THIRTEEN • HOPE DOROTHEA-YGRITTE HOLLAND
rpg by -_Shiray_-
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◆ † ◆
" ...Mulheres não são confiáveis.
Elas são mentirosas, gananciosas e vão fazer o possível para sugar tudo o que você tem.
Elas são impacientes, e querem que tudo esteja em seus trinques quando forem roubar a atenção do seu show. Elas são interesseiras, e vão extorquir todos os seus recursos.
Com essa mulher não é diferente.
A única diferença é que ela é fria, embora seu corpo seja extremamente quente; é cruel e áspera, enquanto os lábios são convidativos e macios. Ela é uma tentação por si só, mesmo que ela seja a pura encarnação do perigo.
Ela não é só uma bela apostadora.
Ela é uma mulher perigosa e que não tem medo de cometer um crime.
Ela também tem os seus contatos, e parece ter magicamente tudo o que todo mundo precisa.
Ela é... "
◆ † ◆
─ Desculpem-me, policiais, estavam falando de mim? ─ As fardas militares enrugaram-se nos próprios corpos, consequências menores do movimento súbito e simultâneo dos três oficiais ao virarem-se para observá-la. O cabelo da mulher morena estava perfeitamente arrumado numa onda esvoaçada de brilho refletido pela luz amarelada da sala de interrogatório. Sua expressão era de indiferença desprezível. A mulher parecia ter saído de um filme vintage dos anos '80 deixando pender o cigarro entre os lábios. ─ Se têm algo para falar, dirijam-se diretamente a mim.
─ Não era da sua conta. ─ O mais alto entre eles, de olhos tão escuros quanto o tom das suas mechas de cabelo, pronunciou antes de se sentar na cadeira à frente dela. ─ Eu entendo que você seja uma mulher super ocupada, Hope--
─ Dorothea ─ interrompeu-os de modo imediato ─, ou Srta. Holland para você.
─ Holland é o sobrenome do seu marido, estou errado? ─ O garoto magrelo e jovem indagou, sentando-se ao lado do outro. Seus olhos azuis estavam semicerrados numa linha duvidosa.
─ Era. ─ Deixou um sorriso aparecer nos lábios, mesmo que estivessem segurando delicadamente o cigarro de cereja e nicotina. Aparentemente, era o único sabor disponível que tinham para as moças ali. As próximas palavras saíram parecidas com um rosnado:
─ O mesmo marido da qual você é acusada de assassinato.
─ Independentemente ─ o mais velho se pronunciou, colocando uma mão repreensiva na direção do garoto amarelado e magrelo ─, nós sabemos que você tem coisas melhores para fazer, e nós também. ─ O homem aproximou sua mão da mesa de madeira que os dividia, a ponta dos dedos contra o material rústico e antigo, provavelmente uma das primeiras peças a chegar na delegacia. ─ Então, o que acha de acelerarmos e acabarmos logo com tudo isso?
─ Por mim tudo bem. ─ A morena deitou as costas na cadeira em que se mantinha, as pernas expostas pelo pequeno vestido preto que vestia cruzando-se (a esquerda sobre a direita) enquanto inclinava a cabeça casualmente para um lado. ─ Mas veja que se os seus capangas concordam. ─ Aproximando-se novamente, deixou os cotovelos e o busto encostarem-se sobre a mesa enquanto um sorriso gigante aparecia nos seus lábios, agora livres do cigarro que estava entre os dedos da mão destra. ─ Porque eles não param de me encarar como se eu fosse a única e mais bonita mulher que eles já viram na vida. E eu sei que sou.
O policial deixou um sorriso aparecer no canto dos lábios, enquanto o magricelo e o baixinho encararam-na com os rostos vermelhos e irritados, frustrando-se com o instintivo processo de desviar o olhar. Ela não estava errada. O Oficial Miles deixou escapar uma risada.
─ Pode deixar, vamos começar.
◆ † ◆
𝕳𝖔𝖕𝖊 𝕯𝖔𝖗𝖔𝖙𝖍𝖊𝖆-𝖄𝖌𝖗𝖎𝖙𝖙𝖊 𝕳𝖔𝖑𝖑𝖆𝖓𝖉
☪ 33𝖞 ☪ 𝕭𝖎𝖘𝖘𝖊𝖝𝖚𝖆𝖑 ☪ 𝕱𝖊𝖒𝖎𝖓𝖎𝖓𝖔.
◆ † ◆
─ Tem algum apelido?
─ Eu tenho vários. Imminent é um deles.
─ Suas gangues conhecem-na como Faith.
─ Eu não tenho gangues. ─ Tirou o cigarro da boca e dissipou a fumaça branca no ar, deixando o seu rosto oculto por alguns momentos. ─ Você está tão desesperado assim para conseguir um caso, Senhor Oficial--
─ Eu só estou dizendo a verda--
─ Calado. ─ Novamente, o Oficial Miles o calou. ─ Deixe-a falar. Dorothea assentiu positivamente para a censura do policial.
─ Eu odeio que me chamem pelo primeiro nome, mas vocês já devem saber disso. ─ Bateu o cigarro contra o cinzeiro parcialmente cheio no meio da mesa. Duas gentis e rápidas batidas, como sempre fazia com sua fonte temporária atual de nicotina. ─ Eu normalmente sou designada como Dorothea, ou Srta. Holland. Porém, os íntimos me conhecem como Black. E os meus namorados me chamam de Cherry, mas eu não sei por quê.
Havia um dos policiais que estava anotando tudo numa pequena pilha de folhas que logo seriam guardadas numa pasta amarela. Ele era o mais silencioso entre o grupo, e apenas via o que precisava ser preenchido e escrevia as devidas respostas.
─ Personalidade?
─ Personalidade? ─ Dorothea repetiu a palavra em contenção própria, encostando os ombros na cadeira rústica na qual se sentava. ─ Vão mesmo me pedir para definir a minha própria personalidade?
─ É para o relatório, Senhorita, então... ─ Miles deu de ombros, como se não tivesse muito o que fazer a respeito; era verdade. ─ Por favor.
Imminent deixou uma risada anasalada debochar das palavras do Oficial, seus olhos atraentes percorrendo a sala casualmente num instante. Suas mãos foram aos próprios quadris, procurando algo na sua bolsa ─ era da marca mais famosa da época, as iniciais estavam estampadas no couro animal e prensadas com um item valioso de uma jóia impressionante. Aquilo tinha custado muito dinheiro, evidentemente.
─ Bom, se querem saber como eu sou, nada melhor do que a opinião do povo. ─ Suas mãos desdobraram o papel que estava na sua bolsa, um artigo do jornal exclusivo da cidade, coisa que surpreendentemente ainda era feito na região porque, aparentemente, continuava gerando dinheiro. Os dedos tocaram sobre o papel impresso de dias atrás, percorrendo as linhas na fonte new york times que estampavam a manchete do jornal: ─ "Ouçam, ouçam! Ex-namorada do Prefeito Godfrey¹ continua sendo famosa depois do término." ─ Pausou para respirar. ─ "As pessoas da nossa pequena cidade ainda consideram a Srta. Dorothea Holland como um ícone da civilização moderna de estética vintage, sendo famosa por seu estilo de moda requintada e a personalidade encantadora." ─ Um dos policiais soltou uma risadinha após ouvir isso, mas os olhos de Holland calaram-no rapidinho. ─ " 'Eu já a conheci pessoalmente', uma das mulheres que estavam presentes na última celebração do casal políitico confirmou. 'Dorothea é uma mulher amável e muito gentil. Seu senso de humor é tão brilhantes quanto os raios de sol do dia, e seu juízo é inigualável!"
─ Coloque aí: boa manipuladora e de boa lábia. ─ Miles sussurrou para o homem da escrita. Dorothea deixou o jornal deitar-se na mesa.
─ Vocês não estavam prestando atenção na história?
─ Estávamos, e muito do que está escrito aí parece mentira. ─ O homem novamente retrucou, seus olhos escuros tinham quase a mesma cor que os dela, dava para perceber.
─ Oh, senhor policial, eu sou direta com o que quero e nessescito; não pense que isso é pessoal com vocês. Àqueles que são dignos da minha alegria, compartilhá-lo-ei sem questionar.
─ Coloque 'mentirosa inconsequente' no documento também. ─ O magrelo resmungou, as unhas batendo impaciente e irritadamente contra a madeira envelhecida da mesa de interrogação.
─ Ora, não conseguem deixar o relatório de forma mais amável? Precisam fazer as pessoas se apaixonarem por mim.
