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BIRDS OF A FEATHER [MARVEL]

N/a: Então esse plot é um pouco baseado nos quadrinhos e um pouco inspirado no Logan dos filmes dos anos 2000's dos X-Men. Admito que o enredo é um pouco clichê e até genérico (no Ao3 tem uns 300 semelhantes, não estranhem se encontrar algo por lá, não tenho como colocar referências ou créditos porque é real um plot que TODAS lá usam). Eu só sentia que queria a minha versão dessa história.

Reader/Logan Howlett (Wolverine)

•••

SER ESCOLHIDA para fazer parte da equipe em uma missão de campo não é algo fácil. Existe um certo nível de capacidade requisitado para esse tipo de missão, mas as habilidades mutantes contam muito. Eu sei que provavelmente foi essa última que me qualificou para a missão de hoje.

Estou no Instituto há quase sete meses, o que é bastante tempo. Tenho treinado todos os dias, me esforçando para dominar minhas habilidades o máximo possível, mas aínda enfrento uma barreira muito grande: a emocional. Quando seu temperamento afeta o controle dos seus poderes, a luta é dobrada e diária. Não é algo tão simples manejar quanto ter asas ou super força.

Por isso sempre fui deixada de fora das missões. O Professor X sempre deixou bem claro que não é sobre duvidar das minhas capacidades ou sobre exclusão, como pensei algumas vezes (ele diz que pode ver no meu rosto, mas tenho minhas dúvidas sobre ele estar ou não na minha cabeça). Ele alega que escolhe os membros cuja as habilidades fazem sentido para determinada missão e que quando as minhas forem necessárias, ele não hesitará em me convocar.

Aínda assim, não é como se eu me sentisse menos insegura. Não quando existem membros dos X-Men saíndo em literalmente todas as missões. Eu me sinto quase como uma estagiária.

O que tem me salvado durante um tempo, principalmente nas últimas semanas, é a aproximação com um dos membros da equipe. Logan está sempre nas missões, mas é compreensível considerando seu nível de habilidades e experiência. Ele também está sempre sozinho, algo que me fez ficar surpresa quando ele correspondeu as minhas pobres e tímidas tentativas de interação.

No começo eu só queria um amigo. Eu me sentia insegura demais para tentar uma aproximação com os mais "populares" do Instituto. O casal perfeito, Scott e Jean, ou os outros mais antigos na escola. Mas Logan parecia sempre muito sozinho, claro que por opção, mesmo assim sua aura intimidadora não era do tipo que dizia "vou zombar de você como no ensino médio", era mais algo "não se aproxime ou vou lhe dar um soco", e eu tenho certeza de que ele não me daria um soco. Aínda assim, eu preferia a ameaça de uma potencial agressão física do que de outro trauma de ser socialmente inapta.

Resumindo, Logan se tornou meu amigo. Ele é muito quieto, ouve bem mais do que fala e quase sempre sua resposta se limita a alguns grunhidos, mas é suficiente para mim.

Já o vi recusar o contato de outras pessoas. Responder com sons ou palavras tão curtas que não abriam espaço para mais nada. No entanto, comigo é diferente. Ele realmente responde, Logan até sorri as vezes. O Wolverine sorrindo não é algo que todos podem ver. No começo achei que estava vendo demais, até que alguns dos outros membros da equipe começaram a fazer graça sobre isso. Sobre como Logan aparentemente "amolece" quando está comigo. Ele nunca disse nada sobre as piadas, típico dele.

Hoje eu estava empolgada por ser minha primeira missão. Ainda mais por ele estar no grupo. Eu estava me sentindo menos deslocada no jato sabendo que ele também estava lá, mesmo com àquela aura taciturna.

— Como está se sentindo?

Virei a cabeça na direção da voz de Ororo que havia tomado o lugar ao meu lado. Ela é gentil, quase maternal. Tempestade é alguém que eu não teria medo de me aproximar, mas ela não tem minha idade ou é próxima. Ela é mais velha e não tem tempo para bobagens.

— Ansiosa e empolgada – Respondi nervosa.

Ela sorriu tranquilizadora e pousou uma mão no meu braço.

— Você vai se sair bem – garantiu. – Tem treinado muito nos últimos meses.

