Eu prometo. [ Marvel ]
Capitulo Único.
Leitora/Bucky Barnes.
***
Era um dia normal de trabalho. Ou pelo menos deveria ser. Eu levantei da cama no mesmo horário de sempre, por volta das 8:00 da manhã. Nunca fui do tipo metódica, mas estas ultimas semanas tem sido bem parada.
— Com fome? – Pergunto para Lillo, meu gato que estava quase comendo uma das minhas almofadas.
Depois que alimentei o pobre animal, logo tratei de ir tomar um banho e me vestir para o trabalho.
Um pouco antes de sair de casa, meu celular tocou, e apesar de derrubar quase todas as coisas que carregava nas mãos: Uma caneca térmica com café, chaves e algumas anotações de prontuários.
— Alô? – Atendi, conseguindo trancar a porta.
— S/n, bom dia – Ela Rachel, minha secretaria. – Queria avisar vocês o seu primeiro paciente é as nove.
Olhei o relógio de pulso que marcava 08:40.
— Como assim, Rach?? – Pergunto correndo até o elevador e o chamando.– Eu tenho certeza de que era apenas as dez e meia.
— Sim, mas é uma emergência.
Decido não discutir, afinal emergências não são possíveis de prever.
— Chegarei o mais rápido que puder.
Desliguei o telefone e entrei no elevador.
***
Às 09:15 eu atravessava a porta do consultório. Acho que nunca dirigi tão rápido em toda a minha vida.
Rachel estava na recepção, ela apanhou minha bolsa e fez sinal para a minha sala.
— Ele já está lá.
— Ele? – Indago.
— Sim, escute, ele não está aqui por livre e espontânea vontade, é mais uma condição. Aqui, veja.
Ela me entregou uma ficha a qual passei rapidamente os olhos.
— Oh, deus – Murmuro. – Tudo bem, vou lá agora.
Cruzei os poucos metros que nos separavam e adentrei à minha sala. Assim que entrei, ele virou a cabeca em minha direção.
Caminhei calmamente e me sentei em minha poltrona, de frente para o divã, onde o rapaz de intensos olhos azuis e cabelos negros aguardava por mim já com uma severa expressão de impaciência.
— Bom dia – Sorrio para ele.– Eu sou S/n S/s. Quer se apresentar?
— James Barnes – Respondeu, sério. – Escute doutora...
— Não precisa me chamar de doutora – Falei, tranquila.– Me chame da forma que se sentir confortável.
Ele revirou os olhos.
— Está certo – Falou.– S/n, escute, eu não queria ter vindo e não quero ficar. Então por que não me deixa ir e depois manda um cartinha para o governo dizendo que minha cabeça está ótima?
Cruzei as pernas e o encarei.
— Desculpe, senhor Barnes, mas isso não vai acontecer – Falei.– Eu não irei obriga-lo a falar nada, pode ficar calado se quiser, mas não vou mentir no prontuário.
Bucky era um soldado. Um soldado muio peculiar que passou por muitos traumas. Ele estava aqui porque depois de passar por diversas lavagens cerebrais e ser preso, fugir e ser pego outra vez, agora estava inocentado de todos os crimes, mas uma das condições para sua liberdade era o tratamento psicológico, de forma que ele não oferecesse mais perigos a sociedade.
— Você não se importa. Você vai ganhar o seu dinheiro e eu fico em paz. Todo mundo ganha.
Dei um pequeno sorriso. A algum tempo não aparecia alguem tão irreversível... ou se preferir, cabeça dura, aqui.
— E o que seria estar em paz para você?
Questionei, utilizando uma técnica.
Ele deu de ombros, desviando o olhar e parecendo pensar um pouco na resposta.
— Ninguém enchendo o meu saco é um bom começo.
Balancei a cabeça, concordando.
— Então, James, você prefere que eu lhe deixe sozinho? – Pergunto.
— Seria ótimo.
— Está bem.
Me levantei e caminhei até a porta. Antes de sair lanço um breve olhar na direção do moreno.
Quando saio, Rachel me olha curiosa, eu apenas faço sinal de silencio e imediatamente entre na segunda porta. Nessa segunda sala, não tem muita coisa alem de algumas cadeiras e o mais importante: Uma enorme janela. Essa janela dava para a minha sala, mas o segredo era que quem estava na sala não sabia sobre a janea, nem mesmo podia ve-la.
