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ATO 15

Minha guerra diária é pela Paz

     A noite estava agradável e o ambiente, nem frio e nem quente. Uma constelação de estrelas decorava a imensidão do céu negro. Era uma vista confortável que eu tinha da janela do quarto de Eleonor naquela madrugada. Dianna, discreta e muito ágil conseguiu ir para o seu quarto sem alarde algum. Deitei na cama e um turbilhão de pensamentos voltara a tona. 

     Era impressionante como em alguns dias minha vida voltara a ser agitada e enigmática. Uma mulher que trabalhava em um super mercado, e fora demitida por corte de custos, já declarava falência ao notar que sobrara apenas ela e sua tia com Alzheimer, junto de uma casa velha em cima de um bar, no subúrbio londrino, soava deprimente. Mas quando o telefone tocou em um dia em que esta mulher já tinha entregado os pontos, tudo mudou.

     "É sobre o Insanity Asylum"

     Insanity Asylum era um grande tabu. Engavetado pela minha mente que de tão reprimida aparecia em meus piores pesadelos. O orfanato que me assombra ontem hoje e provavelmente amanha e depois, e depois. E ao permitir que esta palavra voltasse para mim, resolvi escapar da minha vida medíocre e frustrada para o desconhecido novamente, navegando em águas misteriosas desde então.

     Mas de nada adiantou sair da zona de conforto se acabei vindo parar aqui, em um sitio para crianças especiais e tão problemáticas quanto eu. É como se eu não tivesse envelhecido nada, me sinto como essas crianças o tempo inteiro. Talvez seja mesmo isto que Joice queria. Me fazer sentir na pele o que elas sentem, para enfim cuida-las junto dela. 

     A questão é que já estou cuidando de muita gente. Apenas preciso sair daqui, ao amanhecer. 

     Meus dilemas foram interrompidos de repente, ao escutar sons estranhos vindo lá de fora. Eram rugidos abafados, parecia algum animal ferido. Levantei apressada e fui em direção a janela. Os jardins estavam escuros demais e a floresta em volta pareciam borrões. Havia uma luz em cima da porta que dava para a cozinha, e esta única luz não conseguia iluminar todo o jardim, obviamente. Um pouco além da parte iluminada pude ver um vulto preto para lá e para cá, tentando invadir o campo de luz, mas não conseguindo. 

     Queria entrar na casa. Aproximei o rosto sobre a janela para tentar enxergar melhor até que por um minuto o vulto parara de se mexer e virara seu rosto para mim, mostrando em meio a escuridão dois olhos brilhantes. Me afastei da janela assustada, respirei fundo e a pouca iluminação vinda de fora não existia mais. Ao voltar para a janela tudo fora engolido pelo limbo. Apertei a vista para conseguir enxergar algo, mas nada. Quando a lâmpada voltara a acender, a porta da cozinha estava aberta.

     A criatura havia entrado.

     Saí em disparada para a porta dos corredores, abrindo-a. O lugar estava em um profundo silencio. Prendi a respiração que já estava ofegante para poder escutar qualquer tipo de som, até que por fim, vozes ecoaram do ultimo quarto. De passos leves, segui a voz e parei em frente a porta fechada. Encostei meu ouvido ali e permaneci imóvel.

     — Ele está aqui — Dizia a voz que reconheci ser de Joice — está preparada?

     — Eu... eu... não.

     — Wendy, se não fizer, sabe o que acontecerá, não sabe?

     — Estou com medo... 

     — Irei com você. Faremos juntas, você não vai sentir nada, de qualquer forma, não precisa ver. Apenas feche os olhos, está bem?

     Aquela conversa sem sentido me deixara transtornada, mais uma vez eu não sabia o que estava acontecendo e que criatura era aquela que passara a porta da cozinha. Algo me dizia para não me intrometer, apenas observar. Um barulho naquele quarto denunciara alguém se levantando da cama, caminhei de volta para meu quarto e aguardei. 

     Ambas saíram do ultimo cômodo e caminharam para as escadas do térreo. Estiquei o pescoço para ver a tempo Joice carregando Wendy no colo. A garota abraçava a mulher com força enquanto era levada, seus olhos estavam fechados. A casa completamente escura não atrapalhava mais minha vista. Esperei Joice descer para que eu pudesse segui-las. 

     Ao ter a vista completa da sala, olhando lá de cima, avistei o vulto perto da lareira, com seus olhos brancos e brilhantes, a criatura não tinha uma forma específica mas sua cabeça possuía fios grossos de cabelos que levitavam para cima, semelhante as serpentes de uma medusa. O corpo, inteiramente preto, estava de quatro e era tão magro que não podia ser algo humano. Ela encarava Joice e Wendy, sem se mover. Suas mãos, mais parecidas com garras eram afiadas e mortais.

     Joice repousou Wendy em um dos sofás e foi até a cozinha, deixando a criatura sozinha com a menina.

     Eu estava me segurando para não descer lá e ver mais de perto uma das cenas mais estranhas que eu já presenciara. O vulto se aproximou lentamente da garota, ainda de quatro, aproximando seu rosto sem forma perto do de Wendy. A mesma se tremia de medo, ainda de olhos fechados, gemia baixinho e chorava.

     Antes que a criatura pudesse fazer algo, Joice voltara da cozinha com uma faca e uma vasilha de inox. A criatura se afastara novamente.

     — Fique calma, ele não fará nada com você, minha querida — reconfortava Joice — vai ser rápido como sempre.

     Naquela hora, a mulher esticara a perna de Wendy que por sinal estava repleta de cicatrizes e com a faca fez um corte comprido onde não havia marcas. Uma boa quantia de sangue escorreu dali e caiu na vasilha que Joice colocara debaixo do corte. Wendy não esboçou reação alguma. 