Eu balancei a cabeça concordando, mas isso me deixou mais ansiosa aínda. Sei que ela está apenas tentando me tranquilizar, mas a idéia de que eles estão com tantas expectativas me assusta um pouco.

Tenho habilidades de transformar matéria. É uma mudança em nível atômico. Reorganizar átomos até que uma coisa se transforme em outra ou até alterar o número dos átomos podendo extinguir a existência de algo. Essa é a parte preocupante. Em momentos de desregulação emocional posso estragar tudo em níveis atômicos.

O professor tem me ajudado. Recentemente, junto com o professor Hank McCoy, o Fera, construíram braceletes bloqueadores que conseguem regular a intensidade dos meus poderes. Com os braceletes , a probalidade de cometer uma catástrofe é bem reduzida, por isso estou indo na missão, afinal, estamos investigando um possível armazém com protótipos no início de Sentinelas, e alguém que pode reduzir qualquer coisa a uma bola amassada de entulho com um aceno dos dedos parece ser uma boa carta na manga.

Ororo segurou minha mão e a apertou levemente. Isso me deixou mais tranquila, saber que não estava sozinha ou que nem todo mundo alí achava que eu era uma bomba relógio.

Olhei envolta agora, meus olhos pousando em Logan algumas poltronas na frente. Eu não sei como funciona o ritual dele pré missão, então não quis atrapalhar me sentando por perto, por mais que sentisse que precisava um pouco dele. Ele costuma ser um bom apoio emocional, por mais estranho que seja. Ele não precisa falar, o que ele não sabe fazer muito bem, mas só a presença dele é tranquilizadora para mim.

Observei com um pouco mais de atenção e pude notar que ele estava observando algo fixamente. Era Jean. Eu não deveria estar surpresa, na verdade. Todos sabem que ele tem essa coisa por ela, mesmo que ele diga que não sente mais nada, enquanto ela e Scott estão praticamente grudados um no outro o tempo inteiro. Logan aínda procura roubar olhares fugazes. Sou observadora demais para o meu próprio bem.

E o que eu poderia fazer ou dizer sobre isso? Absolutamente nada. Somos só amigos, eu tenho plena noção. Além disto, como eu poderia competir com ela? Logan pode passar a maior parte do tempo me aguentando ao lado dele, mas eu tenho quase certeza de que ele só faz isso porque estar com ela não é uma opção no cardápio.

Engoli a bola de veneno que começou a se espalhar no meu peito. Eu não deveria estar com ciúmes dele, deveria? Amigos não sentem ciúmes dessa forma.

Meus pensamentos foram empurrados para longe assim que foi anunciado que íamos pousar. Me forcei a desviar minha mente disto e me concentrar na missão. Tenho algo a provar.

ENTÃO algo deu muito errado em um ponto.

Não é como se a culpa tivesse sido de algum de nós, o armazém só tinha mais segurança do que qualquer um de nós poderíamos ter previsto. Segui o plano e as instruções dadas para mim, encontrar os protótipos e destruí-los o mais rápido possível enquanto os outros tentavam me cobrir.

O comunicador em meu ouvido zumbia o tempo todo com alguém gritando diferentes instruções para mim. Primeiro Scott, como sempre se achando o líder e dizendo que eu deveria ir mais para a esquerda ou para a direita e sei lá o que mais. Por outro lado estava Ororo dizendo que eu deveria tomar cuidado e ficar proxima dos outros. Logan só grunhiu xingamentos o tempo todo. Minha cabeça parecia pesada demais e eu precisava me lembrar o tempo inteiro de regular os braceletes para conseguir usar meus poderes em um nível seguro.

Eu estava quase conseguindo finalizar. Apesar do caos com tiros e explosões que sacodem minha cabeça. Haviam cabines com andaimes e eu precisava sempre atravessar em meio ao fogo cruzado para me aproximar o suficiente de cada um deles e usar meus poderes sem correr o risco se ferir mais alguém no processo. Eu estava tensa, com medo de cometer algum erro e machucar algum dos outros membros da equipe, que não me dei conta de que estava negligenciando a mim mesma agindo daquela maneira.

