4. Pagou um boquete?
☾Ariana Grande ☾
Eu contei para Maya sobre o que havia acontecido mais cedo e descobri que ela também não gostava de Marie. Continuaríamos naquele assunto por um bom tempo se Liam não tivesse passado correndo por nós duas, roubando toda nossa atenção.
— Alguém está apertado para ir ao banheiro. — eu disse, rindo do meu próprio comentário.
— Ariana! — a garota repreendeu-me. — Você não viu a cara dele não? — perguntou, indignada com a minha falta de empatia.
Neguei e parei de rir quando percebi que Maya estava preocupada de verdade, principalmente porque ela não era o tipo de pessoa que ligava muito para os outros.
— Vai lá falar com ele. — pediu-me e franzi o cenho, reprovando a ideia. — É sério, por favor, Ariana. — insiste.
Aquele pedido não fazia muito sentido vir justamente dela. Por que era tão importante se ele estava bem ou não?
— Por que eu? Vai você! — tentei livrar-me daquela tarefa.
— Porque ele não aceitaria ajuda de uma pessoa que odeia. — falou, mas sentiu uma certa dificuldade em admitir aquilo.
Aquela informação era nova, fazendo muitas dúvidas surgirem em minha mente. Por que Maya sequer ficaria preocupada com alguém que a odeia?
Mesmo que eu quisesse enche-la de perguntas e mais perguntas naquele momento, resolvi fazer o papel de boa menina e ajudar o pobre garoto, afinal não custava nada fazer uma boa ação.
Corri para tentar alcançá-lo e por sorte ele não havia ido muito longe.
— Liam! — chamar pelo seu nome foi o suficiente para que ele parasse e eu conseguisse finalmente aproximar-me do mesmo.
Fiz o que uma pessoa com um bom coração faria e o abracei. Seus braços apertaram-me forte, fazendo com que eu pudesse sentir todos os seus músculos do abdômen. Mordi os lábios e amaldiçoei-me por ter pensamentos tão sujos em um momento tão delicado e em que ele estava tão frágil.
Seu suspiro aliviado provou-me que aquilo era tudo o que ele precisava no momento.
— Quando eu te vi correndo para fora da escola pensei que poderia estar precisando de uma ajuda. — menti, eu só estava ali porque Maya havia pedido mesmo.
— É. Minha cabeça está explodindo. — confessou.
— Quer ir para casa? Posso chamar meu motorista para te levar. — tirei meu celular do bolso pronta para ligá-lo.
— Você tem motorista? Não acredito. — riu alto, deixando-me desacreditada com sua audácia. — É possível ser mais patricinha do que isso?
— Cala a boca. — falei, em um tom descontraído. — É que ainda não consegui tirar minha carteira de motorista. — expliquei.
— Nem imagino o porquê. — sugeriu que eu era uma péssima motorista.
Fazendo todas aquelas piadas pude concluir que ele não tinha medo do perigo. E isso era o que eu mais odiava nele. Enquanto os outros temeriam minha reação, Liam apenas achava graça. Será que eu estava perdendo a minha essência?
— Você é muito idiota. Por que eu resolvi vir atrás de você mesmo? — cruzei os braços e revirei os olhos.
O pior era que aquilo não era nem de longe o suficiente para me deixar brava com ele e seu sorriso fazia com que eu quisesse socar sua cara por ser tão adorável.
— Aposto que é por causa do jeito eu passo os dedos pelo meu cabelo. — disse sacana e passou a mão por seus fios castanhos, tentando fazer uma expressão sexy.
— Se toca, Liam Payne. Eu só estava praticando uma boa ação.
— Ah, virou santa agora? — cruzou os braços.
— Nunca fui. — eu disse, com um sorriso malicioso no rosto.
Em uma fração de segundos a tensão sexual tomou conta do ar ao nosso redor, fazendo-me sentir um misto de excitação e vergonha. Era um pouco contraditório assim como tudo sobre mim era.
— Mas é bom saber que você gosta de praticar boas ações. — Liam cortou o silêncio. — Talvez eu possa vir a precisar delas um dia. — piscou para mim, com uma feição safada.
— Seu pervertido! — dei um tapa em seu braço e seu rosto contorceu-se de dor. — Desculpa, não era para ter te machucado. — passei os dedos em seu braço, analisando a vermelhidão presente ali.
Um simples toque era suficiente para que meus hormônios dessem sinal de vida. Eu não queria admitir, mas a verdade era que Liam estava se transformando em uma ameaça à minha sanidade.
— Eu só estava brincando. — achou graça da minha preocupação, fazendo-me bufar. — Sabe, você é um pouco mais legal do que eu imaginava.
— Isso era para ser um elogio? — perguntei e ele deu de ombros. — Bom, acho melhor eu voltar para lá, ainda tenho que almoçar. — dei um passo para trás, sinalizando minha saída.
— Tudo bem. Vou para casa, mas não precisa se preocupar com carona, estou com o meu carro hoje. — sorriu antes de virar de costas e seguir seu caminho.
Assim, finalmente pude respirar fundo e ir para a Cafeteria encontrar com Maya.
— Como ele estava? — ela afobou-se para perguntar, quando sentei ao seu lado. — Toma aqui, peguei seu almoço. — entregou-me um prato e agradeci, sentindo-me faminta.
A essa altura, todos da mesa encaravam-me, esperando a resposta para o que Maya havia perguntado.
— Bem. — foi a única coisa que eu disse.
— Sério? Ele saiu detonado daqui. — Niall contou.
— É, você fez o quê? Pagou um boquete para ele sentir-se melhor? — Harry interrogou-me, com as sobrancelhas franzidas.
— Meu Deus, Harry. Por que é sempre você que tem que falar a merda? — Louis disse, e era provavelmente o que todos da mesa estavam pensando.
— Olha quem fala, boca grande. — Harry respondeu, com a cara fechada.
— Você não viu nada ainda. — Louis levantou da mesa rapidamente, com os braços apoiados na mesma, desafiando o cacheado e chamando a atenção das pessoas das mesas que estavam ao redor da nossa.
— Ei, ei, ei! Guardem o barraco para outro dia. O foco agora é o Liam. — Maya relembrou, tentando acalma-lós. — Continua, Ariana.
— O que vocês querem que eu fale? — perguntei, achando aquilo muito tedioso.
— Como que ele melhorou do nada, por exemplo. — seus olhos brilharam de curiosidade.
— Não sei, a gente só conversou. — continuei comendo minha comida, implorando mentalmente para que esquecessem o assunto.
Eu não gostava de interrogatórios. Se nem meus pais ficavam em cima de mim daquela forma, quem eram eles para ficar? Minha paciência já estava esgotando-se.
— Eu sabia. Ela pagou um boquete. — Harry voltou a insinuar que eu havia praticado tal ato.
— Não, eu não paguei. E não posso fazer nada se você acha que para uma pessoa melhorar seu humor a única alternativa é o sexo. — falei furiosa, e cada vez mais meu ranço por aquele garoto aumentava.
— Dois a zero para Ariana. — Louis comemorou, recebendo um olhar assassino de Harry.
— Então, onde vocês pretendem assistir o jogo do Norwich e Bristol City? É esse sábado. — Niall mudou o assunto e mostrou o quanto era sensato.
Finalmente uma conversa a qual eu não fazia parte. Eu só queria comer minha salada em paz.
Fiquei remoendo em minha mente tudo o que havia acontecido naquele dia. Perguntei-me porque era tão difícil para eles, e principalmente para Harry, compreender que Liam havia melhorado depois de nossa conversa.
N: Esse é o meu capítulo preferido até agora.
Revisei ele com tanto sono que to até merecendo uma chuva de votos e comentários. Mesmo assim se tiver algum erro peço desculpas.
Obrigada a quem ta acompanhando e me incentivando a continuar❤️
Ah, e vocês perceberam que eu consegui postar mais rápido dessa vez?
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