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ATO 44

A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo.

     O mal e o bem.

     Talvez, no fundo, as pessoas nascem destinadas a alguma dessas variantes. Ou as vezes, em determinada fase da vida, elas escolham e gostem. Ser bom e ser mal são situações que, para quem aprecia, se torna prazerosa. Curioso quando ambas funcionam em conjunto. Por exemplo, alguém que faz algo ruim mas o deixa bem. Pompoo era alguém ruim. Que atraía coisas ruins mas que de uma certa forma, a fazia bem. 

     Ela amava alguém ambiciosa e gananciosa. Conheceu pessoas perigosas, traiçoeiras e mercenárias. Uniu-se a causas problemáticas com cientistas psicologicamente desequilibrados. Trabalhou em uma empresa que ia contra a integridade humana e coisas além. Até este ponto, tudo lhe dava prazer, mas quando a grande parede de seu escritório se abriu naquela tarde, deslizando para a direita e revelando a passagem onde se escondera, prazer foi a ultima coisa que teve. 

     A diretora colocou a mão na parede e deixou seu corpo amostra. Estava do jeito que eu havia a deixado. Lábios inchados, um olho fechado, roxo, as bochechas com graves hematomas avermelhados e muito sangue em sua roupa preta. Os braços tremiam, seus pés se arrastavam e seus cabelos, bagunçados. Alguns fios grudados em sua boca.

     Deixei que passasse por mim. 

     Ela cambaleava para fora do escritório. A segui, de passos lentos. Pompoo manchava o caminho de sangue por onde passava. Atravessou o corredor de quadros e entrou no pátio principal. Me impressionava como conseguia se manter de pé. Hora ou outra, tossia e jatos de sangue saíam.

     No meio do pátio dera uma pausa. Feches de luz destacavam a diretora. Ela olhava para baixo. O que planejava desta vez?

      Voltou a andar.

     Chegando na primeira remessa de degraus que dava para o segundo andar, parou e respirou fundo. Com o braço direito, se escorou na parede e subiu. 

     Um por um.

     Olhei com pena. 

     Pessoas ruins também passam por coisas ruins. Pessoas boas também passam por coisas ruins, mas a diferença delas, é que no fim pessoas ruins são mais propensas a ter finais ruins. Posso estar muito errada quanto a isso. Afinal, quem é bom também pode ter finais ruins. Mas não sou a melhor pessoa para dizer o que é bom ou ruim. Também matei pessoas. Pessoas ruins. Não posso mudar nada do que já aconteceu, mas posso aprender com isso. Posso continuar seguindo Pompoo naquele caminho sangrento e ver qual final ela terá. 

     Chegando no segundo andar, ela caminhou para as escadarias a frente, mas caiu no chão. Seu rosto bateu com força no piso. A diretora não desistiu do trajeto. Arrastou seu corpo, usando os braços e continuou. Subiu cada degrau gélido. Estava de quatro. As vezes conseguia ouvir sua respiração ofegante, outra, seu choro silencioso. Vê-la se esforçar daquela forma, já cansava. 

     Subi as escadas logo atrás, rumo ao terceiro andar e notei aonde daríamos: Na derradeira torre.

     Meu estomago embrulhou. 

     Coloquei os braços sobre o rosto para proteger da claridade do dia. 

     Pompoo se arrastou até o centro do local e ficou de joelhos para o horizonte, enquanto seus cabelos dançavam no vento. O sol naquela tarde estava intenso descoberto pelos grandes novelos brancos. As montanhas no fundo destacavam a relva verde em torno delas. Pássaros voavam em direção ao fim do caminho. O céu, tão azul que mal dava para encara-lo. A brisa quente bateu em meu rosto. A natureza em sua mais ampla nudez.

     Em seguida, Pompoo se esforçou em levantar, ficando de pé, um pouco mais curvada. Me aproximei. Quando sentiu minha presença, ela virou o rosto para mim e sorriu. Correu em direção a ponta do terraço, pulando a pequena cerca de concreto e se jogando. 

     Corri até ela

     Me apoiei na grade e a apanhei a tempo. O peso de seu corpo me pressionou contra o concreto e quase partiu minha coluna. Um movimento em falso e as duas cairíamos. 

     Pompoo estava pendurada na torre. 

     Usei o corpo para me prender na grade e segurei firme com as duas mãos seu braço direito. Ela olhava para mim, incrédula.

     — ME SOLTE! ME SOLTE! ME SOLTE AGORA MESMO! — uma brisa forte passava por nós. Ela olhava em súplica. Desesperada. Seu corpo balançava devagar.

     — VOCÊ NÃO VAI MORRER... — Juntei tudo o que me restava. Negociei forças com meu corpo e a puxei para cima. Soltei um grito que se espalhou pelo horizonte. Fechei os olhos e continuei puxando-a — SUA DESGRAÇADA! VOCÊ NÃO VAI MORRER! — Puxei mais e mais. Meu coração doía, meu peito apertava e o sangue esquentava em minhas veias. Gritei mais. A força destruía os músculos de meus braços e ombros. Parecia que se romperiam — NÃO VAI MORRER! 

     Pompoo gritou também. Ambas gritamos o mais alto que pudemos. Mas ela não iria morrer. Usei os pés para impulsionar e estiquei a coluna para trás. Pompoo ficou avista e com um ultimo impulso, ela caiu novamente no chão do terraço de barriga para cima, com as mãos no rosto, enquanto lacrimejava.

      A dor foi intensa. Caí no chão perto dela. 

     Meus pulmões faltavam ar. Era como se estivéssemos afogando.

     — A liberdade... não... lhe cai bem, diretora — respondi olhando para o céu. Por mais que doesse meus olhos, não incomodou, pois todo o meu corpo latejava por dentro. Pompoo tirou as mãos do rosto e também olhou para a imensidão celeste. 

     Silenciamos por um segundo.

     Ouvimos o som do vento e dos pássaros lá embaixo. Eles cantavam e batiam suas asas apressados. Dava para escutar as cigarras e o farfalhar das arvores. Uma borboleta veio a meu encontro e pousou em minha mão. A levantei com cuidado para poder aprecia-la. A parte superior de suas asas eram verdes. O centro, vermelho e a parte inferior, azul. Nunca havia visto uma espécie tão exótica. Ela fixou em meu dedo e balançava suas asas para lá e para cá.

     O final ruim ou o final bom depende do que escolhemos. E eu tomei partida para escolher o meu e o de Pompoo Purnel, já que o meu começo, ela que criou. Que belas cores tinham aquela borboleta. O significado delas era bem sugestivo. O azul, poderia ser o desconhecido, o vermelho, talvez o conflito e o verde, seria a paz. Aquilo que tanto procurei desde pequena. 

     Os raios ultravioletas atingiam meu rosto, esquentando-o. Me senti em paz, olhando aquele pequeno inseto e respirando o mais puro dos ares, escutando a mais bela das canções e sentindo a mais intensa das luzes, como da ultima vez.

     — O amor corrompe tudo... Pandora — sussurrou ela, com muito esforço. Olhava para a borboleta em meus dedos, que se desvencilhou e voou para o céu. A vi se distanciar enquanto as nuvens lá em cima, passavam devagar, desmanchando-se.

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