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Un gioco di bugie (Vincenzo)







S/n estava sentada em um café elegante de Roma quando Vincenzo Cassano entrou pela porta. Seu olhar afiado percorreu o local antes de pousar nela. Ele ajeitou o paletó, caminhando com confiança até sua mesa.

- Está atrasado - disse S/n, fingindo impaciência, mas sorrindo levemente.

Vincenzo se sentou e pegou a xícara de café dela sem cerimônia.

- Uma dama deveria aprender a esperar o marido sem reclamar - provocou ele, tomando um gole.

Ela revirou os olhos, mas manteve o sorriso. A encenação precisava ser perfeita.

- O conde que estamos enganando já chegou? - sussurrou S/n.

- Ainda não. Mas ele acredita que somos um casal recém-casado. Então, aja como uma esposa apaixonada - respondeu Vincenzo, aproximando-se.

S/n arqueou a sobrancelha.

- Se eu sou sua esposa, você deveria me tratar melhor. Talvez começar trazendo flores de vez em quando.

Vincenzo riu baixo.

- E talvez você devesse parar de gastar tanto no cartão de crédito do marido.

Ela soltou uma risada, mas logo seus olhos captaram a chegada do conde. Instintivamente, pegou a mão de Vincenzo sobre a mesa.

- Amor, lembra-se da nossa lua de mel em Paris? - disse ela em um tom exageradamente carinhoso.

Vincenzo sorriu com o canto dos lábios, entrando no jogo.

- Como poderia esquecer? Você ficou deslumbrante à luz da Torre Eiffel.

O conde se aproximou e cumprimentou-os.

- Ah, os recém-casados! Sempre tão apaixonados. É bom ver um amor tão verdadeiro.

S/n sorriu docemente, apertando a mão de Vincenzo de leve.

- Ah, meu marido é o homem mais maravilhoso do mundo - disse ela, piscando discretamente para ele.

Vincenzo, sem perder a chance, levou a mão dela aos lábios e a beijou de forma teatral.

- E minha esposa é a mulher mais encantadora que já existiu.

Os dois sabiam que era um jogo, mas, por um momento, a mentira quase pareceu real.

O conde riu satisfeito e se sentou à mesa com eles.

- É raro ver um casal tão apaixonado hoje em dia - comentou ele, observando-os com curiosidade.

Vincenzo, sempre estrategista, aproveitou a deixa e entrelaçou os dedos nos de S/n, mantendo um olhar afetuoso sobre ela.

- O segredo é nunca deixar a chama se apagar - disse ele, com uma suavidade surpreendente.

S/n sentiu um leve arrepio, mas manteve a compostura. Se aquele teatro os ajudaria a enganar o conde e conseguir as informações que precisavam, então valia a pena.

- Vocês se conheceram há muito tempo? - perguntou o conde, inclinando-se para frente, interessado na história deles.

S/n sorriu, jogando os cabelos para o lado.

- Oh, foi um daqueles encontros dignos de um filme. Eu estava perdida em Nápoles e ele apareceu como um cavaleiro salvador... ou melhor, como um advogado mafioso - disse ela, provocando Vincenzo.

Ele riu baixo e apertou de leve a mão dela.

- E você se apaixonou imediatamente pelo meu charme irresistível - retrucou.

S/n bufou teatralmente.

- Na verdade, eu demorei um pouco. Mas no fim, ele me conquistou.

O conde sorriu, satisfeito com a história.

- Um amor arrebatador, então. Isso é admirável.

Vincenzo assentiu, mas seu olhar analisava o conde, esperando a oportunidade perfeita para entrar no verdadeiro motivo daquela farsa.

- Mas chega de falarmos sobre nós - disse ele, casualmente. - Conte-me mais sobre seu novo empreendimento. Soube que é uma oportunidade única...

O conde sorriu, relaxando na cadeira.

- Ah, sim, um projeto ambicioso. Mas precisa de investidores confiáveis. Casais sólidos, com visão para o futuro... como vocês.

S/n trocou um olhar com Vincenzo. O jogo estava apenas começando.

S/n manteve o sorriso, mas por dentro analisava cada palavra do conde. Ele estava claramente testando-os, querendo ver até que ponto eram "confiáveis". Vincenzo percebeu o mesmo e apertou levemente a mão dela, um sinal silencioso para que continuassem a encenação com perfeição.

