Au Revoir
Eu estava no cemitério, um campo lindo e verdejante, bonito de se ver. As covas, todas abertas, pareciam reluzir com a luz do sol. Em minhas mãos, sangue dos demônios.
Carregava-os por aí, pelo campo. Cada cova era feita para cada um deles. Seus corpos tinham o rosto desfigurado, e todos eram assexuados. Os meus demônios não sorriam, mas eu sim.
Era tamanha alegria, eu apenas cantava enquanto colocava cada corpo em sua cova. Estava finalmente me livrando deles, dos demônios que carreguei comigo por todo esse caminho. Era o dia mais feliz da minha vida inteira!
Porém, não havia sido eu quem cavou os as covas. Era ele, tudo parte dele e para ele. Meu amado, que me acompanham de longe, evitando ser sujo pelo sangue dos demônios que matei. Ele estava certo. Nunca esteve errado.
Um por um, eu enterrava os corpos inexpressivos dos demônios. Que antes eram cheios de vida e de cor, agora não passava de um corpo cinza e pesado que deveria carregar. Eu era melhor sem eles, eles eram meus demônios! Ele, meu amado, me convenceu disso.
Quando eu o olhava, meu coração batia mais forte. Quando chamava seu nome, a palavra adocicava minha boca com o prazer que sentia, só por saber que esse era seu nome. Ele me olhava com seus olhos negros profundos, e sorria com todos os dentes. Meu coração parecia que iria sair da garganta! Ai!
Ele veio até mim e me beijou, quando eu terminei de enterrar o último corpo. Eu estava suja de sangue, mas ele não se importou e me beijou mesmo assim. Aí meu Deus, eu iria suja-lo, sua linda roupa branca de príncipe iria ser suja por minha causa. Meu corpo feio não poderia aceitar que eu sujasse seu corpo imaculado.
Me afastei.
Pedi desculpas.
O céu escureceu.
Minha cabeça doeu, eu deveria pedir desculpas. Mais e mais eu implorei seu perdão, seu rosto estava impassível.
"Viva comigo... Morra comigo", Disse ele.
Me ajoelhei, e ele se aproximou novamente, segurou-me pelos cabelos e lançou-me longe.
A grama verde me segurou em seus braços e eu não entendia o porquê. Ele chegou, e seu rosto era do próprio Satã. Não era esse o Homem por quem me apaixonei.
Olhei em volta, procurando por ele. Procurando pelos lindos campos verdes uma única pista do meu amado.
"Onde ele está? O que você fez com ele?", Eu perguntei, em prantos.
Ele me olhou e sorriu com todos os dentes, como meu amado costuma fazer, mas agora seus dentes eram pontiagudos. Ahhhh!
Eu me afastei de Satã e tentei correr. Onde estava o demônio da minha proteção? Caí de joelhos quando a resolução veio à mim.
"Você destruiu todos eles, minha querida", ele sussurrou em meu ouvido. "Você só tem a mim, viva comigo... Morra comigo..."
Uma mulher com trajes vulgares apareceu, manchando os trajes do meu príncipe com seu batom. Satã transformou-se novamente em meu príncipe enquanto esta mulher lhe beijava.
Eu só tinha olhos para ele, como ele era lindo. Estava sempre certo. Nunca esteve errado.
A mulher desapareceu, e meu príncipe segurou minha mão. Meu coração bateu mais forte quando suas palavras atravessaram meus ouvidos. Eu estava encantada.
Ele me guiou até uma cova linda que havia cavado com suas próprias mãos de príncipe. Fechou meus olhos e me deitou nela, me cobrindo com suas roupas perfeitas e imaculadas.
Esse era o presente que ele havia me dado, e eu estava grata.
Adeus meus demônios, não preciso mais de vocês.
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