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ATO 27

O arrependimento é a chave que abre qualquer fechadura.

  A última taça de vinho estava chegando ao fim junto com a tarde. Estávamos satisfeitos pelo banquete, acolhidos e bem alojados naquele edifício esquecido por Deus. A parte desagradável, porém, inevitável era o diálogo com Edgar, que a cada minuto nos bombardeava com novas informações. Ele não media as palavras, era como se tudo aquilo estivesse entalado em sua garganta durante anos. Meggie hora ou outra pegava algumas uvas da tigela de frutas, mesmo com a barriga cheia. Talvez fosse pela ansiedade ou por pura gula.

— Tentei cortar vínculo com a MindPlace depois da chegada dos Corrigan, mas eu não podia simplesmente sair. Eles possuem uma política muito rígida. Uma vez cientista deles, sempre cientista deles. Não concordei com essa ideologia e ameacei expor a empresa, acabei preso aqui. Hoje, meus jovens, minha criação é a fonte da minha vida. Foi o que eles fizeram com minha criação.

— Porque a MindPlace ainda o mantém vivo? — Brok soltou mais uma pergunta.

— Sou uma peça muito importante para eles. Tenho informações dos drenadores que eles não possuem. O que a empresa tem sob domínio é uma base dele e não o original. Uma vez ou outra eles vêm me bajular pedindo mais informações, mas tudo o que passo são detalhes vagos que não os levariam muito mais longe do que já estão. O mundo que veem nas máquinas são produzidos por humanos. Uma realidade virtual que pode ser facilmente modificada. Ninguém sabe como é o verdadeiro mundo dessas criaturas. E muito menos sabemos aonde está esse mundo. Mas ele existe, sei disso. Talvez nunca o veremos.

— Tudo o que vimos nos drenadores não passa de uma Matrix?

— Exato. As criaturas sabemos que existem. Mas perceba que elas são diferentes nos drenadores. As de verdade são muito mais perigosas e mortais como bem viram. Os corrigan contrataram os melhores programadores indicados pelo governo para desenvolverem todos esses mundos. Precisariam disso para distrair as crianças enquanto são drenadas pelas maquinas. Tudo muito bem arquitetado.

— Então, os Corrigan desenvolveram Pompoo e Audrey para fazerem parte deste projeto. Quem foi que criou o sistema de rejuvenescimento, elas ou os Corrigan? — questionei.

— Você está sabendo mais do que eu imaginava, mocinha. O sistema de rejuvenescimento estava sendo desenvolvido pelos Corrigan, esse era o objetivo do novo projeto, as irmãs apenas pegaram a ideia e fizeram acontecer. Atualmente elas são as diretoras da empresa toda. Reconstruíram a base nesta ilha, e continuam com os experimentos. Eu não tenho mais conhecimento do que a empresa está tramando.

— Elas pegam a vitalidade das crianças e as usam para ficarem... jovens? — Brok perguntara com uma cara de desprezo.

— Qual foi a última vez que viu Pompoo? — perguntou Edgar para mim, se aproximando da mesa.

— Há mais de uma década.

— Então não se assuste quando encontrá-la. Além de continuar com a mesma aparência, está mais jovem e saudável que você.

— Por pouco tempo — respondi ríspida — Ela vai pagar por tudo o que fez e ainda faz.

— Porque elas fariam isso? — questionou Brok.

— Eu gostaria de saber também. Espero que a resposta não seja apenas pela vaidade. Seria cruel demais — disse Edgar.

— Mas e você? Tem quantos anos, Edgar? — Interrompi seu raciocínio.

— Que falta de educação, perguntar a idade de um senhor! — respondeu — Estou brincando. Idade é idade, tenho noventa e oito anos.

— Está utilizando a vitalidade de crianças inocentes também? — disse a ele em um tom sério, frio e intimidador.

— Não. Isto que me sustenta não são energias humanas. São energias que eles coletaram de animais de laboratórios e me entregaram como um agradecimento pelos anos trabalhados na empresa. Viverei exatamente cem anos. Antes que me perguntem, não, eu não escolhi viver tanto assim. A vida quando muito vivida perde o sentido. Ninguém tem o direito de viver para sempre.

— Então porque ainda está vivo? — Questionei.

— Porque eu quero ver a Mindplace consumida pelas chamas, quero que meu projeto tenha um fim e seja enterrado com meu cadáver apodrecido, eu quero que um grupo de jovens como vocês coloquem um ponto final nessa história brutal que já varreu muitas vidas por onde passou. A vingança é uma espécie de justiça selvagem e eu gosto disso. Um rapaz veio aqui tempos atrás e disse que vai derrubar toda a MindPlace. Espero de coração que vocês estejam nessa luta com ele, se tiverem, então sim, eu quero viver mais um pouco.

— Como paramos esse projeto?

— Desligando-o, é claro. Não é só acabar com as pessoas envolvidas, vocês precisam desligar o drenador mestre. Existem muitos orfanatos que carregam o nome Insanity Asylum nas costas, estão espalhados por todo o globo. No entanto, os drenadores de todos esses lugares são interligados ao sistema principal.

— E onde está esse drenador mestre?