Foi apenas quando faltava o último protótipo que as coisas realmente deram errado. Fui atingida por um dos soldados que protegía o armazém. Ele me acertou uma coronhada enquanto eu estava de costas me concentrando para eliminar o último protótipo. Eu estava cansada demais, já que o uso dessas habilidades exigem muita energia física e mental, tanta que não consegui lutar contra ele. Quando caí, um dos braceletes bateu com força no chão e de danificando. Olhei em pânico para o bloqueador quebrado. Sem um o outro não funciona. Minha garganta se fechou com o pânico.

Observei o soldado apontar sua arma na minha direção e estendi as duas mãos diante do rosto, foi mais um tipo de reflexo de autoproteção do que qualquer outra coisa. Ambos, o homem e sua arma, se desintegraram na minha frente.

Quiméra? – Era Scott me chamando pelo codinome X-men através do comunicador. – O que houve? Ainda temos um.

Demorei um pouco para responder, tentando me recuperar.

— Ahn... os bloqueadores, eles... eles quebraram.

Alguma coisa explodiu muito perto, me fazendo tropeçar para longe, cobrindo o rosto para evitar o calor das chamas. Por cima do fogo, consegui localizar Logan, ele estava arrancando suas garras do peito de um soldado. Ele não estava muito longe de mim, conseguiria cruzar fácilmente a linha de fogo que começava a se fechar a minha volta para me tirar de lá.

— Logan! – Chamei, ao mesmo tempo tentando fazer com que o fogo diminuísse. Eu estava tentando transformá-lo em água, mas qualquer coisa também servia. Meus olhos estávam secos e a fumaça aspirada começou a passar queimado pelo meu nariz e garganta.

Comecei a ficar tonta. Eliminar os protótipos e regular a intensidade dos poderes foi exaustivo. A gota d'água foi transformar o soldado em pó. Eu estava tão cansada que sentia meus membros se transformando em gelatina de tanto que eu estava tremendo.

Ergui os olhos para procurar Logan, eu queria entender porque ele não respondeu. Foi então que eu o vi, ele estava parado, fitando Jean que também parecia exausta enquanto usava seus poderes de telecinese para segurar um dos andaimes que estava desmoronando.

Olhei para cima, na direção do andaime e percebi que eu estava bem embaixo dele. Se Jean fraquejasse, ele desabaria em todos nós, mas o maior estrago seria em mim, já que eu não conseguiria escapar devido ao fogo.

Mais uma vez eu tentei usar meus poderes. Extinguir o fogo ou transformar o andaime em brinquedo, qualquer coisa, mas era como se eu estivesse vazia. Toda minha energia foi gasta cumprindo minha missão.

Procurei assutada envolta, tentando encontrar qualquer outro que pudesse me ajudar, mas todos estavam longe demais ou ocupados demais com todo àquele caos tentando conter o máximo de danos possíveis. O único próximo era Logan, mas era como se ele não me enxergasse.

Tentei gritar de novo por ele, e dessa vez ele me olhou. Seus olhos fixaram em mim e por um segundo senti alívio. Foi quando aquilo que eu mais temia aconteceu. Jean não aguentou mais e o andaime cedeu. Logan agiu rápido, envolvendo o corpo dela e a puxando para longe da linha de fogo. Ele se fechou envolta dela como uma bola protetora.

Não tive muito tempo para ter alguma reação. Tentei rolar para longe do andaime, mas acabei me queimando feio. Quando achei que a estrutura me esmagaria, um raio vermelho cruzou minha visão e duvidou o metal ao meio.

A estrutura caiu, o metal retorcido atingido minha perna causando um corte fundo, mas muito menos pior do que deveria ter sido se Scott não o tivesse dividido ao meio. Meus olhos o localizou no meio do caos.

Estamos indo até você, Quiméra. Aguente firme!

Engoli sentindo minha garganta queimar. Tentei me levantar, mas os múltiplos ferimentos me fizeram cair novamente no mesmo lugar. A voz de Logan soou no comunicador pela primeira vez como palavras de verdade e estavam direcionadas para mim, ele disse meu nome, meu nome de verdade:

— Ei, estou chegando.

Olhei para cima e o vi passar por cima dos escombros, vindo na minha direção. Agora ele está vindo? Sério que agora ele está vindo?

