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Capítulo 25

"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."

— Mateus 6:33


Deus sustentou a família Fontaine até a capitulação de Paris, no ano seguinte. Aqueles meses se passaram sem grandes eventos para a família, que testemunhou e agradeceu pelo que lhes havia acontecido durante todo o tempo, até 28 de janeiro de 1871 — quando Paris se rendeu.

O armistício foi proposto pelos franceses e aceito pelos alemães. No fim, tudo que a guerra trouxe para a França foi dor e fogo — mas Deus não desperdiçaria nada, nem mesmo algo tão vil.

Em 28 de janeiro, Yuri estava sentada ao lado de Aurora para estudar a história de Débora na Bíblia. Seus olhos brilhavam, e a cada dia mais ela queria conhecer o que estava naquele livro.

No contexto daquela guerra, pelo menos dois filhos haviam conhecido o Pai. Então a guerra não seria algo para se apagar da história. Não, porque os samurais Sakurai haviam, no final, conhecido a Deus em meio a ela.

Em 28 de janeiro de 1871, os portões de Paris foram reabertos pela primeira vez em meses. Aurora Fontaine correu para a porta de casa e assistiu, de longe, a vista de além dos portões novamente se revelar. O sorriso desacreditado lhe nasceu incontrolavelmente, enquanto as pessoas saíam de suas casas festejando o fim do Cerco.

Naquela altura, já não importava que haviam perdido a guerra ou o orgulho ferido. Estavam livres. Não haveria mais fome, não haveria mais choro e nem desespero por causa daquela situação. Havia acabado. Havia finalmente acabado.

Ela curiosamente estava usando o mesmo vestido rosa claro de quando os samurais chegaram ao porto naquela tarde de verão, naquela calmaria antes da tempestade que os atormentou por meses. Assim como seu gosto para roupas, sua essência não havia sido mudada pela guerra.

Isso se deu porque o Senhor esteve com ela e a guardou, alimentou, aqueceu e consolou todos os dias. Porque o Senhor colheu todas as suas lágrimas e aquietou todos os seus temores. Porque o Senhor era seu amigo, pai e Deus.

Naquele janeiro, fazia sete anos que não nevava em Paris. Contudo, curiosamente, a neve caiu naquele dia. Flutuou do céu até Paris, calma e gentil, como se as nuvens estivessem dando um longo suspiro aliviado. Estava nevando pela primeira vez em sete anos.

E foi assim que ela o viu: em meio à neve. Tadashi Sakurai vinha caminhando rua acima, usando um quimono vermelho como sangue e brilhante como o Sol. O quimono se esticava ao redor de Tadashi, suspenso no ar conforme o vento lhe tocava de forma completamente livre.

Fontaine sentiu seu coração parar por um segundo e depois bater como se fosse sair do peito. Em um impulso, partiu correndo na direção dele, sentindo o vento gelado passar por seu rosto e um ou outro floco de neve pousar na pele exposta.

Tadashi ergueu o olhar para encontrar Aurora correndo em sua direção. Um sorriso leve surgiu em seu rosto, como se estivesse aliviado. Conforme o sorriso cresceu, continuou em seu passo constante até ser alcançado.

Quando Aurora estava a menos de um metro dele, parou subitamente. Correu os olhos por ele, observando o rosto que parecia não ter mudado de qualquer forma. Sabia que ele havia crescido e enfrentado muito naqueles meses, mas ele ainda era o mesmo.

Era ele. Era o samurai de armadura em cima do navio. Havia vindo direto do Japão para guerrear em uma guerra que não era sua e defender uma família estranha. Havia fugido de sua própria casa, havia perdido tanto.

Era o Designado; o guerreiro que sustara a viga de sustentação de uma casa com o próprio corpo; que havia corrido nas ruas de Paris e encontrado amor paterno em um estrangeiro. Que havia resistido à subjugação e por isso recebera uma cicatriz que ia da testa até a bochecha. Era o samurai do porto.

Era ele o tempo todo, sempre havia sido ele.

Aurora tentou pensar em várias coisas inteligentes para falar, mas a única que seu cérebro pôde estruturar foi um mísero:

Oi.

— Oi — ele respondeu, os olhos vagando pela figura à sua frente. — Senti sua falta — deixou um enorme sorriso crescer. — Obrigado por ter esperado.

Então era para ter esperado até aquele momento. A resposta de Deus, meses atrás, era para que ela esperasse até então. Esperasse porque sua presença seria necessária em Paris durante o cerco. Por sua família, para ajudar Yuri em sua caminhada. Por Madeleine, Beau, Marie Louise, Marie Claire, Louciene, Frederic, Océane.

Porque ela ainda tinha missões pendentes. Porque ainda não estava pronta, e nem ele. Porque ele ainda precisava se estruturar espiritualmente e como homem, porque precisava se firmar em Deus.

Que bom que havia esperado. Esperado a maturidade, o tempo e a experiência certos.

— Ah, foi uma honra — ela deu um sorriso com expressão cúmplice, tentando suprimir a timidez, o que o fez soltar o ar pelas narinas em uma quase risada. Contudo, logo em seguida voltou para uma posição de seriedade.