Me pus a observar Barnes. Ele ainda estava sentado. Uma postura constantemente na defendia. Encarava o teto com impaciência e claramente não queria continuar ali.
Eu não sou capaz de imaginar todas as coisas horríveis pelo qual James Barnes possa ter passado. Sempre me preocupo com as pessoas que entram no meu consultório, e sempre penso em como posso ajuda-las da melhor forma. Mas Bucky não quer ser ajudado. E eu não tenho como obriga-lo.
Observei Bucky pelo vidro por quase quinze minutos. Ele ficou de pé e começou a caminhar de um lado para o outro, ainda mais impaciente e entediado. Ele foi até a porta e abriu.
— Eu já posso ir embora? – Ele perguntou para Rachel.
— Não, desculpe, ainda faltam pelo menos uns 35 minutos.
Ele voltou e bateu a porta.
Saio da sala com o espelho e volto para onde Bucky ainda está.
— Aproveitou bem o seu tempo sozinho? – Pergunto ao entrar.
— Eu vou embora daqui – Disse firme, apanhando sua jaqueta que estava pendurada.– Não vou me submeter a isso.
— Se é o que você quer – Falo, observando-o sair e bater a porta.
Me sento na poltrona e solto um longo suspiro. Rachel adentra ao comodo, curiosa.
— Por que ele foi embora?
— Porque ele quis – Respondo, apanhando o prontuário e iniciando minhas anotações.– Você sabe que eu não tenho autoridade para obriga-lo a ficar. James é complicado. Ele passou por muito coisa.
— A terapia é a condição para que fique livre. Ele vai ter que voltar, S/n.
— Sim, e espero ter maior sucesso da próxima vez – Falo.
***
Na segunda sessão de James Barnes, duas semanas depois, eu o esperava em minha sala no horário. Já bem mais preparada para recebe-lo e também havia preparado uma boa interação entre nós.
A porta abriu-se e ele entrou, sua expressão não estava nada satisfeita. Ele entrou e sentou-se no divã sem nem mesmo me olhar.
— Bom dia, James. Que bom que voltou – Falo, um tom neutro. Ele ergueu o olhar e os fixou em mim. Notei como seus olhos eram lindos.
— Bom dia – Respondeu. Ele logo desviou o olhar.
— Quero que saiba de algo – Comecei.–Tudo o que você me disser aqui, não vai sair daqui. Não tive tempo de dizer isso na sessão passada.
Suas sobrancelhas se ergueram.
— Como?
— Existe algo chamado "sigilo profissional", e isso me proíbe de divulgar qualquer coisa que eu escute de você. Sei que algo que trava muitas pessoas de se abrir com uma psicologa é o medo de ter seus segredos expostos, então quero lhe assegurar que isso não vai acontecer.
Ele estreitou os olhos, ainda muito desconfiado.
— Mas você precisa mandar um relatório, não é?
Perguntou.
— Sim, mas nada que comprometa o sigilo. James, a nossa relação deve ser pautada na confiança. Eu preciso que você confie em mim.
Ele ficou um bom tempo em silêncio, até que novamente me olhou, ele parecia muito mais calmo.
— Pode me chamar de Bucky.
Pediu, o tom de voz estava mais suave também. Balanço a cabeça, calmamente.
— Está bem, Bucky. Agora, você não quer conversar? Sobre qualquer assunto.
Ele relaxou a postura e começou. Ele disse que no início recusou veementemente vir até aqui, mas que seu amigo Steve Rogers o convenceu de que seria bom. Depois quando bateu o pé novamente e disse que não voltaria mais, esse mesmo amigo o convenceu a voltar.
— Parece que Steve se preocupa muito com você – Comento quando vejo que ele esta tempo demais calado.
— Steve é como um irmão... na verdade ele é um irmão. Eu sempre me senti responsável por ele.
— Ele ficará orgulhoso por você estar cumprindo o que prometeu a ele.
O olhar de Bucky perdeu-se brevemente.
— É, vai sim.
Olhei no relógio, ainda tínhamos meia hora.
— Ainda temos algum tempo para conversar... se quiser.
Ele pareceu pensar e depois me lançou um olhar de interesse.
— Quantos anos você tem, S/n?