     — Aqui está, seu demônio desprezível — Joice colocou o recipiente com o sangue da garota no centro da sala, como uma dona entregando ração para seu cachorro. Rapidamente o vulto veio e com suas duas garras pegou a vasilha e bebeu o liquido vermelho, fresco. No momento seguinte, ele saiu em direção ao corredor da cozinha e desapareceu de vista.

     — Pronto, acabou, pode abrir os olhos.

     Wendy obedeceu a mulher e voltou a enxerga-la. As duas se abraçaram e permaneceram em silencio. Voltei para o corredor e entrei em meu quarto, assustada.

     O que eu havia acabado de presenciar? Eu estava sonhando e não sabia? Se o caso for este, quero acordar o mais rápido possível. Apertei meu braço em um belisco, mas a dor dizia que aquilo não era uma alucinação. Eu estava no meio da madrugada, acordada e assustada, mas ainda incerta se aquela cena macabra de fato existiu.

     Duas opções surgiram naquele momento: Ir lá embaixo e questionar que raios estava acontecendo, ou ficar em silencio e obter respostas mais objetivas através das crianças.

     Alguns minutos se passaram quando ouvi as duas subindo e entrando para o quarto. Mais uma vez coloquei meu ouvido na parede a tempo de escutar Joice dizendo: "Está tudo bem agora, vá dormir". De passos leves Joice voltara a caminhar para longe do corredor ao ponto de eu não escuta-la mais. Foi a chance que tive para voltar ao quarto de Wendy e obter tais respostas.

     — Quem está aí? — Dizia a garota com a voz tremula e fraca.

     — Sou eu, Pandora, posso entrar? — Sussurrei do outro lado da porta.

     — Não é uma boa hora, Pandora. 

     — Eu vi o que aconteceu, quero falar sobre. 

     Wendy silenciou, no qual interpretei como um "entre".

     — Como está sua perna?

     — Normal, eu não as sinto de qualquer forma.

     Entrei sorrateiramente e sentei na ponta de sua cama. Wendy estava com os olhos vermelhos de choro, e o rosto corado. Seu quarto era muito bonito e bem arrumado. Nas paredes, um tom rosa pastel de estampas floridas e em um canto, uma escrivaninha branca de madeira bem cuidada, com diversos recortes e dobraduras de vários animais. Wendy era loira e no momento trajava uma camisola azul bebe. Haviam curativos na perna em que foi cortada.

     — Pode me dizer o que foi que aconteceu lá na sala?

     — Não posso contar nada sobre isso, Joice jamais me perdoaria. 

     — Então me diz uma única coisa. Diana me disse que você é a responsável pelas chaves do sitio. Se não pode me contar, porque não me empresta uma chave de algum lugar que me faça descobrir por mim mesma? 

     — Vá embora, por favor, eu quero ficar sozinha... Não posso te ajudar em nada.

     — Mas Wendy, isso é assustador demais, como alguém te submete a isso? Joice é louca!

     — Se eu não fizer isso, todas morreremos, agora vá embora antes que eu chame a Joice — ordenou a garota fechando o semblante. 

     — Tudo bem, você está no seu direito — levantei e fui embora dali, frustrada. 

     Suspirei.

     Não restava duvidas agora. Um caso leva a outro, uma criança se conecta com a outra, junto com seus segredos, seus pecados, afinal, não eram crianças especiais, são basicamente o que eu sempre fui: Irrecuperável.

     De volta a estaca zero, encontrava-me em minha cama, ansiosa e aflita. A madrugada daquela noite parecia interminável. O relógio na parede produzia um tic tac que mais soava como uma buzina em meus ouvidos, incessável e abrupto. Eu não sabia mais o que fazer e nem o que argumentar, eram muitas informações para digerir. Crianças zumbificadas na floresta, criaturas sedentas por sangue, animais selvagens, e uma região desconhecida. Talvez, eu só precisasse esperar o amanhecer e botar um fim nisso, indo embora. Eu não precisava saber de tudo, seria mais saudável apenas partir. E seguindo essa linha, comecei a ficar menos preocupada, afinal, nada que está acontecendo aqui era problema meu. Longe disto.

     O sono começou a vir, já estava com os olhos fechando quando senti meu colchão se mexer. Havia algo debaixo da cama.

     A sensação de medo voltara com tudo.

     Não arrisquei perguntar quem era que estava ali. Continuei em silencio e peguei a faca em cima da cabeceira ao lado de minha cama, faca da qual Diana havia me entregado pouco tempo atrás. Sem movimentos bruscos, segurei firme o cabo e abaixei.

     Por sorte, não era nada que eu imaginava, mas sim, Meggie, a garota que me perseguia desde cedo.

     — Posso saber o que está fazendo aí embaixo, mocinha?

     Mas não houve uma resposta. Ela parecia assustada, surpresa por eu ter a descoberto. Meggie segurava um giz branco em sua mão esquerda, e bem debaixo dela, no chão, estava o desenho de um garotinho triste.

     — Então, você é a responsável por esses desenhos — afirmei.

     Meggie acenou com a cabeça.

     — Não veio falar comigo quando cheguei, mas foi a primeira a me ver, deitada naquela maca. Voce é muda?

      Meggie acenou com o cabeça, negando.

     — Olha, eu não estou com forças para conversar também. Então, por favor, se retire — ordenei a ela.

     — O garoto está triste — Disse ela pela primeira vez.

     — Garoto? Que garoto?

     — Este aqui — apontou para o desenho no chão.

     — Está em toda parte o seu desenho, ele deve estar bem triste mesmo. É seu amigo?

     — Não. É o seu.

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