Half a Pony
Half a Pony
Hoje é meu dia, meu grande dia, o dia que irei me apresentar a eles, o dia que vou mostrar a eles todo o meu trabalho.
Entro no palco, está tudo escuro, mas sei que eles estão me vendo, observando cada passo que eu dou, eu quero que me vejam, quero que vejam todo o meu esforço, a minha luta para chegar onde estou.
Ser bailarina não é fácil e eu não estou no meu bom estado MAS NAO LIGO!... Não ligo não. Eu serei a escolhida, a dançarina principal, aquela que todas invejam, serei eu a mais bela, a mais talentosa e esforçada.
Eu me reverencio, e olho pra eles, a luz vem em minha direção, o que não permite que eu veja seus rostos, com certeza para não matar a dançarina de ansiedade, haha, hah, esperto.
Eu começo a dançar, a musica percorre meu corpo, ressoando dentro da minha alma, o que me movimenta, me faz seguir o ritmo. Entende? Ninguém dança como eu, isso é talento! É a mais pura arte...
Danço, danço, giro, me equilibro. Meus pés doem, mas vale a pena! Serei rica, serei famosa! Olho de relance para eles, eles estão sorrindo, não estão?
Estou sozinha nessa sala escura, tudo está negro, não vejo nenhuma cor, apenas meu corpo refletindo a luz do holofote. Estou de preto também, para essa música melancólica resolvi colocar este vestido.
Tenho certeza que estou impressionando.
Eles continuam sorrindo, e começam a aplaudir, o que me desconcerta um pouco, sorrio e fico tão aliviada como nunca estive na vida.
Até um vulto passar pela minha frente. Um vulto branco, alegre, uma bailarina.
O que é isso...?
Ela dança, eles a aplaudem. Ela reverência, eles se levantam e consigo agora ver claramente o rosto dos juízes, fascinados pela dança dela.
A bailarina branca, que não combina nada com a música e dança desengonçada.
"Impossível!", Eu deixo escapar o pensamento, "Não!" Eu continuo minha dança, do jeito mais gracioso que consigo, relaxando meu corpo, me sentindo uma só com a música.... Por que eles nao entendem? Isso é lindo.
ISSO É ARTE!
Eu não posso, não posso deixar que ela roube meu lugar.
Retiro minhas luvas pretas e giro, giro, como uma bailarina de verdade faria, e enquanto isso, vejo ela girando, mas falhando no meio do processo, rio, ela perdeu!
Um dos juízes a acudiu, não posso acreditar...
A música bate forte em meu peito, suas batidas se tornam rápidas e imprecisas e eu caio, e eu falho. Meus olhos se enchem de lágrimas, não posso acreditar... Não posso...
Ela sorri, sorri como se multidões a aplaudissem, e eu choro.
A música bate bate bate. E eu grito, grito de ódio, raiva por ela, raiva por aqueles juízes não entenderem de arte COMO EU ENTENDO!
Eles não entende nada!
Mas... Mesmo assim... Meu mundo desmorona. E vejo cair o cenário.
Eu danço! Danço. Com toda minha força, com todo meu odio, deixando as batidas loucas e imprecisas de várias baterias me guiarem, eu vou ganhar, VOU!
Mas... Não. Ela toma minha frente, ela ganha...
ELA GANHA!
Pulo em cima dela, seguro seus cabelos, PUXO SUA CABEÇA E A AMASSO NO CHÃO COM TODA MINHA FORÇA.
"AAAAAAAAHHH!" Eu grito.
Ela... Não reage... Ela olha para mim e sorri! Vou matá-la! "VOCÊ TEM QUE MORRER"
SOCO, chutes, chutes arranhões, seguro sua cabeça e BATO ela no chão, jogo ela contra a mesa dos jurados.
Ela ri.
Ela quer isso.
Quer que eu mate ela.
ELA VAI TER ISSO!
VAI... Vai... Seguro seu rosto e jogo sua cabeça com toda força, tirando lascas de madeira da mesa, fazendo sua testa virar um emaranhado de sangue e cabelo.
Ela sofre... Mas sorri...
E os juízes APLAUDEM E EU ODEIO ISSO! Bato, bato a cabeça dela na mesa até que a mesa QUEBRA..!
Parte-se ao meio.
E ela.... Ela está morta.
E os juízes me abraçam. Eu venci... Venci! A vitória é minha!
Olho para o corpo da minha rival... E ela esta limpa, sem sangue algum.
Mas eu não ligo, um dos juízes me pega no colo e me sinto segura pela primeira vez em muito tempo, ele me apalpa, mas não ligo, eu venci...
Eu dou adeus a ela. E ela dá adeus a mim, sorrindo como sempre.
E desaparece.
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