Havia acabado de sair de mais uma das muitas reuniões para me inteirar dos negócios da famíglia. Meu pai estava exigindo muito mais de mim do que poderia imaginar.

Desde que vim definitivamente para a Itália não havia um dia sequer em que não havia algo para saber, alguém para conhecer, problemas a resolver. Nunca imaginei que dava tanto trabalho ser o Don de uma famíglia.

Estava voltando de uma reunião cansativa com alguns capos. Passei o dia tentando resolver problemas de homens barbudos que brigavam feito crianças por doce. Cansado e sonolento depois de várias horas de conversa minha cabeça girava com toda aquela agitação, pessoas falando ao mesmo tempo, fumaça de cigarros e charutos e algumas doses de whisky, estava quase dormindo no banco de trás do carro quando ouço tiros sendo disparados.

Estávamos em plena Piazza di Trevi e fomos cercados por um grupo rival.

Armas para todo lado.

Uma troca de tiros intensa começou.

Olhei preocupado com as pessoas que estavam por ali correndo ensandecidas. Algumas tentando fugir, outras procurando algum lugar para se proteger.

Meu carro era blindado e me sentia inútil ali, escondido como um covarde.

Os homens que nos atacavam faziam parte da Camorra, os desgraçados sabiam da situação em que nossa família estava e com certeza queriam me ver morto para assim poderem assumir os negócios na nossa região.

Com meu pai a beira da morte e eu morto seria fácil para ele tomarem espaço na região enquanto a Famiglia Marinni se reestruturava.

Verifiquei minhas duas pistolas no coldre por baixo do paletó. Ambas estavam carregadas, destravei-as e saí do carro.

Atirando para todos os lados acertei dois que se escondiam atrás de algumas pilastras e corri procurando abrigo atrás da Fontana di Trevi.

Em meio aos tiros gritava ordens para que meus homens recuassem, pois estávamos em menor número e com certeza sairíamos na pior, não estávamos preparados para uma situação como aquela, nosso poder de fogo era consideravelmente menor que o deles.

Agachado e tentando esquivar das balas que ricocheteavam nas estátuas me assustei quando me deparei com uma enorme poça de sangue e uma mulher linda caída tentando cobrir a cabeça em meio ao tiroteio.

Meu coração disparou e uma corrente de adrenalina diferente daquela que sentia devido ao combate percorreu meu corpo. Não tive outra reação senão pegá-la em meus braços e carrega-la para o carro enquanto desmaiava em meus braços.

Aqui foi só um pouquinho do que ainda teremos nessa história, obrigada pela leitura!
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