Battle Royale (Marvel)
Parte 1/3
Leitora/Tony Stark
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- Isso não vai funcionar - Ouço Adaga murmurar, ela parecia mais nervosa que o normal.
- Ou ficamos aqui com medo de errar, ou vamos em frente - Digo, ríspida.- Temos que arriscar.
- Por que quer tanto isso?- Tigresa me lança um olhar desconfiado, seus olhos amarelos não me intimidam nem um pouco.
- Nosso tempo é curto. Logo eles teram portais para essa prisão estúpida em cada estado e não teremos mais chance de ajudar nossos companheiros - Falo, ficando de pé.- Não poderemos ajudar nem a nós mesmos.
Todos a minha volta se entreolharam, Falcão lançou um olhar significativo para Capitão, não sei o que significa mas parece algo sério.
- Você era braço direito de Stark - Cage se intromete.- Se bem me lembro. Por que resolveu nos seguir mesmo?
Balanço a cabeça sem entender a questão. O que isso tem a ver com o plano?
- Tony esta errado. Ponto. Eu sei reconhecer isso - Respondo, na defensiva. - Por isso estou aqui, sou contra essa maldita lei, sou contra o encarceramento dos que não concordam com ela. Estou aqui por justiça.
- Você nunca o contrariou - Falcão me encarava como se eu fosse uma vilã.- O que a levou fazer isso agora?
- Conceitos básicos, humanidade, moral, princípios - Inúmero as razões. Eu recuei um passo, de repente vi que todos me encaravam da mesma maneria que falcão. Eu era a vilã ali.
- S/n - Capitão finalmente ficou de pé, chamando-me.- Venha comigo.
Ele sai da sala de comando sem esperar minha resposta. Sigo-o passando pelos outros membros da resistência sob olhares de suspeita.
- Por favor, Steve. Não me diga que esta duvidando de mim!
Eu comecei, defendendo-me.
- Fatos são incontestáveis - Capitão balançou a cabeça, ele fixou seus olhos em mim.- Qual o seu objetivo?
- Você sabe qual é! Nunca o escondi de ninguém. Depois da morte de Bill Foster, eu... eu não conseguia mais encarar Tony.
Abaixei a cabeça entre minhas mãos, cobrindo meu rosto. Eu precisava me recompor o mais rápido possível. Como ele podia desconfiar de mim?
- Steve - Ergo a cabeça. Minha voz esta bem mais firme agora.- Eu estava lá quando Os Vingadores foram fundados. Eu fazia parte da equipe, não me trate como se eu fosse uma novata. Eu tenho sim um laço forte com Tony, mas isso não distorceu minha noção da verdade.
- Você se registrou - Ele falou, como uma acusação.
- Sim. Eu me registrei, porque me parecia a coisa certa a se fazer e não porque Tony queria. Quando vi o que estava acontecendo com nossos colegas, não consegui permanecer mais lá.
Capitão America ficou em silêncio, sua expressão era hesitante.
- Temos um traidor entre nós - Murmura.
- Alguma ideia de quem seja?
- Até agora? A maior suspeita era você - O Capitão solta o ar pesadamente.
- Mas eu...
- Não acho mais que seja você - O olhar dele suaviza.- S/n, não queria ter que confronta-la desse jeito. Mas as circunstâncias...
- E você não pensou duas vezes - Digo, soltando uma risada debochada. - Claro.
- S/n, você tem que entender que o que estamos passando - Capitão mudou o peso de uma perna para a outra.
- Vocês iram invadir o Edifício Baxter, desativar o portal para a zona negativa, e depois ajudar os outros meta-humanos que estão capturados - Digo, afastando-me dele e pegando um longo sobretudo escuro sobre uma mesa e o vestindo. - Quando isso acabar, não conte mais comigo.
- Aonde você vai?
- Arquitetar um plano diabólico para entregar toda a Resistência para a S.H.I.E.L.D - Respondo, sarcástica.
- S/n...
- Vou tentar respirar - Digo, me voltando para ele.- Pode dizer aos outros na sala que ficaram livres da traidora o mais rápido que esperam. Alias, diga para Justiceiro que ele não vai precisar atirar em mim enquanto durmo.
Saio pela porta de metal, esgueirando-me pela noite, para fora do esconderijo da Resistência.
***
Aquilo era loucura, era arriscado, quase uma idiotice, mesmo assim eu atravessei o grande aro de metal que sustentava a plataforma de vôo no alto da torre Stark. Depois de tantas horas vagando pela cidade, pensando, refletindo. Percebi que aquela era a melhor saída.
Pouso na oficina onde ele costuma fazer seu equipamento e os reparos de sua armadura. O sistema de segurança não avisou sobre nenhum intruso, talvez seja uma armadilha.
Caminho pela oficina, passando por um grande portal que sai direto na sala de estar enorme do apartamento dele. Cruzo os braços em frente ao peito, abraçando a mim mesma, convencendo-me de que esse é o certo.
- S/n?
