14 - Fim
(363 palavras)
A leveza de uma boa vida
Se vai como um sopro de outono
E temos a prova disso todos os dias
Um dia você irá acordar e não ouvirá mais o canto dos pássaros
Não verá a cor das folhas de uma bonita árvore
Não sentirá o cheiro de uma flor de jasmim
Não ouvirá a risada de crianças correndo pela rua
Não verá a beleza de um por do sol
E nem o ápice de uma noite de lua cheia
Um dia você irá acordar
E a vida terá simplesmente parado
Uma sensação de fim
E dever comprido lhe tomará
E ainda deitado em sua cama
Você sabe
Acabou
A sua volta não terá sons
Só a imagem congelada
Daquilo que um dia você chamou de seu
E então você sorrirá
Com toda a sua sabedoria recém adquirida
Você pensa
Este será um dia bom
Você se levanta
E faz a sua rotina matinal
Só você e o silêncio
A tranquilidade e alegria do seu lado
Você sabe que deveria ser triste
Mas não é
Porque é assim que as coisas são
E agora enfim está tudo bem
Lá fora na janela
Não há mais luz
Não há sol
Não há rua
Não há pássaros
Não há crianças
Só a escuridão
Em seu lugar seguro
Sentado a mesa da cozinha
Enquanto toma seu café
Observando a falta de vida lá fora
Você sabe que não precisará mais se preocupar
Acabou dores
Acabou doenças
Acabou infelicidades
Simplesmente acabou tudo
Até a vida
Mesmo que sozinho
Mas ainda feliz
Sem pressa
Porque agora todo o tempo é seu
Assim que deve ser
Sua manhã eterna e preciosa
Você e seu café
Em um lugar onde não há erros
E nem acertos
E nem para onde ir
A vida passa como um sopro de outono
Mas o fim dela é como uma eterna ventania constante
Quando estiver lá você saberá tudo o que precisava saber
Saberá tudo o que deve fazer
Mas que não soube antes
Enquanto ainda está aqui
Só faça ela valer apena
Porque assim o fim não será tão torturante
Ele sim é a única coisa eterna que temos
-CB
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