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PARADO NO TEMPO

Todos os dias quando acordo

Não tenho mais

O tempo que passou

Mas tenho muito tempoTemos todo o tempo do mundo

Todos os dias

Antes de dormir

Lembro e esqueço

Como foi o dia

Sempre em frente

Não temos tempo a perder

Nosso suor sagrado

É bem mais belo

Que esse sangue amargo

E tão sério

E selvagem! Selvagem!

Selvagem!

Veja o sol

Dessa manhã tão cinza

A tempestade que chega

É da cor dos teus olhos

Castanhos

Então me abraça forte

E diz mais uma vez

Que já estamos

Distantes de tudo

Temos nosso próprio tempo

Temos nosso próprio...

(Legião Urbana - Tempo Perdido)



Estava há mais de três meses na Itália, no entanto a cada dia percebia que aquela vida não era para mim. Meus negócios nos Estados Unidos estavam nas mãos de meus sócios e eu não confiava em nenhum deles para tocar um império que construiu com meu sangue e suor.

Os desgraçados não paravam de me cobrar para que retornasse, meus casos eram os que mais traziam lucros para o escritório e tudo o que havia construído estava desmoronando. Não sabia mais o que fazer, os deverem com a máfia estavam consumindo todo meu tempo, não saber o que fazer estava fazendo parte da minha rotina nos últimos meses.

Lorenzzo estava fazendo sua parte e melhor do que nunca, de acordo com Vicenzzo, mas isso não bastava. Paollo ainda não havia aparecido e as poucas notícias que tinham eram dos soldados que o encontravam pelas boates e casas noturnas. Sempre bêbado e fora de si, todos percebiam sua revolta por seu irmão mais velho ocupar o cargo que ele tanto almejava que lutou e rastejou aos pés de seu pai para conseguir.

Até tentei procurar e conversar com meu irmão. Marquei reuniões com a tríade Marinni, queria que tudo fosse como era para ser, pelo menos até que meu pai morresse e então eu fosse oficialmente quem comandaria tudo. Poderia mandar e desmandar, fazer o que quisesse, no entanto, meu pai apesar de estar cada vez pior, lutava pela vida, ele fazia jus ao ditado "Vaso ruim não quebra fácil"!

Estava enlouquecendo, nem nos casos mais difíceis que tive que enfrentar nos tribunais senti tanta pressão como estava sentido agora. Minha vontade era fazer como meu irmão Paollo, desaparecer, porém, sabia que isso era possibilidade impossível para mim. Apesar do Don Giorgio ainda estar vivo eu já havia sido iniciado e apresentado a todos os associados como o novo Don. Fugir seria minha sentença de morte e tenho plena certeza de que se meu pai tivesse condições físicas suficientes para isso ele o faria com as próprias mãos.

Para ele já bastava o que Paollo estava fazendo, envergonhado toda família e fugindo de suas responsabilidades, mas a gravidade da situação para ele ainda era aceitável, o velho sempre considerou seu caçula um item descartável. Só lhe deu um posto de alguma relevância devido ao nome que carregava.

Particularmente acredito que sua atitude era apenas para que minha mãe não revirasse no túmulo vendo seu amado marido fazer isso com um filho.

Mas chega de resmungar e reclamar da vida, infelizmente nasci um Belinni Marinni e desde sempre soube das minhas obrigações. Sou homem suficiente para assumir meus deveres mesmo sendo eles todos contra minha vontade e princípios, então chegou a hora de começar a arrumar minha vida. Depois de muito refletir percebi que deveria voltar a Nova York e resolver as questões da companhia de advocacia que carregava o sobrenome de minha mãe. Isso é o que tenho de mais valioso em minha vida e não deixarei que seu nome, assim como minha empresa sejam arruinadas por irresponsabilidade minha.

