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Já Chega De Hybern

-Lindo reencontro, juro mesmo, mas a gente tá no meio da guerra!- Eris gritou com irritação, ele e Lucien alternando para impedirem que os hyberianos chegassem até Asterin e Aleyenor. A bruxa apenas revirou os olhos para Eris, certamente pensando em formas diferentes de acabar com o Grão Senhores por estar a irritando naquele momento. E, apesar de saber que estavam completamente perdidos naquela guerra, Aleyenor, ainda assim, estava calma.

Um soldado hyberiano escapou de Eris e Lucien, e Lucien gritou em aviso quando ele se aproximou demais de Aleyenor. Mas bruxa apenas se virou graciosamente, agarrando o pulso do macho e cravando os olhos nos dele.

Os olhos de Aleyenor brilharam em um azul ainda mais intenso, e o macho a sua frente largou a espada, a cor de seu rosto sumindo cada vez mais a medida que Aleyenor o mostrava a verdadeira visão do inferno.

O macho gritou; gritou e caiu de joelhos antes de começar a se desintegrar até virar nada além de pó. Aleyenor ergueu a cabeça, e os outros cinco hyberianos que os cercavam sairam correndo em retirada, gritando em puro horror. Asterin riu, riu ainda mais com a cara que Lucien e Eris estavam fazendo enquanto olhavam para Aleyenor.

-Que porra você mostrou pra ele? - Eris disse, incrédulo. Aleyenor deu de ombros, limpando as mãos nas calças.

-Ele matou a própria esposa.- a bruxa disse, os olhos se fixando nos de Eris. Ela abriu um sorriso cruel o suficiente para fazer até mesmo o Grão Senhor estremecer. -Então o mostrei ela vindo para se vingar.

-Mãe acima. - Lucien murmurou, divido entre choque e aprovação.

-O que você é, hein? Não é só uma bruxa. - Eris disse, dando um passo na direção de Aleyenor, mas então, parou. Ele arregalou os olhos. -Você...

-Você também quer ver seus medos e desintegrar até virar nada, Grão Senhor?- Aleyenor disse em uma calma fria e letal que fez um calafrio percorrer a espinha de Asterin. Eris teve o bom senso de permanecer calado diante da clara ameaça da bruxa a sua vida.

-Eris.- Asterin chamou e ele a olhou, tentando sair daquele estado petrificado que Aleyenor o tinha deixado. -Precisamos ir até o meio do exército hyberiano. Preciso fazer uma coisa e quero sua ajuda.

-Certo, mas você sabe que se a gente for ali onde tem a maior concentração de filhas da puta, a gente morre, sabe não?- Eris disse arqueando a sobrancelha e ela grunhiu.

-Pelo menos vamos ter levado boa parte desses merdas conosco. - Asterin rosnou. Eris suspirou de forma dramática antes de assentir. -Eles levaram tudo de nós. Mataram meu amigo. Eu vou acabar com eles.

-Eu sabia.- Aleyenor murmurou. -Eu senti.

Asterin segurou a mão dela na sua, se sentindo vazia por um instante, porque não era justo que Travis estivesse morto. Assim como também não era justo que o Caldeirão tivesse varrido todos aqueles illyrianos, todos aqueles feéricos, peregrinos, grão feéricos. Todos tinham família e alguém que os amava, e quão justo tudo aquilo era?

-Acabarei com todos eles. Cada um deles.- Asterin prometeu, seu olhar afiado como uma lâmina.

Ali longe, ela pode ver Rhys. O macho que amava com todo seu coração. Ela o viu se transformar.

As garras vieram primeiro, substituindo os dedos das mãos e pés. Então escamas escuras ou talvez penas, Asterin era incapaz de ver direito, cobriam suas pernas, os braços, o peito. Seu corpo se contorceu, ossos e músculos crescendo e mudando. A besta que Rhys tinha mantido escondido. Que nunca gostou de desencadear. A menos que fosse terrível o suficiente para fazê-lo.

Asterin viu o que aconteceu com a cabeça, seu rosto. Era uma coisa de pesadelos. Nada humano ou Feérico nele. Era uma criatura que vivia em poços negros e só saia à noite para caçar e festejar.

O rosto era como aquelas criaturas que haviam sido esculpidas na rocha da Corte dos Pesadelos. Que decoravam o seu trono. O trono não era só uma representação do seu poder, mas do que se escondia dentro. E com as asas, soldados de Hybern começaram a fugir.

Assustador, sim, mas para Asterin, sempre seria lindo.

Helion viu o que aconteceu e correu
também, mas para Rhys. Mudando também.