Rolei no chão, gemendo quando um dor intensa cortou meu corpo. Um alívio me tomou quando algo parecido com chuva caiu sobre nós. Era Ororo conseguindo controlar os focos de incêndio.

— Peguei você!

Logan falou quando envolveu meu corpo com os braços, eu gritei em agonia.

— Tudo bem, querida, tudo bem – Ele disse quando se levantou comigo nos braços.

Não estava tudo bem. Na verdade se eu pudesse falar qualquer coisa coerente agora, eu estaria implorando para que alguém me matasse porque todas essas dores são piores que uma morte rápida. Tudo isso envolto pela mais pura sensação de decepção. Ele me viu. Ele nos viu. Eu e ela, mas eu estava em uma situação muito mais crítica, sem ter como escapar. Ele escolheu protegê-la acima de tudo.

Eu sempre soube que Logan amava Jean e eu sempre me contentei em tê-lo como um bom amigo. Mas aínda dói como o inferno ter esfregado na minha cara que ele sempre vai escolher ela. Até mesmo se isso significa que a outra parte vai morrer.

Não sei em que momento eu perdi a consciência e tudo ficou escuro, mas acho que foi quando a dor dominou todos os meus sentidos.

QUANDO ABRI meus olhos novamente reconheci o teto branco da enfermaria. Não venho aqui com muita frequência, mas vim por vezes o suficiente para não gostar deste lugar.

Tentei me dentar, mas as ataduras envolta do meu corpo não permitiram muita locomoção. Voltei a me deitar e então pouco tempo depois a porta se abriu e um som familiar de rodas deslizando pelo chão preencheu o lugar.

Virei a cabeça o suficiente para verificar o Professor se aproximando juntamente com Scott e Logan.

Foi quando as memórias retornaram com a força suficiente de um soco. Apertei os olhos fechados, sentindo que as dores físicas estavam entorpecidas por provavelmente muitos analgésicos. Enquanto que a dor emocional não tinha nada para amenizar.

— Imaginei que acordaria em brevê. Diminuímos os medicamentos para que você recobrasse a consciência.

O Professor falou quando parou em frente a minha cama. Abri os olhos outra vez, pousando primeiro nele e depois em Scott que parecia um cão arrependido. Evitei olhar para Logan.

— Quanto tempo fiquei fora? – Perguntei, minha garganta estava arranhando e minha voz rouca.

— Alguns dias – Professor respondeu. – No começo precisávamos cuidar dos ferimentos. Você inalou muita fumaça, teve ferimentos nas vias respiratórias. Algumas queimaduras e um corte na perna. Depois tivemos que optar pela sedação até Hank conseguir outros bloqueadores para você.

Olhei para meus pulsos e localizei os apetrechos novos. Eram bem parecidos com os anteriores, nada drástico.

— Ouça, eu sinto muito – Scott começou a falar. – Eu precisava me desculpar com você. Quando vi aquilo desabando pensei que dividí-lo na metade seria a melhor idéia, eu sinto muito mesmo.

Ele estava se sentindo culpado. Tentei sorrir para ele, mas provavelmente pareceu mais como uma careta de dor.

— Tudo bem – Murmurei. – Se não fosse por você, minha cabeça teria sido esmagada. Obrigada.

Ele respirou fundo, aínda tenso.

— Eu poderia ter feito melhor – Afirmou. – Assim como você fez.

Franzi as sobrancelhas confusa. Professor continuou por ele:

— Você destruiu todos os protótipos, ótimo trabalho – Disse. – Não vamos impedir a produção de novos Sentinelas, eventualmente eles vão construir novos, mas conseguimos um respiro.

Balancei a cabeça solenemente, feliz por ter cumprido minha missão, mesmo que provavelmente quase tivesse custado minha vida, eu consegui.

Meus olhos escorregaram até Logan que estava estagnado no lugar. A linha do maxilar dele estava dura como pedra e até se eu não o conhecesse bem poderia dizer que ele está furioso. Ele não disse absolutamente nada em todos esses minutos que eles estão aqui, então me pergunto por que exatamente ele veio.

— Quanto tempo vou precisar ficar aqui? – Perguntei.

— Mais alguns dias – Professor respondeu. – Até se recuperar da parte mais grave. Talvez uma semana se tiver boa recuperação.

Assenti levemente e afundei nos travesseiros.

