Encontro
O ruivo - após vestir novamente as roupas de Bakugou -, abriu a porta do quarto de Katsuki e olhou para os dois lados, certificando-se de que ninguém estava ali para flagra-los.
Vendo que a área estava limpa, suspirou dramaticamente e antes mesmo que pudesse dar seu primeiro passo para fora do quarto o outro, já impaciente, fez questão de expulsá-lo.
– Pare de bancar o idiota e anda logo! – bufou com quão infantil seu, agora namorado, era capaz de ser.
Nem parecia que era o mesmo cara que encontrava-se com um aura de extrema dominância durante o sexo, aquele que o fodia com tanta vontade e deixava sua pele toda marcada. Foram apenas duas vezes - por enquanto -, mas ainda sim, foi como estar no paraíso por horas.
Contudo, não era de todo mal vê-lo agindo de modo infantil, chegava até a ser fofo ver Eijirou sendo tão cauteloso com algo tão fútil.
*
Vinte minutos se passaram.
Sim, vinte. E Kirishima não fez nem menção de bater na porta. Não estava pronto ainda? Isto deixava o loiro extremamente puto.
Ainda mais quando se tratava de Bakugou, que era decidido - ao menos quanto suas vestimentas -, e gostava de ser pontual, além de não suportar atrasos e ser extremamente impaciente.
Mas era Kirishima, afinal. Nem mesmo se quisesse era capaz de ficar puto ao ponto de gritar com ele por algo assim e magoa-lo. Tornou-se cauteloso quando a este detalhe com o passar do tempo.
Haviam combinado de se arrumar para esse encontro que havia surgido de última hora, então Bakugou estava a espera do outro em seu quarto, mas aquele idiota estava demorando demais. Será que algo ruim poderia ter acontecido...?
E com estas paranoias, esgueirou-se pelo corredor e bateu na porta de Kirishima.
Na verdade, sem eufemismos, ele quase a explodiu mesmo.
Estava impaciente.
– Ei, cabelo de merda, quanto tempo pretende gastar se arrumando? – indagou furioso.
– Ah, eu já vou daqui a pouco! – respondeu assustado com a presença repentina.
– Daqui a pouco quando caralho? Já se passaram vinte minutos! – vociferou, já sentindo os estalos em sua mão.
– Só mais um tempo, por favor – parecia de fato estar implorando, contudo, Katsuki pouco se importou.
– Vou explodir essa merda de porta se você não destrancar agora! – E em instantes o outro correu para abrir a porta.
Katsuki arregalou os olhos, fitando-o dos pés à cabeça. Que homão da porra era esse que tinha como namorado?
Eijirou utilizava uma camisa vermelha, que se assemelhava a de Bakugou, com a diferença de que a atual não possuia estampa alguma, marcando muito bem sua musculatura. Embaixo, estava uma calça jeans qualquer, a qual estava com zíper aberto provavelmente pela pressa que o ruivo teve ao vesti-la.
Quão idiota Kirishima era?
Mas pior foi o próprio loiro, que mesmo notando, esqueceu-se de avisá-lo, pois estava completamente perdido em seu corpo.
Contudo, a feição de Katsuki contorceu-se em nojo quando seu olhar chegou aos pés de Kirishima.
– Crocs Kirishima? Em um encontro? – indagou em completa indignação.
– Ei, crocs são muito másculas! – defendeu-se – Mas não ficou tão ruim assim, né? – deixou que por um momento a insegurança tomasse seu ser.
Combinaram de apenas se arrumar, mas o nervosismo foi tanto que Eijirou tomou outro banho e pegou várias roupas diferentes, não sabendo se deveria ser formal ou não.
Bom, Katsuki disse que ir no shopping estaria bom, então uma roupa normal seria o suficiente.
Mas ainda assim não sabia o que vestir, então apenas optou pelas roupas mais simples possíveis e suas amadas crocs vermelhas, mesmo sabendo que o loiro as odiasse.
– Vai se foder – resmungou irritadiço – É claro que não, porra. – aproximou-se com as bochechas levemente avermelhadas e roçou seus lábios contra os do ruivo, não tendo tanta coragem assim para investir em um beijo carinhoso tão de repente.
Mesmo achando crocs horríveis, qualquer merda ficava ótima em Eijirou.
– Ah, Suki – prontamente devolveu as carícias, deixando o loiro atordoado por alguns segundos, mas logo o puxando para irem logo ao encontro.
Quando estavam prestes a rumar à saída da escola, o destino simplesmente disse “não” e trouxe um idiota para se meter em seus caminhos.
– Hã? Bakugou, Kirishima?! – ouviram a voz do loiro elétrico acompanhada de passos apressados. – Onde é que estavam? – fitou suas vestimenta – e onde vão?
– Não te interessa, seu merda – Katsuki rosnou.
– Ah, eles deram as caras! – e viram Hanta aproximar-se. – Mas parecem que já vão sumir de novo...
– É que vamos no shopping... – Eijirou explicou meio jeito.
– Então é tipo um encontro? – Ashido surgiu de sabe-se lá onde com as orbes amareladas brilhando em ânimo.
– NÃO! – O explosivo negou no automático, sem nem pensar no que estava negando. Apenas percebeu a merda que havia feito ao fitar a feição destruída que Eijirou fez ao ouvir aquilo – Q-quer dizer... – segurou e apertou forte a mão do ruivo fazendo questão de expor aquela verdade, mesmo estando nervoso – Sim cacete, é um encontro! – gritou, sentindo o coração quase pular para fora do peito.
Porra, não tinha problema algum assumir assim, né?
Gostava de pau, o que havia de tão errado nisto?
– Que legal, podemos ir juntos! – ninguém acreditou ao ouvir aquilo. Kaminari era surdo ou o que?
– Não. – Mina o proibiu lhe direcionando um olhar mortal.
Denki a encarou confuso.
Houve um pequeno silêncio, até que, para quebrar o gelo e salvar seu amigo de passar vergonha, Sero pronunciou-se:
– Kirishima, seu zíper tá aberto.
*
Depois de Kirishima passar por aquela pequena situação constrangedora, Kaminari, como o idiota que era, indagou em voz alta o motivo dele estar aberto, levando Hanta a pensar certos cenários, levando em conta que acabara de descobrir que eles estavam saindo...
Mas enfim, o casal tratou de rumar logo ao shopping.
Sero, por outro lado, saiu daquela conversa com um trauma a mais e umas notas de dinheiro a menos.
Ashido não pegava leve nem com o namorado.
Voltando ao novo casal, ambos andavam pelo shopping buscando por algum assunto confortável, mas a timidez se fez presente em um péssimo momento. Como poderiam ser tímidos mesmo tendo fodido duas vezes? É quase surreal.
– Quer ir no cinema? – o ruivo perguntou ao avistar o lugar.
– Tanto faz.
E foram para a fila, sem nenhum contato tão íntimo e inocente - como segurar as mãos -, afinal, as malditas pessoas os julgaram caso tentassem.
Eijirou não se importava - ou fingia que não se importava - com os olhares sobre si, e Bakugou acabara de se descobrir gay, o que chocou zero pessoas - com exceção de Sero, que empobreceu com seu erro e Denki que nem se tocou -, contudo não tinha certeza de qual seria sua reação caso visse alguém ousando direcionar sequer um olhar de nojo à Eijirou.
Ele não hesitaria em explodir a pessoa.
Kirishima questionara que filme queria assistir, contudo, apenas deu a mesma resposta evasiva; “tanto faz”.
Mas dessa vez fazia muito.
O que o ruivo não esperava, é que o tão determinado, poderoso, narcisista e gay que ainda pensa poder ser hétero, Katsuki Bakugou, tivesse medo de filmes de terror.
Já estavam quase no final do filme, e em todo momento foi capaz de ver Katsuki tremer levemente com as cenas silenciosas de suspense, mas ainda sim mantendo a pose de macho alfa que fingia ter.
Prestava mais atenção no loiro do que no próprio filme, que parecia bem chato para falar a verdade, tanto que levou sua mente a criar certas fantasias com aquele loiro todo alarmado e trêmulo.
– Suki – sussurrou baixinho no seu ouvido, ainda com receio de chamá-lo pelo novo apelido – Tá tudo bem?
– Sim caralho, por que não estaria? – Dizia isto, porém no momento que o outro sussurrou em seu ouvido quase pulou da cadeira.
– Você tem medo? – fitou a feição firme e forçada que o outro fazia.
– Por que eu teria medo de um filme de merda como esse? AH – deixou um grito escapar quando levou os olhos para a tela por um segundo em um momento de jumpscare.
Eijirou riu baixinho. Nunca imaginou que aquele loiro mal-humorado fosse ter medo de um mero filme de terror, porém era adorável vê-lo tentando esconder aquele fato.
Katsuki resmungou frustrado pelas risadas do outro, levando sua mão ao balde de pipoca que encontrava-se no colo do ruivo.
Ou deveria.
Sentiu sua mão agarrar algo duro, quente e grosso encoberto pelo tecido da jeans.
Merda, isso não estava acontecendo com ele né? Puta merda, não.
Seu rosto começou a corar imediatamente já pensando no que tinha agarrado. Olhou para Kirishima que estava igualmente vermelho, mas com um sorriso envergonhado, tentando ignorar onde a mão do outro estava.
– Porra – rosnou, retirando sua mão imediatamente. – Isso não é hora de usar sua individualidade, cabelo de merda.
– Eu não tô.
E o silêncio reinou.
Nos últimos minutos do filme, mal conseguiu ter medo, apenas pensava no que havia feito. Não era tão errado, afinal, era seu namorado... é, seu namorado.
Mas estavam no meio de uma sala lotada, ficar duro ali estava totalmente fora do bom senso.
Quando o filme finalmente acabou, esperaram os créditos passarem para que a sala esvaziasse.
– Vamos – sem nem mesmo esperar uma resposta, puxou Kirishima e saíram do cinema apressados até algum banheiro mais vazio.
Quando finalmente encontraram, adentraram-no e contiveram os gritos de susto quando avistaram dois membros do antigo Big Three se pegando de forma necessitada.
Tamaki estava de olhos fechados, sendo prensado contra a parede por Mirio, que o mordia e beijava com avidez. Estavam se pegando descaradamente no banheiro do shopping, puta merda.
Antes que fossem vistos e isso gerasse uma situação extremamente desconfortável, Bakugou tratou de puxar o ruivo para a primeira cabine que viram.
– Meu Deus, não esperava por isso – o ruivo comentou baixo, ainda não acreditando na cena anterior.
– E eu não vou esperar você sentar pra eu chupar essa merda de pau – rosnou irritadiço, tampando o vaso e empurrando Kirishima para que o mesmo se sentasse.
Tentava ignorar a cena qual havia acabado de presenciar.
Não que quisesse tanto assim chupar o caralho do namorado, era apenas para ajudá-lo. Sim, um ato muito prestativo para com seu amante.
Ouviam os gemidos nem um pouco contidos dos outros dois fora da cabine. Só serviram para atiçar mais ainda Kirishima, que levou a mão ao zíper apressadamente, vendo seu caralho saltar para fora, latejante e necessitado.
– Puta merda – xingou antes de de ajoelhar e agarrar o monumento. – Vou te chupar enquanto ouvimos pessoas que conhecemos transando, feliz? – ironizou a situação antes de levar a boca à cabeça que expelia o pré-gozo.
– Demais – Automaticamente levou as mãos a cabeleira loura, “ajudando” Katsuki a engolir seu pau.
“Porra, o quão safado esse idiota é?”, indagou-se enquanto deixou que o outro empurrasse sua garganta no caralho enorme que tinha.
Envolvia desajeitadamente a língua pela extensão enquanto ia e vinha, sentindo sua cabeleira sendo puxada violentamente.
Os gemidos de fundo o incentivavam a prosseguir em seu boquete com maestria . De fato, era ótimo chupar aquele caralho delicioso enquanto ouvia gemidos manhosos de outros dois caras que mal conversara. Puta merda, como encararia aqueles dois depois? Bom, foda-se. O importante era conceder ao ruivo tudo de si e como recompensa receber aquela porra deliciosa direto na boca.
Puta merda, como chegou ao nível de gostar da porra daquele ruivo idiota?
E falando em Eijirou, este se esforçava para conter os gemidos satisfeitos com as maravilhas que aquele boca estava fazendo. Estocou cuidadosamente a garganta do outro, vendo seus olhos se encherem de lágrimas causadas pelo tesão, enquanto provavelmente o xingava mentalmente por ser tão grande e estar basicamente o afugentando com aquele caralho enorme. Em alguns minutos, sentiu seu orgasmo chegar e se desfez na boca do outro, fitando aqueles olhos nublados pelo prazer enquanto puxava sua cabeça para tirar sua boca de seu pau, vendo a porra escorrer por aqueles lábios rosados.
Recuperava o fôlego de modo contido para não atrair atenção de ninguém, fitando o loiro que o encarava com uma expressão neutra e as bochechas levemente coradas, também se esforçando para recuperar o fôlego depois de quase engasgar com aquela coisa enorme.
– Satisfeito, cabelo de merda? – Perguntou baixo, enquanto se levantava.
– Você sabe que sim. – sorriu, colocando o pau dentro da cueca novamente e subindo o zíper da calça.
Voltaram a ouvir os suspiros manhosos do lado de fora.
– T-tamaki, eu vou... – puderam ouvir a voz de Mirio antes deste soltar um gemido arrastado.
– Puta merda, vai se foder – Katsuki xingou, sentindo sua excitação se intensificar, fazendo-o levar a mão dentro da cueca para arrumar a inconveniência.
– Quer ajuda com isso? – ao perceber a dificuldade do outro, se ofereceu, sorrindo malicioso.
Katsuki recusaria, contudo, uma ajuda não seria de todo mal, certo?
Quer dizer, o outro já tocou em seu pau anteriormente.
Eles já transaram.
Eles namoravam.
Essa série de eventos passando como um filme em sua mente apenas contribuiu para intensificar o rubor em sua face e a ereção crescente lá em baixo.
“Puta merda, como fui ser tão viado?”, questionou-se, deixando que o outro levasse as mãos ao seu caralho sem hesitação alguma e dominasse seus lábios.
*
Em conclusão a este encontro, foram ao shopping, cinema, quase foderam no banheiro e ainda tiveram que esperar pelo outro casal sair do banheiro para que pudessem ir embora.
Sério, como ninguém entrou naquela merda de banheiro e flagrou eles?
Eis o mistério.
Na volta, Katsuki simplesmente tacou o foda-se e agarrou a mão de Eijirou em meio as pessoas.
Foram encarados? Sim, mas um certo loiro explosivo os encarou de volta com sangue nos olhos, e se olhares pudessem matar, uma chacina teria sido feita.
Eijirou amou aquela pequena ação corajosa que seu namorado fez.
Foi tão másculo. Faria questão de tomar esse tipo de atitude corajosa também!
Todo momento que via que o outro estava quase matando alguém com os olhos, tratava de depositar carícias sobre seu rosto a fim de desestabilizado e agradecer pela importância que estava dando àquele relacionamento.
E Katsuki não odiava.
Não foi um encontro tão inútil, afinal.
[...]
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