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XVII O começo da turbulência

Um novo dia chegou e era um domingo que para a moça era especial, visto que aceitara o convite do seu amado. Estar com aquele jovem era estar no paraíso, porque sempre ao lado dele tudo se tornava especial e leve.

Amáuzia, não parava de pensar na reação que a mãe tivera quando ela acabou falando o que achava sobre a sua irmã, ainda mais por saber que aquilo teria uma certa relação com o seu desaparecimento.

Mas por saber que agora estava se preparando para uma grande viagem onde o seu príncipe arrancaria um pouco da sua preocupação, ou talvez totalmente por algum momento para uma paz interna e também externa.

Pintou as suas sobrancelhas com um lápis negro, assim realçando a sua beleza que já era invejável, coisa que a mãe dizia que fazia parte do sangue de toda a família, isto é, todos eram lindos e interessantes, assim como o falecido Irrugay, o seu esposo.

"Eu tenho que me concentrar para o dia de hoje e não para os problemas que nunca terminam" ela pensou tentando esforçar um sorriso que depois de um bom esforço escorregou e eclodiu e se formando de uma forma regular, coisa que foi quase um milagre por conta dos pensamentos que circulavam a mil na sua mente.

O rosto ostentava traços claros que mais se aproximavam da sua irmã mais nova, Amalizánia,  com detalhes expressivos de um rosto quase circular e uma cabeça pequena como se de uma gata se tratasse, trazendo o destaque dos seus olhos volumosos que pareciam prestes a sair das órbitas.

Toques fortes na porta da gordinha soaram quando ela pintava a outra pálpebra com um movimento preciso como se fosse profissional daquela arte da beleza feminina.

– Sim? – ela não pensou duas vezes e logo respondeu deduzindo que fosse o seu irmão, que tinha a mesma mania de agredir o objecto de saída e entrada às vezes de uma forma imprevisível quando quisesse fazer um empréstimo com um título decepcionante; desastre. – Sim, Igorian. O que você quer? Vou logo adiantando, não tenho nenhum centavo e nem adianta ir ter com mãe. – gritou.

– Abre essa porta, sua louca, essa sua ladainha eu não escuto mais. Me deixa entrar quero falar contigo sobre uma coisa muito importante, minha irmã.

– Sério? – desinteressada Amáuzia perguntou ao irmão no momento que fazia caras e bocas para o espelho e se achando, depois de um bom tempo bonitona.

– Sério, louca. Abra essa porta.

– Espera, ainda estou vestindo. – ela mentiu, preferindo terminar do que estava fazendo para em seguida ter uma conversa com o irmão, fora do seu quarto que já dividira com a Amalizánia, coisa que nunca acontecera com o Igorian, pois ele era o único homem e não sabia o que era dividir o quarto com alguém.

O som na porta cessou, não mais se ouviu a voz do Igorian. Amáuzia estranhou a desistência prematura do seu irmão, pois ela conhecia o irmão como sendo um teimoso dos diabos.

Ela terminou de fazer tudo e deu passos lentos para trás se distanciando do espelho para poder ver bem o seu reflexo e, mais uma vez ela se sentiu bonitona e tinha certeza que o seu namorado a chamaria de 'gostosa'.

"Sim, senhora! Estou uma gostosa." Sorriu para si mesma, fez um bico com os seus lábios finos e concluiu o seu look com um batom vermelho forte.

O cabelo estava preso num único nó atrás, valorizando a sua testa que parecia grande dependendo dos dias, coisa que ela chamava de 'o dom dado pela mãe', pois a mesma tinha aquela mesma testa 'mutante', que às vezes parecia grande e outras parecia normal, no entanto para Amáuzia a beleza do seu rosto residia ali mesmo; na testa.

O seu vestido vermelho acima do joelho e colado ao seu corpo, apresentava curvas interessantes que ela não tivera prestado atenção antes.

Caminhou até a cama para levar o seu celular e bolsa preta, provocando um barulho elegante sendo que a origem do som eram os saltos que lhe davam uma altura segura, certamente não corria o risco de torcer o pé.

Quando chegou na cama, um cheiro estranho cruzou o seu olfacto e quando se inclinou para possuir o seu celular, na superfície, alguns grãos de areia verde lhe chamaram atenção e daí mesmo se recordou do seu terrível pesadelo que lhe fez acordar atemorizada, quase saltando da cama.

Um arrepio percorreu a sua espinha e em seguida ela começou a sentir um frio que não existia, beijando o seu corpo dos pés à cabeça. Congelada e sem saber o que fazer ela ficou e nesse exato momento Igorian abriu a porta já entrando no interior do quarto, Amáuzia se recompôs de imediato num susto, tendo tido uma imaginação de um monstro do além vindo lhe apanhar.

– Estava demorando assim por conta disso. Eu já imaginava que quisesse sair, e quem quer sair significa que tem... dinheiro, não é? – disse logo que viu a irmã super produzida.

O susto foi tanto que a Amáuzia sentiu o seu coração batucar dentro do seu peito.

– Igorian, eu já disse que não gosto nem um pouco dessa tua mania de abrir a porta sem a minha autorização. Tu sabes o que é privacidade?

– Desculpa aí, irmã. Vai, me ajuda aí com 10 mambas, prometo que pago-te logo que conseguir terminar o meu biscate. – com uma humildade forjada Igorian disse a sua irmã como forma de ganhar aquele valor monetário tendo tocado o coração dela com o truque velho. – Por favor, eu juro pela alma do nosso pai. – disse Igorian e jurar daquele jeito era um costume que a Amáuzia detestava, porém não tinha mais nada a fazer para mudar aquele comportamento do seu irmão delinquente que já foi gente, antes da morte do senhor Irrugay.

– Posso te dever? – disse Amáuzia com uma voz fria e nesse momento o seu aparelho, na cama, começou a tocar e no ecrã estava escrito, Koperson.

– Atenda o celular primeiro, depois te conto algo importante e você me dá os dez mambas.

Amáuzia se aproximou do celular, levou e em seguida atendeu. A primeira pessoa a falar foi o Koperson e em seguida a Amáuzia finalizou dizendo:

– Sim, já estou pronta, pode passar me buscar. – um brilho nos olhos dela cintilou.

Após terminar a chamada, Amáuzia da sua bolsa tirou 10 mambas.

– Aqui tens, mas não me faças mais cagadas aqui, está bem? E vá tomar banho, pois está fedendo a um cadáver. – disse com um tom áspero, mas o Igorian não se importou.

– Pode deixar. – ele disse, recebendo o dinheiro da sua irmã, o seu truque funcionava sempre.

Logo em seguida Igorian saiu do quarto. Os grãos da areia verde que estavam no chão sumiram de supetão e Amáuzia não prestou atenção nisso, tendo saído ultoriormente com o irmão.

Algo estranho estava pelos ares no quarto.

Continua...
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Mais um capítulo lançado com sucesso. O que achou disso? Deixe as suas teorias nos comentários e a gente se vê no próximo capítulo.
Eu e Mérito Dark agradecemos pela sua leitura.
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#Dark & #James_Nungo

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