Cuidado Com A Forma Que Fala Com Meu Carranam
Todos gritaram conforme o vento ao redor de Asterin ficava mais intenso, ficava mais mortal. O Grão Senhor da Corte Primaveril arregalou os olhos, incapaz de se mexer, incapaz de fazer algo. Incapaz de sair do lugar conforme aquele gelo cruel crescia ao redor dele, o mantendo preso ali. Enquanto lascas afiadas de gelo subiam mais e mais.
Asterin.
Um chamado sutil, suave, que foi ignorado pela Rainha de Nilfheim enquanto uma tempestade de gelo começava a se estender ao seu redor.
O poder de Tamlin ricocheteou contra Asterin, em vão; ele jamais seria mais poderoso do que Asterin, e deveria saber disso, deveria perceber isso logo.
Conan a chamou, o medo de seu amigo era evidente em sua voz; Asterin o ignorou também.
Ela o mataria. Mataria alegremente Tamlin, por tudo o que ele tinha feito, por tudo o que tinha tirado dela e de Rhys.
Asterin.
Asterin estava tão cheia de ódio que era incapaz de dizer se Rhys estava gritando ou murmurando em sua mente. Talvez ele estivesse fazendo ambro.
O poder bruto de Tamlin bateu contra Asterin, apenas para encontrar uma barreira formada de gelo e vento.
-Continue com isso e eu congelo seu coração. - Asterin rosnou, mesmo sem saber se ela seria capaz de fazer tal coisa. Não tinha tempo para se chocar com a manifestação daquele poder; não quando tudo o que ela queria era acabar com o Grão Senhor da Corte Primaveril.
Você provou o seu ponto, meu amor. Rhys disse, de forma suave, mas Asterin não ousou tirar sua mão da garganta de Tamlin, um único movimento sendo necessário para partir seu osso.
Eu te amo, Asterin. As palavras desse bastardo odioso não significam nada. Ele não tem nada de alegria em sua vida. Nada bom. Mas nós temos.
Asterin não desfez o aperto. Aquilo apenas a deixava ainda mais irritada. Como Rhys podia, como podia ficar tão calmo diante do monstro que tinha tirado tudo dele?
Eu te amo. Rhys disse novamente.
-Asterin, já chega.- a voz de Eris ecoou, distante. Fogo bateu contra a proteção de Asterin, sem parar, tentando chegar a aquele gelo. Ela grunhiu em resposta. -Chega, Asterin.
Asterin agarrou Tamlin pelo pescoço, o atirando contra a cadeira. O Grão Senhor arfou, buscando por ar, os olhos se arragalando em puro choque e horror. Ela estava preparada para matá-lo, uma imensa lasca de gelo crescendo em suas mãos.
Antes que ela pudesse enfiar aquilo diretamente no coração do Grão Senhor, o gelo virou água quando chamas o desfizeram. Os olhos de Asterin se desviaram e ela fitou Eris, de pé, agora ao lado dela.
-Já chega, Asterin.- ele disse, a puxando e segurando pelos ombros. A Rainha grunhiu para ele, mas não o impediu de afasta-lá de Tamlin. -Não vale a pena você manchar suas mãos com essa escória.
-Olhe quem fala.- Tamlin teve forças para grunhir e os olhos de Asterin cravaram nele.
-Você deveria tomar muito cuidado com a forma que fala com meu Carranam. Ou nem mesmo ele vai me impedir de acabar com você. - Asterin rosnou. A revelação pegou os outros Grão Senhores de surpresa. Helion piscou os olhos, franzindo o cenho.
-Está dizendo que você e Eris possuem um laço Carranam?- o Grão Senhor da Corte Diurna perguntou, arqueando a sobrancelha. -Isso é raro. Praticamente impossível.
-Não que seja da sua conta, Helion, mas, sim, somos Carranam.- Eris disse, o cenho franzido para o Grão Senhor da Diurna. Eris se virou para Asterin, tocando gentilmente o ombro dela, buscando saber se ela estava mais calma. Asterin apenas revirou os olhos.
A risada de Helion preencheu a Câmara, ganhando a atenção de todos. Os olhos do Grão Senhor brilharam de pura malícia antes dele os direcionar até Rhysand.
-Não é de admirar que você a tenha feito sua Grã Senhora. Além de Rainha e com tal poder, ainda tem um laço Carranam com um Grão Senhor. - Helion disse estalando a língua. -Que arma você tem a sua disposição, Rhysand.
-Eu fiz a Grã Senhora. - Rhys disse simplesmente, olhando com carinho para Asterin. -Porque eu a amo. Seus poderes e seu título eram as últimas coisas que eu considerava.