Centenas de pessoas contavam comigo para o sustento de suas famílias e querendo ou não carregava o sobrenome Marinni e entre nossos princípios, mesmo que fora da Itália era ajudar os necessitados, não estava pensando nos advogados que trabalhavam para mim, esses conseguiriam trabalho fácil em outras empresas com uma boa carta de indicação. Estava pensando nos assistentes, estagiários, secretárias, o pessoal da higienização, esse povo que batalhava para colocar o que comer todos os dias nos pratos de seus filhos. Minha mãe me ensinou que um verdadeiro homem nunca vira o rosto e ignora alguém a quem possa ajudar.

No dia seguinte entrei em contato com Nova York e pedi que me passassem todas as pendências sobre casos em aberto e também uma lista com todos os funcionários, cargos e remuneração. Precisava arrumar uma saída para não deixar todos aqueles colaboradores que me ajudaram a construir aquilo que a empresa é hoje. Jamais os colocariam para trabalhar com a máfia, todos eram pessoas honestas e trabalhadoras, pais e mães de família.

Aproveitei também para marcar uma reunião com meu pai e Vicenzzo, já sabendo que seria uma conversa extremamente difícil, pois meu pai não aceitava que me envolvesse com mais nada além dos negócios da máfia, da família. Mas para mim aquelas pessoas também eram minha família e eu os ajudaria custasse o que custasse.

Aquela noite comecei a pesquisar negócios rentáveis e que estavam em crescimento nos Estados Unidos e que eu não precisaria estar totalmente presente para administrar. Infelizmente para mim, seria obrigado a deixar o direito de lado, pelo menos como profissão e entrar no ramo da administração, coisa que só voltei a fazer a pouco tempo, quando assumi as responsabilidades do meu pai.

Na hora do jantar Lorenzzo e Vicenzzo apareceram, mas como já era de costume meu pai fazia suas refeições no quarto. Só o fato de se deslocar de seu quarto que ficava no segundo e se arrasta para a sala de jantar que ficava no primeiro já exigia muito dele. Ofereci várias vezes para arrumarmos um cômodo no andar de baixo para lhe servir de quarto, mas ele em toda sua teimosia dizia que só deixaria o quarto em que dormiu por tantos anos com sua amada Antonella quando morresse.

Não fiquei muito satisfeito quando encontrei os dois sentado a mesa e Violetta colocando mais dois pratos e me aguardando para servir o jantar. Estava acostumado a fazer minhas refeições sozinho depois que cheguei ali, vez ou outra convidava minha segunda mãe, aquela que fazia maravilhas na cozinha e me mimava como se fosse ainda uma criança a me acompanhar. Porém, na maioria das vezes usava esse precioso tempo, enquanto me deliciava com as maravilhosas refeições de Violetta para relaxar e tentar colocar meus pensamentos em ordem.

Mas como Murphy com toda a sua acidez e pessimismo criou sua famosa lei, a Lei de Murphy, afirmando que — "Qualquer coisa que possa ocorrer mal, ocorrerá mal, no pior momento possível" — foi exatamente isso que aconteceu naquele dia infame, já não bastava tudo que estava enfrentando internamente, ainda me aparece o debochado do Lorenzzo e o meu "consiglierge" que na verdade não estava me ajudando em porra nenhuma.

A vontade que tive foi de colocar os dois para fora a ponta pés, no entanto, sabia que aquela não seria uma atitude nada inteligente, mesmo sabendo que tinha poder para isso. Quanto ao meu irmão era só ignorar suas piadinhas sem noção, já o Vicenzzo não sabia muito bem como agir, ele se tornou um homem completamente diferente do que me criou. Apesar das várias vezes em que solicitei sua ajuda ele me ignorou ou se fez de desentendido.

Depois de algumas semanas aqui percebi que ele era apenas mais um que deu o seu melhor não por amor a família, talvez até amasse para isso, contudo seu maior interesse era se sentar a cadeira do meu pai assim que o velho batesse as botas. Já estou farto dessa merda toda de família, isso na verdade só serve para hierarquizar e colocar cada um em seu lugar de significância, nada impede que a traição e desejo de poder impeça que as pessoas façam tudo que estiver ao seu alcance para subir mais um nível na cadeia alimentar.

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