipocando em frente aos meus olhos: Superman Impede Tragédia de Avião.
- Eu estou bem, Emma, foi só um susto.
- E que susto! Você já está voltando não é?
- Não. Estou esperando a escala, eu ainda vou para Genebra.
- Mas é claro que não. Você não pode ir sozinha, deve estar em alguma crise pós traumática. Você tem que voltar.
- Não posso, Emma. Essa matéria é muito importante - Falo, apesar de realmente estar com vontade de voltar para casa.
- Então vou mandar alguem até ai para te acompanhar. Acho que Clark...
- Não! Eu estou ótima, Emma. Não mande ninguém.
- Isso não é escolha sua, S/n, você precisa de alguem para acompanha-la. Em algumas horas Clark estará aí.
Ela desligou o telefone me impedindo de protestar mais. Sinceramente, à momentos em que não consigo destingir quem de nós duas é a chefe.
Agora Clark estava a caminho, e eu teria de passar a viagem toda perto dele, sabendo que ele não desejava estar alí, sabendo que ele havia rejeitado o convite... e talvez até mesmo a mim, indiretamente.
Apanho um livro em minha bolsa e começo uma leitura terapêutica em busca de me acalmar e na esperança de que o tempo passe mais rápido.
***
Faltava pelo menos cinco minutos para o vôo sair e então Clark chega. Ele estava usando suas roupas de sempre e carregava uma mala também. Os óculos estavam um pouco tortos no rosto.
- Desculpe por isso - Digo assim que ele se aproxima.- Pedi a Emma que nao chamasse ninguém, ela as vezes toma algumas decisões por conta próprio e passa dos limites.
- Não, esta tudo bem. Você passou por uma situação horrível. Como sente?
- Bem, eu... só me sinto um pouco cansada na verdade. Vamos embarcar logo para que isso acabe o mais rápido possível.
Passo por ele e começo a caminhar em direção ao portão de embarque. Clark sem se esforçar muito me alcançá. Quando nos sentamos dentro do avião, tento agir normalmente e parar de misturar o emocional com o profissional pelo menos uma vez na vida.
Algo inédito aconteceu assim que o avião decolou eu simplesmente não consegui dormir. Não sabia se devido a presença de Clark ou de morrer dormindo caso ocorra outra pane. Eu apenas não conseguia desligar, e permaneci todo o tempo em que a aeronave esteve no ar completamente acordada.
Apanho um livro e me ponho a ler, tentando não olhar de esgueira para Clark a todo instante. Ele também lia, mas com certeza não era nada parecido com o que eu estava lendo.
— Você é realmente muito inteligente.
Ele fala comigo. Viro meu rosto em sua direção e pergunto:
— Como assim?
— Acho que eu nunca conseguiria ler um livro sobre buracos negros.
Fecho o livro e questiono novamente:
— O espaço não te fascina? Digo... a imensidão que o universo e todas as suas possibilidades e probabilidades, não o deixa curioso?
— Admito que sim – Seu olhar e perde um pouco e posso jurar ter visto tristeza neles.
— Então é tão capaz quanto eu – Afirmei.– Não é a inteligência que nos guia, Clark, é a curiosidade e o amor pelo conhecimento.
Ele ficou alguns instantes me encarando e de repente deu o maior sorriso que eu já vi em seu rosto.
— Isso foi incrível.
Senti meu rosto esquentar um pouco, desviei o olhar. Acho que acabei exagerando.
— Obrigada.
Depois disso o silêncio que se instalou era confortavel. Eu nao sentia a necessidade incomoda de preenche-lo, pois era como se tivéssemos entrado em sincronia. Algo a mais aconteceu, algo que só percebi mais tarde. A razão de não dormir era que a presença de Clark era tão reconfortante que me sentia segura e não via a necessidade de me refugiar na insciência.
Com as horas passadas, acabamos chegando em Genebra. Estava frio, muito frio. Quando desembarcamos, Clark apanhou todas as bolsas, de forma surpreendente, e seguimos até o lado de fora do aeroporto onde um carro preto nos esperava.
— Desculpe pela demora – Me desculpo com o rapaz que nos aguardava.– Houve um pequeno imprevisto.
Ele balançou a cabeça.
— Soubemos do incidente. É ótimo que a senhorita esteja bem.
— Obrigado.
Respondi enquanto adentrava ao carro.
Nós chegamos ao hotel e no momento de fazer o check-in, descobri que Emma não é tão funcional quanto acredita que seja.
— Clark... houve um imprevisto com a reserva do seu quarto – Começo a falar um pouco preocupada com sua reação. Desde a primeira recusa de vir comigo, me sinto insegura quanto a tudo relacionado com ele.