— Estou ficando com sono – Resmunguei.

— É a medicação para dor. Você deveria descansar, vai acelerar o processo de recuperação.

Concordei, quase de olhos fechados. Vi a expressão de Logan se aprofundar naquela carranca, mas logo estava dormindo.

DORMI POR aproximadamente mais dois dias até conseguir ficar totalmente desperta na enfermaria. Naquele dia, Logan veio me visitar.

Não tinha muito o que dizer. Eu aínda sentia uma grande mágoa por ele. Nesse tempo, tentei trabalhar minha mente em aceitar que ele tomou a decisão que seu instinto mandou. Não posso querer que as pessoas retribuam os sentimentos. Eu coloquei muita expectativa nessa "amizade". Admito que até sentia algo a mais por ele. Mas a verdade é que provavelmente eu não passava de alguém com quem ele era gentil.

— Como está se sentindo? – Ele perguntou, parando próximo a cama.

— Melhor – Respondi, tentando ser o mais resumida possível em mimhas respostas. Eu não seria mais a garota incoveniente que falaria sem parar nos ouvidos cansados dele.

— Mesmo? – Ele ergueu uma sobrancelha.

— Estou sendo bem cuidada – Respondi, meu olhos se fixando em minhas mãos, evitando olhar para ele.

Senti algo em meu queixo. As pontas dos dedos ásperos de Logan. Ele me fez erguer a cabeça para olhá-lo.

— Qual foi, querida? Você não parece bem.

Desviei os olhos.

— Acho que quando a gente quase morre, algumas coisas ficam diferentes.

— Não diga isso – Ele resmungou. – Você não quase morreu.

— Ororo não é do tipo de mente, apesar de ser gentil, ela sempre diz a verdade – afirmei, olhando finalmente para ele e encontrando suas sobrancelhas franzidas na carranca característica.

Logan engoliu em seco, depois balançou a cabeça.

— Não deixaria isso acontecer.

— Só estou aqui agora por causa de Scott.

Agora o rosto dele estava irritado.

— Scott? – Repetiu como se o nome fosse uma ofensa. – Está dizendo que Summer salvou sua vida?

— Você me ouviu – Franzi as sobrancelhas. – Àquele dia também quando acordei. Se não fosse por ele eu teria tido a cabeça esmagada.

— Pensei que suas memórias estivessem confusas, não soa muito melhor agora – Ele me olhou sério. – do que você se lembra?

De tudo. Eu me lembro de tudo. Não é possível que ele pense que eu não sei o que aconteceu.

— Eu lembro de chamar por você – Falei, afastando meu rosto do toque dele. – Eu me lembro de usar a pouca força que eu tinha para chamar o seu nome.

— Eu vi você, eu...

— Você salvou Jean, mesmo que a minha situação fosse mais crítica – Falei, finalmente colocando para fora o que vinha me atormentando desde àquele momento.

— Não é verdade – Ele bufou. – Eu a salvei porque ela precisava. Ela não conseguiu manter àquela coisa no ar. Você poderia tê-lo transformado em bolhas de sabão ou sei lá o quê.

— Eu fiz isso? – Perguntei, meu tom era cortante. Logan me encarou.

— Não, mas você estava assustada. Eu sabia que a missão não era para você. Você ainda não estava pronta.

A raiva borbulhou. Como se não bastasse ele me deixar para morrer, ele ainda quer tirar o único mérito que tirei disso tudo?

— Eu não estava assustada, Logan – Praticamente rosnei. – eu estava fraca, indefesa.

— Como assim?

— Fiquei sem energia depois de detonar os protótipos. Eles eram grandes. Depois quando os bloqueadores não funcionavam, tive que usar o resto de energia para não causar uma tragédia. Eu não conseguia sair dali, eu não tinha força.

Ele parou, seus olhos fixos em mim.

— Não, eu sabia que era perigoso...

— Cala a droga da boca – Falei, revirando os olhos. – você pode só assumir que não pensou duas vezes em salvar Jean porque você a ama. Quem sou eu perto dela, não é?

— Claro que não – Ele negou. – Não a salvei por amor, ela é da equipe.

— Eu também sou, Logan! – Exclamei exaltada, meu corpo doeu, me lembrando que ainda não estava totalmente bem. – E também achei que fôssemos amigos. Amigos não deixam os outros para morrer.

