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RAIVA.

II. ︎ ︎ ︎ ͏͏͏ RAIVA

AS MÃOS DE DICK PODERIAM ESTAR FERIDAS, MAS NUNCA CANSADAS DE BATER NO SACO DE PANCADAS.

Já havia conseguido seu traje de Robin novamente, Bruce realmente nunca havia tirado dele e uma conversa entre os dois esclareceu isso o suficiente. Não carregava tantas mágoas como duas semanas atrás, ao menos era isso o que pensava, e ainda sim sentia uma raiva deturpada dentro de si.

Não era sobre Bruce, não era sobre Robin, não era sobre a raiva interior que geralmente sentia. No fundo, ele sabia muito bem de onde todo esse sentimento vinha. Ter o sentimento de raiva fora do comum o havia desestabilizado ─ raiva era normal, mas raiva pelos motivos que estava? Não era tão normal assim.

Ele estava chateado com Lucy, por ela ter ido embora, por não ter respostas.

Sentir aquele fogo sem acalento o qual queimava em seu peito por um fantasma perdido não estava fazendo bem, quase como se arruinasse a sua vida. O pior de tudo era não se permitir sentir por completo a dor de perder alguém por algo tão bobo, um motivo ainda desconhecido em sua vida. A perda foi um sentimento comum na vida de Richard Grayson ─ seus pais, o circo, sua infância... ─, mas admitir que havia perdido Lucy ainda parecia irreal, tão irreal que lhe enchia de raiva.

Dick gostava de pensar em si mesmo como uma pessoa centrada, não a bagunça sentimental que se sentia naqueles últimos dias. Já tinha sentido coisas fortes por pessoas antes, especialmente mulheres fortes em sua vida, mas foram casos passados... ele já tinha superado. Por qual motivo superar Lucy aparentava ser tão difícil? A mulher tinha sido apenas um caso de duas semanas, não um grande amor de sua vida. Ele já tinha amado mais outras pessoas e ainda sim elas pareciam mais superáveis.

Sequer sabia o sobrenome de Lucy, com o que ela trabalhava, dramas familiares, ex-namorados, o passado! Não sabia se ela era uma boa pessoa como aparentava ser, se ela estava sendo honesta ou se aquelas risadas alegres eram genuínas. Tudo poderia se passar apenas por uma ilusão e os toques de uma quinzena nada seriam... mas ele havia a tocado, Dick lembrava-se bem de como tinha a tocado e como era a sensação da pele morna da mulher contra os seus dedos calejados.

Talvez a sua maior raiva fosse de si mesmo, no final das contas. A raiva por ter se apegado tão rápido a alguém, por sofrer de maneira tão rápida quanto os seus sentimentos. Dick lembrava-se vagamente de que, em seus estudos sobre a mente humana, algum psicanalista havia falado sobre como uma paixão seria mais difícil de se superar por estar ligada aos desejos íntimos de alguém, e quando se deseja algo aquilo vira uma questão de vida ou morte. Então seria isso que estava o assombrando tanto? O desejo contra a necessidade de viver? Não saberia tão cedo, sequer sabia o que sentia por Lucy, apenas memórias o assolavam.

Duas semanas atrás,
Gotham City.

A noite tinha sido uma completa diversão, assim como a misteriosa Lucy havia prometido. O problema era que Dick Grayson lembrava de quase nada... ou pelo menos não se lembrava de como tinha parado em uma banheira sem água no meio de um banheiro não familiar. Ao abrir seus olhos, o rapaz percebeu que definitivamente não estava na Mansão Wayne ou em algum banheiro de balada; era muito esverdeado, tinha várias plantas e toalhas de uso pessoal. Se levantou em estado de alerta, saindo do cômodo enquanto procurava qualquer sinal de perigo.

Tudo o que encontrou foi um cômodo de sala de estar aconchegante, o carpete era macio para os pés descalços de Grayson ─ foi quando ele percebeu que estava sem sapatos ─ e através das janelas ele só conseguiu ver árvores longas. Estava longe da cidade, isso era definitivo. Onde diabos poderia estar?

── Você acordou.

Ao escutar a voz familiar, Dick virou sua cabeça e percebeu Lucy. Ao contrário da noite anterior, a mulher não usava um vestido chamativo ou charmoso, estava bem simples: uma calça pantalona estampada, regata branca, chinelos folgados e tinha um rabo de cavalo prendendo os seus fios ondulados, apenas a franja cortininha em sua testa escapando.

── Onde diabos estou?

── Ei, calma aí, garotão.

── Onde diabos eu estou, Lucy? Não estou brincando!

── E quem disse que eu estava? Céus, você é daquele tipo que acorda com humor ruim? ── a mulher fez uma careta, caminhando até o seu balcão e pegando uma xícara. Pelo cheiro, Dick supôs que fosse café. ── Quer café? Dizem que ajuda com a ressaca.

Quase no mesmo segundo, Dick sentiu algumas pontadas em sua cabeça e como sua garganta estava seca. Alguns flashes da noite passada o atingiram: Lucy tinha o convencido de ir até outro bar e ambos tinham exagerado, ele perguntou se ela tinha algum lugar para eles irem juntos e então... ela mostrou a sua casa e Dick vomitou na sala.

── Puta merda ── as duas mãos do moreno alcançaram a testa dele, negando com a cabeça. ── Não acredito nisso... a noite passada...

── Acredite, você fez um estrago na minha sala. Sério, na hora que eu estava indo pegar as camisinhas.

── Espere, nós... fizemos algo? ── ele perguntou receoso, Lucy apenas negou com a cabeça com um semblante nítido de decepção. ── Porra.

── Infelizmente não! Você vomitou, chorou, pediu para eu segurar a sua mão no banheiro... foi bem patético para alguém do seu tamanho, sério.

Dick queria sumir, enfiar sua cara em algum buraco.

── Mas foi meio fofo a parte da mão, eu segurei o tempo todo ── Lucy sorriu, como se lembrasse com divertimento sobre a noite anterior. ── Depois tentei te puxar para a cama, pra dormir porque eu não sou nenhuma abusadora, mas você deitou na banheira e apagou. Além de que você é muito pesado para puxar, sério cara, você faz academia ou é crossfit? Eu pensei em começar a fazer, mas não dá... muito peso.

Grayson ainda parecia em certo transe, tentando lembrar da noite anterior por completo e Lucy percebeu isso. Pegou uma outra xícara e encheu de café, caminhando até Dick e entregando a xícara. Acenou com a cabeça para que ele tomasse a bebida, como se fosse o conselho de alguém mais velho e sábio. Naquele momento, Dick percebeu que Lucy realmente parecia ser mais velha que ele, mas não tanto.

── Então essa é a sua casa? ── perguntou bebericando o café.

── Pode se dizer que sim. Estou fazendo ovos com bacon e waffles, quer algum do menu?

O rapaz percebeu como Lucy nunca o respondia apropriadamente. Sempre algo semelhante a sim, lembrando a não, mas nunca um sim ou não. Anotou isso em sua mente como um possível alerta de perigo, afinal, que tipo de mulher normal poderia lidar com um homem de um metro e oitenta de altura bêbado e forte? Claro, ele não estava se gabando de seus músculos e como era pesado, mas parecia um tanto fantasioso que aquela mulher conseguiu o levar para algum canto o arrastando.

Ao olhar para ela, com os olhos semicerrados em análise, Dick percebeu a imagem de Lucy ─ sem sobrenome, ele lembrou a si mesmo ─, ela estava relaxada enquanto cozinhava, um leve sorriso no rosto enquanto as franjas de seu cabelo caiam por seu rosto. Não conseguiu entender, ao analisar, como o rosto de Lucy parecia ter o potencial de ser o rosto de alguém delicado e ainda sim... era diferente, como se ela tivesse encarado coisas difíceis.

Quando a mulher se virou para pegar algum tempero em sua dispensa, abrindo todos os armários superiores, Dick percebeu um machucado na parte do ombro esquerdo de Lucy: o centro era roxo, mas ao redor estava esverdeado, indicando que a biliverdina havia sido convertida em bilirrubina pela quebra da hemoglobina. Ou seja, o machucado era recente, mas não tanto.

── Quem causou isso?

A mulher o olhou curiosa, mas então percebeu para onde as íris castanhas de Dick estavam apontando e logo encolheu os ombros de maneira desconfortável. Pegou um suéter que sequer Dick havia notado em cima do balcão e vestiu, ainda sem olhar para ele. Estava prestes a pedir desculpas, mas ficou quieto, a pressionando de maneira silenciosa para que ela falasse algo.

── Ontem você me disse algo, Dick, que eu gostei muito... ── ela finalmente o olhou. ── "Não vamos nos importar com o passado, enquanto estivermos na companhia um do outro, apenas o presente e talvez futuro importa".

Atualmente,
Gotham City, Mansão Wayne.

── Senhor Grayson?

Somente a voz de Alfred, o mordomo da Mansão Wayne, foi capaz de tirar Dick de seu momento de fúria contra o saco de pancadas. Sequer usava equipamento, estava apenas acabando com o equipamento enquanto suas mãos se machucavam e ficavam vermelhas. Só percebeu isso quando parou, de maneira lenta, se virando para Alfred.

── Alfred... aconteceu algo?

── Nada além de minha preocupação.

── Preocupação? ── Dick perguntou franzindo a testa, percebendo o olhar de Alfred em suas mãos. ── Isso não é nada, estou acostumado com a dor.

── Você não está normal, Senhor Grayson. Eu o conheço desde que era uma criança. Uma criança muito encrenqueira, inclusive.

As memórias de quando o mais novo chegava em casa após receber uma detenção da escola por algum problema arranjado por Dick, que geralmente combatia os valentões, encheram a mente dos dois e automaticamente o Grayson sorriu pequeno.

── E você sempre entendia os motivos...

── Esse é o meu trabalho, não?

Dick balançou a cabeça, pensando como Alfred era bom demais até mesmo para Bruce. Caminhou até uma mesa de suporte e pegou um lenço, enxugando a sua mão enquanto percebia o sangue surgir em seus machucados recém feitos.

── O que te aflige, Senhor Grayson?

── Não é nada demais... apenas... como alguém pode sumir do nada?

Alfred cerrou suas sobrancelhas em dúvida.

── O pior é que é literalmente isso! Ela apenas sumiu! ── jogou o pano em cima da mesinha novamente, soltando um suspiro frustrado. ── Ela sumiu e eu sequer tenho informações o suficiente para fazer uma busca.

── Talvez ela não queira ser encontrada, Senhor Grayson. Ou talvez...

── O que?

── Não querem que ela seja encontrada.

Dick refletiu sobre isso, pensando de início que não fazia tanto sentido, afinal, quem iria pensar isso sobre Lucy? Mas então, lembrou-se a si mesmo, não tinha muitas informações sobre ela... tudo era possível, no final das contas. As palavras de Alfred tinham o incentivado, ele precisava de mais informações sobre Lucy! Quem ela era? Agir como um detetive seria o trabalho para Richard Grayson.

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