8. Papel de bom moço.
Enquanto subíamos a longa escada até meu quarto, eu senti seu olhar ardente, fixo em minhas coxas desnudas. Um sorriso malicioso surgiu em meus lábios avermelhados devido a quantidade de vezes que eu já havia o mordido apenas no caminho entre o carro e o quarto.
As ideias pecaminosas que rodeavam minha mente faziam com que eu suspirasse de desejo. E Liam estava tão atento em minha saia que nem sequer me ouvia.
Analisando suas atitudes, cheguei à conclusão de que ele não tinha nada de diferente. Pelo contrário. E pensar que por um momento quase acreditei em sua postura madura e centrada.
A verdade era que ele desejava o mesmo que qualquer outro de sua idade. E se ele era apenas mais um adolescente em busca de prazer, então eu o trataria como tal.
Quando minha mão fechou a porta do quarto, eu soube que ali dentro as portas do inferno haviam sido abertas. E assim, o fogo aos poucos espalharia-se.
— Está afim de fazer o quê? — perguntou, com o olhar distraído, observando o espaço exatamente da mesma forma que da última vez que esteve ali.
— Essa pergunta abrange muitos tipos de resposta, você sabe, não é? — eu sorri, achando graça de como Liam ficou sem jeito após ouvir aquela frase.
— Não foi isso que eu quis dizer. — por pouco não gaguejou.
— Eu sei disso.
Bobinho.
Eu sabia o quanto manter minha unha por entre meus dentes deixava o moreno nervoso, e por isso, aproveitando que eu tinha toda sua atenção direcionada a mim, foi o que fiz.
Estava divertido deixá-lo daquela forma, mas o que eu estava realmente querendo, era apimentar as coisas.
— Sabe, eu vejo o jeito que você me olha. Eu não sou cega. — aproximei-me dele que deu um passo para trás, encontrando minha cama e ficando encurralado.
— Como assim?
Fingir-se de bobo, para ele, era inevitável.
— Já pode parar de fazer o papel de bom moço. Eu sei quem você é de verdade, Liam. — sussurrei a última parte em seu ouvido.
— Ariana... — suspirou quando minhas unhas provocaram sua sanidade, entrando por sua blusa e arranhando levemente suas costas.
— E eu estou pronta para conhecê-lo. — finalizei, também em forma de sussurro.
Suas mãos entrelaçaram-se em meus fios dourados e seus lábios permitiram-me sentir seu gosto tão inebriante. E assim eu soube que eu havia conseguido o que eu queria com apenas aquelas poucas palavras.
Eu sabia que ele logo cederia, mas não imaginava que seria tão rápido assim.
Gemi baixinho quando sua mão quente passeou pelo interior da minha coxa, estimulando o meu prazer.
Eu nunca imaginaria que em tão pouco tempo o beijando, ficaria tão necessitada quanto eu estava. E pelo lugar onde sua mão encontrava-se, ele sabia disso.
Mas, eu não poderia seguir para a próxima etapa. Não agora.
Eu desejava deixá-lo ainda mais louco do que já estava, e se para isso eu também acabasse ficando igual, assim seria.
Parei o beijo, recuperando meu fôlego. Agora, a confusão era o que tomava conta de seus olhos.
— Acho melhor você ir embora. — falei sem dar tempo nem para Liam raciocinar após nosso momento de puro delírio.
— Eu fiz algo errado? — ficou preocupado.
— Não, não. É que... Você sabe. Eu te contei mais cedo sobre.
Eu nunca pararia aquilo só porque estava em uma dia terrível. Mas, aquela era definitivamente a melhor desculpa que poderia ser usada para justificar minha ação repentina.
— Desculpa, eu não sei o que deu em mim. Fui tão insensível, me desculpa mesmo. — suas palavras atropelavam-se, e sua voz mostrava seu nervosismo e arrependimento.
— Liam, está tudo bem. É sério. — tentei tranquiliza-lo e coloquei minha mão em seu ombro para que ele se sentisse melhor. — Acredite, você não fez nada de errado. Pelo contrário. — não pude evitar o pequeno sorriso que se formou em meus lábios levemente inchados por conta do atrito com os seus.
— Irei aguardar pela continuação de hoje. — roubou-me um selinho e saiu deixando-me atônita por causa de seu carinho inesperado.
Selinhos não combinavam com o que eu estava querendo ter com Liam e agora eu tinha certeza de que ele estava confundindo as coisas.
Devido a situação deplorável de minha calcinha, logo livrei-me das minhas roupas para tomar um banho. Ali, de baixo do chuveiro, aliviei a tensão acumulada durante o que havia acontecido momentos antes.
Imaginei também o que ele ainda poderia fazer comigo entre quatro paredes.
Eu queria mais. Eu precisava de mais.
Quando finalmente deixei aquele cômodo e fui à cozinha, percebi a presença de minha mãe e seu olhar de repreensão atacando-me.
— Vi quando ele saiu daqui. É o seu novo fantoche? — disse debochada, enquanto enchia uma taça de vinho.
— Já pode parar. — pedi e comecei a perguntar-me sobre detalhe. — Ele te viu? — fiquei curiosa, e ela balançou a cabeça negativamente. — E o que está fazendo em casa a essa hora?
— Vou relevar sua grosseria só porque sei o quanto o dia de hoje mexe com você. E respondendo a sua pergunta, foi por isso que cheguei mais cedo, para te fazer companhia.
— Estou bem. Pode voltar para o seu trabalho. — falei antes de deixá-la lá, falando sozinha.
Sua presença não seria útil em nada, e a única pessoa que realmente seria, eu havia acabado de dispensar por pura idiotice.
No momento, dormir pareceu a única solução plausível para calar meus desejos.
N: A partir daqui as coisas começam a esquentar. Estão ansiosos?
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