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"Tum"

~No outro dia~

Eu abro os olhos

Olho pra Brunna que tá dormindo do meu lado

Dou um beijo em sua testa e levanto, indo direto pro banheiro

Alí faço as minhas higienes pessoais

Assim que termino de escovar os dentes, lavo o meu rosto, enxugando na toalha em seguida

Saio do banheiro e em seguida do quarto, fechando a porta devagar

Ando pelo corredor, descendo a escada em seguida. Encontro a Larissa sentada no sofá enquanto a Maria está brincando no chão

Ela me encara, bloqueando o celular que antes estava com a tela acesa

-bom dia -falo

-bom dia..

Eu me aproximo. -e aí, dormiu bem? -

-uhum, e você? Tá melhor?

-tô sim..-agacho. -oi amor -

Maria sorri, eu faço o mesmo.

-o que você tá fazendo aqui em baixo? -eu pego a Maria no colo, encarando a Lari em seguida

-vim esquentar o leite dela, tá no microondas..

Sento do lado dela. -ela dormiu?

-sim, a noite toda

-hmm -ligo a TV, colocando um desenho pra minha filha ver

-ei

-oi

-se quiser falar sobre ontem...

-tá tudo bem, obrigada -

-tá, vou pegar o leite da Clara -Lari levanta

Coloco a minha filha sentada no meu colo, ela já está vidrada na TV.

-ó -Maria aponta pro desenho

-ó? Ó o que? -pergunto

-ó a mamadeira -Larissa se aproxima

-ela vidrou no desenho -dou risada

-ela ama esse, passa toda manhã..toma, amor -Larissa entrega a mamadeira pra ela

-ela não segura, tá? É preguiçosa -diz enquanto senta do meu lado

-é pra eu segurar?

-se ela soltar -

-tá -encosto no sofá, Maria encosta as costas em mim, deitando a cabeça em meu peito enquanto assiste a TV

Com uma mão ela segura a mamadeira, enquanto a outra está puxando a própria orelha

Dou risada com a cena

-que foi? -Larissa dá risada também

-essa garota é doidinha

-sua filha.

-sua também -

-puxou mais você nessa parte -Lari

-na parte de ser folgada ela puxou você, porque ela não tá nem ligando que a mãe dela virou colchão

Larissa solta uma gargalhada e eu dou risada junto.

-né, Maria? -dou um beijo na cabeça dela

-o cabelo dela já dá pra fazer xuxinha?

-você quer fazer? -ela pergunta

Afirmo

-dá, depois você faz

(...)

Eu tava quase dormindo novamente, também tô completamente vidrada no desenho.

Só tirei a minha atenção da TV quando a Larissa encostou a cabeça no meu ombro, enquanto mexe no cabelo da Maria

Suspiro. -ela tá tomando ainda?..

-uhum, tá

-hm...-

O clima pesou

Engulo seco, sentido a respiração dela bater no meu pescoço

A casa estava em silêncio, mas do nada os meninos desceram gritando e rindo, um ótimo bom dia.

Eu olho pra escada

Bruno, Kaique, Martín, Henrique, Brunna, Gabi e Emily descendo juntos, no maior auê.

Larissa se afasta e eu me ajeito, ajeitando a Maria também

Olho direto pra Brunna, ela tá com a cara fechada, bem séria.

Fodeu.

-Bom dia -

-bom dia -respondemos

-oi Maria -Henrique dá um beijo na bochecha dela, sentando do meu lado em seguida

-e aí -Bruno bate na minha mão. -oi Lari

-oi pequena -Emily também beija a bochecha da minha filha

Brunna vai direto pra cozinha com o Kaique, Gabi e Martín

-o que vocês estão fazendo? -Bruno senta do lado da Larissa

-vendo desenho com a Maria -falo

-ela tava quase dormindo de novo.. obrigada, amo vocês -Lari diz debochada

Eles dão risada

-nada, amiga -Emily sorri

-já tomaram café? -Henrique levanta

Eu nego

-beleza, vou fazer pra geral

-você?

-eu, e os meninos -

-quero só ver..-falo -pega a Maria?

Larissa estende os braços

Entrego a Maria Clara pra ela e me levanto, deixando as duas com o Bruno e a Emily na sala. Vou direto pra cozinha

Ia entrar quando a Gabriella saiu. -porra, você vacila. -fala baixo

-o que eu fiz?

-precisa falar? A Larissa tava encostada em você, a Brunna tá puta. -

Suspiro. -tá, eu resolvo isso..

Gabi se afasta. -vocês gostam de bacon?

Entro na cozinha. Martín e Kaique em um caos pra quebrar alguns ovos

Enquanto o Henrique tá cortando bacon, Brunna tá sentada no banco, com os braços cruzados em cima do balcão

-Bru, quer comer o que? -Henrique pergunta

-e aí -bato nas costas do Kaique e do Martín, ignorando a conversa do Henrique e da Brunna

-ai porra -

Dou risada

-chegando por trás, vai me botar? -Kaique

-por mais que você queira, não vou. Desculpa

Martin solta uma gargalhada

-vai se foder, Ludmilla -

-você pede pra ser zoado -falo

-pior que pede mesmo -Martín

Eu me afasto deles, me aproximando da Brunna. Abraço ela por trás, beijando a sua nuca

-ei

-não fala comigo..-diz baixo

-Bru, só estávamos vendo TV -sussurro em seu ouvido

-se você não quer que eu surte aqui, Ludmilla...sai dessa cozinha agora

Respiro fundo. -para de ser ciumenta..tá sendo atoa

Brunna suspira. -eu não vou repetir

-tudo bem..-me afasto

-todo mundo quer bacon -Gabriella volta pra cozinha

Eu saio, encontrando a Mayara e a Luane na sala agora

-bom dia, gatinha -a minha irmã me abraça

Dou um beijo na bochecha dela. -bom dia, Lu

-tá bem? -Luane me encara

-sim, e você?

-também

-pode conversar com a Brunna?..

-o que você fez?

-ela vai te falar..

-Ludmilla...

-por favor

-tá bom, vou falar com ela

-obrigada, irmã. Te amo

-Te amo também

Ela se afasta e a Mayara vem na minha direção. -bom dia...

-bom dia, May

-posso conversar com você?

-claro..

-vem -

Mayara sai pra fora e eu acompanho ela. Nós sentamos em uma das mesas que tem no quintal

-é sobre o assunto de ontem? -pergunto

Ela afirma

-o que foi?..

-o Wes tem pré-diabetes

-que? -franzo o cenho.

-é, examinei ele ano passado..

-como assim pré-diabetes?

-os níveis de glicose dele estão altos, mas não o suficiente pra ser considerado diabetes, então é uma pré. Se não cuidar, ele pode desenvolver a diabetes, entendeu? Por isso eu monitoro tudo o que ele come, não porque sou chata

Afirmo. -eu entendi...mas ele tá bem?

-ele tá, mas tem que tomar cuidado..por isso tô te avisando -ela suspira

-tá, tudo bem..vou tomar

-Lud..

-oi

-o Weslley.. atrapalha você?

-que? Tá maluca?

-só me responde..

-claro que não, Mayara. Ele é meu filho

-tá, mas e se ele não fosse? Você continuaria com esse pensamento?

-Ahn?

-foi uma pergunta normal, só me responde.

-continuaria. Ele é o meu filho de qualquer jeito, desde o dia em que você me apresentou pra ele. Gosto do meu pequeno..por que? Quer me contar algo?

-não..foi só uma pergunta

-rum..tira isso da sua cabeça, o meu primogênito não me atrapalha -sorrio

Ela dá risada. -besta

-não é primogênito que fala?

-é sim

-se você tirar ele de perto de mim agora, eu finjo que você é maluca só pra perder a guarda e ficar comigo

-toma vergonha, vai!

-posso registrar ele?..

Mayara me encara

-posso?

-claro que pode, Lud...

Suspiro. -ok, vou atrás disso..registrar ele e a Maria

-gosto do jeito que você trata eles..com toda a preocupação do mundo, logo você.

-só tô dando o que não recebi -abaixo a cabeça

-você não precisa do seu pai, nunca precisou...-ela se aproxima

A encaro. -eu vi ele ontem..

-oi? Calma aí... é sério?

-uhum..

-quando? Onde?

-na farmácia, quando estava com a Lari e o Weslley..

-ele viu o Wes?

-uhum

-vocês conversaram?

-ele veio querer tirar satisfação porque fui presa, como se ele pudesse fazer isso. Eu disse algumas coisas e fui embora, não consigo ficar no mesmo lugar que ele..

-fala sério, não acredito..

-é, nem eu..ele tá me perseguindo. Vou ter que dar um jeito

-Ludmilla e Mayara -Henrique sai pra fora

O encaramos

-o Weslley tá chorando -

-chorando?? -Mayara levanta e eu faço o mesmo

-é, ele desceu chorando pedindo a mãe -

Nós nos aproximamos dele, entrando em casa em seguida

-cadê o Wes? -Mayara pergunta

-o Kaique levou ele, disse que queria fazer xixi

Subo a escada com a Mayara

Nós entramos no quarto

-o que aconteceu? -May

Kaique que estava sentado na cama nos encara. -ele teve pesadelo, agora tá no banheiro fazendo 5L de xixi, por pouco não foi na cama -

-pesadelo com o que? -pergunto

-ele não disse, só chamou por vocês

Eu sento na cama

-já volto, vou ajudar ele -Mayara entra no banheiro

Me levanto, saindo do quarto com o Kaique

Ele vai em direção à escada e eu ia pro meu quarto quando esbarrei em alguém. -porra

-presta atenção -Isaías diz enquanto fecha a porta do quarto dele

O encaro. -olha como você fala comigo

-ei, calma lá -ele sorri

-idiota..-me afasto

Eu entro no meu quarto, encontrando a Brunna sentada na cama

-amor..

-não, agora não..-Brunna respira fundo

-o que foi? -sento do seu lado. -você tá passando mal?

Ela afirma

-o que tá sentindo? Quer ir pro hospital? -eu me levanto

-calma

-fala pra mim o que você tá sentindo

-falta de ar..eu fiquei com a visão toda preta, por isso sentei aqui..-

Pego em sua mão. -Brunna, você tá gelada de novo. Toda vez é isso, fica passando nervoso atoa

-atoa, Ludmilla? -ela me encara

-ei, eu não tava fazendo nada

-tá, tá bom..

-olha pra mim, Brunna! Eu te pedi em casamento ontem, eu sou feliz com você -levanto o seu rosto

Ela afirma, fechando os olhos com força

-Brunna?

-Ludmilla..fica quieta, só um pouco..

Franzo o cenho. -você precisa de ar, aqui não tem ar nenhum! Por que não sentou lá fora? -ajudo ela a levantar

-amor.. não -

-vamos na janela, vem cá -

-me leva pro hospital

Eu travo. -o-o que?

-hospital..faz o que tô te falando antes que eu desmaie e fique pior -ela suspira

-tá..calma -

-Brunna -Luane entra no quarto

Encaro a minha irmã

-ela tá melhor?

-não, pediu pra ir pro hospital

-ENTÃO VAI, LUDMILLA!

-CALMA! -

(...)

Eu deixei a Brunna com os meninos, eles foram ajudar ela a pegar ar e eu fui me trocar, bem rápido

-Ludmilla -Emily entra no quarto assim que saio do closet

-Oi -me aproximo

-presta atenção no que eu vou te falar

-tá..fala logo que eu tô em outro mundo

-a Brunna tem obstetra particular, então você precisa ligar pra ele e dizer que ela está indo pro hospital, você tá entendendo?

-Mas era mais fácil ela ir pro dele

-NÃO. É mais longe, você vai levar ela no mais perto, ouviu?? Mas avisa o doutor, o número tá no celular dela

Afirmo

-ei, e não se afoba não! Ela só tá passando mal, os bebês não vão saltar pra fora -

-Tá..-

(...)

Desço a escada correndo, entrando na porta da garagem

-respira fundo -Henrique diz enquanto ajuda a Brunna a entrar no carro

-eu vou junto e não quero saber. -Luane

-Tudo bem -falo

Entro no carro, ligando o mesmo logo em seguida

O Henrique colocou a Brunna pra sentar no banco da frente, do meu lado. E entrou atrás com a Luane e o Bruno

Abro o portão da garagem

-amor, você tá sentindo mais alguma coisa além da falta de ar? -pergunto

-não

-então relaxa, foca na sua respiração -Bruno

-me dá o celular dela -falo

Eu saio com o carro da garagem, acelerando direto pro hospital

-aqui -Luane me entrega já na conversa com o doutor

Eu começo a ligar pra ele, deixando o celular na minha perna enquanto dirijo

-Brunna, eu não quero que você esconda nenhum sintoma, você tá ouvindo?? São os nossos filhos. -falo

-é, Bru. Ela tem razão -Bruno

~Brunna?~

-não, a Brunna tá passando mal

~Ludmilla???~

-sim, sou eu

~o que ela tem??~

-ela começou a sentir falta de ar

~Só falta de ar?~

-me fala o que mais ela poderia estar sentindo

~palpitação?~

Eu encaro a Brunna, ela nega.

-não

~Dor no peito?~

Ela nega de novo

-também não

~ânsia?~

Agora ela afirma

-sim, tá com ânsia

~é...perdeu a visão em algum momento?~

-sim

~chegou a desmaiar ou a vomitar?~

-não

~Tá, manda ela ficar calma e focar na respiração pra conseguir controlar. Me manda a localização do hospital onde vocês vão que eu vou também~

Entrego o celular pra Luane novamente, focando na rua
(...)

Abro a porta do carro. -amor, você precisa se controlar, não vai passar assim -eu agacho, tentando acalmar a Brunna

Ela segura a minha mão

-não fala, não quero você pior -

-ó o carro -Henrique para a cadeira de rodas perto

-vem -levanto a Brunna, tirando ela do carro

-cadê a Lulu? -Bruno fecha a porta

-ela foi abrir caminho na recepção

-fala sério que esse bagulho tá cheio

-muito cheio

-eu não queria vir aqui -coloco a Brunna sentada na cadeira

-relaxa, a Brunna passa na frente por bem ou por mau -Bruno

Andamos até a entrada do hospital, entrando no prédio em seguida

-Ei -Luane me chama

Passo naquela multidão de pessoas que nem licença dá. Isso é um inferno

-oh caralho, sai da frente! -eu só falto bater a cadeira em um idiota

Ele me encara. -só pedir licença

-licença meu cacete, você não tá vendo eu passando não?

-foi mal!

-que porra -falo

-Ludmilla, se acalma -Brunna me encara

-ela que tá passando mal e tem que se acalmar e ela que tá te pedindo calma, Ludmilla -Henrique dá risada

-eu tô estressada -me aproximo da minha irmã

-vem, o corredor de gestante tá vazio -Luane me guia

-o que rolou alí atrás? -Bruno pergunta

-um idiota não saía da frente -ajeito a cadeira da Brunna

-pelo menos aqui tá vazio -Henrique senta em uma cadeira

-tá melhor, princesa? -pergunto

-sentindo dor agora..

-dor??? Ah não, dor não! -Henrique choraminga

-calma, garoto! -Bruno

-tá, mandaram a gente esperar aqui pra que? -pergunto

-calma, Ludmilla! -Luane

-não! Não vou acalmar! -

-você vai deixar a Brunna mais nervosa!

Respiro fundo

Um enfermeiro se aproxima. -quem tá passando mal?

-A GRÁVIDA, NÉ MEU FILHO! -Henrique se irrita

Pergunta que ninguém precisaria responder!

-não precisa responder assim. -ele agacha na frente da Brunna. -qual é o seu nome?

-Brunna..

-e Brunna, o que você tá sentindo?

-ela tá sentindo falta de ar, ânsia, teve um momento em que a visão escureceu. Ela não vomitou e não desmaiou, será que dá pra agilizar isso???? -pergunto

Ele me encara, acho que quer me mandar tomar no cu.

-mais alguma coisa? -volta a encarar a Brunna

-é só.. contração

-quantos meses?

-cinco

-contrações de Braxton Hicks..-ele anota

-que porra é essa??? -Henrique

-dá pra controlar o amigo de vocês??

-Henrique, relaxa! -Bruno

-Essas contrações são de treinamento, não significa trabalho de parto e nem nada. Elas não estão doendo muito, né? Só fazendo pressão

Brunna afirma

-viu? Ela vai ficar bem -ele se levanta

-Vai, vai ficar bem porque vocês vão atender ela. -falo

-ela tem médico particular?

-sim

-então.. só ele pode atender

-como é que é? Vocês estão de tiração -Henrique levanta

-você é o pai? -o enfermeiro encara o Henrique. Tá parecendo mesmo

-não, não sou o pai! Até porque não tem pai são duas mães!

O doutor volta a me encarar. -você

Afirmo

-desculpa, é porque parecia que ele era o pai

-você vai atender ela -falo

-eu não posso

-você vai atender ela -me aproximo

-Ludmilla, pelo o amor de Deus! -Luane me segura

-eu não posso atender

-você precisa examinar ela, precisa ver se os bebês estão bem, ela não pode ficar sentada nesse caralho dessa cadeira de rodas sem conforto algum, EU TÔ FALANDO QUE VOCÊ VAI ATENDER A MINHA MULHER -empurro ele contra a parede

-LUD! -Bruno entra na frente

-AGORA, CARALHO -

O enfermeiro não diz mais nada. Ajeita o paletó e respira fundo. -levem ela pro quarto..no final do corredor

(...)

-bando de médico folgado. -Henrique entra no quarto

-tá melhor assim? -ajeito o travesseiro nas costas da Brunna

Ela afirma. -obrigada, amor...

Eu seguro a sua mão, deixando um beijinho em sua testa

-eu o pai..aham -

-tá parecendo mesmo, porra! -Luane. -se controla, já basta a Ludmilla surtando.

-surto mesmo. -falo

-se ela não tivesse surtado ali fora, ainda estaríamos no corredor -Bruno

O enfermeiro entra no quarto. -licença..

-qual é o seu nome? -pergunto

-João..

-ótimo, João. Vai examinar ela?

-vou..-

Ele se aproxima da Brunna. -vou ouvir os seus batimentos, tudo bem?

-tá

-não precisa falar o que você vai fazer, só faz -falo

-Ludmilla..meu Deus, para de implicar -Luane

Cruzo os braços, sem tirar os olhos dele

-estão muito rápidos...com certeza por conta da respiração.

-o que você vai fazer agora? -Henrique pergunta

-disseram pra eu não falar

-mas eu quero saber

-Olha! Não vou examinar mais

Dou risada, com 100% de deboche presente. Pronta pra socar a cara dele

O Bruno se aproxima, puxando o João pela gola da camisa. -escuta aqui, você não tá brincando de médico com os seus primos ou irmãos não, caralho! É a minha irmã que tá aqui, então você para de dar ouvido pros outros e faz o seu trabalho direito. Eu tô à ponto de te encher de porrada, seu idiota! É DESSE JEITO QUE VOCÊS ATENDEM OS PACIENTES?

Dois seguranças entram no quarto e eu os encaro

-ah, chamaram vocês pra que?? -me aproximo deles

-estamos trabalhando

-ah estão trabalhando? -sorrio

-é melhor soltar o doutor, ou a garota sai do quarto junto com vocês todos

-Ludmilla..e Bruno, pelo amor..parem -Brunna fecha os olhos, ela diz totalmente ofegante

-tá vendo como ela tá? E vocês não querem atender, ficam enrolando pra examinar! TIRA ELA DA PORRA DO QUARTO QUE EU ENCHO VOCÊS DE PORRADA. SÃO DOIS, MAS NÃO TENHO MEDO -

-LUDMILLA -Brunna grita

Henrique acerta um dos seguranças por trás e eu dou um soco no rosto do outro, enquanto o Bruno joga o enfermeiro no chão.

-PUTA QUE PARIU, PAREM COM ISSO -Luane se aproxima da Brunna

-O QUE TA ACONTECENDO AQUI? -um outro cara entra no quarto

-O QUE TA ACONTECENDO? TA ACONTECENDO QUE VOCÊS ESTÃO NEGANDO A PORRA DE UM ATENDIMENTO PRA MINHA MULHER

-TODO MUNDO SAI DO QUARTO, TODO MUNDO. VOCÊ FICA -ele aponta pra Luane

-AH, AGORA TA ME EXPULSANDO -falo

-LUDMILLA, ME ESCUTA! SAI DAQUI -Brunna 

Eu respiro fundo

-vai logo, Ludmilla! -a minha irmã diz

Bruno e Henrique saem junto com os seguranças e eu vou logo atrás, mas dou um chute na lixeira antes de sair do quarto

João sai atrás de mim e eu o encaro. -isso tudo é culpa sua! Se examinasse ela direito, eu não teria feito porra nenhuma -

-chega! -Henrique me segura

-Ludmilla -Walter se aproxima, dou graças à Deus.

-cadê a Brunna?

-ela tá nesse quarto, não queriam atender ela, foi mó rolê. -falo

-tá, eu vou entrar, e vocês parem de brigar! Me informaram na recepção -

Eu sento na cadeira e o Walter entra no quarto.

Os seguranças se afastam junto com o idiota daquele enfermeiro

Bruno senta na cadeira que está na minha frente e o Henrique na cadeira de rodas, dando grau com ela

Reviro os olhos. -porra, odeio esse hospital!

-quero saber quem aquele cara pensa que é pra falar que não vai examinar a minha irmã -Bruno cruza os braços

-a Mayara não podia examinar a Bru?

-a Mayara não é obstetra, Henrique. Mas sim, ela podia..só que... precisamos saber se os bebês estão bem também, e aí é só com ultrassom -

-acho que estão, pelo o que sei, a respiração deles não dependem da respiração da Brunna -Bruno

-tem casos de que a mãe morre e os bebês ainda ficam vivos dentro do útero, só que não pode passar tanto tempo..-Henrique

-tá, mas eu quero os três bem. -falo

-relaxa, foi só uma falta de ar -Bruno

-será que servem café aqui? -Henrique

-não dão nem atendimento, imagine café! -falo

-vocês já ajeitaram o hospital pra ela ter os bebês né? -Bruno pergunta

Eu afirmo. -o hospital é aonde o Walter trabalha, só que é um pouco mais longe do que esse..por isso é foda

-porra você tem uma Porsche, acelera esse caralho -Henrique

Dou risada

-e chá de bebê? Não vai fazer?

-a Brunna não quer..mas vou fazer algo surpresa sim -

-e o batizado? -Henrique pergunta

O encaro. -eles nem nasceram ainda

-mas já sabem os padrinhos?

Encaro o Bruno e ele dá risada

-quer ser padrinho de quem, Rique?

-ah..sério? Vão deixar?

Volto a encarar o meu amigo. -bom..acho que já íamos te escolher, mas vou anunciar os padrinhos no chá de bebê surpresa -

-então..eu tô na lista pra ser escolhido?

-quem sabe..-falo

-AAAAAH LUD! -ele levanta da cadeira, vindo me abraçar

-sai! 

-ah não, só um abraço, vai

-oh senhor. Tá bom -eu abraço ele. -pronto

-Eu te amo!

(...)

Walter aparece na porta e eu o encaro. -Lud

-oi..-levanto

-querem ver os bebês?

-sim! -Henrique

-entrem

Bruno e Henrique entram primeiro e eu sou a última. Eles se aproximam da Brunna enquanto eu paro pra falar com o doutor

-ela tá bem?

-sim, ela tá bem. Só foi um mal estar, mas é importante trazer no hospital sempre que acontece. Não sabemos o que pode rolar, são muitas surpresas que acontecem quando uma mulher está grávida

Afirmo. -e os bebês?..

-estão bem, hoje vou deixar vocês ouvirem os batimentos cardíacos deles

-sério? -sorrio

-sim, já dá pra ouvir melhor do que os outros meses..e.. é bom te ver de novo

-digo o mesmo..

-vem -

Nos aproximamos da Brunna também, estão todos se derretendo com o ultrassom

-ah meu Deus, que piticos -Henrique choraminga

-Brunna, não são eles que estão fazendo esse volume todo na sua barriga não, tá grávida de um jacaré -Bruno

-para! -

Dou risada junto com eles

-você tá melhor? -acaricio o rosto da Brunna

Ela afirma. -para de ser maluca..

-não posso..

-desculpa ter gritado com você

-eu entendi na hora, amor..só..queria que te atendessem -dou um beijo em sua testa

-eles estão se mexendo muito? -Walter pergunta

-bastante..-Brunna responde

Eu olho pra tela que está passando o ultrassom. Não vejo a hora de ter os meus bebês aqui comigo..

-já chutaram -falo

-já? -

-sim, e o que chutou, chuta bem forte! -falo

-quero sentir depois -Bruno

-acredito que seja a menina, porque se puxar a Brunna, vai ser brava igual -Henrique

-ai, vocês gostam de me estressar!

-eu falei que é a menina -respondo

-então..tem um agitado e o outro quietinho.. é isso? -

-sim..-falo

-gosto de bebês agitados, as vezes, eles serem muito quietos me preocupa -Walter. -mas, se você não começar a sentir eles se mexerem 2x mais aí dentro, você me avisa. -

Brunna afirma

-querem ouvir os batimentos cardíacos?

-quero, quero demais -falo

-então vamos lá..-ele pega um estetoscópio. -quem vai primeiro?

-pode ir, amor -Brunna

-é sério?

-sim

-tá..

-não vale chorar! -Henrique

Sorrio. -vem cá, posso comprar um desse pra ficar ouvindo eles?

-você pode -o doutor dá risada

Coloco o estetoscópio no ouvido, levando até a barriga

-olha, vou te guiar..-o doutor diz enquanto olha no ultrassom

Ele guia a minha mão pra um lado. -para..-falo

Walter para de mover a minha mão. Começo a escutar os batimentos de um dos meus bebês, sinto os meus olhos encherem de lágrimas. É impossível não chorar

Fui eu. Eu, eu mesma. Ludmilla Oliveira, que fez esses pequenos. Eu coloquei eles alí, eu e a Brunna vamos coloca-los no mundo, é completamente.. gratificante.

Cada "tum" que eu escuto o coraçãozinho fazer, é uma lágrima que cai.

Encaro a Brunna, ela está chorando só de me ver chorar. -caralho..-falo

-é a menina -Walter

Respiro fundo, enxugando as minhas lágrimas com a minha outra mão

Agora encaro os meus amigos e a minha irmã, estão chorando também. O Henrique tá enxugando as lágrimas só pra falar que não chorou

-o menino tá aqui -Walter guia a minha mão

-será que dá pra gente saber quem fica chutando agora? -Henrique pergunta

-amor..fala com a mamãe -cutuco aonde o Walter disse que o meu menininho está, enquanto escuto o coração dele

-parece que não é ele -

Tiro o estetoscópio do ouvido, dando pra Brunna

-filha, é você que fala com a mamãe, em? -agora eu bato o dedo de leve aonde ela está

Logo a minha pequena chuta

-aaaaaaaaaa -

Dou risada com a reação do Bruno, Henrique e a Lulu

-eu sabia que era você..

Olho pra Brunna, agora ela está chorando mais do que antes

Poder escutar os batimentos deles, entrou pra lista de melhores coisas que eu podia ter feito nesse mundo.

(...)

Já estavam todos fora do quarto, menos eu. Que fiquei esperando a Brunna sair do banheiro

-pronto..-ela sai

-não tá sentindo mais nada mesmo?.. é sério?

-sim, tá tudo bem

-você ouviu o doutor..tem que ficar de repouso hoje -seguro sua mão, entrelaçando os nossos dedos

-amor..eu amei ouvir os meninos -

-eu também, princesa -deposito um selinho em seus lábios. -não vejo a hora de ter os dois comigo

-eu também.. vão ser meses difíceis, bem difíceis..mas eu quero tanto -

Puxo ela pra perto, beijando a sua cabeça. -vamos casar antes ou depois?...

-podemos conversar sobre em casa -

-então vamos..

(...)

Saio do hospital com a Brunna. -cadê os meninos?..-

-eles foram pegar o carro -falo

Ela me abraça e eu correspondo. -será que começaram as nossas vindas diretas no hospital? -suspiro

-acho que sim -

Dou um beijo na cabeça dela. -eu te amo, amor

-eu também te amo

-Ludmilla

Franzo o cenho

Eu solto a Brunna, virando pra olhar quem estava atrás de mim. -Tiago..

O meu pai sorri

Seguro a mão da Brunna, deixando ela atrás de mim

-eu vou pedir de novo..pra conversar com você-

-eu não tenho nada pra conversar com você agora -

-mas podemos marcar?

Suspiro

-quem é?..posso conhecer ou vai deixar a garota com medo de mim?

Trago a Brunna pra frente. -amor..esse é..bom, era pra ser o meu pai

Ele suspira. -Ludmilla..

-essa é a Brunna.. é minha noiva -

-Uau, você sabe escolhe garota..tudo bem? -ele sorri pra ela

-tudo sim -Bru responde

-você tá grávida..-ele ia se aproximar, mas eu não deixei

-é, ela tá..e eu não quero você perto dos meus filhos -

-filhos? São dois? Você tá grávida de dois? -

-não, de um! Eu disse filhos, e repito que você não vai chegar perto deles! Foi opção sua.

-Ludmilla...-Brunna me encara

-não, eu não quero. E por favor, sai daqui..

Tiago afirma. -foi um prazer te conhecer, Brunna. Por mais que..eu e a Ludmilla tenhamos um passado muito ruim, ela é minha filha, então..te considero como nora e os seus bebês, os meus netos..desejo toda a saúde do mundo pros dois..

-obrigada..

Respiro fundo, tô segurando a raiva.

Tiago se afasta 

-ei, não precisava disso -Brunna

-você sabe tudo o que ele me fez, Brunna..eu não quero ele perto dos meus filhos, não quero que dê a louca nesse idiota e ele faça o mesmo com eles!

-calma..-ela acaricia o meu braço

Observo o meu pai, ele sentou na guia da rua, sem deixar de me observar também.

Estacionam o meu carro na nossa frente, o Bruno sai. -todo seu, gata

Sorrio

Me aproximo, abrindo a porta pra Brunna entrar primeiro

Bruno entra atrás e eu vou pro banco do motorista, encarando o meu pai enquanto coloco o cinto

-Lud? Tudo bem? -Henrique

Afirmo, acelerando o carro antes que a Luane visse quem eu não queria que ela visse.

-querem passar em algum lugar? -pergunto

-não, bora -Bruno

-querem comer algo? Quer, vida? -olho a Brunna de relance

-quero

-o que você quiser, quero também -Henrique

-eu quero..sorvete com Doritos

-que??? -Bruno

-eu não quero não -Henrique

Luane dá risada

-tem certeza? -paro no farol, encarando a Brunna

-sim..

-tá, e vocês?

-bora comer comer um dog -Henrique

- -falo

(...)








































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