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Capítulo 21

"Tudo neste mundo tem o seu tempo;

cada coisa tem a sua ocasião.

Há tempo de nascer e tempo de morrer;

tempo de plantar e tempo de arrancar;

tempo de matar e tempo de curar;

tempo de derrubar e tempo de construir.

Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar;

tempo de chorar e tempo de dançar;

tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las;

tempo de abraçar e tempo de afastar.

Há tempo de procurar e tempo de perder;

tempo de economizar e tempo de desperdiçar;

tempo de rasgar e tempo de remendar;

tempo de ficar calado e tempo de falar.

Há tempo de amar e tempo de odiar;

tempo de guerra e tempo de paz."

— Eclesiastes 3:1-8


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Naquela tarde de setembro, Tadashi Sakurai desceu às águas. Os Fontaine e a Sakurai ali presentes, à margem do rio Sena, aplaudiram e sorriram pouco antes do sol se por, quando o céu ainda estava em tons de laranja e rosa acima de suas cabeças.

Pouco tempo depois, se reuniram em casa, onde tentaram comer uma coisa chamada sushi, mas não deu muito certo. Bem, eles pelo menos tentaram. E que bom que o macarrão havia sido inventado, porque foi o que comeram como plano B.

Aquelas horas, conversando sem tantas formalidades como quando se conheceram, em volta da mesa, rindo e de guarda baixa. Aquelas cenas, que pareciam acontecer mais lento que o normal, e com uma leveza tão pura. Daquilo, Aurora Fontaine iria se lembrar até seu último dia.

Sua risada alta quando Marie Louise contorceu o rosto e ejetou o sushi pela boca, a primeira risada alta e de guarda baixa de Tadashi — que ela vira — e o aparente melhorar no frio e triste aspecto de Yuri.

Aquele era um bom dia. Um dia diferente de todos os outros anteriores, desde que a guerra começara. É verdade que ainda não acabara por completo, e a ameaça ainda era real, ainda haviam focos de combate espalhados...

... mas ali, naquela sala, por algumas breves horas, eles poderiam não pensar naquilo.

Algumas pessoas, por assim dizer, precisam de perdão — ou pelo menos sentem que precisam — mais que as outras. Tadashi Sakurai talvez lutasse pelo resto da vida sonhando com aqueles que matara ao fio da espada. Porque aquilo lhe doía e envergonhava. Era certo e bom que tivesse parado, mas, céus, como teria sido mais fácil se nunca o tivesse feito.

Outros, talvez, queiram dedicação e proteção — ainda que não admitam. Como havia sido difícil para Yuri crescer sem sua mãe. Em meio à frieza e honra e respeito obtidos somente através da luta, havia rejeitado toda e qualquer forma de fragilidade.

Pelo menos, aparentemente. Era isso que as pessoas precisavam pensar para vê-la como forte, para a respeitarem. Mas continuava doendo e, céus, como continuava. E o fato de não poder demonstrar só parecia aumentar a dor. Parecia que tudo era guardado em uma gaveta em seu coração para uma hora explodir. E como seria difícil para ela se deixar ser abraçada. Porque não conhecia o abraço, porque não lhe havia sido ensinado.

Quando desceu às águas, Tadashi Sakurai escolheu deixar o seu triste e sangrento passado para trás. E aquela decisão era o motivo para tantos sorrisos, para tanta comemoração.

Yuri estava de coração apertado, imaginava se algum dia causaria tamanha felicidade e leveza nos outros. Levou o olhar para Aurora, que ria de Marie Louise. Com a cabeça jogada para trás, gargalhava do fundo da garganta aquele tipo de risada gostosa, aquele tipo que te faz querer rir junto. Havia falhado em perceber como ambas se pareciam.

Ambas eram um pouco — talvez muito — orgulhosas. Ambas tentavam se manter fortes, como muralhas, sempre erguidas e sempre vivas para desempenhar a missão que lhes fora dada — seja cuidar do irmão numa guerra ou cuidar das irmãs em Paris. Ambas não gostavam de demonstrar fragilidade na frente dos outros e seguravam as lágrimas até estarem sozinhas.

E, porque descobrira recentemente o tardio aparecer de sua madrasta, Louciene, sabia que tiveram, também, um triste ponto em comum na infância.

Aurora e Yuri faziam o melhor que conseguiam com as informações que lhe foram passadas e na cultura em que estavam inseridas. Como Yuri havia sido injusta com a mais nova.

Mas, claro, aquela não fora a única percepção surpreendente do dia. Quando as bochechas doeram de tanto sorrir e os pratos se esvaziaram, as sobremesas e os cafés acabaram, o silêncio na casa voltou a reinar. Lá longe, contudo, os acordeões haviam voltado a tocar. Os sons da noite, as corujas e as eventuais vozes na rua também estavam presentes — e vinham do outro lado da vitrine.

Aurora Fontaine estava escrevendo algo em um caderno, de frente para a vidraça, quando Tadashi parou ao seu lado. O sorriso fraco, o ar de preocupado.

— Pode falar, bebezinho na fé — Aurora sorriu. — Porque você, literalmente, nasceu hoje — cresceu o sorriso em tom provocativo.