Sakurai buscou a mão dela, trazendo-a para si e voltando a palma para cima. Buscou dentro do quimono algo e, assim que encontrou, ergueu na altura dos olhos, para que ela visse.

Uma fita vermelha.

— Proteger você e sua família foi a minha última missão como samurai — os olhos seguiram a fita conforme ele a movia até a mão dela —, e essa foi a minha missão mais marcante. Eu amei lutar por você. Conhecer você me permitiu conhecer um mundo que eu nunca havia visto, me fez ver beleza e leveza onde antes eu não via. Você é como o nascer do sol que eu nem sabia que esperava há mais de vinte anos.

Tudo aquilo era tão especial. Ele vinha de um lugar conhecido como a terra do sol nascente, mas a aurora nunca havia atingido seu coração. Finalmente, então, Tadashi a havia encontrado. Havia encontrado luz e calor, calmaria e leveza.

Ele colocou a fita na palma dela e pôs a mão por cima, enquanto continuava encarando firme em seus olhos. Deu um longo suspiro e então completou, por fim:

— Então, se você me permitir, o meu desejo é de continuar te protegendo por todos os dias da minha vida, até o meu último amanhecer — ele removeu a mão de cima da dela, deixando que ela pudesse ver o que ele ali havia deixado.

A fita vermelha como o quimono dele se enrolava na palma de sua mão. Tamanha foi sua surpresa ao ver que uma das pontas da fita estava enlaçada em um anel, que se acomodava perfeitamente sobre o cetim.

Ela ainda estava estagnada quando ele começou a se abaixar. Em alguns segundos, estava apoiado em apenas um joelho. Ela sorriu, soltando o ar pelas narinas enquanto seus olhos se enchiam, prontos para transbordar.

— Aurora Fontaine, você quer se casar comigo?

— Sim, sim! — Ela respondeu rápido enquanto deixava o sorriso crescer. — Mil vezes sim!

Tadashi, então, buscou desamarrar a fita do anel e colocá-lo no dedo dela. Levantou-se, enlaçando os braços em torno de sua cintura e deixando um leve beijo no topo de sua testa.

— Eu nem sabia que você era assim tão romântico — uma voz risonha soou por trás da moça.

Yuri! — Ele ergueu o olhar por cima da cabeça de Aurora.

Aurora deu um passo para trás e ergueu o olhar, sinalizando que ele deveria ir cumprimentar a irmã. Tadashi respondeu afrouxando o abraço e caminhando na direção de Yuri, atingindo-a com um abraço apertado que ela correspondeu.

— Eu senti sua falta, garoto — Yuri falou em voz baixa e tremida. — Senti muito a sua falta — apertou os braços em torno do pescoço dele enquanto seus olhos se enchiam.

— E eu senti a sua, você sabe — Tadashi respondeu. — Você só não sabe o quanto.

— Pelo menos você se redimiu finalmente me dando uma irmã — Yuri riu enquanto uma lágrima caía. — Você não sabe como é chato falar de maquiagem com você. Você nunca sabe nada.

Tadashi se permitiu rir junto com ela, ainda que também estivesse derramando algumas lágrimas. Segurou a cabeça dela próximo a seu ombro, enquanto se permitiu demonstrar um pouco de fraqueza.

Filho — a voz de Frederic soou, fazendo-o erguer o olhar. Na porta do prédio de Océane, toda a família carregava sorrisos de expectativa enquanto encarava Tadashi.

Yuri se voltou para trás, fitando a família e deixando que Tadashi fosse ao encontro de Frederic. O japonês caminhou rápido até ele, sendo recebido por um abraço apertado.

Obrigado — Tadashi apertou o abraço. A profundidade daquela pequena palavra somente ele saberia. Agradecia por cada palavra dada, por cada ensino, por cada semente jogada, por cada esperança, por cada discipulado feito, por cada abraço, por cada gesto de amor feito. Era um agradecimento sincero e do lugar mais profundo de seu coração a quem havia escolhido ser seu pai espiritual e lhe ensinar e guiar no caminho que deveria andar. — Obrigado, pai.

Aurora e Yuri se achegaram ao pequeno aglomerado ao passo em que eles afrouxaram o abraço. Tadashi deu alguns passos para trás, ainda encarando Frederic, e parou ao lado de Aurora. Logo em seguida, falou:

— Eu preciso conversar com o senhor — Tadashi prendeu a respiração, travando boa parte da musculatura: — sobre Aurora.

Frederic correu o olhar dele para ela e depois voltou para ele. Fechou os olhos e pôs as mãos na cintura, abaixando a cabeça. Ele deu uma pequena risada soprada e ergueu o rosto, ainda com o sorriso.

— É claro — Frederic respondeu, cheio de certeza do teor da conversa. — Vamos até a sala.

Frederic deu meia-volta e entrou em casa, seguido por todos, enquanto Marie Louise e Marie Claire cochichavam entre si e riam, teorizando sobre o que aconteceria a seguir.

— Respire antes que você fique azul, maninho — Yuri provocou rindo e entrou porta adentro.

Tadashi soltou uma leve risada e olhou para seu lado esquerdo, encarando Aurora. Buscou sua mão e envolveu-a, dando um longo suspiro. Juntos, então, passaram pela porta e a fecharam atrás de si.

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