— Não deixei você para morrer. Eu fiquei preocupado assim que a vi no chão. Eu a peguei e a levei até o jato e tudo o que eu conseguia pensar era em voltar logo e entregá-la ao Hank para que ele cuidasse de você, porque eu não descansaria até te ver bem.

Respirei fundo, tentando conter as lágrimas. Eu ainda sentia aquela bola de veneno no peito. As inseguranças. Todos os pensamentos sabotadores sussurrados em minha mente. Ele murmurou meu nome:

— Somos amigos – Afirmou. – Eu nunca deixaria nada acontecer com você.

Baixei o olhar. Não conseguia acreditar em suas palavras. Ele estava em negação. Ele não admite ainda estar apaixonado por Jean, e não admite que foi alimentado por isso a decisão de salvá-la primeiro. Como posso confiar em qualquer coisa que venha dele se ele não consegue ser honesto nem consigo mesmo sobre seus sentimentos?

— Estou cansada, quero dormir – falei. – Me deixe sozinha.

Ele murmurou meu nome, mas eu me virei, evitando olhar para ele.

— Tchau, Logan.

— Essa conversa não acabou.

Não respondi. Eventualmente ele deixaria isso de lado.

DEIXEI A enfermaria pouco tempo depois. Aínda não podia pegar muito pesado no treinamento, não estávam me permitindo participar das sessões na sala de Perigo, então eu acabava passando mais tempo no meu quarto ou na biblioteca do Instituto. São os melhores lugares da Mansão para mim agora por dois motivos: Posso aproveitar o silêncio para descansar e não tem a menor possibilidade de cruzar com Logan.

Sim, eu decidi que iria evitá-lo. É a melhor escolha considerando que a tendência era só piorar as coisas. Eu não via o quando estava apegada ao homem. Ele era praticamente a única pessoa com quem eu conversava.

Neste momento eu estava indo para a cozinha planejando comer alguma coisa antes de ir para o meu quarto depois de passar o dia treinando um pouco das minhas habilidades de controle ma biblioteca. Nada que fosse muito exaustivo, mas aínda assim cobrou seu preço. Quando cheguei ao cômodo, encontrei Jean que já estava ali. Ela me cumprimentou com um sorriso.

— Ei – Disse, eu acenei de volta.

— Olá – Cumprimentei.

— Não tenho visto muito você ultimamente – Ela comentou. – Na verdade, acho que ninguém. Você não tem se sentido melhor?

— Só estou evitando esforço, ordens do Hank.

— Logan tem estedo um porre – Ela revirou os olhos. – Você tem que se recuperar logo e voltar, porque estamos quase todos surtando com o mau-humor dele.

Eu franzi as sobrancelhas.

— O que isso pode ter a ver comigo? – Perguntei.

— Tem tudo a ver com você – Ela riu. – Acho que todos nós concordamos que o humor dele melhora muito quando tem você por perto.

Peguei uma garrafa de suco na geladeira e me sentei desajeitada perto dela.

— Eu não tenho muita certeza, acho que ele só estava sendo gentil – Dei de ombros.

— Logan não é gentil – Ela riu. – Ele gosta da sua companhia.

Mordi o lábio inferior meio pensativa.

— E com você? O humor dele não melhora quando você está por perto?

— Ele parece ainda mais irritado, mas tenho quase certeza de que isso tem a ver com Scott. O temperamento dos dois não bate muito e eu estou sempre com ele.

— Não, eu quero dizer... ele gosta de você, você sabe – Falei. – meio que todos sabem, na verdade.

Jean suspirou.

— Olha, eu sei o que todos pensam e isso não tem nada a ver com meus poderes – Ela me encarou. – Mas eu não sou esse tipo de pessoa. Eu não daria esperanças a alguém. Eu amo Scott e Logan sabe disso.

Ergui as mãos com as palmas viradas para frente.

— Ei, me desculpe – Digo. – Não tentei insinuar nada.

— Eu sei, não estou culpando você – Ela balançou a cabeça.

Talvez essa seja minha deixa para sair. Murmurei uma despedida timida e ela respondeu. Quando cheguei no andar do meu quarto e lá estava o próprio. Logan estava perto da minha porta.