─ Você não consegue fazer isso por si mesma, Srta. Holland? ─ Miles arrancou um sorriso do rosto da morena, o qual ele fez questão de retribuir. Estavam se dando bem?
─ Desta vez, você me pegou, senhor Oficial. Pois bem. ─ Voltou seu olhar sério ao homem dos documentos, seus dedos entrelaçados nos próprios enquanto discursava. De certa forma, ela se parecia com o prefeito: ─ Que tal isso? 'Hope é uma mulher inevitavelmente encantadora. Talvez um pouco manipuladora, mas inteligente o suficiente para deixar-te consciente disto e dar-lhe a opção de escapar dessa. Seu charme é incontrolável, enquanto a lábia é acompanha de um rosto e corpo tão atraentes quanto as palavras de uma boa vendedora. É narcisista, admite-se isso, e mantém seu status de arrogância num nível levemente acima do comum; pode não ser modesta, mas garante todas as qualidades e habilidades que demonstra e expõe. Dorothea é uma mulher intelectual e de classe alta, ganhou por merecer o seu lugar e veio de uma família muito pobre, então sabe valorizar o que tem. Ela sabe como não subestimar e nem superestimar o seu alvo, e garante uma estratégia a qual sabe que irá vencer. É uma mulher do povo, mesmo estando numa posição superior. Está lá para todos, com todos os tipos de ofertas; uma negociadora nata. Oh, e, também, ela é uma péssima mentirosa.' ─ Os três policiais encaram-na. Dorothea deu uma risadinha. ─ O que foi? 'Só estou brincando, ela é boa nisso também.' Está bom para uma descrição psicológica, senhores policiais? ─ Era provável que fossem ignorar três quartos do que ela dissera, mas era tudo o que tinham.
─ Hm, vamos para a próxima pergunta.
◆ † ◆
─ Além da ótima lábia e grande poder de manipulação, é reconhecido que você tenha um conhecimento geral sobre armas, Dorothea?
─ Ah, sim. Papai me deixava brincar com a escopeta desde criança.
─ Brincar?! ─ O policial magrelo falou, mas não se atreveu a ter a oportunidade de ser novamente repreendido pelo Oficial Miles.
─ Sabe alguma luta marcial, Srta.? Kung Fu, Muay Thai, Tae Kwon Do, algo do tipo? — A mulher balançou negativamente com a cabeça.
— Apenas sei defesa pessoal. — Os policiais assentiram e pareciam satisfeitos com a resposta, escrevendo os detalhes. — Ah, ei... — Um sorriso travesso apareceu nos seus lábios. — Eu também tenho uma ótima habilidade de trapacear. Em jogos de carta, é claro.
— Não era você que queria abrir um cassino, Srta.?
— Sim, sou eu mesma. E qual o problema disso? Seria apenas melhor para os negócios.
Uma risada doce ecoou pela sala. Depois de se olharem os policiais passaram a ignorá-la.
— Próximo tópico.
◆ † ◆
Um suspiro pesado escapou dos seus lábios. Sua voz pareceu se tornar mais fanha, e a expressão no seu rosto mudou totalmente para um sentimento próximo ao aborrecimento. Tocaram numa ferida, talvez?
— O que precisam saber do meu passado? Minha história é relevante para o que viemos fazer aqui.
— Você não tem escolha, Srta. Holland. Parece estar machucada ao mencionar seu passado. Por que não começa com a sua infância.
As unhas dela arranharam a madeira sobre a qual as mãos repousavam. Malditos. Mesmo que estivessem perguntando, já sabiam de tudo.
— Papai batia na mamãe. Mamãe nunca foi um exemplo para mim, me formei atrasada. Casei, tive minha querida filha. Meu marido morreu, e agora estou curtindo a vida pela cidade. O que mais quer saber?
— Você nasceu aqui?
— Sim, nunca saí desta pequena vila. — Seus olhos culpados desviaram o olhar, enquanto as mãos timidamente pegaram uma mecha de cabelo e colocaram-na atrás da orelha: haviam pegado-a no flagra. — Pelo menos, não para me mudei para fora daqui.
