Battle Royale
Parte 2/3
Leitora/Tony Stark
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O balanço constante do caminhão pela estrada me deixava levemente enjoada. Particularmente achei meio exagerado meu transporte ser feito por um caminhão blindado, afinal eu havia me rendido de livre e espontânea vontade. Mas aparentemente para a "Diretora em exercício" Maria Hill, sou potencialmente perigosa e emocionalmente instável. Precisei me controlar para não acerte um soco na cara dela, para que poderes se eu posso usar os velhos e bons punhos?
Arrumo-me tentando encontar uma posição confortável, este lugar é escuro e frio, ele faz com que eu considere se essa ideia fora realmente boa. Encosto minha cabeça na lateral fria e tento pensar em algo que não seja deprimente. Isso significa que estou evitando pensar em praticamente tudo o que tenho passado.
Meus pensamentos se voltam para A Resistência. Eles estarão em apuros caso não encontrem logo o infiltrado. Eu poderia tentar descobrir, mas já tenho alguma ideia de quem possa ser, apenas não sei se eles confiariam em mim caso eu a entregue.
O veículo para, sento-me atenta. As portas se abrem e dois agentes armados até os dentes me puxam para fora. Estamos em uma base improvisada da S.H.I.E.L.D.
- Status da transferência de prisioneiros...- Ouço um agente peguntar para Hill não muito longe. Apuro minha audição, eles falam quase que em sussurros.
- Vamos adiar, temos novas informações - Ouço-a responder. Sou empurrada para uma área restrita, separada dos outros por uma porta de algum material resistente demais e cheia de travas, assim que me empurram para dentro da sala, a porta é trancada.
A sala é estéril. Branca e com uma grande janela de vidro, a única mobília era uma cama de solteiro. Através de algum controle eletrônico, as algemas são desativadas e meus pulsos são libertados.
Permaneci parada por um bom tempo no centro da cela, sem vontade de me mover. Depois de um tempo, caminhei ate a cama, deixando meu corpo cair no colchão. A cela deveria ter algum tipo de mecanismo que bloqueava meus poderes, pois não conseguia nem ao menos voar.
Depois de um tempo observando o teto branco, acabei adormecendo.
***
Depois do que me pareceu horas ali, batidas no vidro me fizeram levantar da cama e encarar a figura atrás da janela. Levantei, caminhando até próximo ao vidro e encarando Tony.
- O você quer?- Pergunto.
- Esta feliz?- Seu tom é carregado de algum sentimento sombrio.
- Não. Mas estou com a consciência livre - Retruco, minha voz monótona.
- Vai me dizer o porque de todo aquele circo em praça pública? - Tony me questiona, ele estava muito nervoso.
- Eu disse que me entregaria. E eu sempre gostei de fazer tudo com estilo - Cruzo os braços ao falar.
- S/n - Tony murmura, de repente ele soca o vidro, a estrutura nem ao menos oscila.- Vão leva-lá para a prisão para super-humanos essa noite. Você não terá o direito de julgamento, mesmo tendo se entregado, Hill diz que você é uma traidora. Traidores não merecem julgamento justo.
- Ela tem razão - Murmuro. Minha voz sem qualquer emoção.
Tony me encara fundo nos olhos, ele sempre tenta ler minhas intensões, felizmente nunca conseguiu. Encaro-o de volta.
Sem dizer nada ele se vira e vai embora, volto para a cama e me sento. Pelo que conheço dos procedimentos com prisioneiros da S.H.I.E.L.D logo serei interrogada.
***
Como previsto, não muito mais tarde dois agentes vieram me buscar para interrogatório. As algemas foram recolocadas, fui rebocada pelos corredores em direção ao que me pareceu um escritório de alta classe. Maria me aguardava sentada em uma grande mesa.
- S/n - Ela pronuncia meu nome em tom seco. Eu apenas a encaro sem dizer nada.- Fico feliz que tenha se entregado sem resistir. Não teria acabado bem.
Sua prepotência ainda me deixa abismada, lanço-lhe um sorriso sarcástico.
- Sempre muito humilde - Digo.
- Você nos traiu e depois traiu a resistência. O que quer ganhar com isso?
Direta. Pelo menos não vou ter que aguenta-lá por muito mais tempo.
- Eu não trai a resistência - Falo, entre dentes.
- Você esta aqui.
- Isso não significa que vá contar alguma coisa a você.
Hill estreita os olhos.
- Então por que se entregou?
- Desencargo de consciência - Digo.
A agente bate com os punhos na mesa.
- Escute, nos já sabemos todo o planinho de vocês para invadir o Edifico Baxter. Acharam que isso funcionária? Você vai nos contar o plano com detalhes ou terei que arranca-los de você.
- Vá em frente - Ergo os pulsos algemados.- Eu não poderia lutar, não é mesmo? Também não poderia simplesmente explodi-lá com minha mente e sair daqui viva, já que seus comparsas me matariam.
Os lábios da mulher se tornam uma linha fina, os traços de seu rosto se endurecem. Hill faz um sinal para um agente que me puxa da cadeira e me segura de pé.
A agente se aproxima lentamente de mim e me acerta um soco direto no queixo. Sinto todo meu rosto queimar.
- Diga.
- Vai ter que fazer melhor que isso.
Outro soco. Sinto meu queixo pender para o lado.
- Diga.
Apenas a encaro, sinto o sangue escorrer de minha boca.
Um terceiro soco faz minha cabeça tombar.
- Está bem - suspiro, a dor tomando todos os meus sentidos.- O que precisa saber?
Hill lança um sorriso frio antes de me bombardear com perguntas a respeito do plano.
***
Ja era noite, eu estava sendo guiada com outros vários heróis e agente da S.H.I.E.L.D para o edifício Baxter. Eles fariam uma armadilha para a Resistência, eu seriam levada para minha cela na prisão de alta segurança na Zona Negativa em poucas horas.
Minhas mãos ainda estavam algemadas, quando estramos dentro do laboratório de Reed, a poucos metros do portal da zona negativa, Tony que liderava o grupo se aproxima liberando meus pulsos.
- Mudança de planos, convenci Hill que você seria útil do nosso lado - Seu tom é profissional. - Se nos ajudar essa noite, estará livre. Sem Vingadores e sem Resistência, deixaremos que você vá embora.
- Não vou lutar contra eles - Digo.
- Se tudo seguir como eu planejei, não vamos precisar lutar.
Ele se afasta, deixando-me sozinha. Olho em volta, todos mantem certa distância de mim, passo os olhos por todos os computadores e equipamentos de Reed. São muitos, uma pessoa normal ou até com poderes não poderia mexer em todos... bem, talvez Reed possa.
Consegui escapar para trás de alguns computadores, eu tenho certeza de que em algum lugar desse prédio tem um telefone.
***
Estávamos todos em prontidão, apenas esperando a hora certo para surpreender A Resistência que nesse momento observavamos enquanto eles derrubavam barreira por barreira até a sala onde o portal se encontra.
Eu estava ao lado de Tony, talvez fosse o costume, mas não me sentia mais parte daquilo. Ainda amava aquele imbecil, mas não lutaria com ele.
Ouvimos quando a porta do laboratório se abre, os passos lentos e sincronizados param.
- É agora - Tony murmura para nós. A minhas costas, todos os Vingadores, os novos heróis que estão no programa de treinamento, os Thunderbolts, todos se preparam para o provável confronto.
As portas de metal se abrem.
Continua...
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