Foda-se Você, Foda-se Você E Foda-se Você Também
Asterin escutou o barulho de osso partindo quando o joelho daquele macho illyriano encontrou com força sua mandíbula.
A dor era realmente insuportável, mas não era como se fosse algo com o qual ela já não estivesse acostumada. Se você era uma fêmea e, mais especificamente, uma illyriana, cenas como aquela eram normais. Tão normais que os outros passando naquela rua enquanto Asterin tomava uma surra apenas ignoravam, sem sequer olhar na direção dela.
Mas ela não daria a aqueles machos o gostinho de ouvirem ela gritar de dor. De implorar por misericórdia; ela já tinha implorado uma vez na vida, para não machucarem sua irmã e a machucarem no lugar. Não imploraria novamente. Pelo menos, não por ela mesma.
Asterin sabia lidar com a dor e já estava acostumada com ela. Era um incômodo, claro, mas não algo que a destruiria, não mais.
-Vai, vadia, fale logo quem foi que roubou a comida!- Marley disse chutando o estômago de Asterin com força o suficiente para faze-la cuspir sangue no cascalho.
-Ela não vai falar tão cedo. Vai ter que pegar mais pesado. - Dalibor retrucou, ainda sem desencostar as costas da árvore de onde observava a cena.
-Eventualmente, ela vai falar, Dali. - Hawise disse ao irmão mais velho, cruzando os braços. -Elas sempre falam no final. Está tentando fazer uma pose, Aste, não vai funcionar. Vai estar gritando no final.
-Quantas vezes me ouviu gritar?- ela disse com um sorriso cruel, a voz rasgando a garganta e sangue escorrendo pela boca. Hawise apenas riu e balançou a cabeça.
-Você gritou quando puxamos Sammy pelo braço e...- começou Hawise mas Asterin rosnou.
-Foda se você. - ela disse apontando o dedo para ele, como uma ameaça silenciosa. Então, olhou para Dalibor. -Foda se você. - e completou, para Marley. -E foda se você também.
Ela cuspiu nas botas pretas de Marley e ele a chutou no maxilar quebrado, partindo ainda mais ossos. Dessa vez, Asterin não se moveu. Sequer se levantou. Dalibor riu.
-Que linguinha afiada você tem, Aste. - ele disse estalando a língua. -Ceda logo de uma vez, cacete! Diga quem roubou a comida. Sabemos que você sabe a resposta.
Ela teve forças o suficiente para esticar a mão e mostrar o dedo do meio a Dalibor. Ela não se importava com as consequências daquilo, Asterin não cederia, não daria ao trio de imbecis o que queriam.
Sim, ela sabia quem tinha roubado a comida do acampamento. O vento sussurrava para ela todas as respostas, tudo o que ela precisava e até mesmo o que ela não precisava saber. Ainda assim, dar a eles o que queriam seria condenar a vida de alguém a morte. Mais especificamente, a morte de uma fêmea boa.
Marley segurou a mão estendida de Asterin e a quebrou em três locais diferentes. A dor era horrível e rasgava a alma dela, mas, ainda assim, Asterin não gritou e não deu a eles a satisfação de a verem implorar por uma misericórdia que ela sabia que não teriam com ela.
Asterin já tinha se acostumado com os tipos de torturas físicas que Marley usava, então já havia treinado o corpo e a mente a não sentir tanto impacto quando ele o fazia. Ainda assim, se recuperar daquilo era o verdadeiro problema para Asterin. Cada osso que ele quebrava, sem a ajuda necessária, se curava da forma errada. E ela não tinha ajuda, bem, pelo menos não de uma curandeira já que as fêmeas não tinham o privilégio de tal serviço destinado a elas.
-Porra, Aste, se você fosse mais boazinha, eu teria casado com você. Mas decidiu virar essa vadia e fugir da porra do casamento. - Dalibor cuspiu. -Me machuca te ver sofrer assim, mas você merece isso.
-Vá para o inferno, seu pedaço de merda.- ela rosnou irritada e, pela Mãe, Asterin deveria ter mantido a boca fechada.
Marley se aproximou tão rápido dela que Asterin sequer o viu surgir e ainda que tivesse, não teria conseguido evita-lo quando ele puxou o cabelo dela para trás, fazendo com que a garganta de Asterin ficasse completamente exposta. E então, colocou o metal gelado de sua faca sobre a poderosa asa negra de Asterin. Isso sim a fez cogitar implorar. E a começar a tremer.
-Ainda ficaria tão cheia de si assim, sua vaca, se eu rasgasse sua asa de fora a fora? - Marley cuspiu, puxando com ainda mais força os cabelos escuros de Asterin.
-Marley, caralho!- Dalibor gritou, enfurecido, finalmente dando três passos a frente. -Solte-a, agora mesmo.
-Ela te ofendeu.- Marley rosnou.
-Eu mandei solta-la. - Dalibor rosnou. -Não toque as asas dela. Nunca. Ou arrancarei as suas.
-Tudo bem, desculpe, Dali.- ele murmurou, a soltando no chão.
Asterin rosnou, irritada. Ele deveria pedir desculpas a ela, desculpas por tudo. Por deixa-la naquele estado, por ela sequer conseguir se levantar graças a ele. Mas Marley estava se desculpando com Dalibor, como se Asterin fosse o animal de estimação do macho e Marley tivesse a chutado acidentalmente.
-Ela é minha, então não faça nada que eu não tenha ordenado.- Dalibor rosnou e Marley abaixou a cabeça, como o grande bundão que era.
Dalibor deu mais alguns passos em direção a Asterin e se agachou ao lado dela. Ele balançou a cabeça e estalou a língua.
-Se não fosse tão orgulhosa, minha amada Asterin, nada disso teria acontecido com você.- ele disse tocando o cabelo dela. Então, torceu o nariz em desgosto. -Está nojenta. Dê um jeito nisso.
Asterin o teria xingado caso tivesse forças para isso, mas sua visão estava começando a ficar preta. A última coisa que ela viu foi Dalibor segurar Marley e Hawise pelos braços e os arrastar para longe dela. E tudo ficou escuro. E a escuridão, muitas vezes, era sua melhor amiga.
Boa noite meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
E já começamos no caos da vida da minha nova bebê illyriana, ai ai. Diferente da Alynia, ela não teve ninguém pra salvar ela :c
Eu tento me controlar e não fazer mais fanfic de acotar, mas, olha, tá difícil viu. Ainda maia quando me pedem com jeitinho pra fazer KKKK
Espero que gostem da história!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 31/05/21
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