- Casais sólidos? - S/N riu suavemente, olhando para Vincenzo com um olhar apaixonado. - Então estamos no perfil perfeito, não é, meu amor?

Vincenzo sorriu e deslizou o polegar sobre a mão dela.

- Sem dúvidas. Construímos tudo juntos, não é? Amor, conta para o conde como fizemos nossa primeira grande aquisição.

S/n entendeu o jogo e entrou na história.

- Ah, foi um desafio! Lembra-se, querido? Ficamos dias negociando, mas no final saímos vitoriosos. Trabalhar juntos é nosso ponto forte.

O conde assentiu, parecendo cada vez mais convencido.

- Hm, isso é raro. Parcerias assim são difíceis de encontrar.

Vincenzo inclinou-se levemente para frente.

- E é exatamente isso que buscamos em negócios, conde. Parcerias sólidas e mutuamente benéficas.

O conde sorriu e olhou ao redor, como se verificasse se podiam falar livremente. Então, se aproximou e sussurrou:

- Nesse caso, acho que posso compartilhar alguns detalhes confidenciais...

S/n e Vincenzo se entreolharam rapidamente. Estavam quase lá.

- Claro, conde. Você pode confiar em nós - disse S/n, mantendo a voz calma e persuasiva.

O conde respirou fundo e começou a falar sobre o esquema que eles estavam investigando. Enquanto isso, Vincenzo gravava discretamente a conversa com um pequeno dispositivo escondido no bolso do paletó.

S/n manteve a atuação impecável, ocasionalmente soltando risadas e tocando o braço de Vincenzo como uma esposa apaixonada faria. Mas, por dentro, seu coração acelerava - estavam perto do golpe final.

Após alguns minutos, o conde recostou-se na cadeira.

- Bom, acho que isso já prova que confio em vocês. Talvez possamos formalizar essa parceria em breve.

Vincenzo sorriu, erguendo sua taça de vinho.

- Ao futuro, então.

S/n ergueu a sua também, brindando.

- Ao futuro.

Mas, na mente dos dois, o verdadeiro brinde era para o momento em que desmascarariam o conde. O jogo de mentiras estava quase no fim.

A noite caiu sobre Roma, e S/n e Vincenzo caminharam lado a lado até o luxuoso hotel onde estavam hospedados. A fachada iluminada refletia a grandiosidade da farsa que estavam vivendo. Assim que entraram na suíte presidencial, S/n suspirou e retirou os sapatos, jogando-se no sofá.

- Isso foi intenso - disse ela, massageando os pés. - Mas conseguimos.

Vincenzo tirou o paletó e o colocou no encosto da cadeira.

- O conde caiu direitinho. Mais um pouco e ele mesmo nos entregaria tudo de bandeja.

Ela riu, inclinando a cabeça para olhá-lo.

- Você foi convincente como marido, Cassano. Deveria considerar uma carreira no teatro.

Ele arqueou uma sobrancelha e se aproximou.

- E você, cara mia, deveria tomar cuidado... porque está gostando demais desse papel de esposa.

S/n revirou os olhos e pegou um travesseiro do sofá, jogando nele.

- Sonha, Vincenzo. Agora, vou tomar banho e dormir.

Ele cruzou os braços, observando-a entrar no banheiro. Então, olhou para a cama king size no centro do quarto e soltou um suspiro.

Minutos depois, S/n saiu do banheiro vestindo um roupão de seda. Parou ao ver Vincenzo sem camisa, desabotoando o cinto da calça.

- O que você está fazendo? - perguntou ela, semicerrando os olhos.

- Me preparando para dormir, como você.

- Mas... onde você vai dormir?

Vincenzo apontou para a cama com naturalidade.

- Aqui, obviamente.

Ela piscou algumas vezes.

- Hm, não. Você dorme no sofá.

Ele riu, tirando os sapatos.

- Cara mia, não banque a tímida agora. Hoje fomos um casal perfeito. Dormir juntos não será o fim do mundo.

S/n cruzou os braços.

- Então quer dizer que o grande Vincenzo Cassano, advogado da máfia, tem medo de dormir no sofá?

Ele se aproximou lentamente, parando à sua frente.

- Não tenho medo de nada, amore mio. Mas sei que você vai acabar dormindo comigo de qualquer forma.

- Sonha.

- Vamos ver.

