Rhysand se chocou contra o chão do solar, e Amren estava imediatamente ali, as mãos nas asas de Cassian, xingando devido às feridas. Depois, xingou por causa do buraco no peito de Azriel. Nem mesmo seu poder de cura poderia consertar os dois. Eles precisariam de curandeiros para cada um, curandeiros poderosos, e o mais rápido possível. Rhys sabia que se Cassian perdesse aquelas asas, seria a morte. Ele iria, de fato, preferir morrer a ser incapaz de voar. Como qualquer illyriano.

-Onde elas estão? - indagou Amren.

Tudo o que Rhys conseguia ver quando fechava os olhos era Feyre gritando para que quebrassem o laço, Feyre nos braços de Tamlin, Feyre chorando por suas irmãs serem jogadas no Caldeirão. Era Asterin o mandando ir embora, Asterin jogando o jogo do rei, Asterin destilando veneno, Asterin ganhando tempo para eles.

-Tire o Livro daqui. - exigiu Rhys, jogando as partes no chão. Amren ignorou a ordem.

Mor não tinha surgido, estava largando ou escondendo Nestha e Elain onde achasse mais seguro.

-Onde elas estão? - dessa vez, a voz era de Conan, o desespero evidente, com Tori logo atrás dele, os olhos arregalados enquanto Amren pressionava a mão às costas arrasadas de Cassian. Rhys sabia que Amren e Conan não estavam falando sobre Morrigan

Como se os pensamentos a tivessem convocado, a prima de Rhys surgiu: ofegante, selvagem. Ela abaixou ao lado de Azriel no chão, as mãos ensopadas de sangue tremiam conforme lhe arrancava a flecha do peito, com sangue cobrindo o tapete. Mor apertou o ferimento com os dedos, luz irradiando conforme seu poder costurava osso e carne e veias.

-Onde elas estão? - disparou Tori dessa vez, o desespero crescendo cada vez mais na jovem illyriana.

Rhys não conseguia dizer as palavras.
Então, Mor as disse por ele ao se ajoelhar sobre Azriel; Cassian e Az estavam misericordiosamente inconscientes.

-Tamlin ofereceu passagem pelas terras dele e nossas cabeças em bandejas para o rei em troca de aprisionar Feyre, partir o laço dela e fazer com que fosse devolvida à Corte Primaveril. Mas Ianthe traiu Tamlin, disse ao rei onde encontrar as irmãs de Feyre. Então, o rei fez com que as irmãs de Feyre fossem levadas com as rainhas, para provar que poderia torná-las imortais. Ele as colocou no Caldeirão. Não pudemos fazer nada enquanto elas foram transformadas. Ele nos neutralizou.

Aqueles olhos de mercúrio dispararam para Rhysand, e Conan sequer parecia respirar. Rhys achou queele fosse vomitar ali mesmo, e Rhys tinha que o dar créditos por não o ter feito ainda. Tori não parecia estar mais ali.

-Rhysand. Asterin? Onde está ela?

-Não tínhamos opções, e Feyre sabia. Asterin sabia. Asterin enrolou o Rei o máximo que conseguiu, e você sabe que ele adora falar e se vangloriar. Ela estava ganhando tempo para que bolassemos um plano, ou talvez... Para que Feyre quebrasse as barreiras. Não sei. Feyre fingiu se libertar do controle que Tamlin achava que eu tinha sobre sua mente. Fingiu que... nos odiava. E disse a ele que iria para casa, mas apenas se a matança acabasse. Se nós fôssemos libertados.

-E o laço? - sussurrou Amren, com o sangue de Cassian brilhando nas mãos conforme reduzia o sangramento.

-Ela pediu ao rei que quebrasse o laço. Ele obedeceu. - disse Mor.

Rhys tinha achado que estava morrendo, que seu peito, de fato, podia estar se partindo ao meio.

-Isso é impossível. - retrucou Conan. -Esse tipo de laço não pode ser quebrado.

-O rei disse que podia quebrá-lo.

-O rei é um tolo. - disparou Amren. -Esse tipo de laço não pode ser quebrado.

-Não, não pode. - concordou. Eles olharam Rhys.

Ele limpou a mente, o coração sangrando, partido pelos sacrifícios que Feyre tinha feito, que Asterin tinha feito. Rhys tinha recuperado Asterin apenas para perde-la novamente, e a dor daquilo o corroia de dentro pra fora, apesar de Rhys saber que Asterin tinha um plano para tudo aquilo. Não importava; ele a queria ali, ao seu lado, e não correndo perigo em Hybern ou fosse lá onde ela estivesse.

-O rei desfez o acordo entre nós. Foi difícil, mas ele não se deu conta de que não era o laço da parceria.

