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Capítulo 22

OLÁ! Antes de começar o capítulo, quero agradecer. O motivo é: Ikigai ganhou o 1º lugar na categoria Espiritual do concurso Flores de Ouro!!! Obrigada a Deus e, claro, a vocês, por lerem. É isso!!! <3 <3

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"Quando chegaram ao lugar que Deus havia indicado, Abraão fez um altar e arrumou a lenha em cima dele. Depois amarrou Isaque e o colocou sobre o altar, em cima da lenha. Em seguida pegou a faca para matá-lo."

— Gênesis 22:9-10


Na manhã de 13 de setembro, Tadashi Sakurai partiu em direção ao sul da França. Enquanto ele ia se afastando, Aurora Fontaine se perguntou se aquela seria a última vez que o veria — se seria daquele jeito. De costas, indo para longe, em busca de um futuro.

Perguntou-se a possibilidade de o ver de novo. Não sabia que tipo de pensamento ter, eis que era a primeira vez que se encontrava naquela situação. Não sabia se seria saudável alimentar aquele sentimento, mas tinha certeza que cortá-lo naquela altura seria muitíssimo doloroso.

Talvez ele conhecesse alguém que combinasse mais com ele, que tornasse a convivência a longo prazo mais fácil. Deveria, então, libertá-lo para que ele pudesse ter uma vida mais agradável?

Mas, caso fizesse isso, conseguiria não pensar nele? Andar na rua com o olhar erguido, aberta a outros corações, sem procurar qualquer tipo de semelhança na forma de agir ou na aparência?

Porque sentiu que havia encontrado algo muito bom e agradeceu por não ter encontrado nada antes. Mas e se os planos de Deus fossem diferentes, e se ambos tivessem chamados diferentes?

E se, por mais que desse seu melhor, dia após dia, e se desse seu sangue, suor e lágrimas, e mesmo assim ainda não fosse suficiente? Porque ela daria, sabia que daria.

Ela só tinha uma chance para acertar, e não queria errar. Tudo que lhe foi dito é que deveria esperar. Mas esperar pelo quê? Alguma mudança, algum comportamento, alguma pessoa?

"Por favor, não se apaixone por outra pessoa".

Ela sentiu uma pontada na base da garganta quando ele sumiu para além dos muros da cidade. Novamente voltou a se perguntar se aquele seria a última vez que o veria. E se fosse? Deveria ter dito tudo o que sentia? Teria desabafado ou virado refém?

O resto daquele dia foi terrível, de fato. Quem quer que fosse que Tadashi Sakurai se tornasse após seu batismo, faria isso muito longe. Afortunadas as pessoas que pudessem ver. Quando ela voltou para dentro de casa, partiu para o quarto, onde fechou a porta e sentiu que precisava tirar algo de seu peito.

Aurora se agachou no canto do quarto. Encolheu as pernas e se abraçou, sentindo-se um pouco mais protegida, conforme a temperatura baixa do fim do ano ameaçava cair ainda mais. O inverno estava chegando, e os primeiros calafrios não atingiam só o corpo dela — sua alma também.

— Você me mandou esperar, Espírito Santo — falou em um fio de voz. — Essa sou eu esperando — completou. Forçou uma voz firme, fingindo que aquelas palavras a afetavam bem menos do que realmente o faziam: — eu não quero que ele sofra, então... então, talvez, eu não seja a melhor opção...

O nó na garganta se asseverou. Subitamente, seus olhos se encheram e uma dor física surgiu. Literalmente, sentiu uma pontada no coração, o que fez seus ombros mexerem de supetão.

— Se ele... — tornou a falar com a voz embargada — se você achar alguém melhor para ele, eu não vou me opor. Ele passou por muita coisa, sabe? Então pelo menos nessa parte da vida, ele deve ter o melhor.

Cravou as unhas nas palmas das mãos a ponto de abrir buracos, engolindo o choro que parecia subir de intensidade mais rápido do que ela podia calcular para sufocá-lo.

— Eu não quero que ele volte para ter menos do que pode ter, se o menos sou eu — o choro desatou a fugir-lhe pela boca, o que a fez levar ambas as mãos a ali para abafar o som.

Ela tinha completa noção do peso daquelas palavras. Sabia que, por causa delas, talvez Tadashi Sakurai jamais voltasse. Talvez, estivesse pousando os olhos sobre outra pessoa naquele exato momento.

Essa sou eu... — arrastou as mãos da boca à raiz dos cabelos, puxando-os para tentar desviar a atenção do furacão de pensamentos afim de conseguir terminar a frase — ... abrindo mão dele, se essa for a Sua vontade. — Pausou por alguns segundos. — Assim como Abraão se dispôs a sacrificar Isaque, por quem tanto esperou, eu estou disposta a sacrificar essa relação para que a Sua promessa se cumpra nas nossas vidas — encolheu-se um pouco mais. — O meu Isaque está no seu altar, leve-o se o Senhor quiser.

Conforme o choro cresceu em intensidade, preocupou-se de alguém ouvir e tornou a cobrir a boca com as mãos, acelerando o fluxo de ar. Os pulmões, inflando e desinflando sem parar, a ânsia de tentar engolir a saliva que acumulava na boca, o esforço corporal para tentar parar os tremores, a ansiedade para se manter em silêncio afim de que ninguém ouvisse, uma outra pontada no coração, as...

Sentiu súbita ânsia de vômito. Apertou as mãos nos lábios, como se isso pudesse ajudar, conforme vinha um impulso após o outro, jogando seu corpo para a frente. Ergueu-se e, correndo, saiu do quarto e desceu as escadas para a cozinha.

Após um ou dois minutos de sua chegada, ouviu passos acompanhados de uma voz por trás dela:

— Aurora, você está doente?

Apressou-se em lavar o rosto e, principalmente, a boca. Não queria dar mais um susto em alguém que havia acabado de presenciar aquela cena nojenta. Apoiou as mãos no balcão a apenas girou o pescoço, olhando para trás de rabo-de-olho.

Talvez um pouco — respondeu quase que inaudível a Yuri.

Ah — ela pensou alto, conforme se aproximou da mais nova. Completou com tom levemente preocupado: — não me diga... — contornou-a, enfim encarando o rosto inchado e predominantemente vermelho.

— Eu não quero falar sobre isso — Aurora se adiantou, desviando o olhar daquela expressão de pena. Yuri era inteligente. Podia não saber todo o acontecido, mas tinha noção do motivo de toda aquela comoção.

— Tudo bem, eu entendo — limitou-se àquelas palavras.

Em duas dezenas de anos, não deveria ter dito tantas despedidas a pessoas tão amadas. Não queria se despedir de mais ninguém, naquela altura do campeonato.

Depois que sua mãe partira, que todos os seus amigos foram para a guerra e que nunca mais vira sua amiga de infância, Aurora sofria em admitir que havia ficado boa em despedidas. Sofria em admitir que uma mesma dor, doendo sempre no mesmo lugar, havia a deixado dormente até aquele dia. Havia se acostumado com ausências. Até aquele dia.

Mas não queria ser tão boa assim em despedidas, tão dormente. Não queria estar acostumada. Não deveria ter que estar. Também não queria mais segurar o choro e ser uma muralha. Havia cansado de ser forte, só queria ser frágil, para variar. Tadashi havia dado isso a ela, quando a protegeu à mão e à espada, quando a seguiu e aguentou, fazendo claramente mais do que a missão pedia. Até que foi embora.

Não queria dizer mais um adeus. Não para Tadashi. Para Tadashi não, por favor... mas, talvez... se fosse o melhor para ele...

... não, por favor...

Ainda segurando no balcão, agachou-se, deixando novas lágrimas rolarem. Sentiu Yuri se aproximar, tocando-a com as duas mãos, apenas para demonstrar que estava ali afim confortá-la, se Aurora assim o quisesse — ainda que em silêncio, porque naquele momento, o silêncio era o melhor que poderia oferecer. Aurora, então, iniciou um monólogo mental, como se Tadashi pudesse a ouvir:

"Se você não voltar, Tadashi, eu vou entender. Eu vou ter boas memórias de você, como de todos os outros. Não haverá nada para perdoar, porque eu entendo. Eu realmente entendo. Tudo bem, tudo bem mesmo. Seja feliz e jamais saia da presença de Deus, isso é só o que te peço. Eu continuarei orando por você, certo?

Incondicionalmente, ainda que não apaixonada, ainda que um dia eu volte a sorrir, ainda que um dia tudo dê certo para mim e para você, ainda que essa paixão absurda passe...

Eu vou continuar te amando. Eu espero que você tenha noção disso. Eu vou continuar orando e, se você precisar de ajuda, de maneira alguma a negarei. Você será sempre meu irmão na fé e eu sempre terei para com você os comportamentos de quem ama: eu vou te entender, eu vou te ajudar, eu vou orar. Independente do que aconteça de agora para frente, apesar do tempo e do lugar, eu escolho te amar e aceito as consequências que vêm com isso.

Eu te amo, Tadashi Sakurai."

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