ARTHUR
Silhouette
Resumo: Durante uma visita a uma cidade pequena e fria, você tirou uma foto das ondas. Entre eles, a sombra de um homem. Você não conseguia parar de pensar nisso, então decide voltar e tentar encontrá-lo.
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Era uma foto esquecida, que você não olhou duas vezes quando a tirou, quase um ano atrás em uma viagem à Islândia.
A fotografia sempre foi seu hobby, e isso faz com que você sempre procure lugares diferentes para visitar. Então foi assim que você se viu naquela pequena vila congelada, andando sobre aquela doca, com as ondas quebrando ao seu redor, a água espirrando torres de cristal acima de você. Naquele momento, você se virou e clicou, e a imagem saiu como se a água estivesse levitando.
Uma foto linda, perfeita, que se perdeu entre tantas outras.
Mas agora, chamou sua atenção.
Depois de imprimi-lo, você o segura em suas mãos enquanto toma uma xícara de chá, movendo-se para se sentar na poltrona que tem perto da janela do quarto.
A foto está incrível, linda. As cores frias, a paleta de azul escuro e pálido, a água, batendo no cais dos dois lados, criando um túnel. Mas não é isso que chama sua atenção.
É o homem, ou melhor dizendo, a silhueta de um homem, parado bem no meio das ondas.
Você tentou algumas alterações antes de imprimir, para ver melhor. Mas foi inútil. É claro que é um homem, 1,80m de altura, ou talvez um pouco mais. Forte, mais forte do que qualquer um que você já viu. Você está hipnotizado por ele, você não tem certeza do porquê. Duas semanas depois de vê-lo, você ainda não pode deixá-lo ir.
E quando você tem dez dias de folga do trabalho, você reserva um voo de volta para o mesmo lugar.
É um tiro no escuro, estúpido mesmo, procurar alguém que pode não estar lá. Para alguém que só apareceu por um segundo, porque você tem certeza que ele não estava lá no momento seguinte ao tiro. Você notaria um homem assim se ele estivesse bem na sua frente.
Mas quando você se arrepende dessa decisão boba e estúpida, você já está no avião. Portanto, não há mais nada a fazer do que aproveitar a viagem, e é isso que você faz. Depois de se acomodar na pequena cabana, você vai embora, andando pelo local e vendo que nada realmente mudou.
Mas é uma mudança completa de cenário da cidade grande em que você mora. As coisas são mais lentas aqui, e as pessoas se conhecem. Mas a desvantagem é que é frio. Congelamento, mais provável. Mas é lindo. E não é preciso muito até que você esteja tirando fotos.
"Com licença senhorita." Alguém chama, e você se vira para encontrar dois homens carregando uma caixa enorme, cheia de peixes.
"Desculpe." Você diz, saindo do caminho com um olhar de desculpas. “Mmm... Com licença. Você conhece algum lugar onde eu poderia obter um ângulo diferente?” Decidindo perguntar, você mostra a câmera para justificar a pergunta. "Sou fotografo."
“Há um penhasco ali.” Um dos homens, de cabelos grisalhos e calça amarela desbotada, aponta. “Tem uma trilha no final da praia que leva até lá, bem lisa. Mas choveu ontem, então a pedra pode ficar escorregadia, cuidado.”
— Estarei, obrigado. Com um aceno e um sorriso, você se vira, indo para onde ele apontou.
Você não poderia deixar de tirar fotos no seu caminho até lá. Flores, árvores, animais.
Mas mesmo agora, essa imagem queima em sua cabeça. Além disso, você não pode deixar de notar que o homem nele – se ele ainda mora aqui – não está em nenhum lugar para ser encontrado. Não que você o tenha procurado diligentemente.
A pista é realmente fácil. Duas milhas, talvez três, sempre subindo. E quando você chega lá em cima, a vista é incrível. O oceano, a vila, as nuvens cinzentas acima.
Você está clicando várias vezes, andando mais perto da borda. Ao chegar lá, você pode ver uma corrente de água abaixo de você, entre as rochas à sua esquerda, fluindo para se juntar ao oceano lá embaixo. Cuidado onde você coloca os pés, você se aproxima da borda para obter uma visão melhor. A pedra não parece tão escorregadia, então você se sente corajoso. Você está basicamente no limite quando consegue o ângulo perfeito, com apenas alguns cliques. Ao terminar, você para, deixando a câmera pendurada no pescoço, olhando em volta e aproveitando o tempo para admirar o lugar.
