XIII
"Oh can't you see
You belong to me
How my poor heart aches
With every step you take
Every move you make
Every vow you break
Every smile you fake
Every claim you stake
I'll be watching you".
-Every Breath You Take, The Police.
Ainda 70 dias antes...
15:35 pm.
O capitão do departamento saiu de seu escritório e bateu a porta com força, indo a passos duros em direção à mesa de um dos detetives, que pesquisava alguma coisa em seu computador. Ele bateu a palma da mão na mesa com força, fazendo o detetive o olhar.
-Me diga que Astrid Hofferson não está trancada em uma das celas por algo que você não tem prova alguma. - O capitão disse com os dentes cerrados.
-Chefe... - Drago começou, mas o chefe o interrompeu.
-O Prefeito acabou de me ligar, dizendo que a namorada do afilhado dele estava detida na minha delegacia sem um mandato de prisão. - O capitão esfregou as têmporas antes de continuar. - Você vai solta-la agora. - Ele ordenou.
-Mas, chefe, eu ainda não confimei o álibi dela...
-Não me intrressa! - Ele gritou, chamando a atenção dos outros policiais. - Se Astrid Hofferson não estiver fora dessa delegacia em cinco minutos, você vai estar.
O chefe se virou e foi embora, deixando o detetive sozinho. Drago grunhiu antes de se levantar.
15:40 pm.
-Nós sentimos muito pelo mal entendido, senhorita Hofferson. - O capitão se desculpou. Astrid cruzou os braços em frente ao peito.
-Isso não basta, Capitão. Quero a garantia de que nenhum dos seus homens vai voltar a me incomodar por causa desse gangster. Nunca. - Ela exigiu. O Capitão assentiu depressa.
-Claro, não se preocupe com isso.
Astrid o olhou por mais alguns momentos antes de assentir.
-Muito bem, o meu advogado vai cuidar dos papéis necessários.
Ela fuzilou Drago uma última vez antes de sair da delegacia. Astrid soltou a respiração assim que fechou a porta de sua Lexus.
Ótimo, estamos livres, não vão nos incomodar mais.
'Isso não significa que vão parar as investigações contra o Fúria da Noite.'
Isso não é mais problema nosso.
A voz riu.
'Ah, criança, você é tão burra. O Fúria da Noite sempre vai ser o nosso problema, até que ele morra ou até que as mãos dele apertem o seu pescoço e tirem todo o ar dos seus pulmões.'
Astrid estremeceu com o pensamento e finalmente ligou o carro e voltou para a casa.
69 dias antes...
Berk, 08:50 am.
Astrid suspirou, se preparando para a próxima aula e se perguntando se era muito tarde para sair correndo e se jogar da ponte, tudo para não ter que enfrentar a maldita aula de artes.
-Astrid? - Ela saltou de susto e se virou para o lado, para se encontrar com um belo rapaz de cabelos e olhos castanhos.
Ela sorriu para ele, esperando que ele dissesse alguma coisa, mas ele não disse. Ele estava nervoso, as palavras não saíam de sua boca e ele suava frio. Astrid esperou por mais alguns segundos.
'Ok, isso está ficando esquisito.'
-Eu posso te ajudar em alguma coisa? - Ela perguntou, tirando o rapaz de seu estado de transe.
- Eu... - Ele limpou a garganta. - Eu estava pensando... - Ele limpou a garganta mais uma vez. - Eu estava pensando se você estaria livre essa noite? - Ele perguntou sem olhar nos olhos dela e Astrid não pôde deixar de achar o nervosismo do rapaz fofo.
-Claro. - Ela respondeu e ele a olhou em choque, como se não esperasse por uma resposta positiva.
Ela escreveu um endereço em um pedaço de papel e entregou ao rapaz.
-Te vejo às oito no meu apartamento. - Ela piscou para ele com um dos olhos e saiu pelo corredor, deixando o rapaz estático para trás.
10:35 am.
-Você está me dizendo que vai sair com um cara que você sequer sabe o nome? - Cabeça-Quente perguntou com uma sobrancelha erguida enquanto ela e Astrid estavam na cafeteria.
Astrid deu de ombros.
-Sim.
Cabeça-Quente franziu a testa.
-Por que?
Astrid suspirou.
-Porque eu estou entediada, Cabeça-Quente, o Haddock não é tão divertido quanto parece.
Cabeça-Quente apenas suspirou e as duas ficaram em silêncio, com a Thorston apenas brincando com as frutas em seu prato.
Astrid suspirou.
-Você pode pelo menos tentar superar o que aconteceu?
Cabeça-Quente a olhou incrédula.
-Astrid, o cara que eu amava foi sequestrado, morto e mutilado por um gangster psicopata há três dias, você não pode esperar que eu supere isso logo. - Ela disse com os olhos cheios de lágrimas e Astrid percebeu que havia cometido um erro.
-Tudo bem, eu entendo, me desculpe. - Ela se desculpou e Cabeça-Quente deu um sorriso fraco, como se dissesse que estava tudo bem. Astrid suspirou antes de deixar o assunto de lado.
15:35 pm.
Soluço passou uma das mãos pelos cabelos e suspirou.
Ele havia conseguido tirar Astrid da cadeia no dia anterior e não deixar que aquilo se tornasse um escândalo, mas ele não podia deixar de se perguntar quanto tempo levaria até que ele precisasse livrar a loira de mais alguma confusão que ela se metera por culpa dele.
A polícia não pararia as investigações, apenas fariam tudo "por baixo dos panos" e ele sabia que não demoraria até que seus incontáveis inimigos soubessem da existência da loira em sua vida e fossem atrás dela para atingi-lo. A questão era: como impedir que chegassem até ela?
Está na hora, ele pensou, na hora de acabar com o que nunca deveria ter começado. Eu nunca deveria ter me envolvido com ela, eu deveria tê-la matado naquela maldita ponte.
Ele suspirou outra vez, finalmente tomando sua decisão: naquela noite, tudo entre ele e a Barbie acabaria.
19:55 pm.
Astrid terminava de colocar os últimos detalhes de sua roupa daquela noite quanto ouviu passos em seu quarto. Revirando os olhos por já saber quem a estava visitando, ela saiu da suíte, se encontrando com o gangster que ela tanto amava odiar.
O gangster franziu a testa ao olhá-la da cabeça aos pés.
-Aonde vai?
A loira deu de ombros.
-Sair. - Ela respondeu vagamente.
-Vai distrair sua melhor amiga? - Ele perguntou com um sorriso presunçoso nos lábios, mas seu sorriso logo sumiu quando ela lhe respondeu:
-Não, vou sair com um cara do colégio.
Ele cerrou os punhos com a raiva instantânea que o invadiu, mas ele se controlou... Por enquanto.
-Quem?
Ela deu de ombros outra vez.
-Um cara que conheci hoje no corredor.
-Aonde ele vai te levar? - Para que eu possa invadir e explodir o lugar. Ele pensou.
-Eu não faço ideia. - Ela respondeu. Os dois escutaram a campainha no andar de baixo e Astrid deu um passo para sair do quarto, mas o gangster a pegou pelo braço, a fazendo encara-lo.
-Eu estou falando sério. - Ele disse entre dentes, a raiva louca para consumi-lo de uma vez.
-Eu também. - A campainha tocou outra vez e Soluço a olhou nos olhos, vendo que ela não mentia para ele.
-Não me faça te seguir, princesa, você não vai gostar de como as coisas vão acabar. - Ele avisou. Ela apenas riu, não o levando a sério e se desvencilhou dele, saindo do quarto e deixando o jovem gangster sozinho, jurando que explodiria a porra da cidade inteira se fosse preciso.
21:15 pm.
Astrid tentava não bocejar com o filme tedioso que seu parceiro havia escolhido.
Era alguma coisa sobre uma garota com câncer que se apaixonava por um Bad boy, mas Astrid não dava muita atenção, ela nunca gostou desses romances açucarados, ela sempre preferiu filmes de fantasia, eles sempre possuem um roteiro melhor.
Ela aguentou mais algumas cenas que deveriam ser dramáticas até que seu acompanhante se inclinasse para tentar beijá-la. Astrid fechou os olhos, apenas esperando pelo contato - que ela não estava muito ansiosa para fazer.
Ela pôde ouvir gritos ao longe, mas ela os afastou de sua mente. Ela ouviu as portas se abrirem e o cheiro de perfume masculino, sangue e pólvora encheu o lugar, embriagando sua mente, impedindo que pensasse direito.
Uma mão macia tocou seu rosto e ela sorriu ao imaginar o toque do gangster que não saía de sua cabeça desde aquela maldita noite na ponte.
Os lábios dele tocaram os dela e Astrid saiu de seu estado hipnótico, finalmente se dando conta do que estava acontecendo.
-Boa noite, senhoras e senhores, - a voz do gangster encheu o lugar e Astrid empurrou seu acompanhante, olhando para todos os lados, vendo todas as saídas bloqueadas por capangas mascarados - eu sinto muito por interromper a amável noite de vocês. Eu não vou matar todos vocês essa noite, - ele olhou para loira - eu vim aqui por algo muito especial que foi brutalmente tirado de mim. - Ele disse com os dentes cerrados e ela quase podia sentir o ódio que emanava dele.
Uma bomba explodiu no meio da sala e fumaça encheu o lugar. Logo Astrid se sentiu tonta e desmaiou.
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