Ele desviou o olhar e pouco cresceu o sorriso fraco. Voltando a encará-la, disse:

— Aurora, você sabe que a minha missão aqui enquanto samurai acabou já faz um tempo — começou. — Mas chegou a hora de eu começar a construir minha nova vida.

— Entendo — ela concordou e balançou a cabeça.

— E você sabe que eu vim para cá quando o seu pai e o meu fizeram uma troca. A nossa casa, no Japão, iria ser uma base missionária. Em troca, nós ficamos com um terreno da igreja que havia sido doado há alguns anos...

— Sim, a propriedade de Cassis, ao sul.

— Sim — ele fez uma breve pausa. — Eu estou indo para lá.

Para Cassis?

Cassis não era nem sequer perto de Paris. Era longe de Nancy também. Era longe de tudo, era no meio do nada, só era perto da Itália. E...

Droga.

Naquele momento, era o único patrimônio que ele tinha. A zona central da França, enfrentando uma guerra, era tudo menos receptiva, social e economicamente, para um jovem desempregado.

Em Cassis, ele teria mais chances. Teria pelo menos uma, ela tinha certeza.

— Onde você e a Yuri vão ficar nos primeiros dias? Porque a casa está vazia há muito tempo, tem teias de aranha e muita sujeira, não deve ser saudável passar uma noite sequer lá...

— Só eu vou, agora. Yuri vai depois, quando as coisas estiverem mais certas, já conversamos — ele não respondeu a pergunta, contudo. Então era para a casa suja e vazia que ele iria sozinho. E nem adiantava tentar convencer do contrário.

— E você vai voltar?

— Quando as coisas estiverem certas... e eu tiver o dinheiro... talvez.

Talvez? — ela repetiu mais para si mesma do que para ele.

"Talvez".

— Se eu voltar — ele falou novamente, um sorriso sincero nascendo — vai ser para casar com você — terminou a frase quase que prendendo uma risada nervosa.

Ela sentiu as bochechas, próximo às orelhas, queimarem instantaneamente. Ao passo em que o ardor foi crescendo para dentro de seu rosto, se espalhou por seu colo. Ela a abriu a boca para tentar falar alguma coisa, mas não tinha a mínima ideia de como responder àquele tipo de... coisa.

Você — falou em um impulso, tentando se defender de qualquer forma do embaraço — você nem me perguntou se eu quero! — Respondeu indignada.

Ele fechou os olhos, uma risada escapando de seus lábios travados entre os dentes. Encarou-a de lado, contorcendo as sobrancelhas, como se dissesse: "e eu preciso?".

Ela abriu a boca em um "o" perfeito, dando um passo para trás e curvando as sobrancelhas em uma expressão brava. Naquela altura, já havia atingido o ponto da combustão.

— Você tá achando que aqui é assim?! — apontou para si mesma, empurrando para longe qualquer risada nervosa que teimasse em surgir. — Escolhe uma pessoa e leva ela pra casar?! Olha só, você está precisando estudar um pouco mais a nossa cultura, aqui não é a casa da mãe Joana, não. Você nem sabe qual é o meu queijo favorito...

— Eu vou ter a vida toda para saber — interrompeu-a suavemente, com tom de voz maneirado (diferente do dela). — E, também, foi ao contrário. Foi você quem me escolheu naquele dia do porto. Antes da guerra, lembra?

É... — ela umedeceu os lábios, tentando pensar em uma resposta à altura. — Meu queijo favorito é cheddar, se você quer saber.

— Mas se eu voltar, você vai se casar comigo?

— Você percebeu que esse foi o pior pedido de casamento já feito pelo homem?

— Não é um pedido — ele rolou os olhos, voltando a rir. — É só uma dúvida.

— Ah — ela gesticulou, como se fosse falar sobre um assunto que tem propriedade. — Posso pensar no seu caso, Designado — ela por fim o encarou, tentando suprimir toda a vergonha dentro de si.

— Enquanto eu estiver lá, eu vou estar orando. Sobre tudo, quero dizer, mas principalmente sobre nós. Se devemos investir, se é o certo a fazer.

— Eu vou estar orando... — ela foi visitada pela longínqua memória, de quando havia orado por aquele mesmo assunto há algum tempo — e esperando.

— Eu não faria isso, você sabe — começou a pensar alto, mudando completamente o assunto. — Levar você para uma casa suja a dias de viagem da sua família e sem a certeza de que você vai almoçar amanhã. — O olhar sincero e as pequenas rugas que surgiram em sua testa pela preocupação revelaram o peso daquelas palavras. Ele já estava pensando naquilo há muito tempo. — Eu vou conseguir um emprego, Aurora. E cada telha quebrada que eu conseguir trocar vai ser de uma casa que eu quero que seja sua. Eu vou me preparar e fazer tudo pensando em você, como desde já... mas você sabe, a palavra final não vem de mim.

— É suficiente — ela sorriu, por fim. — Se você se cansar, espere a minha chegada, então nós podemos trocar as telhas juntos... no tempo certo. Se for a vontade de Deus.

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