Ela virou-se e foi para a cama, puxando as cobertas com determinação. Vincenzo apagou as luzes e, sem hesitar, deitou-se ao lado dela.

- Só não ultrapasse seu lado - advertiu S/n, sentindo o calor dele ao seu lado.

- Como quiser, esposa.

Ela bufou e se virou de costas para ele. Mas, no meio da noite, ao sentir um frio inesperado, acabou inconscientemente se aconchegando ao corpo quente de Vincenzo.

Ele sorriu no escuro.

- Eu avisei.


A manhã chegou devagar, com os primeiros raios de sol entrando pelas cortinas da suíte. S/n despertou lentamente, sentindo algo quente e firme ao seu redor. Seu coração deu um salto ao perceber que estava nos braços de Vincenzo.

Os dois estavam próximos, mais do que deveriam. O braço dele estava ao redor da cintura dela, e suas pernas estavam entrelaçadas. S/n piscou algumas vezes, tentando entender como havia parado naquela posição.

- Bom dia, amore mio - murmurou Vincenzo, com a voz rouca de sono.

Ela congelou.

- Você... você está me abraçando!

Ele abriu um olho e sorriu preguiçosamente.

- Na verdade, você que veio para o meu lado. Mas eu não reclamei.

S/n sentiu o rosto esquentar e tentou se afastar, mas Vincenzo apertou o abraço, prendendo-a.

- O que você está fazendo? - ela sussurrou, tentando se livrar dele.

- Você está confortável, admita.

Ela bufou, mas não conseguia negar que o calor dele era agradável. Ainda assim, precisava manter a compostura.

- Solta, Cassano! Temos um conde para enganar, lembra?

Ele suspirou, mas finalmente a soltou. S/n saiu da cama rapidamente, ajeitando o roupão enquanto Vincenzo a observava com diversão.

- Se continuar dormindo assim comigo, vai acabar se apaixonando, amore mio.

Ela pegou um travesseiro e jogou nele.

- Sonha.

Ele apenas riu, levantando-se da cama com toda a calma do mundo.

- Melhor se arrumar. Hoje é o dia em que terminamos esse jogo... e fazemos o conde cair na nossa armadilha.

S/n respirou fundo e assentiu. Por mais que aquele teatro fosse perigoso, não havia como negar que, em alguns momentos, a mentira quase parecia verdade.

A tensão pairava no ar enquanto S/n e Vincenzo desciam para o café da manhã no luxuoso restaurante do hotel. O conde havia marcado um encontro para finalizar os "negócios", e aquela seria a oportunidade perfeita para pegá-lo.

S/n ajeitou o vestido elegante e lançou um olhar discreto para Vincenzo. Ele estava impecável como sempre, vestindo um terno perfeitamente alinhado, com a expressão calculista de quem já sabia que venceria o jogo.

- Você está muito confiante para alguém que quase foi expulso da cama hoje de manhã - murmurou ela, pegando uma xícara de café.

Vincenzo sorriu de canto, levando o próprio café aos lábios.

- E ainda assim, você dormiu nos meus braços. Isso diz muito, cara mia.

Ela revirou os olhos, mas sentiu o rosto esquentar. Antes que pudesse retrucar, o conde chegou.

- Ah, meus amigos! Dormiram bem? - perguntou ele, sentando-se à mesa com um sorriso amigável.

S/n trocou um olhar rápido com Vincenzo e logo colocou sua melhor expressão de esposa apaixonada.

- Maravilhosamente bem. Meu marido sempre me faz sentir segura.

Vincenzo pegou a mão dela sobre a mesa e a beijou de forma teatral.

- Eu faria qualquer coisa pelo amor da minha vida.

O conde riu, satisfeito com a cena.

- É inspirador ver um casal assim. Isso só reforça minha confiança em vocês.

Ele então se inclinou levemente para frente, reduzindo o tom de voz.

- Está tudo pronto. A transferência dos fundos será feita hoje à tarde. Depois disso, não há mais volta.

S/n apertou discretamente a mão de Vincenzo. Era a confirmação que precisavam.

- Excelente - disse Vincenzo, mantendo a expressão de um investidor satisfeito. - Queremos garantir que tudo ocorra sem problemas.

O conde sorriu, mas antes que pudesse dizer algo, seu telefone tocou. Ele atendeu rapidamente e se afastou, deixando S/n e Vincenzo a sós.