-Escória illyriana. - Tamlin cuspiu.
Rhys despedaçou o escudo que Tamlin tinha erguido ao redor de si, suas defesas. Despedaçou-os como uma pedra arremessada em uma janela, e bateu seu poder sombrio em Tamlin tão duro que aquele assento onde Tamlin se encontrava se desintegrou em uma poeira negra e cintilante, deixando Tamlin para cair de bunda no chão.
Pó de ébano resplandecente flutuava em um vento fantasma, manchando o casaco verde de Tamlin, agarrando-se como torrões de cinzas em seus cabelos loiros.
-Nunca mais - disse Rhys, com as mãos escorregando nos bolsos -, fale com minha esposa assim.
Nestha levantou-se da cadeira.
-Está reunião não terminou.- a grã feérica disse, sentindo o clima esquentar. Ela estava erguida, um pilar de aço. -Vocês são tudo que existe, são tudo aquilo que há entre Hybern e o fim de tudo o que é bom e decente. Vocês lutaram contra Hybern na última guerra. Por que parecem se recusar a fazê-lo agora? Vocês podem nos odiar. Eu não me importo se o fazem. Mas eu me importo se deixaram inocentes sofrerem e morrerem. Seu pessoal. Como Hybern vai fazer um exemplo deles. De todos nós.
-E você sabe como? - Tamlin teve a audácia de zombar.
-Entrei no Caldeirão - disse Nestha. -Isso me mostrou o coração dele. Ele derrubará a Muralha, matará aqueles de cada lado dela.
Verdade ou mentira, eu não importava. O rosto de Nestha não revelou nada. E ninguém ousava contradizê-la. Ela olhou para Kallias e Viviane.
-Sinto muito pela perda dessas crianças. A perda de uma é abominável. - Ela balançou a cabeça. -Mas debaixo da Muralha, vi crianças, famílias inteiras, morrerem de fome. - Ela empurrou seu queixo para Feyre. -Se não fosse por minha irmã... eu estaria entre eles. Por muito tempo os seres humanos sob a Muralha sofreram e morreram enquanto vocês em Prythian prosperaram. Não durante o reinado daquela rainha. - Ela recuou, como se odiasse até mesmo falar o nome de Amarantha. -Mas muito antes. Se vocês vão lutar por qualquer coisa, lutem agora, para proteger aqueles que vocês esqueceram. Deixe eles saberem que não estão mais esquecidos. Só desta vez.
Thesan limpou a garganta.
-Embora seja um sentimento nobre, os detalhes do Tratado não exijem nada de nossos vizinhos humanos. Deveriam ficar sozinhos. Então obedecemos.
Nestha bateu de pé.
-Passado é passado. O que me importa é o caminho pela frente. Eu me importo em me certificar de que nenhuma criança, feérica ou humana, seja prejudicada. Vocês foram encarregados de proteger está Terra.- Ela examinou os rostos ao redor dela. -Como vocês não podem lutar por isso?
Lentamente, Nestha sentou, seu rosto novamente frio, como se fosse uma máscara para esconder o que sentia de verdade.
Kallias olhou Asterin e perguntou calmamente:
-Você domina o gelo?
A Rainha fez uma careta antes de oferecer a ele um meio sorriso.
-Eu descobri sobre isso justamente agora.
Kallias esfregou seu rosto, parecendo meio incrédulo, enquanto Viviane colocava uma mão em seu braço.
-Vou usar meus poderes para esmagar Hybern em pedaços. Vou usar esses poderes para curar os feridos. Enquanto eu viver, Hybern não colocará as garras em Prythian. - ela garantiu.
Os Grão Senhores nada disseram, mas Viviane assentiu para Asterin e se levantou, um sorriso crescendo no rosto bonito.
-Eu vou lutar ao seu lado.
-Assim como eu.- disse Cresseida, se erguendo.
Ambas olharam para os machos de suas cortes. Tarquin e Kallias subiram. Então Helion, sorrindo para Asterin e Rhys. Eris se levantou, revirando os olhos, lançando a Asterin um sorriso. E finalmente Thesan. Thesan e Tamlin, que não respiraram na direção de Asterin, mal se moviam ou falavam nos últimos minutos. Era a menor das preocupações, desde que todos estivessem em pé.
Sete de sete. Rhys deu uma risadinha. Nada mal, minha querida Asterin.
Boa madrugada, meu povo!
Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Sério, esse capítulo foi puro surto KKK
Espero que tenham gostado!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 31/10/21
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