— Qual?
— Ela não existe – Respondo.– Eu falei com Emma e ela disse que ficou tão preocupada com o quase acidente que só se preocupou em mandar alguem comigo. Nem lembrou-se das reservas. E como até então eu viria sozinha... à apenas um quarto em meu nome. Tentei incluir outro, mas devido a conferência estão todos cheios.
- Eu... você tem alguma ideia do que fazer?
- Ter eu até tenho - Digo, balançando a cabeça.- Mas não sei se vai agradar você.
- Diga.
Ele incentiva.
- Você pode ficar comigo no meu quarto. Tenho certeza que tem lugar - Eu sugeri. Estava receosa, não sabia se ele iria aceitar ou não. - Mas se não quiser tudo bem, eu tento pensar em outra coisa.
- Eu acho que é uma boa ideia - Ele responde, e eu realmente preciso controlar minhas expressões. Mesmo assim o sorriso que se abriu foi involuntário.
- Ótimo! Vamos então. Está um pouco tarde e vamos acordar cedo amanhã.
Segurei a mão de Clark e o puxei comigo.
***
Ja estávamos no quarto e eu estava saindo do banheiro quando vi Clark aprontando o sofá para dormir. Eu não queria parecer estar forçando uma barra, mas seria covardia deixar um homem daquele tamanho dormir em um sofá daquele.
- Clark... você pode dormir na cama, ela é grande e... eu não quero parecer estar forçando algo, mas acho que seria melhor para você e para a sua coluna.
Ele ajeitou os óculos no rosto e coçou a nuca. Clark usava uma calça de pijamas e uma camisa sem mangas, esse homem parece ser de outro mundo.
- Bom, você tem razão - Concordou.
Nós nos deitamos na cama e eu o olhei, tendo um atitude um pouco entrometida eu me aproximei de seu rosto.
- Esses óculos não vão atrapalhar?- Pergunto sorrindo. Clark não afasta o rosto do meu, pelo contrario ele o aproxima mais.
- Eu estou acotumado.
Eu encaro seu rosto e de repente tudo parece se formar como um quebra cabeça na minha mente. Com cuidado eu retiro os óculos de seu rosto. Não posso dizer que estou surpresa, afinal os traços de Clark são unicos na minha opinião. Eu precisei de apenas um momento para ter certeza de quem ele era.
- Você...
Eu murmurei.
- Pensei que tivesse me reconhecido no avião - Ele fala de volta.
Quase não havia mais espaço entre nós.
- Eu reconheceria você em qualquer lugar - afirmo, tocando sua bochecha com as pontas dos dedos, temendo que ele se afastasse de mim. Clark segurou minha mão delicadamente e beijou minha palma. Meu coração perdeu uma batida, tropeçou nas seguintes e quase se estatelou.
- Eu sabia que se ficasse muito perto não conseguiria controlar - Ele murmurou. Seus olhos cravados nos meus. Eu não entendi, mas antes que eu perguntasse ele se explicou: - Eu queria estar com você, S/n. Queria tocar você... mas o meu mundo é perigoso. As coisas que perseguem a mim, que tentam me matar... eu desisti de você antes mesmo de tentar para protege-la.
- E eu estraguei tudo não conseguindo ficar longe de você - Falei sorrindo.- Desculpe.
Clark sorriu e tomou meus lábios para si antes de dizer qualquer coisa. Seu beijo era doce e calmo, assim como o seu toque que era delicado. Clark envolveu minha cintura com suas mãos grandes e uniu nossos corpos.
Minhas mãos envolveram seu pescoço e eu retribui seu beijo. Ele afastou-se, mas nossos labos ainda se tocavam.
- Não se desculpe por ser tão apaixonante - Ele murmurou antes de rir. Sua risada me fazia querer rir tambem, e principalmente, me fazia querer beija-lo ainda mais.
- Então o Homem de Aço ainda é apenas um... homem?
Pergunto, ainda não acreditando totalmente em suas palavras.
- O mais fraco deles quando o assunto é você - Ele responde acariciando meu labio com o indicador.- E eu não quero mais resistir. Naquele avião... quando vi você ali, quando passou só por um momento em minha cabeça que você poderia...
- Clark - Eu o interrompi, vendo como ele estava ficando perturbado, mas mesmo assim ele continuou.
- Eu não posso suportar a idéia de nunca mais ver você, S/n. Eu não consigo e eu não quero mais ficar longe de você.
Com uma urgência repentina, Clark uniu nossos lábios, o beijo era frenético e seus lábios eram tudo o que eu poderia querer naquele momento.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro