Pensamentos
A semana passou bem rápida, sendo bem frustrante. Kirishima alternava entre pensamentos positivos e negativos muito rápido, sempre tentando manter as paranoias longe, mas sentindo a ansiedade lhe corroer com o passar dos dias. Logo o mês iria acabar e, com ele, a aposta também.
Estava confuso e preocupado, buscando se distrair com qualquer coisa conforme os pensamentos apareciam.
Não ia acontecer nada, era isso que queria pensar, mas só de olhar para Bakugou agindo tão calmo lhe fazia suspeitar bastante.
Sabia que Katsuki tinha dificuldade para expressar seus sentimentos, mas poxa, um eu te amo não seria ruim, sabe? E se o loiro de fato fosse hétero esse tempo inteiro?
Era angustiante só pensar nesta possibilidade.
***
Bakugou, por outro lado, tentou agir de forma mais carinhosa com Kirishima, mas este sempre ficava muito ansioso perto de si, fazendo com que se perdesse em preocupação ao tentar realizar qualquer ato.
Durante os horários que se encontravam, ocorreram mais incidentes envolvendo a ejaculação precoce, onde Kirishima sempre se desculpava umas mil vezes antes de tentarem novamente. Nem irritado Katsuki ficava mais. Estava apenas se remoendo de preocupação, mas não tendo coragem o suficiente para ser tão afetivo com o ruivo ansioso daquele jeito.
Tentou uma vez e Kirishima deu uma desculpa qualquer, se afastando e voltando ao seu próprio dormitório.
Porra, o que se passava na cabeça daquele cabelo de merda? Por que diabos estava tão temeroso e tenso?
A cada dia que passava daquela semana, lembrava das palavras de Hayato dizendo sobre a baixa autoestima de seu filho e como deveria ter coragem o suficiente para admitir logo sua paixão ao ruivo.
É claro que pretendia fazer isso, só não estava tão pronto assim... Ainda tinha vergonha de mostrar-se apaixonado.
E a foto. Olhava para aquela merda de foto todos dias antes de dormir, a guardando sempre que Kirishima vinha para o boquete diário.
Ah, verdade. O boquete diário acabaria logo também... Por que parecia ter algo de estranho nisso?
***
Com a semana passando rápido dessa forma, o sábado chegou depressa, sendo ele o último dia do mês.
Bakugou mantinha o fato daquilo estar acabando em mente, estando bem tranquilo quanto a isto, pois aquele desafio todo não era lá grande coisa para o relacionamento atual deles. Imaginava que Kirishima pensasse o mesmo.
O dia passou rápido e logo a noite havia chegado. Seria uma noite como todas as outras se uma certa alienígena rosa idiota não tivesse batido na porta de Bakugou.
— Ei, Biribinha! — gritou enquanto batia na porta impaciente.
— O que foi, alien de merda? — rosnou abrindo a porta irritadiço.
— Olha, eu sei que é difícil pra você expressar seus sentimentos e tal — começou a falar eufórica — Mas meu Kiribaby não merece esse tratamento!
Cacete, era a segunda vez que recebia esse tipo de sermão. Por mais que estivessem certos, estava se esforçando para tratá-lo gentilmente e carinhosamente.
— Tsc. É só isso? — tentou ser frio para não ouvir um falatório. Ele sabia muito bem que estava errado, não precisava de mais gente lhe enchendo o saco.
— Não. — Ela negou parecendo estar realmente séria — Eu sei sobre a aposta de vocês.
— Como você-
— O Kiribaby me contou — interrompeu-o arrancando uma expressão irritada dele — Não se preocupe, ele não falou que era com você, eu só liguei os pontos.
— Por que caralhos ele contou isso?
— Ele tá nervoso, Biribinha — afirmou, deixando a preocupação evidente em sua feição.
— Com o que esse idiota tá nervoso?
— Com essa aposta — respondeu simples — Hoje é o último dia e ele tem medo de que o namoro de vocês também acabe.
Ah, agora fazia sentido. Mas por que caralhos aquele idiota não conversou com si então? Por que ele teve medo? Por que ele achava que o namoro deles acabaria por conta de uma aposta idiota?
— Você sabe, ele não gosta de preocupar as pessoas então não te disse nada — a rosada disse como se tivesse lido sua mente — Agora vê se para de ser cu doce e vai tranquilizar teu boy! — ela mandou.
