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III MobyDick Square

Terminadas as provas do dia seguinte, as férias estavam oficialmente declaradas, não demorou muito para que as amigas corressem para casa, dessem um beijo nos seus pais e se aprontassem para a viajem que não mais podia esperar, a Ilha Erha era o destino, havia um tipo de sugestão hipnótica na mente das meninas que as seduzia a lá ir.

As amigas preferiram fazer uma viagem de carro, para elas seria ideal e assim tinham muito mais para ver. Contrataram um motorista especializado na orientação de turistas, o homem não falava muito, mas mostrava ter muito conhecimento sobre rotas de viagens e lugares dignos de apreciação. A primeira paragem foi no MobyDick Square, um aquário especialmente dedicado a baleias. Enquanto apreciavam aqueles nadadores colossais, Marx começava a ter relances de memória de um cavalheiro meio misterioso com quem conversou há dois dias, mas não deu importância, para uma pessoa como ela, cavalheiros querendo namorá-la era simplesmente comum.

– Vocês perceberam que o Mack não foi a escola hoje? Ele não é o tipo que perde uma prova, mesmo por doença.

– Você anda falando muito do Mack, isso é estranho para uma pessoa que nunca se importou com ele, Fly.

Vínia preferiu continuar olhando as baleias enquanto as amigas conversavam.

– Eu só acho estranho ele sumir num dia da prova, ele não faltava até nas punições correctivas. O que será que aconteceu com ele?

– Haff! Esqueça isso Fly, vamos só curtir o momento sem falar de fantasmas ou aberrações, ou Mack, simplesmente.

– É… você está certa, estou sendo estranhamente paranóica com ele, ele é só um rapazinho estranho. Cadê a Vínia?

– Vendo as baleias fazendo baleísses. Vamos lá buscá-la, já está bem tarde e precisamos encontrar um hotel para descansar.

Enquanto observava uma baleia adulta nadando despreocupada, Vínia viu dentro do aquário, ou achou ter visto, uma criança de uniforme escolar, com lancheira e pasta escolar sendo arrastada por uma corda que descrevia um círculo em volta do seu pescoço presa à uma das nadadeiras da baleia. Enquanto a baleia nadava, a criança convulsionava e tentava apelar por socorro enquanto a água invadia-lhe os pulmões e a sufocava. Vínia gritou o mais alto que os seus pulmões permitiram, porém por mais que ela gritasse, o som simplesmente morria na sua garganta.

Quando Marx e Fly a alcançaram, ela estava inconsciente e pálida, o motorista apareceu prontamente e a levou nos braços para o carro. Depois de algumas horas, Vínia viu-se deitada numa cama de hotel, sendo atentamente observada por um médico e suas amigas que mal conseguiram esconder o alívio ao vê-la acordar.

– O que aconteceu Vínia? – Perguntou Fly um pouco assustada. – Encontrámos você completamente desmaiada e pálida, como se tivesse visto assombração.

A sua cabeça doía fortemente, mas Vínia se esforçou para responder à preocupação das amigas.

– Eu desmaiei? Ah, aí! Minha cabeça parece uma bigorna recebendo golpes do martelo. Eu só me lembro de observar uma baleia muito velha, depois disso tudo ficou completamente confuso e incompreensível.

– Mesmo nesse estado ela não perde a graça, acho que podemos nos despreocupar um pouco, ela está bem, só precisa de um pouco de descanso. – As palavras de Marx serviram para aliviar Fly.

O médico explicou que é normal perder a memória logo depois de uma pancada ou queda seguida de desmaio, mas não era algo com que se preocupar, logo ela voltaria ao normal e recobraria a memória perdida.

Logo no irromper do sol, o motorista bateu na porta do quarto das meninas.

– Está tudo pronto para a viagem, partamos logo, ainda temos terreno por percorrer antes de chegar ao nosso destino final.

Alguns momentos depois as meninas deram check-out no hotel e seguiram sua viagem. Dentre as muitas paragens que fizeram, as que mais foram do interesse das meninas foram uma exposição de moda francesa, um parque de diversões, uma floresta e pedra, um spa no qual passaram mais uma noite e um hospital onde Vínia fez alguns exames.

Quando a leve escuridão anunciava a chegada da noite, o motorista e as viajantes chegaram à um pequeno posto de aluguer de barcos, onde as meninas alugaram uma embarcação um pouco exagerada para apenas três pessoas, terminada a transação, o motorista levou a bagagem ao barco e depois despediu-se das suas contratantes. A partir dali seria um marinheiro o condutor delas. A embarcação era um iate luxuoso, pronto para uma viagem calma e confortável pelos mares, logo as meninas se acomodaram e descansaram enquanto o marinheiro as levava para uma ilha paradisíaca, Erha.

Continua...

#Dark & #James_Nungo

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