— Dizem que você tem uma vida no contrabando também, Srta. Dorothea — pronunciou-se o magrelo, levantando-se e lentamente andando na direção da mulher. — Começou inofensivamente com marijuana, ou prescrições falsas. — O corpo dele se inclinou, olhos fixos nos da outra que não se restringiu a abaixar a cabeça; encarava-o da mesma maneira. — Mas você tem um apreço a fazer remédios ilegais, não é mesmo?
— Eu não sei do que você está falando.
— Tráfico de armamentos, isso também não é nenhuma novidade nas suas acusações. Isso tudo começou depois de você se casar com Willian Holland, certo?
— Isso é extraoficial, senhores. — A mulher não pôde evitar de gargalhar com o que estava ouvindo. — Além do mais, vocês já não são grandinhos demais para acreditar em fofocas?
◆ † ◆
— Curiosidades? O que precisam saber sobre mim? — O policial deu de ombros. — Céus, vocês realmente são malucos. Vejamos... Apaixonada por vinho, carros, jogos de apostas, dinheiro e... estou solteira — exibiu um sorriso para o Oficial mais velho. — Se quiser capturar o coração dessa dama atraente na sua frente, tente levá-la a um restaurante italiano bem caro. — Deu uma piscadela para o mesmo, que pareceu apenas rir.
— Veremos.
◆ † ◆
— Tem algum medo, fobia ou fraqueza?
— É claro que não. Próxima pergunta.
— Dorothea...
— Agh, tudo bem — teve de desviar O olhar para não bater nos entrevistadores. — Autophobia, e também tenho medo de perder a minha preciosa filha. Ah — ela sorriu —, coloque novinophobia nesta lista.
— ...Alguma fraqueza?
— Física, eu acho? Não sou tão forte assim.
Alguns muitos minutos depois, o silêncio se quebrou. Os policiais se levantaram das três cadeiras em que respectivamente estavam e alertaram a mulher que tinha o rosto escondido entre os braços, enquanto os deitava na mesa. Seus fios rebeldes se mostraram vivos ao erguer a cabeça, e os seus olhos ganharam um brilho incomum que mostravam esperança daquilo ter realmente acabado.
— Bom, Srta. Holland — as mãos se posicionaram nos cantos da mesa, aguardando as palavras que estavam por vir —, por enquanto, é só. Está dispensada por hoje. Desculpe o incômodo.
— Finalmente! — Ela soltou um suspiro aliviado, apagando o segundo cigarro da rodada e levantando-se em alguns segundos devagares para arrumar as fendas do vestido. — Não há de quê. Passar bem, senhores policiais.
— Obrigado pelo seu tempo.
— É claro.
A figura saiu elegantemente pela sala, passando a ser o foco da delegacia por alguns pequenos momentos. Não eram todos que conheciam-na como a figura farsante que ela era. O tecido do vestido parecia brilhar tanto quanto os seus lábios, quanto os seus olhos perfurantes.
Seu destino era onde o local que tinham descoberto. Talvez tivesse negócios na floresta, ou talvez fosse pura curiosidade... Não importava. Eles não tinham evidências para prendê-la, e, até agora, tudo o que ela fazia ou não era apenas fofoca.
Havia um ditado que era bem similar à existência dela:
" Conhecida por muitos,
amada por todos. "
◆ † ◆
APARÊNCIA
random fanart
"Você tem medo de apostar comigo?"
foi a aparência que me inspirou a fazer tudo isso kskssk. Sei que não tá tão legal quanto eu comentei, mas é isso, eu tentei.
Se a ficha estiver meio merda e confusa de entender a personagem, me pede que eu faço ela normalmente no comentário do rpg.
1 - se tiver problema em colocar um nome para o prefeito da cidade ou algo que eu tenha colocado na ficha e tenha ficado errado, me avisa e eu arrumo, espero que goste :)
☪ EXTRA ☪
THEME SONGS:
LBD - Becky G
My Oh My - Camilla Cabello
SuperFly - Afta Hill
☪
✧✦
PALAVRAS-CHAVES
tráfico; apostas; namorados; cherry; cidade; cigarros de cereja; nicotina; vício; vinho; problemas; profissão; armas; pílulas e pôquer.
✦ NOTA: todos os
personagens neste
livro são meus e
estão livres para
interação ou para
rpg! Ficou interes-
sado na história?
quer saber algo a
mais? me avisa!
vai ser uma honra
fazer/falar sobre
esse personagem. ✦
✧ vamos interagir! o que acha? ✦
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