— Eu tenho 29 – Respondi. – Mas por que o interesse?
— Curiosidade – Ele sorriu enigmático.– Posso fazer outra pergunta?
— Quantas você quiser vou responder todas – Falo. Meu trabalho era fazê-lo falar, não importava o curso, eu e Bucky tínhamos que estabelecer uma relação empática.
— Você tem namorado?
— Menos essa – Falo, rindo levemente.– Descule, Bucky, mas é antiético da minha parte falar da minha vida pessoal em sessão.
Ele revirou os olhos claros.
— Sobre o que você pode falar então?
Perguntou impaciente. Eu sabia que ele só queria parar de falar sobre ele.
— Sobre muitas coisas que não envolve a minha pessoa, principalmente sobre os seus gostos. Que tipo de coisas gosta de fazer, Bucky?
Ele suspirou, percebendo assim como eu que eu estava devolvendo a peteca.
— Eu não sinto mais prazer em nada. Você deve conhecer minha história, Doutora. Eles com certeza te entregaram uma pasta enorme com tudo o que aconteceu comigo... tudo o que fizeram comigo.
Me senti profundamente triste por ele. Bucky havia sobrevivido a Segunda Guerra Mundial e mantido em cárcere privado por décadas, fora os momentos em que foi controlado para cometer crimes e assassinatos em nome de uma organização secreta nazista de dominação mundial.
— Você sente falta do passado – Falo. Não foi uma pergunta, porém ele confirmou.
— Eles querem que você conserte a minha cabeça, mas nem você e nem ninguém vai conseguir, eu não tenho concerto.
Fechei o caderno onde estava fazendo minhas curtas anotações e encarei o olhar triste do homem diante de mim. Eu queria ajuda-lo, mas não podia mentir.
— Você está certo, Bucky. Eu não posso consertar você e se dissesse que podia estaria mentindo – Afirmo.– Mas... eu posso amenizar a sua dor, acredite que eu não mentiria para você sobre isso. Eu prometo te ajudar.
Um breve esboço de sorriso surgiu no rosto melancólico dele. Faltava cinco minutos para que o tempo acabasse, mas havíamos tido um enorme progresso, então pensei em dar um agrado a ele.
— Você pode ir embora agora, Bucky. Eu sei que ainda nao gosta de ficar aqui ou de falar comigo.
Ele levantou-se na hora e caminhou para a porta, mas antes de sair virou-se para mim:
— Eu vou voltar.
Balancei a cabeça com um sorriso.
***
Passaram-se algumas semanas e as sessões com James Barnes avançou alguns passos importantes.
Recebi um laudo onde dizia que Barnes tinha recorrente surtos de perda de memoria e que podia envolver violência.
Isso me preocupou, já que não imagino uma forma de cuidar disso sem que ele se feche o pouco que abriu para mim.
Já estava tarde, eu me encontrava embolada em meu sofá, lendo sobre meu paciente problemático enquanto tomava uma caneca de chá quando ouço a campainha tocar.
Deixo todos os documentos de lado e vou até a porta para atende-la.
— James?! – Questionei, extremamente surpresa e confuso. Como ele havia me encontrado?
— S/n... que bom que está acordada.
— Espera... como sabe onde eu moro? E o que está fazendo aqui?
Bucky mexeu-se desconfortável com as mãos nos bolsos.
— Eu estava sozinho... e precisava conversar com alguém, ninguém mais me veio a mente além de você. Então eu dei um jeito.
Cruzei os braços e o encarei chocada. Eu não posso acreditar nisso.
— Sério? James... isso...– Eu perdi totalmente o foco. Não sabia como agir em uma situação como aquela. Solto um suspiro resignado e dou espaço para que ele possa passar. – Entre, por favor.
— Obrigado.
Fechei a porta e caminhei atrás dele. Indiquei o sofá para ele:
— Sente-se.
Ele sentou-se, mas parecia muito travado.
— James, você disse que queria conversar não é? Sobre o que?
Perguntei assumindo minha postura profissional.
Bucky me olhou, seus cabelos negros formavam uma cortina em volta de seu rosto, que eu confesso é muito bonito. Me perdi por um tempo em seus traços, analisando cada linha de seu rosto perfeito, Bucky é um homem forte e fraco ao mesmo tempo, nada deixa isso mais explícito do que seu rosto. Seus traços da face mostram um homem forte, capaz de enfrentar qualquer briga, porém seus olhos revelam todo seu sofrimento e dor pelo que passou, tornando-o frágil por dentro.