Se Rhys era um terror alado trabalhado a partir de sombras e luar frio, Helion era seu equivalente diurno. Penas de ouro, garras para retalhamento e as asas de penas. Juntos, o Grão Senhor da Corte Noturna e o Grão Senhor da Corte Diurna desencadearam-se sobre Hybern. Até que houve uma pausa. Até que um magro e pequeno macho saiu das fileiras em direção a eles, um dos comandantes de Hybern, sem dúvida.

O rosnado de Rhys sacudiu a terra. Mas foi Helion, brilhando com luz branca, que avançou para enfrentar o macho, garras afundando profundamente na lama. O comandante não fez mais do que desembainhar uma espada. Somente finas roupas cinzas e uma expressão vagamente divertida no rosto. Luz ametista girava em torno dele.

Helion rosnou para Rhys, uma ordem. E ele assentiu, sague pingando de sua boca, antes que ele se lançasse de volta para a briga. Deixando o comandante e Helion lutarem sozinhos, espada contra espada. Feitiço contra feitiço. Soldados de ambos os lados começaram a fugir.

Asterin se virou para Aleyenor. Precisava ser naquele momento; a bruxa já estava abrindo um portal, antes mesmo que Asterin tivesse que pedir.

Asterin rasgou a palma de sua mão antes de agarrar a de Eris, sentindo a magia dele a preencher por completo. A completar. E eles apenas olharam um para o outro uma última vez antes de saltarem para dentro do portal criado por Aleyenor, bem diante da maior parte do exército hyberiano.

O Rei de Hybern tinha o Caldeirão, mas agora era hora de descobrir o estrago que um Grão Senhor e uma Rainha Domadora do Vento eram capazes de causar. O estrago que dois carranam poderiam desencadear.

-Precisa se apressar.- Aleyenor disse, logo atrás de Asterin, junto a Lucien, preparada para dizimar a maior parte que conseguisse.

Os hyberianos os viram, e correram para eles. Aleyenor usou todas suas forças para criar uma ilusão que os atrasasse tempo o suficiente para que Asterin estivesse pronta para seu golpe mortal.

Os soldados correram, correram e correram, mas sempre acabavam no mesmo lugar, algo que já tinham começado a notar e os enfurecer. Asterin escutou Lucien rir da cara deles.

Asterin fechou os olhos por um instante, puxando aquele poder que tinha acumulado todo aquele tempo. O obrigando a subir, o obrigando a sair. Ela sentiu queimar enquanto seu poder voava para fora dela.

Asterin abriu os olhos e sorriu, porque aquele seria o fim. Pelo menos, daqueles exércitos.

-Pela Mãe. - Eris arfou chocado quando o vento ao redor deles começou a ficar forte o suficiente para fazer alguns hyberianos sairem voando gritando.

-Nunca fiz um furacão que eu tivesse gostado de verdade. Vamos ver quanto a isso agora.- Asterin riu antes de abrir as mãos e impulsionar seu poder para frente.

Força demais, aquilo requeria muita força. Asterin caiu de joelhos na grama, mas não parou, não parou de obrigar aquela força a ir para frente. Eris a agarrou com força, dando a ela sustento e magia o suficiente para que continuasse.

E ela continuou.

Forçou e forçou até um furacão imenso se formar bem no meio do exército de hybern, os sugando para dentro e varrendo tudo o que encontrava.

Ela escutou os gritos de horror.

-Você conseguiu.- Eris disse num sussurro. -Asterin, já chega, já varreu metade!

-Não. - ela grunhiu, tentando se levantar, mas toda sua força tinha sido drenada.

-Asterin, já chega.- Lucien disse. -Você deu uma boa chance para nós, mas agora, chega.

Ela não os escutou. Certamente não quando o furacão cessou e os soldados restantes gritaram antes de correrem para eles.

-Já chega de Hybern. - ela rosnou. E deixou a raiva sair.

Toda a raiva que vinha guardando pela morte de Travis, por tudo o que tinham perdido até ali. Por aquela guerra maldita e estúpida.

Ela deixou sair.

Gelo irrompeu contra o exército hyberiano, congelando e atingindo de forma mortal boa parte deles. Lascas de gelo voaram e perfuraram, machos foram congelados até a morte.

Asterin caiu de joelhos, tremendo e arfando. Eris soltou um palavrão, a puxando para seus braços.

Ela apenas ergueu a cabeça e sorriu com aquela visão.

Destruição; ela tinha causado uma imensa destruição.

Mas sabia que aquilo não era o fim. E apenas rezava para que Feyre se apressasse.

Depois de 293837 capítulos, acabei de escrever a fic e irei postar tudo hoje RISOS
~Ana

Data: 22/12/21

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