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001 - Bem-vindos(as) a mais um capítulo. Aliás, postei uma short fic com o Fred, se chama Seven e já está disponpivel no meu perfil, espero vocês lá.

002 - Não esqueçam de votar e comentar muuuito.





ERA NATAL E UMA FINA CAMADA de neve cobria o santuário, os dragões estavam reclusos em suas cavernas na montanha e Polaris Yaxley estava tendo o natal mais feliz que já havia tido em anos.

Algumas das pessoas que trabalhavam ali haviam se reunido ao redor de uma fogueira, outras haviam ido para casa, mas Polaris e Charlie estavam no sofá da pequena sala do chalé do ruivo, um filme bruxo passava em um projetor enquanto eles comiam pipoca.

— Eu adoro filmes — Polaris confessou, um sorrisinho brincando em seus lábios — mas ainda prefiro livros.

Charlie lançou um rápido olhar para ela.

— Você via muitos filmes quando era criança? — perguntou, curioso.

Ele sempre tentava imaginar como havia sido a infância da mulher, considerando como era a sua família, a única coisa que Charlie conseguia pensar, era que deveria ter sido completamente diferente da dele.

— Meus pais nunca deixaram nada que fosse trouxa entrar na nossa casa — admitiu, os olhos focados no filme — E eles prezavam por uma educação rigorosa, então eu e a minhas irmãs não tínhamos muito tempo livre para nos divertir.

— Como vocês se divertiam?

Polaris o encarou, ela enrolou um dos cachos ruivos dele ao redor do dedo e deu um pequeno sorriso.

— A sociedade de bruxos puro sangue sempre adorou aqueles bailes exagerados, sabe? Eu odiava, mas era o momento em que meus pais paravam de prestar tanta atenção na gente, então sempre aprontamos alguma coisa, seja fugir para beber escondido ou amaldiçoar alguns velhos chatos — ela contou, rindo baixinho ao lembrar dos momentos em que viveu — havia alguns momentos divertidos.

O ruivo lhe observava com atenção agora, ele não conseguia entender o que havia feito a mulher ser diferente das irmãs, o que havia feito ela estar ali, com ele, o olhando com paixão.

— Você é linda.

Polaris congelou por um momento, o elogio havia lhe pegado de surpresa.

— Oh... Obrigada.

Ele se aproximou dela, selando seus lábios rapidamente.

— Posso te perguntar algo? — Charlie questionou, sabendo que estava prestes a falar sobre algo que ambos estavam ignorando desde o primeiro momento.

A mulher o encarou, confusa com a forma repentina que ele havia ficado tenso.

— Sim.

— Quando você vai terminar com o Yaxley? Você claramente não é feliz nesse casamento — ele murmurou, nervoso — você merece ser livre e poder viver sua vida da forma que quiser.

Ela desviou o olhar.

— É mais difícil do que parece — retrucou, áspera — eu poderia ser deserdada.

Charlie franziu a testa.

— Ser deserdada mesmo já sendo adulta? Você ainda tem medo disso? — ele perguntou, confuso. Charlie conhecia Andrômeda, que havia sido deserdava por se apaixonar por um nascido trouxa e atualmente, ela estava muito bem e feliz.

Polaris lhe enviou um breve olhar, havia uma expressão estranha em seu rosto, que ele não conseguia identificar.

— Se eu for deserdada, nunca mais poderei ter contato com Narcisa ou com Draco — ela respondeu — vou perder toda a minha família e minha vida.

O ruivo desviou o olhar.

— Então prefere ficar presa em um casamento onde não é feliz?

Ela olhou ao redor, para a cabana simples, a lareira, as fotos da família dele que estavam espalhadas pelo local, como o lugar era realmente aconchegante e como ela se sentia feliz, ali, nos braços dele.

— As coisas são mais complicadas do que parecem.

Deixa o perfume na prateleira

Que você escolheu só para ele

QUANDO FINALMENTE VOLTOU para casa, após passar o final de ano com Charlie Weasley e depois viajar pelos países e locais pelos quais era apaixonada, Polaris Yaxley não esperou encontrar sua casa um verdadeiro caos.

Ela olhou ao redor, confusa ao ver toda aquela bagunça.

— O que aconteceu aqui?

Sua pergunta não foi respondida, mas Nathaniel surgiu das sombras, havia olheiras grandes embaixo dos seus olhos, ele parecia mais magro e pálido, um aspecto doente que ela nunca havia visto nele. Polaris arregalou os olhos, para ele estar daquele jeito, algo grave deveria ter acontecido.

— Nathaniel...? — murmurou, hesitante.

Ele se escorou na parede, suas vestes estavam amarrotadas e os cabelos bagunçados, como se não tivesse parado para considerar se arrumar ou colocar uma roupa decente.

Ele voltou.

Polaris o encarou confusa, sem entender o que ele havia dito.

— Do que está falando? — perguntou, preocupada — Quem voltou?

Nathaniel soltou uma pequena maldição e começou a andar em círculos na sala, algo que fazia quando estava realmente nervoso.

Você-sabe-quem, nosso lorde — respondeu, aflito — Ele voltou durante a última tarefa do Torneio Tribruxo, invocou todos os antigos seguidores... Ele está de volta, consegue entender isso?