-Ele é um idiota.- Conan sibilou, irritado. -E Asterin...

-Está com ele. Jogando o joguinho maldito dele. Seja lá o que ela tiver em mente...- Rhys começou, mas Conan fechou os olhos com força. 

-Asterin sabe o que faz, por mais idiota que pareça. Ela não vai dar um passo se achar que pode perder. Dê a ela algum crédito, Rhysand.- Conan disse e Rhys grunhiu.

Claro que ele sabia que Asterin era muito bem capaz de se virar. A conhecia bem o suficiente para saber. Mas não significava que aquilo não o preocupava, aterrorizava.

-Não ligo se Asterin sabe ou acha que sabe de algo. - Amren sibilou e cravou os olhos em Rhysand. -Vá atrás dela. A tire daquele buraco. E depois vá atrás de Feyre.

-Não. - falou ele, odiando a palavra.

Mor, Amren e Tori o olharam, boquiabertas, e ele queria rugir de raiva, raiva de Tamlin, do Rei, de Asterin por se arriscar e de Feyre por se sacrificar. Mas conseguiu dizer, olhando Mor:

-Não ouviu o que Feyre disse a ele? Ela prometeu destruí-lo, de dentro para fora.

O rosto de Mor empalideceu, a magia incandescente no peito de Azriel.

-Vai entrar naquela casa para destruí-lo. Para destruir todos. E Asterin... Ela...

-Sim.- Rhys disse, baixinho. -Vai tentar acabar com Tamlin. Ela não só quer ganhar a confiança do rei e passar a perna nele, Mor. Ela quer... - Rhys não conseguia falar. Um nó tinha se formado em sua garganta.

-Vingança.- Mor murmurou. -Por Zya e Amália.

Rhys assentiu.

-Agora, Feyre é uma espiã, com ligação direta até mim. Asterin é uma bomba prestes a explodir toda aquela corte. O que o rei de Hybern fizer, aonde ele for, quais forem os planos, elas vão saber. E Feyre nos relatara tudo.

-Ela é sua parceira. - disparou Conan para Rhys, começando a se irritar. -E Asterin é sua namorada! Elas não são suas espiãs. Vá atrás de Feyre. De Asterin, não me importo! As traga para casa. Isso é demais. Até mesmo para a minha Rainha.

-Feyre é minha parceira. E minha espiã. E Asterin não é minha namorada. - Disse Rhys, respirando fundo. -Ela é a minha esposa.

-O quê? - sussurrou Mor. Conan ficou branco como uma folha de papel.

-Se um dia verem as costas de Asterin, vão encontrar uma tatuagem no centro da coluna dela. Uma lua crescente, pintada na noite passada, quando estavamos juntos em Nilfheim e saímos de fininho, encontramos uma sacerdotisa e nos casamos.

Rhysand sabia de todos os problemas que aquilo podia causar. Asterin sabia. Eles não se importavam; talvez sequer sobrevivessem aquela guerra, então porque se segurarem? Porque quando ambos desejavam faziam séculos por aquele momento? Asterin usou por cinco séculos o anel que pertencera a mãe de Rhys. Já era hora de tornar aquilo oficial, real. Então, eles o fizeram.

-Está me dizendo. - sussurrou Mor -Que a rainha de Nilfheim e Senhora da Corte Noturna está agora cercada de inimigos? - Um tipo letal de calma tomou seu rosto manchado de lágrimas.

-Estou dizendo.- começou ele, observando o sangue coagular nas asas de Cassian pelos cuidados de Amren. Sob as mãos de Mor, a hemorragia de Azriel tinha diminuído, e aquilo era o suficiente para mantê-los vivos até que o curandeiro chegasse. -Estou dizendo. - repetiu, seu poder se acumulando e roçando contra a pele, contra os ossos, desesperado para ser liberado sobre o mundo -Que sua Senhora, sua rainha, Conan, fez um
sacrifício por suas duas cortes, e agiremos quando chegar a hora.

Rhys encontraria uma forma de mudar o jogo. Daria um jeito, nem que tivesse que ir para o inferno atrás de uma resposta. Então, ajudaria sua parceira e sua esposa a despedaçar a Corte Primaveril, Ianthe, aquelas
rainhas mortais e o rei de Hybern. Devagar.

-E até lá? - indagou Tori.

-E quanto ao Caldeirão... e o Livro?- perguntou Conan.

-Até então, guerreamos.

Fim

Lógico que eu fazer um casório no sigilo né KKKK e não, Asterin não é Grã Senhora da Corte Noturna por lotivos de que ela já é rainha e mais pra frente vou explicar mais sobre isso KKK

Enfim, é o fim dessa temporada e já vou postar a apresentação da próxima
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana

Data: 12/07/21