O vento está frio e você gostaria de ter um casaco mais forte. Mas você vai voltar aqui amanhã. Você ficará cinco dias, tempo mais do que suficiente para revisitar os lugares que mais gosta.
Olhando para baixo, para a água furiosa lá embaixo, você vê uma sombra. Um peixe talvez, mas é muito grande. Um tubarão? Mas essa é uma forma estranha para um tubarão. A imagem, movendo-se de forma quase não natural, para de repente. Você nem percebe que está se curvando, tentando ver melhor.
Mas de repente você perde o equilíbrio quando um vento mais forte o atinge e, para somar a isso, a pedra sob seus pés se quebra, lançando você em uma queda livre, tirando todo o ar de seus pulmões quando você atinge a água com força.
Água fria e gelada.
E você não sabe nadar.
Mas, apesar disso, você tenta lutar contra isso, por instinto, para voltar à superfície. Mas a água é muito forte, puxando você para baixo toda vez que você se aproxima da luz, do ar, pelo qual seus pulmões queimam.
Não demora muito até que você esteja cansado, exausto. Peito queimando, cérebro ficando mais lento por falta de oxigênio. Você não sabia que era tão rápido. Em algum momento, você simplesmente para, de olhos abertos, absorvendo a vastidão do azul ao seu redor. Um bom lugar para morrer, talvez. Você se pergunta se deve deixar a água entrar, morrer já, já que isso está acontecendo mais cedo ou mais tarde.
Mas no meio desse pensamento, você vê. A silhueta da foto, a sombra na água.
Um homem, nadando, flutuando, até você.
Talvez você já esteja morto, e as últimas sinapses que seu cérebro pode imaginar estão fazendo você alucinar.
Mas quando ele está bem na sua frente, quando ele te toca, ele é muito, muito real.
•••
Você acorda de repente, virando de lado e cuspindo água do mar na areia, os pulmões puxando o ar para dentro e empurrando-o para fora com violência. Com a mão sobre o coração, leva algum tempo para lembrar o que aconteceu. O penhasco, a queda, o homem.
O homem.
Olhando para cima novamente, perto de suas pernas, você o vê. Enorme, musculoso... Sem camisa. Cabelo molhado, provavelmente por te salvar, e olhos como um predador. Um tubarão vem à mente.
"Você..." Voz desaparecendo, você limpa a garganta. “Isso foi constrangedor.” Você continua em voz baixa.
"Não se preocupe. Você não é o primeiro turista que tenho que resgatar. Ele diz, e sua voz chega até você. É forte, profundo e causa arrepios na espinha. “Você está se sentindo bem o suficiente para se levantar? Ou você precisa de mim para levá-lo onde você está hospedado?
“Estou bem o suficiente.” Você diz rapidamente, levantando-se.
Mas quando suas pernas falham, o homem evita que você caia na areia. "Uau. Fácil." Ele diz com um sorriso. “Não se esforce.”
“Obrigado, mmm...” Olhando para ele agora, olhos viajando rapidamente por seu corpo, você se lembra. A imagem. E você também se lembra da sua câmera. "Oh não. Minha câmera." Olhando ao redor, você não encontra.
“É impermeável?” Você acena com a cabeça, levantando a cabeça para olhar em seus olhos. "Eu vou pegar."
“Você não...” E ele está fora, correndo de volta para a água e desaparecendo de vista.
Você fica lá, sozinho, até começar a se perguntar se ele foi pego pelas ondas poderosas. Depois de um tempo, com os olhos atentos ao oceano, você começa a pensar em pedir ajuda a alguém. Mas quando você está prestes a se mexer, você o vê, andando pela praia como se não tivesse passado por nenhum problema.
"Aqui." Ele diz quando está perto o suficiente, entregando a câmera.
“Eu tenho uma foto sua.” Você explodiu, levando a câmera de volta. “Quero dizer... Ano passado eu estive aqui e tirei uma foto nas docas. Você estava lá então...” Olhando para baixo, você balança a cabeça. "É estupido."
