Acordado, olhei pelos lados espantado
até encontrar com aqueles olhos.
Via sumindo a escuridão companheira e tinha visualizado,
no final do quarto, aquele sorriso junto a um colar de alhos.

Enfim, pôs-se de pé e encarou-me no adentrar,
teria fritado se luzes chegassem mais.
Fechei as cortinas num instante para ele não se apontrar
e beijei sua testa como eram os procedimentos duais.

Senti um cheiro familiar então perguntei:
É vinho tinto ou branco?
Era gracioso, salivei na expectativa de provar.

Percebido as presas, pus-me a aberrar
convencendo-o de que a segundos dali comeríamos no cais.
Claro, confuso ficou pela memória não ser das melhores a aflorar,
mas pelo menos consegue sorrir desde a volta de Maix.

Desejei maiores retrospectivas do que havia precipitado,
mas ele era calmo, o que irritava meus grisalhos.
Disse-me que estava bem e que todos os cavalheiros vigiavam fora do Estado,
logo não ouviria deles os trocadilhos.

Arqueadas sobrancelhas, agora pareciam baixar.
Perguntei-me se ele lembraria...
Desejo frouxo, pois sabia que seus olhos logo iriam me deixar.
Era Danilo ele, ou foi o que gritei.
Minha história cruzava a dele em Maix e sentia que a volta dela me trazia também seu
afinco
Era tarde, mesmo cedo, porém ela conseguiu me salvar.

Gotas surpresas caiam de mim ao vê-lo se achar
Talvez não consiga retribuí-lo pelo o que me fez, mas se pudesse o faria.
Ao encontrar sua companheira, cerrou os olhos e, mesmo não sendo filho de sangue, por
Pai fui o tachar.

Por: Lucas BM