— Não sei. Eu já disse que não faço mais parte da empresa. Isso é algo que vocês precisaram descobrir o mais rápido possível, se não Pompoo e os demais nunca vão parar. Imagino que nunca foi um caminho fácil, e não é agora que será. Vocês estão mesmo prontos para isso?

— Nunca estivemos. Mas nós vamos até o fim, não por você, mas por mim, pelo Brok, pela Meggie e por todas as crianças que morreram com esse projeto.

— Já é o suficiente — concluiu Edgar, satisfeito — Eu não posso voltar no tempo e consertar todos os meus erros, mas posso polir um pouco o futuro.

Olhei para o senhor que me encarava subitamente.

— Olho para você e vejo um espelho em pedaços, que refletiu muita insegurança e medo durante a vida. Não tem nada a ver com o sol escaldante e nem com criaturas selvagens e mortais. É mais profundo, o seu cansaço é bem mais profundo.

— O que está dizendo? — interrompi.

— Você não vai conseguir enfrentar Pompoo Purnel estando desta forma degradante. Se algum dia tentou, aposto que falhou. Ela é impecável, astuta e poderosa demais para você.

— Porra, você está mesmo do nosso lado? — Disse Brok incomodado.

— Apesar do seu discurso íntegro, sua luta é individual, seus motivos não tem a ver com os outros, só com você. Pompoo é seu alvo principal e não meus drenadores — continuou Edgar, ignorando Brok, e fitando meus olhos de uma forma assustadora.

— Como pode conhecer ela tão bem? — joguei a pergunta.

O senhor sorriu, e não respondeu de imediato. Ele estendeu suas mãos estalando-as. Em seguida apertou um botão na parte de trás de sua cadeira de rodas. Isso ativou um mecanismo que fez alguns fios ligados a ele se desprender de seu corpo e caírem no chão. Edgar se afastou da mesa de jantar com a cadeira e com as duas mãos, apoiou em seu joelho. Sua coluna se endireitou conforme levantava, e quando ficou com o corpo reto, se espreguiçou. Olhei para Brok que não estava entendendo o que acontecera, mas Meggie logo dissera a ele o ocorrido, aos cochichos.

Edgar não era paraplégico, parecia um senhor saudável que por motivos desconhecidos usava aquela cadeira como repouso.

— Na guerra, um cientista não pode escolher ser forte apenas na mente e deixar o corpo fraco. Eu precisava ser os dois, caso o pior acontecesse. Treinei por anos técnicas de combate. Juntei um pouco de cada conhecimento do ramo e criei minhas próprias técnicas. Quando Pompoo veio para Mindplace, ainda jovem, fui até o laboratório conhece-la. Tive um certo apego a ela quando me contou algumas experiências terríveis que passara na época. Pompoo não parecia perigosa, era gentil e sensível.

"A treinei com minhas técnicas para caso algum dia precisasse se defender. Isso foi passado para seu irmão Rumpel que também era frágil e manipulável. Audrey negou o treinamento pois achou uma atividade fora do foco, mas Pompoo queria protege-la, sempre priorizou a vida da irmã. Um cientista inteligente é aquele que não nega conhecimento."

— Então as coisas pioram aqui. Além do projeto você criou o pior dos monstros — rebati.

— Pompoo veste bem suas máscaras. Eu havia esquecido de vestir as minhas. Sua gentileza me ludibriou. Mas isso não importa mais. Se quiser combatê-la vai ter que passar por um longo teste. Três dias e três noites, é o que te ofereço. Posso passar esse conhecimento mais uma vez, mas você precisa entender que o alvo aqui não sou eu, então pare de ser estúpida. Vai ter que se esforçar, ou terá uma morte humilhante pelas mãos dela. Aceita o treinamento?

— Isso é uma piada? Nós não temos tempo para um absurdo desses! Nosso amigo pode estar correndo riscos, a tia dela está internada em Londres e nesse exato momento mais crianças podem estar morrendo com a sua invenção! Porque você não vai lá matar Pompoo já que a ensinou tudo? — disse Brok para Edgar.

— Porque eu morreria antes mesmo de sair desta ilha. Ou seria morto pelos agentes de Audrey, ou pela falta de vitalidade no meu corpo. Somente minha cadeira possui esta energia, por isso sou estuprado por esses fios malditos em minhas costas. A não ser, claro, que minha cadeira de rodas consiga virar uma lancha e atravessar o oceano.

— Aceito o treinamento — respondi encerrando a conversa.

Brok ficou surpreso, Meggie me encarou com seriedade e Edgar fechou os olhos e deu mais um sorriso torto. No fundo ele estava certo. Meu maior desejo é bater de frente com a pessoa que destruiu minha vida, estava muito além dos drenadores, eles eram consequências. O mal está naqueles que manuseiam as maquinas. De todas as coisas ruins que ela proporcionou, nunca fui tão humilhada na vez em que ela fugira em um helicóptero, deixando-me para trás, no orfanato, onde tive que passar por cima dos cadáveres de grandes amigos e caminhar por uma longa estrada sozinha, rumo ao completo fracasso. "Se quer me enfrentar algum dia, então enfrente-me como uma mulher e não como uma criança" ela disse.

A mulher está chegando. 

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