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Capítulo 17

"Depois de o Japão ser reaberto à interação estrangeira em 1853, muitos clérigos cristãos foram enviados das Igrejas Católica, Protestante e Ortodoxa, ainda que o evangelismo continuasse banido. Sob um tratado assinado entre a França e o Japão em outubro de 1858, missionários católicos foram permitidos a se encontrar a portas abertas e a conduzir serviços relacionados à Igreja voltados para estrangeiros. Em 1865, um grupo de 15 japoneses cristãos não-assumidos (Kirishitan) se revelaram aos missionários franceses católicos, informando que haviam aproximadamente 30.000 (há relatos de 50.000) deles no Japão. Em 1867, 40.000 cristãos japoneses perto de Nagasaki foram enviados ao exílio. Eles puderam voltar após a Restauração Meiji. Em 1871, a liberdade religiosa foi introduzida, dando a todas as comunidades cristãs o direito legal de existirem e espalharem sua fé."

— New World Encyclopedia

[traduzido livremente pela escritora de Ikigai para usar apenas nessa história] [http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Christianity_in_Japan]


O clã Sakurai, uma família de nobres, prezava muitíssimo pela educação dos filhos, motivo pelo qual Tadashi e Yuri aprenderam desde cedo as línguas francesa a inglesa, além do japonês. Economia, geografia e cálculos também lhes tomavam o tempo. As aulas de história também eram muitíssimo exigentes — e foi numa delas que Tadashi ouviu sobre a Rebelião de Shimabara. Em 1637, o aumento de impostos e a perseguição aos cristãos fez estourar uma revolta que envolveu 27.000 camponeses e samurais, que foram suprimidos pela força de 125.000 soldados em um cerco prolongado que causou fome e miséria. A partir dali, o cristianismo seria duramente perseguido até 1853.

Tadashi Sakurai havia crescido restrito aos ensinamentos cristãos. Muito longe, na terra do sol nascente, o cristianismo era terminantemente proibido. Ainda que sua nação tivesse sido forçada a se reabrir para o mundo em 1853 e as missões tivessem ganhado corpo, a perseguição não havia descansado e era arriscado demais um rapaz na posição dele se envolver com tais ideias.

O fato é que Tadashi nascera numa época em que se era proibido ser cristão, e cresceu para se tornar um exímio nobre de linhagem guerreira-samurai. Ao lado da irmã mais velha, Yuri, superou a precoce morte da mãe e se tornou destaque no grupo guerreiro — o que o fazia ser notado inclusive por seu superior formal, Kazuki Sakurai, seu tio e irmão de seu pai, Ayato Sakurai.

Kazuki Sakurai era um homem firme e que seguia o bushido ao literal. Sempre tornando os treinos do sobrinho mais difíceis, colocando-o na linha de batalha, repreendendo-o quando achava que o pai pacifista de Tadashi deveria o fazer, mas não fazia.

Era inclusive contra os treinos de Yuri, achando que manusear uma grande lança para defesa pessoal e da casa já seria suficiente, pouco se importando com o desejo pulsante da moça de ser uma grande guerreira.

Tadashi ainda se lembrava dos tapas no rosto que Yuri recebera de Kazuki por enfrentá-lo quando este era desnecessariamente rigoroso com ela, diferenciando o tratamento para fazê-la desistir. Mas Yuri não desistiria, eis que, segundo os pensamentos do próprio Tadashi, a mulher era mais impermeável, dura e imponente do que próprio monte Fuji. Era alguém que tinha certeza do que queria, era alguém que merecia tudo o que havia conquistado sob tanta humilhação e dificuldade.

Tadashi Sakurai, assim como Kazuki, não recebera bem a ideia de ir para o Ocidente — diferente de Yuri. Acostumada a analisar friamente as situações para se manter presente (ou viva), havia acatado a ordem do pai em sinal de respeito e maturidade.

Forçados a viajar, ainda que por motivos diferentes, tio e sobrinho permaneceram distantes no tempo em que passaram na França — fora a trágica Batalha de Sedan.

As forças francesas, ainda que aliadas às dos (decaídos e poucos) samurais, não tiveram a mínima chance contra as frentes germânicas unidas. Foram cercados logo no primeiro dia de batalha; no dia seguinte, tentaram romper o cerco e falharam; no dia após aquele, renderam-se — ainda que contra a vontade dos samurais.

"Uma derrota humilhante" foram as palavras usadas por Kazuki Sakurai para descrever o conflito. Sem honra, todos os samurais que passaram por tal acontecimento estariam fadados a viver o resto de seus dias prisioneiros dentro de suas próprias mentes, acreditando que não eram suficientes, que lhes faltava a honra.