Quem caralhos era ela para estar lhe dando ordens? Mas isso realmente importava no momento? Tinha que explicar o mal entendido ao Kirishima.
Xingou brevemente Ashido pela audácia que teve e levou seu olhar àquela foto que guardara, indo pegá-la e voltando para a porta, encarando a rosada.
— Tá sorrindo por quê? — rosnou, vendo seus lábios formarem um sorriso convencido.
— Você mudou, Biribinha — riu do loiro — o Kiri é realmente alguém importante para você, não?
— Calada, fujoshi. — bufou, saindo para fora do quarto e rumando ao de Kirishima com a foto em mãos.
— E essa foto? — ignorou a fala anterior do loiro, vendo a pequena foto de um garoto de madeixas negras em suas mãos.
— Não te interessa, agora vaza! — gritou com a garota por prestar tanta atenção em detalhes desnecessários.
— Se possível, não usem camisinha. Eu quero ser titia — brincou, recebendo um dedo do meio do rapaz explosivo que bateu na porta do ruivo enquanto a mandava ir embora.
***
Depois de ter tido aquela breve conversa com Mina, desabafando um pouco e usando aquela velha história do "amigo do seu amigo" para contar a sua própria, Kirishima voltou ao seu dormitório, tomando um breve banho, vestindo suas roupas e deitando na cama, tentando relaxar para ao menos diminuir um pouco a ansiedade.
Foi um desastre a semana inteira e temia que Bakugou estivesse começando a odiar-lo por isto. Talvez devesse ao menos ouvir o conselho da rosada e tentar conversar com o loiro sobre aquilo que lhe atormentava...
Seus pensamentos foram dissipados quando ouviu a voz do loiro lhe chamando.
Se apressou, abrindo a porta e vendo um Katsuki com uma aura levemente assustadora enquanto em suas mãos possuía uma foto.
— E-eu tô atrasado? — perguntou meio intimidado, pensando que aquele seria o único bom motivo para levar o loiro ao seu quarto. Todavia, jurava que ainda faltava meia hora.
Bakugou nem sequer respondeu. Adentrou o recinto, fechando e trancando a porta e virando rapidamente para Kirishima, se aproximando e tomando seus lábios em um ósculo intenso e, por mais estranha que fosse a situação, necessitado. Kirishima nem sequer resistiu, deixando seus lábios serem dominados por aquela língua habilidosa conforme era empurrado para a cama.
Ao encostar na cama, sentou-se sobre ela e começou a sentir o corpo loiro inclinar-se sobre o seu, cedendo e deitando sob a superfície macia ainda estando confuso com todo aquele ato repentino. Em dado momento, o ar se fez necessário e descolaram suas bocas.
— O que é isso, Suki? — perguntou extremamente confuso.
— É... — "É o que eu sinto, caralho" era o que gostaria de dizer, mas não conseguiu — Ah, vamos conversar, cabelo de merda.
— Sobre?
— Você. — afirmou, mostrando a foto que ainda estava em sua mão, vendo os olhos de Eijirou arregalaram em surpresa.
— Por que tem essa foto...?
— Tsc. não importa. — bufou. Não dava para explicar aquilo agora — O que importa é que você tá fodidamente lindo nela.
— Seja sincero, Suki — riu envergonhado. Não conseguia acreditar que de fato estivesse bonito em tal foto.
— Eu tô sendo porra — rosnou — e não é só nela, você é lindo pra cacete de qualquer jeito, perfeito pra porra, um gostoso do caralho!
— Suki, por que tá dizendo isso do nada? Eu não gosto de mentiras, por mais gentis que sejam... — o ruivo não aguentava elogios sobre sua aparência. Nunca se achava lindo de verdade e alguém dizer que ele era lhe parecia tão mentiroso...
— Eu não tô mentindo. — disse entredentes — E quero te mostrar isso.
— Hã? Como? — estava descrente e curioso.
Bakugou colocou a foto na estante ao lado da cama e sorriu de canto, um sorriso recheado de malícia conforme sua mente lhe trazia certa nostalgia sobre a frase que diria agora, a frase que deu início a tudo aquilo.
— Bota o pau pra fora.
[...]
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Próximo capítulo vai ter Lemon meio “diferente” (minha tentativa de praise kink k)
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