Ela soltou um suspiro aliviado.

- Conseguimos. Agora é só passar essa informação para a Interpol.

Vincenzo assentiu, mas seus olhos estavam fixos nela de um jeito que a fez prender a respiração.

- O que foi? - perguntou S/n, arqueando a sobrancelha.

Ele sorriu de canto.

- Nada. Só estava pensando em como você ficaria linda como minha esposa de verdade.

S/n arregalou os olhos, mas antes que pudesse responder, o conde voltou à mesa.

O jogo ainda não tinha acabado... mas talvez, algo além da missão estivesse começando.

A tarde chegou rápido, e S/n e Vincenzo se encontravam no quarto do hotel, preparando-se para o ato final da missão. S/n falava ao telefone com um contato da Interpol, repassando as informações enquanto Vincenzo ajustava a gravata no espelho, observando-a discretamente.

- Sim, tudo será concluído na reunião. Ele está confiante de que a transação será finalizada sem problemas - disse ela, mantendo a voz baixa. - Certo. Nos encontramos no local combinado.

Assim que encerrou a ligação, Vincenzo virou-se para ela, cruzando os braços.

- Parece que tudo está no lugar.

- Sim, a Interpol estará pronta para agir assim que tivermos provas concretas da transação - respondeu S/n, pegando sua bolsa. - O conde não faz ideia de que está prestes a cair.

Vincenzo sorriu de canto, mas então se aproximou, encostando uma das mãos na parede ao lado dela, bloqueando sua saída.

- E depois disso?

S/n piscou.

- Depois disso, missão cumprida.

- E nós?

O tom dele fez o coração dela bater mais rápido.

- O que tem nós?

Vincenzo inclinou-se um pouco mais, seus olhos analisando cada reação dela.

- Vamos simplesmente fingir que isso nunca aconteceu? Que não houve noites em que dormimos juntos, momentos em que fomos um casal perfeito?

S/n abriu a boca para responder, mas foi interrompida por uma batida na porta.

Ela engoliu em seco, afastando-se dele.

- É a hora da reunião. Temos um conde para derrubar.

Vincenzo a observou por um momento, como se quisesse dizer algo, mas apenas sorriu levemente.

- Claro, esposa. Vamos acabar com isso.

O conde os recebeu em um restaurante privativo, uma sala luxuosa com vista para o rio Tibre. No centro da mesa, um tablet estava pronto para confirmar a transação milionária.

- Tudo pronto? - perguntou ele, animado.

- Tudo perfeito - respondeu Vincenzo, pegando um copo de vinho.

S/n se inclinou, analisando o documento na tela. Quando viu o valor e as contas offshore, soube que tinham a prova final.

Ela trocou um olhar com Vincenzo. Era a hora.

- Só precisamos de um brinde antes de concluir isso - disse ele, levantando a taça.

O conde riu, pegando seu próprio copo.

- Um brinde ao sucesso!

Mas antes que pudesse beber, a porta foi arrombada. Agentes da Interpol invadiram o local, apontando armas.

- Conde Lorenzo, você está preso por fraude, lavagem de dinheiro e conspiração criminosa!

O conde ficou pálido. Olhou para Vincenzo e S/n, traído.

- Seus... desgraçados!

S/n sorriu, cruzando os braços.

- Nada pessoal, conde. Apenas negócios.

Os agentes o algemaram, e logo ele foi levado. O restaurante estava em caos, mas S/n e Vincenzo apenas se entreolharam, sentindo o peso da missão finalmente se dissolver.

- Missão cumprida - disse ela, exalando alívio.

Vincenzo sorriu, aproximando-se mais uma vez.

- Agora, podemos falar sobre nós?

S/n arqueou a sobrancelha, mas antes que pudesse responder, Vincenzo segurou sua cintura e a puxou para um beijo repentino, intenso e cheio de tudo o que haviam reprimido durante aquela farsa.

Quando ele se afastou, sorriu de lado.

- Acho que não estávamos fingindo tão bem assim.

S/n respirou fundo e riu.

- Talvez não.

Vincenzo pegou sua mão e entrelaçou os dedos nos dela.

- Vamos para casa, amore mio.

E, desta vez, S/n sabia que a mentira havia se transformado em algo muito real.



Imagine de minha autoria.
2539 palavras.

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