Quero Eles Todos Mortos
Era como se o Caldeirão tivesse arrancado algo de Asterin, uma parte vital. Naqueles minutos após ela se dar conta que nunca mais veria Travis, Asterin apenas era capaz de lembrar de todos os momentos felizes durante todos aqueles anos ao lado de seu amigo, seu irmão. Sua família. O como Travis havia ajudado Nilfheim, e havia ajudado Asterin em diversas situações em que ela sequer era capaz de sentir esperanças. Travis era uma luz, e agora, havia partido para sempre. E Asterin não era capaz de aceitar isso.
Era pior que um golpe, Asterin sentia como se tivessem arrancado seu coração para fora e o esfaqueado milhares de vezes. Sei peito doía de um jeito que ela sequer era capaz de explicar, e ela não conseguia se levantar, não conseguia se mexer, suas mãos afundando na terra banhada de sangue enquanto Asterin chorava. E chorava. E chorava.
Não era justo; não era justo. Asterin havia colocado seu amigo naquela situação, e agora, Travis estava morto, e aquilo era tudo culpa de Asterin.
Não. O vento sussurrou, de forma suave, tentando a acalmar. Nada disso é sua culpa.
E ele estava certo; era culpa de Hybern. Daquele rei maldito.
-Asterin, precisamos nos mexer!- Eris disse, a puxando para que se levantasse. O Grão Senhor da Corte Outonal segurou o rosto dela em suas mãos, a analisando seriamente. -Eu realmente sinto muito, Aste. Mas precisamos continuar. Se você parar, você vai ser a próxima a morrer!
Ela apenas assentiu; sabia que ele tinha razão. E ela sabia que se acabasse morrendo, então a morte de Travis não teria valido de nada.
-Quando acabarmos com isso, Asterin, aí sim você sofrer.- Eris murmurou.
-Quero eles todos mortos.- ela rosnou e Eris abriu um sorriso perigoso.
-Então vamos acabar com eles. Todos eles.
Mesmo quando o exército começou a entrar em pânico pela faixa de poder do Caldeirão, a maior parte restante das legiões illyrianas reformaram suas linhas e seguiram em frente, os peregrinos de Thesan totalmente intercalados com eles agora.
O exército humano de Jurian, composto dos homens de Graysen e outros não vacilaram. Não quebraram, mesmo quando caiam um por um. Mas se o Caldeirão desse outro golpe...
Asterin, Eris Helion, Tarquin, e Kallias lutavam para manter as linhas. Jurian e Tamlin ainda golpeando o flanco norte, enquanto os illyrianos e peregrinos batiam para trás a legião aérea; A legião da Escuridão da Cidade Escavada agora pouco mais do que fios de sombra em meio ao caos, mas não era o suficiente. Asterin sabia disso. Para a dimensão de Hybern, estavam começando a ser empurrados para trás. Começaram a submergir eles.
Hybern tinha não só escolhido este campo de batalha pelas suas
vantagens físicas, mas as geográficas. Porque através do mar, navegando pelo oeste, depois de Hybern, uma armada apareceu. Tantos navios. Todos repletos de soldados. Não outro exército. O resto do exército de Hybern.
E eles ficaram presos entre eles.
-Merda.- Eris grunhiu. Asterin apenas fechou os olhos por um segundo. Aquele seria o fim; eles sabiam disso. Ela apertou a mão de Eris na sua.
-Só paro quando estiver morta. - ela disse e Eris sorriu com pesar para ela, apertando a mão de Asterin em resposta.
Não poderiam lutar com ambos os exércitos. Não poderiam mesmo lutar com um.
A armada navegou mais perto. Hybern, sentindo que seus reforços estariam logo em terra firme, aplaudiram e empurraram. Difícil. Tão difícil, as linhas illyrianas dobravam-se.
Era isso. Os últimos momentos.
-Não me arrependo de nada, sabia?- Asterin disse com um sorriso e Eris riu, antes de cortar sua palma e estender a adaga para ela. Asterin sorriu. -Amo você.
-Também te amo. E sem despedidas, Asterin. Sem despedidas.- Eris disse, apesar de toda a tensão em seu rosto, porque ele sabia que não demoraria muito para estarem ambos mortos. Mas eles deixariam um rastro de destruição antes disso acontecer.
A armada de Hybern vinha diretamente para a praia distante.
Uma explosão trombetas clivou o mundo.
Asterin franziu o cenho quando uma dúzia de trombetas foram tocadas em perfeita e poderosa harmonia. Do leste do mar.
-Mas que porra...- Eris começou, mas Asterin não terminou para ouvir antes de voar até os céus, até onde Rhys segurava Feyre e Cassian segurava Nestha.
E lá, navegando ao longo do horizonte leste, milhares e milhares de soldados alados voando em linha reta em direção a eles, bem acima do oceano.
Ou para a armada de navios estendendo-se abaixo deles. Mais do que a armada de Hybern. Muito, muito mais.
Asterin sabia quem eles eram no momento que notou o branco, asas de penas dos soldados aéreos tornando-se visiveis.
Os Serafins.
A legião de Drakon.
E naqueles navios, mil navios de inúmeras nações, o povo de Miryam. Mas os outros navios...
Rhysand olhou Asterin e abriu um sorriso para ela.
Saindo das nuvens, um guerreiro serafim, de cabelos e pele escuras surgiu para eles.
O riso sufocado de Rhys foi o suficiente para dizer quem era, mas Asterin sabia muito bem. Quem agora agitava diante deles, com um largo sorriso.
-Você poderia ter pedido ajuda, você sabe. - Falou lentamente Drakon. -Em vez de deixar-nos ouvir sobre tudo isso através de boatos. Parece que chegamos apenas no tempo.
-Fomos à sua procura e o que encontrei foi nada. - Disse, mas Rhys tinha lágrimas em seus olhos. -Faz com que seja difícil para alguém pedir ajuda.
Drakon bufou.
-Sim, nós percebemos isso. Miryam percebeu isso, porque não tinhamos ouvido falar de você ainda. Três séculos atrás, tivemos alguns problemas em nossas fronteiras e criamos um glamour para manter a ilha protegida. Amarrada a... você sabe. Para que qualquer pessoa que se aproximasse só visse ruínas e estaria inclinado a voltar.- Ele piscou para Rhys. -Miryan teve a ideia a partir de você e de sua cidade.
Drakon estremeceu um pouco.
-Acontece que funcionou muito bem, se manteve fora os inimigos e amigos.
-Você está me dizendo, - Rhys disse suavemente -Que você esteve em Cretea esse tempo todo?
Drakon fez uma careta.
-Sim. Até ouvirmos sobre Hybern. Sobre Miryam estar sendo caçada novamente.
Por Jurian. O rosto do príncipe apertou com raiva, mas ele examinou Feyre, em seguida, Nestha e Cassian, com um agudo escrutínio nos olhos. E depois olhous Asterin, sorrindo para ela.
-Vamos ajudá-lo, ou apenas ficar aqui, falando? - Rhys inclinou a cabeça.
-Para o seu lazer, príncipe. - Ele olhou para a armada agora apontando para as forças de Hybern.
-Seus amigos? - A boca de Drakon se curvou para o lado.
-Amigos seus, eu acho. Alguns dos barcos de Miryam estão lá embaixo, com ela, mas a maioria veio para você.
-O que? - Nestha nitidamente disse, não era bem uma pergunta. Drakon apontou para os navios.
-Nós nos encontramos com eles no vôo para aqui. Os vimos cruzar o canal e decidimos juntar as fileiras. É por isso que estamos um pouco atrasados, embora nós lhes demos um pouco de impulso para frente.
De fato, o vento estava agora chicoteando em suas velas brancas, impulsionando esses barcos cada vez mais rápidos em direção a armada de Hybern. Drakon esfregou o queixo.
-Eu não posso nem começar a explicar a história complicada que me disseram, mas... - Ele balançou a cabeça. -Eles estão sendo liderados por uma rainha chamada Vassa.
Asterin abriu um sorriso.
-Quem aparentemente foi encontrada por-
-Lucien. - Feyre disse.
-Quem? - As sobrancelhas de Drakon estreitaram. -Oh, o macho com um olho. Não. Ele encontrou-se com eles mais tarde, na verdade a bruxa encontrou... lhes disse para onde ir. Para vir agora, na verdade. Tão agressivos, vocês machos de Prythian. Ainda bem que, pelo menos, já estávamos em nosso caminho para ver se você precisava de ajuda.
-Quem encontrou Vassa? - Nestha perguntou com aquele mesmo tom plano. Como se ela de alguma forma já soubesse. Mais perto, os navios humanos navegavam. Tantos, eram tantos, tendo uma variedade de diferentes bandeiras.
-Ele chama-se o príncipe dos Mercadores. - Disse Drakon. -Aparentemente, ele descobriu que as rainhas humanas eram traidoras meses atrás e tem reunido um exército humano independente para enfrentar Hybern desde então. Ele conseguiu encontrar a rainha Vassa e juntos eles reuniram este exército. - Drakon
deu de ombros. -Ele me disse que ele tem três filhas que vivem aqui. A quem ele falhou por muitos anos. Mas ele não iria falhar com elas neste momento.
Os navios na frente da armada humana tornaram-se claros, junto com as letras douradas em seus lados.
-Ele nomeou seus três navios pessoais com os nomes delas. – Disse Drakon com um sorriso. E lá, velejando na frente.
Os nomes desses navios.
O Feyre.
O Elain.
E conduzindo a tropa contra Hybern, voando sobre as ondas, inflexível e sem um pingo de medo... O Nestha. Com o pai de Feyre no comando.
O vento sussurrou no ouvido de Asterin e o coração dela disparou a medida que ela voltava para onde Eris ainda estava, apenas para ver o ar ser rasgado e Aleyenor surgir de um portal que levava até um daqueles navios, sendo seguida por Lucien.
Asterin desabou diante da bruxa, a puxando com força para seus braços e Aleyenor encostou a testa na de Asterin em um gesto de respeito e carinho.
-Fico feliz que esteja viva.- a Rainha murmurou. Aleyenor sorriu.
-E pronta para dizimar esse exército até as cinzas.
Só passando pra avisar que atualizei a fic as 5h da manhã pra quem não viu k
~Ana
Data: 22/12/21
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