“Eu gostaria de ver.”
"Sério?"
"Sim. Está na câmera?”
"Oh não. Não guardo as fotos aqui senão não teria espaço para as novas. Mas tenho uma versão impressa na minha cabine. Eu vou trazê-lo.” Gesticulando para a colina onde você está alugando a cabana, você olha de volta para ele. "Dê-me vinte minutos e eu estarei de volta aqui."
"Ou podemos economizar tempo e eu poderia ir com você." E ele começa a andar na direção que você indicou. “O nome é Arthur. Seu?"
"Ou podemos economizar tempo e eu poderia ir com você." E ele começa a andar na direção que você indicou. “O nome é Arthur. Seu?"
“Mmm...” Respirando fundo, você corre para alcançá-lo, mantendo seu ritmo. “(S/N).”
“(S/N), hein? Combina com você.” Olhando para você, Arthur sorri.
"Sério?"
"Sim. Nome bonito para uma senhora bonita. Isso faz você corar. "O que te traz aqui? Procurando o homem na foto?
Engasgando com o ar, você tosse, limpa a garganta e tenta parecer normal. O mais casual possível. “Vim porque amei este lugar no ano passado. É por isso que estou de volta aqui.”
"Oh, eu bati exatamente no ponto certo, não foi?" Ele ri, e você para.
Não é preciso muito para ele fazer o mesmo. "Olha, eu não sei o que está acontecendo com você, mas eu não gosto de ser... Zombado." Você diz, suas bochechas queimando.
Arthur franze as sobrancelhas, aproximando-se. “Você não está acostumado a ser elogiado. Então você acha que estou brincando.”
Ofegante, você dá um passo para trás, cruzando os braços. "Você-." Seja qual for o comentário atrevido que você esperava sair, não sai. "Eu não-." Balançando a cabeça, você suspira, começando a andar novamente. “Como se você me conhecesse.”
"Espera espera." Arthur agarra seu braço, mas não de forma violenta. Ele não o aperta, mas o puxa suavemente, forçando você a parar novamente. “Você estava procurando por mim e eu estava procurando por você.” Ele diz, elevando-se sobre você. Sobrancelhas franzidas, você se pergunta se ele está brincando de novo. Mas a voz dele, profunda, forte... Parece que ele está falando sério. “A garota de casaco rosa claro com uma câmera no pescoço, andando pelo deck no meio das ondas. Tentei encontrar você, mas... Você mora muito longe do oceano.
"Muito... Longe do oceano?"
Ele sorri. “Você não me conhece. Eu sou quem as pessoas chamam de Aquaman.”
Seu cérebro congela e faz sentido. É uma sensação estranha conhecer de repente o homem com quem você está conversando há algum tempo, e parece que você foi atingido por água fria. Novamente. "V-você... Você é como... Aquele cara da água da Liga."
“Sou aquele cara da água da Liga, sim.” Ele repete com um sorriso. “Eu tentei a minha sorte procurando por você, mas sem um nome isso é bem difícil.”
“Eu nem sei o que dizer...”
“Diga sim então.”
“Dizer sim para o quê?”
“Sair comigo esta noite.”
Isso deixa você mais perplexo do que saber que ele é o Aquaman. "Você realmente quer sair comigo?" Ele concorda. “S-sim então. Cem malditas vezes, sim.
“Então devemos agendar uma centena de datas.”
Com um sorriso tomando conta de seu rosto, você assente. “Estou bem com isso.”
E assim acontece.
Mas sua história com Arthur não terminou aí, nesses incontáveis encontros. Vocês dois foram se visitando, até que se mudaram para uma cidade perto do oceano, em uma área turística, onde começaram a fazer um trabalho paralelo com suas habilidades de fotografia. E não demorou muito até você e Arthur ficarem juntos, e quando você se tornou um com ele, você também se tornou um com o oceano. Muitas vezes ele te levava para nadar, te fazendo brincar com golfinhos e baleias.
O que começou sob nuvens pesadas e chuva com aquela primeira foto, leva você a céus ensolarados e claros com o dono daquela silhueta, nadando, flutuando com nada além do oceano calmo e vocês dois.
Traduzido do Tumblr:imagines-by-a- typical-fangirl
— Pedidos Abertos 🔓
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