— Veja só quem encontrei – Ele disse. – Achei que começaria a usar o encanamento para se esconder de mim.

— Não estou me escondendo de você – Falei, sem olhar para ele.

— Temos que conversar – Ele disse firme. – E você sabe que eu não gosto de falar, então pode imaginar a situação.

Passei por ele e abri a porta. Não adiantaria continuar com esse lance de gato e rato. Em algum momento eu e Logan iríamos ter que conviver outra vez e eu não poderia fugir para sempre. Indiquei o quarto com um movimento de cabeça. Ele entrou e eu fui logo atrás, fechando a porta.

— O que você quer? – Perguntei querendo que isso acabasse logo.

— Quero saber que bicho mordeu você.

Não adiantou nada. Nada que falei naquele dia ele ouviu. Isso me magoou um pouco. Imaginei que ele fosse tentar rever a situação.

— O bicho da realidade, Logan – Respondi. – Ainda não sou tão portante na equipe ou para você quanto achei que era. Eu tinha uma idéia do que significavamos um para o outro e eu estava errada.

— De novo essa história? – Ele grunhiu. – Eu não pensei no que estava fazendo. Eu só agi. Pensei que você poderia se safar sozinha.

— Eu chamei por você – Falei. – Você não me ouviu, você não me viu.

— Porra, eu errei! – Ele exclamou, seu tom de voz subindo um pouco. – Você não sabe quantas vezes eu repassei aquele momento na minha cabeça e em todas as vezes eu me odeio mais e mais, sabendo que eu deveria ter feito alguma coisa, que poderia ter sido fatal, e eu me odeio.

Não respondi. Estavam sem palavras, associando as palavras na minha cabeça, absorvendo tudo. Não esperava essa admissão dele.

— Sim, eu salvei Jean, mas não por ela ser mais importante. É porque ela é mais frágil – Ele deu um passo em minha direção. – Ela está sempre caindo por aí sangrando e desmaiada por usar demais os poderes. Mas você não. Porra, você sempre está de pé. Você nunca pede por ajuda. Você é uma fortaleza. Eu não imaginei que precisasse de mim, porque você nunca precisa de ninguém.

Acho que nunca vi tantas palavras saíndo da boca dele.

— Então eu tomei uma atitude e agora eu vejo que foi errada – Ele estava muito perto agora quase encima de mim. – Porque eu poderia ter perdido você.

— Logan...

— Eu sei, isso não muda muita coisa – Ele balançou a cabeça. – Eu lido com muita merda, querida, há anos. Os últimos meses foram os melhores períodos da minha vida em décadas. Você é a única em anos que não age como se eu fosse um monstro recluso, e por mais que eu tenha gostado de criar essa imagem para as pessoas, também gosto que você tenha passado por cima dela.

— Tenho medo de entender as coisas erradas – Falei, erguendo a cabeça para encarar seus olhos escuros. Logan tocou minha bochecha com as pontas dos dedos. – Tenho medo de criar expectativas.

— Vou ser bem claro aqui então, para que você não entenda nada errado – Ele disse firme. – Eu gosto de você.

— Eu não sou ela, Logan – Minha voz vacilou. – não sou a Jean.

— Ninguém está falando dela – Ele balançou a cabeça. – Não quero que você seja ela.

Eu tinha muitas perguntas. Eu também não poderia culpá-lo de tudo, afinal, nunca falei a ele como me sentia com relação a ele. Na verdade, nem eu tinha me permitido ver além do sentimento de "amizade" por medo de rejeição. Mas agora estamos aqui e ele admitiu primeiro. Ele gosta de mim.

— Vou entender se não for seu lance – Ele falou, puxando de volta minha atenção para ele. – Não sou a melhor opção.

— Não diga isso – Coloquei minha mão por cima da dele. – Quero estar com você, eu só estava com medo de não ser quem você quer.

— Não quero nada além de você – Garantiu. – E você pode ter certeza, você é a minha prioridade.

Balancei a cabeça levemente, me inclinando o suficiente para encostar no peito largo dele. Logan me envolveu em um abraço terno e carinhosos. Os lábios dele se esfregaram na minha cabeça quando ele depositou pequenos beijos no meu cabelo.

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