— Bucky? – chamei, notando que durante todo esse tempo ele esteve em silêncio e havia desviado o olhar.
Ele me encarou e havia tanta dor em seus olhos que todo o ar de meus pulmões se esvaiu.
— Eu preciso de ajuda...– Murmurou. – Eles estão conseguindo outra vez.
— Quem são eles, Bucky? E o que eles estão conseguindo?
Me levando da poltrona onde havia me acomodado e me sento ao lado dele.
— Eles – Repetiu. Tocando na própria cabeça.– S/n, quem me obrigou a fazer tudo aquilo, eles estão atrás de mim outra vez, eu sei! Ele querem me transformar em um monstro ainda pior.
Segurei sua mão e a tirei de sua cabeça.
— Você não é um monstro, Bucky – Falo, ele apertou forte minha mão. – Quem fez mal a você que são os verdadeiros monstros.
A relação que Bucky e eu tínhamos criado até então era uma amizade, ele não eram mais tão recluso, não se recusava mais a falar, mas aqui e agora, na minha casa onde ele apareceu de surpresa, eu percebi que o que sentia por ele era maior.
— Eu preciso de ajuda, eu preciso da sua ajuda – Falou, aproximando seu rosto do meu.
— Eu vou te ajudar, Bucky, eu prometi isso a você.
Bucky aproximou-se ainda mais, nossos narizes se tocaram.
— Eu preciso...
— Eu já disse que vou ajuda-lo...– Repeti, fechando os olhos e sentindo sua respiração contra o meu rosto. Bucky me interrompeu:
— Eu preciso de você, S/n.
Então ele me beijou. Bucky envolveu meu rosto com sua mão fria de metal e me puxou para sí. Apesar da surpresa meu extinto foi retribuir, pois a sensação de beija-lo foi como se tudo estivesse encaixando-se perfeitamente.
Ele se afastou e me encarou sério.
— Eu estou apaixonado por você, S/n.
Ah... droga.
— Bucky.... eu não posso, quer dizer... nós não podemos. Entende?
— Não, pelo contrário. Você é a única que me entende. Você me entendeu desde o primeiro momento que pisei na sua sala, até quando eu mesmo não entendia.
— Bucky...
— Eu vivi muita coisa, S/n, eu vi muita coisa também, e em todo esse tempo você foi a única pessoa que me senti a vontade para conversar. Até mesmo com Steve eu não consigo ser totalmente sincero. Mas você... você nunca me julgou, nunca mentiu para mim.
Ele estava certo, mas esse relacionamento não pode dar certo. Respiro fundo e vejo dentro de mim o sentimento até então oculto que tinha por Bucky. Eu nunca poderia ter algo com ele enquanto fosse sua psicologa, e nem queria. Depois desse beijo eu nunca mais conseguiria ser a mesma com ele em um consultório.
Eu teria de fazer uma escolha. Eu escolheria meus sentimentos novos e recém descobertos por Bucky, ou o mandaria embora, mantendo toda a minh ética impecável.
Encontro o olhar do Soldado, e um sentimento de ternura imensurável me invade. Toco seu rosto com uma das mãos, sentindo sua barba macia em minha palma. Ele fechou os olhos e rendeu-se ao meu toque.
— Eu escolho você – Murmuro em voz baixa, não sendo capaz de me afastar dele. Dessa eu o beijo, abraçando-o pelo pescoço.
✨✨✨
OIE!
Gente eu tive a ideia desse imagine (fui inspirada na verdade) depois de um livro de preferências da Marvel
MAS EU NÃO LEMBRO QUAL FOI E ELE SUMIU NO VACUO ETERNO PQ NUNCA MAIS ACHEI E TO MT TRISTE/PISTOLA COM ISSO!!!!!!
Eu me interessei muito pq faço psicologia e amei a ideia.
Então se alguém sabe do livro que eu to falando pfvr comenta aqui!!!!!!
E MOÇA QUE ESCREVEU
DESCULPA TER PEGADO SUA IDEIA ANTES DE TE PEDIR!
TE AMO
NAO ME PROCESSA PFVR
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro