Por que está com medo?
Katsuki sentia o suor descer por suas mãos que tremiam levemente, em toda sua vida, essa era a coisa mais difícil que faria.
Olhou para o lado encontrou o olhar gentil de Izuku, que vontade de o socar até ele tirar esse olhar do rosto! Seu amigo era tão tóxico!!!
- Puta merda, que demora toda é essa, Katsuki?! - A fala de Mitsuki fez o Bakugou olhar para frente, o coração a mil, seus pais estavam do outro lado da mesa da sala de jantar em sua casa.
Havia dito que tinha algo importante para dizer a eles, mas, desde que se sentaram, não achava sua voz para dizer.
- Está tudo bem, Kaachan - Izuku sussurrou segurando a mão do amigo em conforto, Katsuki nunca admitiria que isso o relaxou.
- Otou-san... Oka-san... - Começou, mas travou novamente.
- Vixi, deve ser sério, você me chamando de mãe?!
- Mitsuki! Deixe Katsuki falar! - Masaru brigou com a esposa que fez bico, cruzando os braços.
- Eu... Eu estou namorando - Katsuki continuou, sem olhar para nenhum dos dois - Eu estou namorando... namorando um garoto.
O silencio na sala era perturbador, o som do arrastar de uma cadeira pareceu o som da morte para Katsuki e então passos saindo dali.
Seu estômago afundou, era isso, ele tinha decepcionados os pais, sempre foi o filho perfeito, sempre tentou o seu melhor e agora tinha os decepcionado.
O silencio prosseguiu todo o período, Katsuki não queria abrir os olhos e encarar a decepção dos pais, mesmo com Izuku ainda apertando sua mão em conforto.
Passos soaram de volta e então a cadeira desocupada tinha seu dono de volta.
- Bem, finalmente você é oficialmente parte da família, Izuku! - A fala de Masaru fez Katsuki erguer a cabeça confuso - Agora... Qual desses é mesmo?
O homem tinha trago uma caixa cheia de boches, colares, pulseiras e anéis das mais diversas bandeiras LGBT.
- Seu pai e eu compramos cada um desde a primeira vez que você falou que ia casar com Izuku quando vocês tinham três anos - Mitsuki explicou - Mas eu não sei porque demorou tanto pra se entender, pirralho de merda.
Katsuki sorriu.
- Vai se fuder! Eu quem decido quando vou falar essas porra ou não!!!
- Olha como fala comigo!!
- E-eu fico feliz de que apoiem Kaachan, mas não sou eu - Izuku murmurou fazendo os dois loiros se calarem, o garoto tinha pego uma pulseira nas cores da bandeira gay.
- Não? Então quem é louco o bastante para aturar Katsuki e a nossa família?! - Mitsuki indagou confusa.
- Isso não é da porra da sua conta! - Katsuki bufou enquanto deixava Izuku amarrar a pulseira em seu pulso.
- B-bem, eu só vim apoiar Kaachan porque ele pediu, mas eu já namoro tia, e-eu já o trouxe aqui algumas vezes.
- Eh? E quem é? - Masaru se interessou e Izuku sorriu pequeno antes de pegar o celular e mostrar o loiro com mecha escura.
- Esse é Kaminari Denki.
- O loiro simpático que não tem medo de Katsuki, pelo menos um dos dois sabe escolher nessa merda! - Mitsuki sorriu orgulhosa.
- B-bem, m-mais ele que me escolheu...
- Ei!!! O assunto sou eu, não o Carregador Portátil!!
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Katsuki estava bem, ele não precisava da aprovação de ninguém além dos pais, havia até ganho uma pulseira na cor da sua bandeira!! E ele tinha Kirishima... estava bem, não se importava com o que extras estúpidos falariam...
Então porque estava com tanto medo que notassem sua pulseira enquanto entrava na escola aquela manhã?!
Suas mãos suavam tanto que precisava usar um lencinho a cada dois passos para ter certeza que não explodiria, suas pernas pareciam gelatina e seu coração parecia estar competindo para uma maratona de tão rápido que estava.
Pra completar o estúpido do seu melhor amigo havia acordado gripado e não viria para a aula!!!
Olhou em volta, parecia que todos estavam o encarando, o julgando, dizendo que era errado ser como era, cada passo em direção a sala parecia um passo para a sua morte.
Por que caralhos estava tão nervoso?! Se alguém viesse falar merda era só explodir e pronto!!!
Sua respiração se tornou entre cortada ao virar o corredor para a sala, certo, era agora ou nunca, ele tinha alguns minutos antes do sinal bater, podia voltar pra casa...
- Ei! Bakubrô! - Braços rodearam seus ombros e Katsuki viu uma seda colorida que o fez franzir o cenho antes de se virar.
- Que porcaria toda é essa, Dentes de Tubarão?!
- Não é porcaria, sou eu! - Ejirou sorriu, ele havia trocado a gravata vermelha tradicional para uma nas cores da bandeira LGBT, usava uma bandeira pan como se fosse uma capa e várias pulseiras nas cores das bandeiras não binária e demissexual.
- Pra que tudo isso?!
- Sabe que dia é hoje?
- Terça-feira?!
- É o dia do orgulho, brô!
Então era disso que os filhos da puta viraram a madrugada falando?
- Kirishima, Bakugou, vão ficar atrapalhando a passagem ou vão entrar? - Aizawa, com uma presilha nas cores da bandeira bissexual prendendo sua franja, estava atrás dos dois alunos que se assustaram antes de correrem para a sala.
Katsuki suspirou ao sentar, ele tinha mesmo cogitado fugir? Bem, ainda bem que seu namorado era um sem noção espalhafatoso!
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