Mas aquele, finalmente, não era o pensamento do Sakurai mais novo. No dia em que foram convocados, Tadashi havia sentido algo que jamais havia sentido antes: um amor que lhe transbordava o peito e lhe enchia sem precedentes, constrangendo-o com tamanhos perdão, misericórdia e compaixão imerecidos.

No pátio do palácio, enquanto aguardavam; na caminhada de volta; na ida para Metz; durante os dias em que ficaram cercados, aquele havia sido o único assunto entre Frederic e Tadashi — e eles falaram por intermináveis horas.

Muito do assunto Yuri havia ouvido, mas continuava desconfiada — um mecanismo de defesa desenvolvido. Em sua mente, não poderia se entregar a algo tão rápido, não poderia ser veloz em sua decisão como seu irmão, não poderia se dar ao luxo. Pelo menos, era isso que pensava.

Tadashi havia descoberto todos os milagres de Jesus que constam na Bíblia naqueles três dias, ouvindo monólogo seguido de monólogo de Frederic — o que o samurai estava adorando. Seus olhos brilhavam, seu coração se sentia abraçado.

Criado em meio a guerreiros e homens que acreditavam não poder demonstrar emoções, o rapaz estranhava tamanho calor em seu peito que aquelas palavras lhe traziam. Era como receber todos os abraços do mundo, era como receber todos os sorrisos do mundo. Era tudo que lhe faltava, era tudo que desejava.

Tadashi não sabia muito sobre o que faria da vida quando a Guerra Franco-Prussiana terminasse, mas sabia que iria continuar ouvindo sobre Jesus, onde quer que estivesse — talvez, um dia, pudesse até falar! E por que havia demorado tanto para conhecer uma pessoa tão charmosa como o tal Jesus?!

Mas ainda era tudo muito novo, era tudo muito estranho. Ainda não havia se acostumado com o fato de não poder vê-lo, mas senti-lo.

Tadashi não sabia muito quais atitudes teria que tomar, por quais processos teria que passar, como seguir aquele Jesus, o que teria que mudar em si mesmo, se teria que abandonar uma coisa ou outra — sabia pouquíssimo sobre tudo que envolvia Jesus e segui-lo, mas sabia sobre a pessoa dele e tinha certeza que não queria mais passar um dia de sua vida sem ele. Estava tão curioso, tão empolgado.

Mas essas escolhas correram atrás dele e o alcançaram. Os costumes sob os quais vivia e a família que tinha bateram à porta. Perante uma derrota com tamanha carga de humilhação aos próprios olhos, era comum que um samurai realizasse o Seppuku.

Seppuku, o ritual suicida japonês muitíssimo conhecido entre os samurais. Consistindo em cortar o abdômen realizando um auto-estripamento, era utilizado normalmente quando alguém cometesse um crime ou sofresse uma desonra muito grande. Por ser uma morte extremamente dolorosa e longa, era visto como uma forma de redenção por alguns, eis que eram atestadas resistência, força e coragem pelo menos naquele fatídico momento.

Em 2 de setembro de 1870, Kazuki Sakurai, um dos samurais que foram embora perseguidos de seu país de origem, agora era desonrado em terra estrangeira perante si mesmo. E ele não era o único que pensava aquilo. A ideia que nasceu na mente de Kazuki nasceu também na mente de vários outros samurais, se espalhou e foi encorajada naquele meio mais rápido do que muitas outras pragas.

Mas Tadashi Sakurai havia acabado de encontrar um motivo para viver! Ele nem sequer pensou em realizar o ritual seppuku e, inclusive, convenceu a irmã de que não valia a pena.

A queda monstruosa de uma classe nobre de guerreiros já não lhe doía nas entranhas, pois sabia que não era um guerreiro. Ele era uma pessoa que poderia seguir em frente, fosse lá com o que lhe surgisse. Tadashi não era o que poderia fazer, nem o que sabia fazer; era muito além disso. É verdade que não sabia bem o que isso significava, qual sua extensão ou limites e nem em que sentidos, mas queria se dar o benefício da dúvida.

Na verdade, aquele suicídio lhe soava mais como covardia e orgulho de enfrentar uma derrota do que como modo de recuperar a honra — esse pensamento era novo e havia surgido tão rápido quanto um raio. Na verdade, não sabia nem de onde esses pensamentos tão novos e tão formados vinham.

Alguém, com certeza, estava o ajudando a por as ideias no lugar.

Mas se pudesse fazer alguma comparação, diria somente que era como estar em um barco em uma noite nublada. Sentia o vento soprando e sabia que estava se movendo, só não sabia de onde vinha o vento, para onde o levava, qual a velocidade ou a intensidade. Mas com certeza já estava a quilômetros de distância de onde estava três dias atrás.