Mal notei sua aproximação. Lá estava ele, Tony Stark. Um pouco mais abatido desde a última vez que o vi a alguns dias. Um esboço de um sorriso esta em seu rosto.
- Tony - Murmuro.
- Você esta aqui? É você mesmo? - Ele balança a cabeça, como se quisesse limpar a mente e comprovar que não sou nenhum tipo de visão. Ele esta segurando um copo de whisky.
- Tony, você voltou a beber?- Digo, não escondendo o tom de repreensão.
Ele sorri, um pouco de humor sombrio em seus olhos.
- O que faz aqui?- Pergunta, ignorando completamente minha pergunta.
- Eu...- Forço-me a prosseguir. - Tony, eu vim dizer adeus.
Ele me encara, aparentemente sem entender nada.
- O que?
- Vou me entregar - Digo, respirando fundo.- Vou assumir meus atos como rebelde e me entregar para a S.H.I.E.L.D.
- Por que? - Ele estava me olhando horrorizado.
- Não aguento mais - Solto quase como um sussurro sufocado. - Eu não sei mais qual lado é o certo e qual é o errado. Essa guerra não vai acabar bem, famílias estao sendo divididas, pessoas estão morrendo. Eu me sinto impotente, odeio essa sensação mais que tudo... Tony eu vou me entregar.
- Eles vão joga-la em uma cela - Tony diz, furioso.- É o que você quer?
- Quero paz. É tudo o que eu quero!
Tony me encara incrédulo, olhos arregalados. Ainda estamos em uma distância considerável.
- Não vou deixar que prendam você. Vou usar recursos, todos eles.
- Você deveria estar furioso - Digo, surpresa.- Eu fui embora, me juntei a Resistência. Tony você deveria me odiar.
Tony caminha até onde estou e coloca uma mão em cada lado de minha cintura. Posso sentir sua mão quente mesmo com todas as camadas de roupas.
- Eu nunca poderia odia-la. Eu fiquei furioso, decepcionando, mas eu sei que você faria o que acreditasse ser o certo. Independente do que eu acredito.
- Sinto muito - Digo. Estou a ponto de me entregar aos abutres que querem minha cabeça, mas a única coisa que passa pela minha cabeça é a possibilidade de nunca mais ve-lo. Se eu acreditava que a maior decisão que já tomei na vida fora sair do lado de Tony e me aliar ao Capitão na Resistência, essa é a minha segunda maior decisão.
- Não posso deixar que faça isso - Tony diz, enquanto uma de suas mãos sobe para meu rosto e afaga minha bochecha.
Eu não iria chorar. Não vim aqui para isso, mesmo assim algumas.lágrimas escapam. Tony me surpreende mais uma vez com um beijo, retribuo sem me afastar, segurando em seus ombros.
- Você não precisa fazer isso - Tony murmura no pé de meu ouvido, apertando-me junto a ele.
- Sim, eu preciso - Digo. Não sei se Tony reconheceu a pontada de determinação em minha voz, mas ela estava presente.
Afasto-me dele, recuando até estar outra vez entre a sala e a oficina. Tony me segue, ele esta mancando.
- Eu não vou permitir que prendam você - Ele finca os pés no chão.
- Espero que não tenha controle sobre isso - Falo, antes de alçar vôo pela plataforma.
***
Uma vez que pouso no meio do Central Park, me preparo para a grande cena que terei de armar. Respiro fundo, tirando o sobretudo e revelando por baixo meu traje em tons de azul.
A S.H.I.E.L.D iria me rastrear assim que eu começasse a usar meus poderes.
Uma coluna de energia azul saiu do centro de meu peito, subindo até estar na altura de um arranha céu. Iluminou todo o parque, como um projetor.
Os poucos os civis notaram minha presença, curiosos se aproximavam para tentar identificar a estranha fonte de luz. Eu precisaria fazer mais que aquilo se quisesse ser capturada.
Meus pés saíram do chão, lentamente comecei a pairar a alguns metros da superfície.
Ao longe já pude ouvir o som dos helicópteros se aproximarem, rápidos.
A minha volta, todos os objetos de metal foram afetados por meu campo magnético. Latas de lixo, bancos, bicicletas, carros estacionados, todos estavam flutuando.
- S/N. SUPER-HUMANA REGISTRADA. FUGITIVA.
Olho para o alto, escutando a voz robótica que saia dos alto falantes.
- PRATICA DE ATIVIDADES ILÍCITAS. PROIBIDA DE EXERCER O USO DE SUAS HABILIDADES.
Ao fim do discurso, houve um corte, e então a voz que voltou a sair era a de Maria Hill.
- S/N, ENTREGUE-SE AGORA.
Gradativamente fui reduzindo a coluna de energia, pousei outra vez no chão. Carros escuros e aparentemente blindados saíram de todos os lugares, cercando-me. Ergo as mãos.
- Eu me rendo - Digo para o oficial da S.H.I.E.L.D. que se aproxima carregando uma arma enorme.
Ele franziu as sobrancelhas, me olhando surpreso, estendo os braços com os punhos unidos, aguardando para serem algemados.
Continua...
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