Demorou alguns momentos para Polaris absorver o que ele estava falando, ela caiu sentada no sofá, em choque. Ela havia pensado que Voldemort nunca mais seria algo com o qual teria que se preocupar, que ele era apenas uma mancha escura pairando sobre o passado da sua família.

Oh.

— Eu te mandei milhões de cartas, Polaris — ele disse, furioso. Em nenhum momento Nathaniel havia parado de andar — Nós estamos no meio de uma crise aqui e você estava sabe-se lá onde, fazendo algo que não tenho a mínima ideia. Agora nós precisamos ser um exemplo, não podemos atrair atenção indesejada e muito menos cometer erros, qualquer coisa pode acabar custando nossas cabeças.

Ela passou as mãos pelo rosto, tentando se concentrar naquele caos.

— O que vamos fazer?

Se você-sabe-quem descobrisse sobre o seu caso com Charlie, Polaris seria eliminada rapidamente, como um inseto irritante. A percepção daquilo a apavorou de uma forma que ela não sentia a muito tempo.

— Eu não sei! — Nathaniel gritou, nervoso — Ele está ficando na casa de Lúcio agora, sua volta foi estragada por causa daquele pirralho do Potter e agora Dumbledore já deve ter voltado a acionar aquele grupo dele, felizmente o Ministério não está acreditando em tudo isso.

Polaris arregalou os olhos.

— Ele está ficando onde? — perguntou, desejando que tivesse ouvido errado.

— Na casa dos Malfoy.

Ela se levantou do sofá em um pulo, caminhou em direção a lareira para aparatar para a casa da irmã, enquanto Nathaniel lhe encarava como se ela tivesse ficado louca.

— O que você está fazendo? Eu acabei de dizer que ele está lá e você vai correndo?

— Não vou deixar o meu sobrinho naquela casa, com ele lá e com comensais entrando e saindo o tempo todo — Polaris retrucou — Draco é uma criança, ele não precisa ver gente sendo torturada e toda essa merda.

Nathaniel respirou fundo.

— Por um momento, será que você pode esquecer esse garoto? Temos que focar em nós.

Polaris o ignorou completamente e entrou nas chamas da lareira, murmurando a localização da casa da irmã. Agora ela era uma mulher em uma missão, nada iria a parar, nem mesmo o Lorde das Trevas.

Quando chegou na lareira da mansão e pisou na sala, ela imediatamente percebeu que o lugar parecia mais gélido e sombrio, como se a própria casa soubesse que algo estava errado. Polaris olhou ao redor e seguiu o som das vozes, ela acabou parando na frente da porta de uma das salas de reunião que havia na casa, após respirar fundo, ela bateu na porta.

— Pode entrar.

A voz não era de Narcisa e muito menos de Lúcio, Polaris sabia exatamente o que iria encontrar atrás daquelas portas, mas não tinha escolha. Então ela abriu a porta e entrou no local, havia meia dúzia de rostos que ela conhecia muito bem dos jantares que seus pais faziam quando era jovem, no meio de todos, estava Voldemort.

— Lorde das Trevas, é uma honra estar em sua presença.

Polaris havia visto Bellatrix fazer aquilo um milhão de vezes, então conseguiu imitar com perfeição a devoção e respeito da irmã pelo homem.

— Você deve ser a irmã de Narcisa e Bellatrix — ele disse, lentamente, a analisando — me lembro de quando era apenas uma jovem assistindo nossas reuniões, agora está casada com Nathaniel Yaxley, correto?

Era assustador a forma como ele sabia tantas coisas, mas Polaris não demonstrou o que sentia.

— Sim, meu Lorde.

— Interessante — Voldemort murmurou — O que está fazendo aqui?

Ela se aproximou devagar, elegância em seus passos e posturas, a expressão fria, tudo o que a sua mãe havia lhe ensinando e servia para mostrar que não eram simples bruxos e sim puro-sangues.

— Vim ver meu sobrinho, Draco. Eu havia prometido que ele iria passar as férias de verão comigo — Polaris sorriu — mas seria uma falta de educação ir direto até ele quando sei que o senhor está aqui. Quando meu marido me contou sobre a sua volta, voltei da minha viagem o mais rápido possível.

Sua resposta pareceu agradar o homem.

— Consigo ver um pouco de Bellatrix de você... Pode ir, estamos no meio de uma reunião e eu odiaria desperdiçar o meu tempo, em outro momento iremos conversar mais.

Polaris concordou e saiu da sala de reunião, fazendo o caminho até o quarto do sobrinho. A porta do quarto de Draco Malfoy estava trancada com um feitiço, que a mulher rapidamente destrancou e entrou, fechando a porta ao passar, o garoto imediatamente lhe encarou e arregalou os olhos, parecendo aliviado.

— Tia!

Draco levantou da cama e correu até ela, a abraçando apertado.

— Eu estou aqui — sussurrou, passando as mãos pelas costas do garoto — arrume suas coisas, você está indo passar o resto das férias comigo.

Ele lhe encarou, surpreso.

— Sério?

— Sim.

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