Não tinha a ver com o que pensava, mas com o que sentia.

E ele sentia algo, alguém. Podia sentir claramente.

E não poderia desistir naquele momento!

E foi quando chegaram aos portões da cidade, quando as pessoas perceberam que seus entes queridos haviam voltado, quando os samurais perceberam que sua missão ali havia terminado — e falha —, constataram que já não pertenciam a lugar nenhum e não tinham utilidade alguma. Então começaram a se reunir para um suicídio em massa.

Nos portões da cidade, Tadashi falou para o tio que não iria participar daquela prática. Imediatamente as ofensas começaram: disse-lhe que era um samurai desonrado, estava sujando o nome da família, estava trazendo desonra para a família inteira, para a nação inteira; que não era só sobre ele, mas sobre todos os seus familiares.

Contou-lhe como todos olhariam com nojo para aquele covarde que ele havia se tornado; sobre como ele jamais prosperaria na vida por causa do eterno carma. Sobre como ele estava destinado ao fracasso e que seus pais teriam vergonha dele. Sobre como era insuficiente. Sobre como não podia se acovardar quando a vida exigia que ele fosse homem o suficiente. Sobre como ele jamais ficaria à altura dos outros guerreiros e como agora sua família também jamais estaria.

Mentiras e mais mentiras atrás de mentiras, algumas que doeram mais do que deveriam, algumas que tocaram na alma de Tadashi, outras em seu ego, outras em seu coração. Por fim, descontrolando-se, gritou:

"Eu não vou fazer isso!"

Então sentiu um empurrão nos ombros. Quando pendeu para o lado, pôde ver o longo vestido rosa que havia visto um mês antes — em uma situação muito diferente, vale lembrar. Seus fracassos e suas falhas ainda estavam encobertos naquele dia. Agora, eram um livro aberto.

Então ele sentiu uma enorme pressão no rosto e perdeu a força das pernas, caindo desacordado.

Uma katana havia lhe cortado do maxilar direito até acima do olho esquerdo, deixando volumosa quantidade de sangue jorrar. Yuri acertou o tio nos ombros, desembainhando a katana e encostando-a no seu pescoço, ameaçando:

"Vá para onde diabos você quiser, mas saia de perto do meu irmão. Ou o próximo rasgado vai ser você. Vai querer morrer pelas mãos de uma mulher, Kazuki?"

Com o quão rápida foi, poderia ter o matado ali mesmo, mas escolheu não fazê-lo — não era aquilo que Tadashi iria querer. Optou por machucar apenas o ego do samurai mais velho, tocando exatamente o ponto que lhe doía: ela, mais ágil e mais forte que ele.

E ainda que tivesse pensado em executá-lo por um ou dois segundos, a característica que lhe havia permitido chegar até ali — a frieza — lhe fez parar a katana dois centímetros antes da pele dele em um ágil cancelamento de ataque. Quando foi liberto, Kazuki amaldiçoou os irmãos e foi se juntar aos outros guerreiros que iriam realizar o ritual.

Foram poucos segundos até Frederic, Louciene e Aurora chegarem correndo afoitos até o irmão mais novo caído sob o portão.

Após breve análise, Frederic pediu ajuda de Louciene para realizar os primeiros socorros. Naquela altura, já não havia nada que Aurora ou Yuri pudessem fazer, então ficaram observando o rapaz ser socorrido com demonstrações diferentes de desespero.

Aurora viu frascos, gazes, líquidos, mãos se movimentando rápido — e sangue, muito dele. Em uma ação impensada, segurou a mão de Yuri, agachando-se no chão enquanto assistia a cena com o rosto voltado para baixo em medo, mas com os olhos para a frente em ansiedade.

A terra laranja sob os olhos dela estava marcada com manchas redondas de lágrimas, as mãos e a cabeça dela estavam trêmulas, o desespero correu por todo o seu corpo. Então aquele sonho realmente havia sido um aviso.

Yuri agachou-se ao lado da garota amedrontada, dizendo, enquanto engolia o próprio choro:

— Foi um corte no rosto, garota. Ele vai sobreviver — falou consolando mais a si mesma do que a moça. — Foi um milagre sensei ter errado o pescoço. — Fez uma pausa com um longo suspiro trêmulo, sem tirar os olhos da moça e evitando olhar para o irmão. Tudo que Yuri via dele era uma enorme mancha vermelha de rabo-de-olho. Não queria... chorar ali. — Ele vai sobreviver. Ele precisa sobreviver.

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